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Capítulo 9 - O Capitalismo Contemporâneo

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Capitalismo contemporâneo​ - ​inicia-se nos anos 70 do século XX. 
Foco: ​protagonismo dos monopólios​. 
 
O capitalismo contemporâneo constitui a terceira fase do estágio imperialista. 
 
A crise dos anos 60/70 levou ao fim dos “anos dourados”, fazendo com que o capitalismo 
monopolista chegasse a um conjunto de respostas que transformou largamente a cena 
mundial: mudanças econômicas, sociais, políticas e culturais. 
 
Nesse período de cerca de 30 anos, consolidou-se a ​mundialização do capital​, entendida 
como “o quadro político e institucional que permitiu a emersão, sob a égide dos EUA, de um 
modo de funcionamento específico do capitalismo, predominantemente financeiro e rentista. 
 
9.1 ​OS ANOS DOURADOS: A ilusão chega ao fim 
 
Capitalismo monopolista entrou nos anos sessenta com grande crescimento econômico e 
taxas de lucro compensadoras. 
 
Prometia-se a “sociedade afluente” - a possibilidade de consumo em massa, cujo símbolo 
maior era o automóvel. Nos países periféricos, projetos industrializantes apareciam como a 
via de superação do subdesenvolvimento. 
 
Bases desse ​capitalismo democrático: taylorismo-fordismo e keynesianismo. Produção 
em larga escala com expansão infinita e intervenção reguladora do Estado. 
 
Capitalismo sem contradições, mas conflitivo, que seria resolvido na base do consenso. 
 
Envolvimento de novas instituições pós Segunda Guerra: 
Campo Político - ONU 
Campo Financeiro: BM/FMI 
 
Onda longa expansiva x recessiva 
 
“Os períodos cíclicos de prosperidade são mais longos e intensos, e mais curtas e mais 
superficiais as crises cíclicas.” 
Crises: pequenos episódios num arco de crescimento financeiro dominante. 
 
Os anos dourados nada mais são do que essa onda longa expansiva econômica. 
 
A partir dos anos 70, esta onda se esgota. 
A taxa de lucro começou a declinar rapidamente em diversos países. “A ilusão do 
capitalismo democrático”. 
Desvinculação do dólar com o ouro por parte dos americanos e choque do petróleo (alta 
dos preços - OPEP); 
 
Setor sociopolítico: Mobilização trabalhadora sindical. 
 
Fim: 1974-75. Segue-se uma onda longa recessiva no capitalismo, que perdura até os dias 
atuais. Todos os países imperialistas entraram em crise. 
 
9.2​ O capital: da defensiva à Ofensiva 
 
Anos 1967-73: desfavorável ao imperialismo. Queda das taxas de lucro, menor crescimento, 
mais gastos e custos, principalmente devido às reivindicações sindicais. 
 
1974-75: Recessão Generalizada. Esta acende um sinal vermelho e é implementada uma 
estratégia política global​ para reverter o quadro negativo do ​capital monopolista​. 
 
Ataque ao grupo sindical, gerando medidas legais restritivas, que reduzem o poder de 
intervenção do movimento sindical. 
 
Começam a ser alterados os circuitos produtivos - esgota-se a modalidade de acomulação 
rígida, própria do taylorismo-fordismo e começa a se instaurar a ​acumulação flexível​. 
 
A acumulação flexível caracteriza-se pelo surgimento de setores 
completamente novos, novos mercados, novas maneiras de fornecimento de 
serviços financeiros e sobretudo, taxas altamente intensificadas de inovação 
comercial, tecnológica e organizacional. 
 
Dentro desta acumulação flexível, está a sua base, a ​“reestruturação produtiva” - fase 
pós-fordismo. A produção rígida é substituída por uma diferenciada, que mantém a 
realização em grande escala, mas destina-se a mercados específicos, procurando romper 
com a estandartização. 
 
Por outro, o capital lança-se a um movimento de ​desterritorialização da produção: isto 
diminuiria os custos de produção, indo para regiões periféricas onde a mão de obra é mais 
barata e existe menos leis sindicais. 
 
Ainda dentro deste quadro, passam a ocorrer as evoluções tecnológicas, que alguns 
autores chegam a chamar de ​terceira revolução industrial ​ou​ “revolução informacional”​. 
 
