Legislação Comercial - Escrituração_2

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Legislação Comercial: Escrituração no Direito Empresarial(II)
Prof. Thiago Pires
Mestre em Direito (UFBA)
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Sumário
Regularidade na escrituração
Processos de escrituração
Extravio e perda da escrituração
SPED (Sistema Público de Escrituração Digital)
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Regularidade na escrituração
Requisitos intrínsecos (art. .1.183, CC):
Língua portuguesa
Moeda corrente (Real)
Método contábil das partidas dobradas
Ausência de rasuras, borrões, omissões...
Ordem cronológica dos lançamentos
Requisitos extrínsecos
Termo de abertura
Termo de encerramento
Autenticação em Junta Comercial
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Extravio e perda da escrituração
Em caso de extravio ou perda da escrituração, o empresário deverá adotar as seguintes providências:
Publicação em jornal de grande circulação na sede do estabelecimento.
Comunicação perante à Junta Comercial (prazo de 48 horas).
Reconstituição do livro (“2ª via”).
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Exibição dos livros
Princípio do sigilo dos livros empresariais : artigo 1.190 do CC: “Ressalvados os casos previstos em lei, nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para verificar se o empresário ou a sociedade empresária observam ou não, em seus livros e fichas, as formalidade prescritas em lei”.
O princípio do sigilo não pode, entretanto, ser aplicado contra:
autoridades fiscais fazendários (art. 1.193, CC)
ordem judicial (art. 1.191, CC). 
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Em relação à ordem judicial de exibição dos livros, esta somente ocorrerá quando necessária para resolver questões relativas a:
Sucessão
comunhão ou sociedade
administração ou gestão à conta de outrem
em caso de falência.
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Consequências jurídicas da ausência/irregularidade na escrituração
Presunção de VERACIDADE de oponente em litígio (art. 359, CPC)
Em caso de empresário falido: CRIME falimentar (art. 178, Lei 11.101/2005)
Impossibilidade de obtenção do benefício da RECUPERAÇÃO judicial (art. 48 c/c art. 51, V, Lei 11.101/05).
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SPED (Sistema Público Escrituração Digital)
Instituído pelo Decreto nº 6.022/2007.
O Sped é instrumento que unifica as atividades de recepção, validação, armazenamento e autenticação de livros e documentos que integram a escrituração contábil e fiscal dos empresários e das pessoas jurídicas, inclusive imunes ou isentas, mediante fluxo único, computadorizado, de informações.
Sistema criado pela Receita Federal originalmente para fins tributários.
Traz impactos indiretos para o direito empresarial.
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ECD (Escrituração Contábil Digital)
A Escrituração Contábil Digital (ECD) ou SPED Contábil é um subsistema parte integrante do projeto SPED.
Objetivo: substituição da escrituração em papel pela escrituração transmitida via arquivo, ou seja, corresponde à obrigação de transmitir, em versão digital, os seguintes livros:
livro Diário e seus auxiliares, se houver; 
livro Razão e seus auxiliares, se houver; 
livro Balancetes Diários, Balanços e fichas de lançamento comprobatórias dos assentamentos neles transcritos
Disciplinada pela IN RFB nº 1420/2013. 
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Segundo a Instrução Normativa RFB nº 1420/2013, estão obrigadas a adotar a ECD, em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de 01/01/2014: 
Pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Imposto sobre a Renda com base no lucro real;
PJ tributadas com base no lucro presumido, que distribuírem, a título de lucros, sem incidência do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF), parcela dos lucros ou dividendos superior ao valor da base de cálculo do Imposto, diminuída de todos os impostos e contribuições a que estiver sujeita;
PJ imunes e isentas.
Para as outras pessoas jurídicas e empresário individual, a ECD é facultativa. 
As regras de obrigatoriedade não levam em consideração se a PJ teve ou não movimento no período. Sem movimento não quer dizer sem fato contábil. Normalmente ocorrem eventos como depreciação, incidência de tributos, pagamento de aluguel, pagamento do contador, entre outros.