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Ensino de Paleontologia

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ABORDAGEM DIDÁTICA DO TEMA PALEONTOLOGIA EM UMA 
ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL, DA REDE PÚBLICA, NA 
CIDADE DE PONTA GROSSA, PR. 
 
DIDACTIC APPROACH OF A PALEONTOLOGY'S THEME IN A 
PUBLIC FUNDAMENTAL EDUCATION SCHOOL, IN THE CITY OF 
PONTA GROSSA, PR. 
 
Isabelle de Siqueira Tavares
1
 
Jeanninny Carla Comniskey
2
 
Elvio Pinto Bosetti
3
 
 
RESUMO 
A Paleontologia é um tema fundamental para o estudo e compreensão da origem e evolução 
da vida na terra e está incluso em documentos que regem o Ensino Básico nas escolas 
brasileiras. O município de Ponta Grossa (Paraná) é amplamente conhecido por possuir sítios 
com abundante conteúdo fossilífero. Baseado na relevância do tema e nas características da 
região citada, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o nível de conhecimento dos 
alunos do Ensino Fundamental de uma escola pública, sobre Paleontologia e a preservação do 
Patrimônio Paleontológico. Para tanto, utilizou-se de questionários, uma palestra, exposição 
de fósseis da região, além da análise dos livros didáticos utilizados pela escola. As atividades 
foram realizadas com duas turmas de 7° e 8° ano. De forma geral, os estudantes das quatro 
turmas demonstram resultados semelhantes quanto ao nível de conhecimento inicial sobre o 
tema, apresentando dificuldades básicas de conceptualização e desconhecimento sobre a 
ocorrência de fósseis em sua região. Também foi possível verificar a carência na abordagem 
da temática nos livros didáticos analisados, o que corrobora o baixo nível de conhecimento 
dos alunos. A aplicação das atividades demonstrou-se eficaz na apropriação do conhecimento. 
Através da analise dos questionários percebeu-se uma mudança no nível do entendimento dos 
alunos sobre o assunto. Esses dados justificam a importância da utilização de metodologias 
diferenciadas para complementar o ensino desta ciência. 
 
Palavras-chave: Ensino, Paleontologia, Livros Didáticos, Patrimônio Paleontológico. 
 
ABSTRACT 
The Paleontology is a fundamental theme for the study and understanding of the origin and 
evolution of life on earth and it is included in documents that rules Basic Education in 
Brazilian schools. The county of Ponta Grossa (Paraná) is widely known for having sites with 
abundant fossiliferous content. Based on the importance of the theme and its characteristics of 
the mentioned region, the present paper has as purpose to evaluate the level of knowledge of 
Public Elementary School students about Paleontology and the preservation of 
Paleontological Heritage. In order to accomplish the desired goal, a questionnaire, a lecture, 
exhibition of the region's fossils, and the analysis of textbooks used by the school were used. 
The activities were carried out with two classes of 7th and 8th grade. In general, the students 
 
1
Discente do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). 
isabelletavares597@gmail.com 
2
 Pós Doutoranda em Geografia do Programa de Pós Graduação em Geografia da Universidade Estadual de 
Ponta Grossa (UEPG). comniskey@gmail.com 
3
 Professor do Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Ponta Grossa 
(UEPG).elviobosetti@gmail.com 
2 
 
of the four groups show similar results regarding the level of initial knowledge on the subject, 
presenting basic difficulties of conceptualization and lack of awareness about the occurrence 
of fossils in their region. It was also possible to verify an approach deficiency on the subject 
in the textbooks analyzed, which corroborates the low level of the students' knowledge. The 
accomplishment of the activities proved effective in the appropriation of knowledge. Through 
the analysis of the questionnaires were noticed a change in the level of the students' subject 
understanding. These data justify the importance of using different methodologies to 
complement the teaching of this science. 
 
