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IBMR / Laureate Curso de Fisioterapia Disciplina: Práticas em Fisioterapia III Profa. Ana Cristina Machado Leão novembro/2018 Avaliação de sensibilidade Superficial, profunda e combinada Somatossensorial = sensação recebida pela pele e pelo sistema musculoesquelético, diferente das sensações provenientes dos sentidos especializados, como a visão e a audição. A avaliação da função sensorial se baseia no entendimento de que no sistema humano intacto, as informações sensoriais são obtidas a partir do corpo e do ambiente; em seguida, o SNC processa e integra as informações para usá-las no planejamento e na organização do movimento. Integridade sensorial A disfunção sensorial pode estar associada a qualquer condição que afete o SNP e/ou o SNC Os déficits podem ocorrer em qualquer ponto do sistema, incluindo: Receptores sensoriais, nervos periféricos, nervos espinais, núcleos e tratos medulares, tronco encefálico, tálamo e córtex sensorial. São condições que geralmente apresentam algum nível de dano sensorial: Doença ou lesão dos nervos periféricos: trauma que pode seccionar ou danificar um nervo; distúrbios metabólicos (diabetes, hipotireoidismo, alcoolismo); infecções (Hanseníase, HIV); pinçamento ou compressão (síndrome do túnel do carpo); queimaduras; toxinas (chumbo, mercúrio, quimioterapia); e déficits nutricionais (vitamina B12). Lesões nas raízes nervosas ou na medula espinal Acidente vascular encefálico (AVE) Tumores Esclerose múltipla Indicações clínicas Limitações funcionais Autocuidado (p.ex.. incapacidade de vestir as calças em pé por causa da perda de sensibilidade nos pés) Atividades domésticas (p. ex., dificuldade de lidar com dinheiro trocado por causa de dormência Trabalho (p.ex. incapacidade de operar máquinas por da falta de coordenação) Comunidade/lazer (p. ex., incapacidade de dirigir por causa da perda de consciência espacial, incapacidade de tocar instrumentos musicais por causa da hiperestesia) A avaliação da função sensorial fornece informações essenciais para estabelecer diagnóstico e prognóstico fisioterapêuticos, identificar metas previstas e resultados esperados e desenvolver um plano de intervenção. O padrão é identificado por meio do conhecimento da inervação dos segmentos cutâneos pelas raízes dorsais e nervos periféricos, dermátomos ou segmento cutâneo = área cutânea inervada por uma raiz dorsal. As lesões de nervos periféricos geralmente apresentam danos sensoriais que são equivalentes à distribuição do nervo envolvido e correspondem ao seu padrão de inervação. Distribuição do comprometimento sensorial Outros padrões de perda sensorial podem estar associados a condições específicas: Na neuropatia periférica (ex. diabetes), a perda sensorial apresenta uma distribuição do tipo luva e bota. A esclerose múltipla apresenta um padrão imprevisível ou difuso de comprometimento sensorial. A lesão medular apresenta um padrão difuso de comprometimento sensorial abaixo do nível da lesão, que normalmente é bilateral - embora não necessariamente simétrico. A avaliação da função sensorial após a lesão medular reflete o grau de comprometimento neurológico. Juntamente com outros testes e medidas, os dados sensoriais ajudam a determinar a amplitude relativa da lesão, a existência de regiões de preservação parcial, a simetria ou assimetria da lesão e a presença de sensação sacral abaixo do nível neurológico da lesão (característica que define uma lesão incompleta). Distribuição do comprometimento sensorial Superficial: Dor, toque, temperatura, pressão. Profunda: Cinestesia, propriocepção, vibração. Combinada: Estereognosia, discriminação entre dois pontos, grafestesia. Sensibilidade Sensibilidade Prática: Sensibilidade superficial Discriminação entre objetos pontiagudos/sem ponta => funcionamento da sensação de proteção. São utilizadas a extremidade pontiaguda e a extremidade sem ponta de um alfinete ou de um clipe de papel aberto (a parte desdobrada do clipe atua como extremidade pontiaguda). Os estímulos não devem ser aplicados muito próximos uns dos outros, nem em sequência rápida. O alfinete ou clipe deve ser suportado entre os dedos, permitindo que "deslizem" pelo objeto assim que este entra em contato com a pele => evitar o aumento da pressão durante a aplicação. O instrumento usado para