Esse deslocamento gerou três implicações imediatas: 
 
1. A primeira referente a ​qualidade de trabalho do trabalhador. Com a reestruturação 
da produção, estes trabalhadores tiveram de se especializar para gerir operações mais 
amplas e complexas intelectualmente. “Expansão das fronteiras do trabalhador coletivo”. 
 
2. A segunda refere-se a ​polivalência ​do trabalhador. Espera-se que ele faça um 
trabalho de qualidade, mas também que ele seja capaz de realizar diferentes tarefas em 
diferentes áreas. 
Só uma pequena parcela dos trabalhadores pode ter este “up”. A grande maioria ainda teve 
suas condições de trabalhos pioradas, sem segurança, trabalhos precarizados e 
capacidade substitutiva gigante. 
 
3. A terceira refere-se a ​gestão desta força de trabalho​, de modo a controlar a força 
de trabalho pelo capital. ​“O capital empenha-se em quebrar a consciência de classe dos 
trabalhadores. Utiliza-se o discurso de que a empresa é a sua ‘casa’ e que eles devem 
vincular o seu êxito pessoal ao êxito da empresa; não por acaso, os capitalistas já não se 
referem a eles como ‘operários’, mas sim ‘colaboradores’” p.217. 
 
Corporações Estratégicas: Nike - tem 9.000 funcionários, mas todos voltados para a parte 
estratégica. A parte produtiva é terceirizada, pois é mais barato. 
 
Todas as transformações implementadas pelo capital têm como objetivo reverter a queda 
da taxa de lucro e criar condições renovadas para a exploração da força de trabalho. 
 
O ônus recai, assim, ao trabalhador. Redução salarial, precarização do emprego; emprego 
parcial, falta de emprego. Falavam que a flexibilização melhoria as oportunidades de 
emprego, mas o que ocorreu foi o contrário. Poucas garantias e direitos; isto gerou um 
enfraquecimento do movimento sindical e consequentemente a redução do número de 
operários industriais. Perda expressiva da força do sindicalismo. 
 
O capitalismo contemporâneo transformou o desemprego maciço em fenômeno 
permanente. O capitalismo contemporâneo é a exponenciação da questão social. 
 
9.3​ Os novos domínios do capital e a concentração do poder 
 
Comando do capital renovado em setores onde este já dominava, como o de serviços. 
Reconfiguração do cenário precedente: “indústria cultural” - Alargamento para campos de 
telecomunicação, entretenimento, turismo, etc. 
 
Isto graças aos avanços da tecnologia. É o crescimento do mundo globalizado. 
 
Publicidade, prestação de serviços educacionais/hospitalares. Entrelaçamento de 
atividades. 
 
Em todos esses casos, o controle cabe ao grande capital, responsável por comandar 
monopolisticamente a dinâmica dessas áreas. 
 
Alguns autores pensavam que o setor produtivo, ou seja o setor terceirizado viria a controlar 
as rodas do capitalismo, uma vez que entra no eixo principal, entretanto, isto é um grande 
equívoco, pois os serviços passam a obedecer a uma lógica industrial - não há crescimento 
de atividades de serviço sem crescimento de atividades industriais. Além disso, a 
mecanização, fragmentação do trabalho e padronização passam a sair do campo de 
trabalho unicamente para o campo social. 
Por fim, com o avanço da tecnologia, o capital passa a se espalhar para novas áreas: Se 
expande e multiplica para as industrias que operam novos materiais, como vitrocerâmicos e 
termoplásticos, desenvolvimentos de biotecnologia e nanotecnologia. 
 
O capitalismo assegura seu comando nesses domínios devido aos ganhos extraordinários e 
devido ao controle estratégico dos novos recursos necessários à produção deponta. Esse 
controle estratégico é garantido pelo grande grau de concentração em que a economia 
mundial chegou. 
 
 
Poder decisório especial: grandes empresários que constituem uma nova oligarquia de 
monopolização, enorme poder econômico e político. ​“Elites orgânicas”. Realizam a sua 
política, tomando decisões estratégicas que afetam a vida de milhões. A partir dos anos 70. 
 