Key words: Teaching, Paleontology, Didactic Books, Paleontological Heritage. 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A Paleontologia é um tema fundamental para o estudo e compreensão da origem e 
evolução da vida na Terra. A análise dos fósseis e das rochas associadas auxilia no 
entendimento da origem dos seres vivos e nos acontecimentos geológicos. 
Como apresentado em diversos trabalhos de divulgação e avaliação sobre o tema, o 
conhecimento paleontológico tem sido muito restrito a museus e universidades, onde são 
desenvolvidas pesquisas responsáveis por trabalhos apresentados em encontros científicos e 
artigos publicados em revistas (SCHWANKE; SILVA, 2004; REIS et al.,2005; TOLEDO et 
al., 2005; HEIRICHI et al., 2015; NOVAIS et al., 2015). 
Embora seja um assunto de extrema importância para a compreensão de conceitos 
biológicos, geológicos e ambientais, percebe-se que há pouca divulgação da paleontologia no 
ensino básico (IZAGUIRRY et al., 2013). Muitas vezes as informações sobre fósseis 
transmitidas pelos professores nas escolas são as que se conhece através da mídia, 
normalmente, esses conceitos são apenas os que apelam para a atenção do público, abordando 
temas como dinossauros, por exemplo, raramente outros assuntos são incluídos, como origem 
da vida, definição e tipos de fósseis (SCHWANKE; SILVA, 2004; MELLO et al., 2005). 
Como destacam diversos autores, o município de Ponta Grossa (Paraná) possui sítios 
com abundante conteúdo fossilífero (BOSETTI, 1989; CHAVES, 2004; CRUZ, 2008; 
COMNISKEY, 2011; MYSZYNSKI JUNIOR, 2012; BOSETTI et al., 2013; GRAHN et al., 
2013). Além disso, muitos deles encontram-se em áreas urbanas, não raramente próximos ás 
escolas locais, sendo muitas vezes parte do cotidiano dos alunos (CRUZ, 2008). 
Conforme destacam Guimarães et al. (2013) os monumentos naturais devem ser 
evidenciados para a comunidade local em prol dos mesmos, compreendendo assim a 
3 
 
importância cientifica e evitando a depredação dos locais que apresentam um patrimônio 
paleontológico. 
Segundo Schwanke e Silva (2004) e Novais et al. (2015) a Paleontologia, em uma 
óptica educacional, contribui na geração e disseminação do conhecimento, auxilia na 
compreensão de processos naturais complexos, e ainda colabora na formação de cidadãos 
críticos e atuantes dentro de uma sociedade, apresentando, dessa forma, extrema relevância no 
aspecto educacional. 
Baseado na importância da Paleontologia, relacionada à construção do conhecimento 
científico, o ensino do tema é recomendado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), 
como um dos temas do terceiro e quarto ciclo do Ensino Fundamental II (6°, 7°, 8° e 9° anos) 
(BRASIL, 1998). De acordo com esse documento, o professor deve ensinar a formação dos 
combustíveis fósseis, a relação de seres atuais a seres extintos, no estudo da evolução 
biológica e geológica da Terra (BRASIL, 1998; MORAIS et al., 2007). 
Além disso, a temática Paleontologia apresenta conteúdos básicos como origem e 
evolução da vida, definição e tipos de fósseis essenciais na disciplina de Ciências, os quais 
estão inseridos como conteúdos estruturantes nas Diretrizes Curriculares Estaduais (DCE) do 
Paraná (PARANÁ, 2008). 
A dificuldade de abordagem da temática pelos professores pode ocorrer por diversos 
motivos, tais como: a deficiência do conteúdo nos livros didáticos; a complexidade do 
assunto; a ausência de materiais paradidáticos (livros de apoio e réplicas de fósseis) e a falta 
de conhecimento científico para responder aos questionamentos em sala de aula (HEIRICHI 
et al., 2015). Dessa forma, mesmo alunos inseridos em uma região com rico patrimônio 
fossilífero apresentam dificuldades relacionadas à compreensão do tema, além dedesconhecer 
o patrimônio local. 
Devido à importância do tema aqui tratado, e também pelas características da região 
citada, percebe-se a importância de atividades relacionadas ao tema paleontologia nas escolas 
da região. Além disso, a avaliação do conhecimento dos alunos dessa região também é 
necessária, devido à potencialidade do uso da paleontologia para estimular o ensino desse 
conteúdo na cidade. 
O trabalho teve como principal objetivo avaliar o conhecimento de alunos do ensino 
fundamental de uma escola pública, sobre temas relacionados à paleontologia, através de 
questionários e avaliações dos livros didáticos utilizados. Assim como, contribuir com o 
conhecimento e informar a importância sobre os assuntos de paleontologia e preservação do 
Patrimônio Paleontológico. 
4 
 
2. REFERENCIAL TEÓRICO 
 
2.1. SOBRE OS AFLORAMENTOS 
A cidade de Ponta Grossa é extremamente rica em conteúdo fossilífero. Os 
afloramentos localizados na região fazem parte da Bacia do Paraná (Figura1), localizada no 
continente sul-americano, sendo subdividida em dois depocentros: a sub-bacia Altas Garças 
(ao norte) e sub-bacia Apucarana (ao Sul), possuindo uma área de aproximadamente 1600.000 
Km
2 
(GRAHN et al., 2002; MILANI et al., 2007). 
A Bacia do Paraná ocorre nos estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, 
São Paulo, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, estendendo-se ainda por parte da Argentina, 
Paraguai e Uruguai. Teve sua evolução durante o Paleozoico e o Mesozoico, possuindo um 
registro estratigráfico incompleto, englobando o Período Ordoviciano Superior até o Cretáceo 
Superior (MILANI et al., 2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1. Bacia do Paraná. Fonte: MILANI et al., 2007. 
5 
 