testar a percepção de dor deve ser pontiagudo o suficiente para "afundar" a pele, mas sem perfurá-la. Resposta Pede-se para o paciente dizer pontiagudo ou sem ponta quando sentir o estímulo. Todas as áreas do corpo podem ser testadas. Percepção de dor Percepção de dor: instrumentos Determina a capacidade de distinguir entre estímulos quentes e frios. A avaliação requer dois tubos de ensaio; deve-se encher um deles com água quente e o outro com gelo picado ou água gelada. A temperatura ideal para o frio fica entre 5 e 10oC; para o calor, fica entre 40 e 45 oC. Deve-se colocar o lado do tubo de ensaio em contato com a pele, aleatoriamente. Todas as superfícies cutâneas devem ser testadas. Resposta Pede-se para o paciente responder quente ou frio após a aplicação de cada estímulo. Percepção de temperatura Percepção de temperatura: instrumento Esse teste determina a percepção da entrada tátil. Usa-se um pincel, um pedaço de algodão (chumaço ou cotonete) ou um lenço. A área a ser testada é levemente tocada ou submetida a batidas leves. Pode-se quantificar a avaliação das gradações mais finas de tato leve por meio de monofilamentos. Resposta Pede-se para o paciente indicar quando reconhece a aplicação de um estímulo, respondendo "sim" ou "não". => Pode-se obter uma pontuação quantitativa para a percepção de dor, temperatura e consciência de tato leve dividindo o número de respostas corretas pelo número de estímulos aplicados (a resposta normal daria um resultado de 100%). Percepção tátil Percepção tátil: instrumentos Esse teste determina a percepção da pressão, em estímulo dos receptores profundos Usa-se a ponta do dedo do fisioterapeuta ou um cotonete para aplicar uma pressão firme à superfície cutânea. A pressão deve ser suficientemente firme para afundar a pele e estimular os receptores profundos. Resposta: pede-se para o paciente indicar o reconhecimento de um estímulo aplicado respondendo "sim" ou “não”. Precepção de pressão Sensibilidade Prática: Sensibilidade profunda Esse teste examina a consciência de movimento, realizado passivamente, em pequena ADM. Deve- se fazer um ensaio ou demonstração do procedimento antes do teste para garantir que todos estejam de acordo sobre os termos para descrever a direção dos movimentos. Resposta: pede-se para o paciente descrever a direção e a amplitude de movimento (ex: para cima, para baixo, para direita) enquanto o membro está em movimento. O paciente também pode responder simultaneamente imitando o movimento com o membro oposto. A pegada do fisioterapeuta deve permanecer constante e mínima, com a ponta dos dedos nas proeminências ósseas) para reduzir a estimulação tátil. Consciência cinestésica Esse teste examina examina o sentido de posição articular e a consciência das articulações em repouso. O membro ou as articulações são movimentados ao longo da ADM e mantidos em posição estática. Usam-se pequenos incrementos de ADM. A identificação da ADM examinada (ex: amplitude inicial, média ou terminal) devem ser informadas ao paciente durante o ensaio. A pegada do fisioterapeuta deve permanecer constante e mínima, com a ponta dos dedos nas proeminências ósseas) para reduzir a estimulação tátil. Resposta: enquanto o fisioterapeuta mantém o membro ou as articulações em posição estática, pede-se parao paciente descrever a posição ou imitar a posição do membro ou das articulações com o membro contralateral. Consciência proprioceptiva Este teste examina a capacidade de perceber um estímulo vibratório colocando a base do diapasão (que vibre em 128Hz) em uma proeminência óssea. Esterno, cotovelo ou tornozelo podem ser testados. Segura-se a base do diapasão, em seguida, este bate as pontas do diapasão na palma da outra mão para iniciar a vibração. Coloca-se então a base do diapasão em uma proeminência óssea. Se a sensação de vibração está intacta, o paciente percebe a vibração. Se há um comprometimento, o paciente não consegue distinguir entre um diapasão que está vibrando e um que não está. Estímulos vibratórios e não vibratórios devem ser aplicados aleatoriamente. Resposta: pede-se para o paciente identificar se o estímulo é vibratório ou não vibratório cada vez que o diapasão entra em contato com o corpo. Percepção da vibração Sensibilidade Prática: Sensações combinadas
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