A concentração do poder econômico conduziu e está conduzindo a uma enorme 
concentração do poder político. ​Caráter antidemocrático do capitalismo monopolista. 
 
Maior controle sobre os estados menores. 
 
9.4​ Neoliberalismo: o capitalismo sem controles sociais mínimos 
 
 
NEOLIBERALISMO: Seus defensores advogam em favor de políticas de ​liberalização 
econômica​ extensas, como as ​privatizações​, ​austeridade fiscal​, ​desregulamentação​, ​livre 
comércio​, e o corte de ​despesas governamentais ​ a fim de reforçar o papel do ​setor privado​ na 
economia. ​Exigências de um Estado regulador e assistencialista, que deveria controlar 
parcialmente o funcionamento do mercado. Ação principalmente a partir dos anos 80. 
 
O capitalismo contemporâneo particulariza-se pelo fato de, nele, o capital estar 
destruindo as regulamentações que lhe foram impostas como resultado das lutas do 
movimento operário e das camadas trabalhadoras. 
 
Capital atual: desmontagem total ou parcial dos ​Welfare State​ - Estratégia de supressão de 
direitos sociais. 
 
A pretensão do grande capital é clara: destruir qualquer trava extra-econômica ao seus 
movimentos. 
 
Divulgação maciça do neoliberalismo - disseminação de teses, profundamente 
conservadoras, originalmente defendidas desde os anos quarenta do século XX. “Natural e 
necessária desigualdade entre os homens” e “Liberdade de mercado”. Tornou-se um senso 
comum. 
 
Contra-reforma, que visa a supressão dos direitos e garantias sociais. A ideologia do 
neoliberalismo legitima o capitalismo monopolista, que tem como ideal o rompimento das 
restrições sociopolíticas que limitam o seu movimento. 
Capital ainda assim, depende do Estado, e a venda do neoliberalismo é total para uma 
busca parcial da limitação do Estado. Não é a diminuição do Estado, mas sim das funções 
estatais coesivas, precisamente as que respondem aos direitos sociais. 
 
Estado mínimo:​ mínimo para o trabalho e máximo para o capital. 
 
O ataque do grande capital iniciou-se como alvo a regulamentação das relações de trabalho 
(flexibilização) e avançou no sentido de reduzir, mutilar e privatizar os sistemas de 
seguridade social. 
 
Processos de privatização, mediante o qual o Estado entregou ao grande capital, para 
exploração privada e lucrativa, complexos industriais inteiros. DESNACIONALIZAÇÃO da 
economia. Substituição de empresas estatais por privadas. EX: petrobrás. 
 
Desregulamentação universal: ​para que não hajam impedimentos ao capitalismo. 
 
 
9.5 ​A financeirização do Capital 
 
Este capítulo fala dos fluxos econômicos mundiais. 
 
Interações Comerciais entre os países - Dominação da tríade imperialista. 
 
Formação dos blocos econômicos: Blocos supranacionais que passam a constituir espaços 
geoeconômicos regionais, contando com normas específicas para as suas transações e 
promovendo a integração, sob comando monopolista de investimentos e mercados. 
 
Financeirização do Capital: 1973 - ​Especulativa e predatória. 
 
Massa de capital dinheiro que não é investido produtivamente, mas que succiona seus 
ganhos (juros) da mais-valia global - sucção parasitória. 
 
“Capital Fictício” é agregado a esse fenômeno. Assim como o capitalismo não pode 
funcionar sem uma determinada massa de capital conservada enquanto capital dinheiro, 
também não pode funcionar sem capitais ficticios. 
 
A financeirização do capitalismo contemporâneo deve-se a que as transações financeiras 
tornaram-se sob todos os sentidos hipertrofiadas e desproporcionais em relação à produção 
real de valores - tornaram-se dominantemente especulativas. 
 
ESFERA DA CIRCULAÇÃO X ESFERA PRODUTIVA 
 
Livre mobilidade dada ao poder dos “investidores”. 
 
Dívida externa: atravpes da financeirização do capitalismo. 
 
Déficit público - gastos estatais. Como Estado lida com isso? Processos inflacionários ou 
lançamento de papéis no mercado, com juros interessantes aos investidores. 
 
Cortar gastos + privatização 
 
Os países periféricos tornaram-se exportadores de capital para os países centrais.

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