No estado do Paraná, afloram, entre outros, depósitos sedimentares marinhos do 
Período Devoniano (ZABINI et al., 2013), que teve seu início há mais ou menos 400 milhões 
de anos, terminando há aproximadamente 360 milhões de anos (BOSETTI, 2007). 
Os afloramentos da Região apresentam macrofósseis que atestam sua idade 
devoniana (MILANI et al., 2007). Os fósseis aqui encontrados são, em sua grande maioria, de 
invertebrados marinhos (Figura 2 e 3), sendo a paleofauna composta principalmente por 
Brachiopoda Rhynchonelliformea (Australocoelia, Australospirifer, Derbyina, Schuchertella, 
Notiochonetes, Australostrophia e Cryptonella) e Brachiopoda, Linguliformea (Orbiculoidea, 
Gigadiscina, Rugadiscina e Lingulídeos infaunais), Mollusca Bivalvia (Actinopteria, 
Nuculites., Palaeoneilo e Plerodapis), Mollusca Tentaculitoidea (Tentaculites, Homoctenus, 
Styliolina e Uniconus), Cnidaria (Conularia), Equinodermata (Crinoidea, Echinasterella e 
Laudonomphalus) e ainda Arthropoda, Trilobithomorpha (Calmonia e Homalonotus) 
(CLARKE, 1913; BOSETTI, 1989; MATSUMURA, 2010; SCHEFFLER, 2010; ZABINI, 
2010; BOSETTI et al., 2013; GRAHN et al.,2013; ZABINI et al., 2013; COMNISKEY, 
2016). 
 
6 
 
 
Figura 2. Alguns fósseis de macroinvertebrados ocorrentes na região: A –Australocoelia palmata, B –
Derbyina sp., C –Tentaculites sp., D –Lingulídeo Infaunal, E –Orbiculoidea sp., F – Echinasterella sp. Escala: 
0,5 cm. Fonte: A autora. 
7 
 
 
Figura 3. Exemplos de fósseis de macroinvertebrados que ocorrem na região de estudo: A – Calmonia sp., B – 
Palaeoneilo sp., C – Australospirifer sp., D –Edmondia sp., E – Crinoidea sp.,F –Conularia sp. Escala: 0,5 cm. 
Fonte: A autora. 
 
 
 
 
8 
 
2.2. O ENSINO DE PALEONTOLOGIA EM ESCOLAS DE ENSINO FUNDAMENTAL 
A Paleontologia é a ciência que estuda os diferentes organismos que habitaram a Terra 
durante o tempo geológico, fundamentando seus princípios e métodos na Biologia e Geologia 
(CASSAB, 2010). Tem como objeto de estudos os fósseis e suas aplicações, sendo que o 
termo “Paleontologia” se originou do grego palaios = antigo + ontos = ser + logos = estudo. 
A palavra fóssil deriva do termo latino “fossilis” que significa extraído da terra (CASSAB, 
2010). 
A abordagem destes conceitos é importante, por servir como fundamento para a 
compreensão de temáticas mais abrangentes, como a história evolutiva da vida, o surgimento 
da vida, o parentesco entre diversos grupos de seres vivos, além de fornecer bases para o 
estudo das transformações geográficas ocorridas na Terra (ARAÚJO JÚNIOR; PORPINO, 
2010). 
Dessa forma, a escolarização é reconhecida como uma potencial via de acesso aos 
conhecimentos paleontológicos, destacando-se então, a necessidade de uma inserção mais 
efetiva da Paleontologia no currículo escolar (SCHWANKE; SILVA, 2004). 
Assim como no caso de muitas disciplinas, no momento de transmissão de conteúdos 
sobre Paleontologia, alguns problemas são encontrados. Um desses está relacionado com a 
apresentação do tema, que é feita através de “inserções dispersas, fragmentadas e 
desconectadas do ciclo natural em outras disciplinas escolares, como Ciências, Geografia, 
Biologia, Química e Física” (TOLEDO et al., 2005). 
Segundo Werthein e Cunha (2005) os problemas relacionados ao ensino de Ciências 
são justificados pela falta de atualização dos professores, ficando restritos apenas a livros 
didáticos. E levando-se em consideração isso, percebe-se como o livro didático pode ser 
influenciador para o ensino de um tema específico. 
Para Araújo Júnior e Porpino (2010), os principais problemas relacionados às 
abordagens de Paleontologia no Ensino Fundamental e Médio estão ligados à utilização de 
livros didáticos inadequados e/ou falta de preparação dos professores, os quais abordam de 
forma ineficiente os conceitos da Paleontologia. Nesse sentido, percebe-se que a divulgação 
desses conteúdos é escassa, mesmo a Paleontologia sendo uma ciência extremamente 
importante para se compreender as temáticas geológicas, biológicas e ambientais 
(IZAGUIRRY et al., 2013). 
No ensino de Ciências, os livros didáticos constituem um recurso de fundamental 
importância nas escolas brasileiras, como direcionador do processo de ensino-aprendizagem 
9 
 
já que representa em alguns casos o único material de apoio didático disponível para alunos e 
professores (VIEIRA et al., 2005). 
Levando em consideração isso, análises da abordagem de temas em livros didáticos 
auxiliam os professores durante a escolha dos livros utilizados nas aulas, além de contribuir 
no aprimoramento dessas obras através do reconhecimento de possíveis erros contidos nos 
livros analisados (ARAÚJO JÚNIOR; PORPINO, 2010). 
Mendes et al.(2015), destacam a eficácia de atividades de intervenção pedagógica, 
com materiais paradidáticos para a apropriação de conhecimento no Ensino de Paleontologia, 
entre essas atividades estão: oficina de réplicas, palestras e saídas de campo e demonstração 
de fósseis. 
Todos os problemas citados afetam os alunos diretamente, além de não favorecer a 
divulgação do patrimônio paleontológico da região, muitos alunos não tem conhecimento do 
patrimônio paleontológico próximo a eles (HEIRICHI et al., 2015). É importante salientar, 
que a divulgação da Paleontologia, é uma forma de transmitir o conhecimento aos alunos e de 
integrar a comunidade com o meio científico. O conteúdo, uma vez exposto aos alunos, forma 
uma espécie de divulgação em rede, visando também à preservação e valorização desse meio 
(MENDES et al., 2015). 
 
 
3. MATERIAL E MÉTODOS 
 
A pesquisa tem caráter qualitativo, exploratório, além de constituir uma pesquisa 
bibliográfica sobre a paleontologia na educação. 
Foi escolhida uma escola (estadual), na cidade de Ponta Grossa, para realizar as 
atividades, em razão da proximidade desta com afloramentos fossilíferos.O primeiro contato 
com a escola foi solicitar autorização para entrevistar e ministrar uma palestra com os alunos, 
bem como a apresentação do projeto. Além disso, foram selecionadas duas turmas de 7° ano e 
duas de 8° ano, que participaram da pesquisa. 
A pesquisa foi realizada em duas etapas, a primeira consistiu-se na avaliação dos 
livros didáticos, onde se verificou as diferentes abordagens dos temas sobre paleontologia, 
entre eles: conceito de fósseis, processos de fossilização, importância dos fósseis e tempo 
geológico. Os trabalhos de Araújo Júnior e Porpino (2010) e Alonço e Boelter (2016) foram 
utilizados para definição dos temas a serem analisados. 
10 
 
Os livros didáticos avaliados foram os livros de 7° e 8° anos da editora Ática, editor 
Gewandsznajder (2015 b, c), utilizados na escola. 
Foi realizada a verificação dos conteúdos presentes nos livros didáticos, destacando a 
falta de algum tema ou informação e a veracidade do conteúdo. Para a análise dos conteúdos 
apresentados nos livros didáticos utilizou-se bibliografia específica sobre o tema, neste caso, 
Carvalho (2010), comparando os conteúdos dos livros didáticos com o conteúdo da 
bibliografia especifica. 
Ao final da análise, foram estabelecidos valores. A atribuição de valores e confecção 
da tabela foi baseada no trabalho de Araújo Júnior e Porpino (2010). Os valores são: 
 ausência do tema = 0 ponto; 
 abordagem superficial ou incorreta do tema = 0,5 pontos; 
 abordagem correta do tema = 1 ponto. 
Durante a segunda etapa da pesquisa foi realizada o primeiro contato com os alunos, 
onde foram aplicados questionários, como forma de diagnóstico prévio do conhecimento dos 
estudantes. O questionário continha questões sobre conhecimento básico de paleontologia, 
como definição de fósseis, material de estudo da ciência e contato com a mesma, e 
apresentava também questões relacionadas ao conhecimento sobre a ocorrência de fósseis na 
região, e contato com fósseis. 
Ao final desse encontro ministrou-se uma mini palestra para os alunos, abordando os 
termos básicos de paleontologia e dando ênfase nos fósseis encontrados na região. 
No segundo encontro, foi realizada a exposição de algumas amostras de fósseis, 
coletadas na região e fotografias de materiais utilizados em campo. No final do segundo 
encontro, um novo questionário foi aplicado, com as mesmas perguntas do primeiro 
questionário, com o objetivo de verificar o nível de conhecimentos dos alunos adquiridos após 
as atividades ministradas. 
As respostas dos questionários foram classificadas como “satisfatórias” e 
“insatisfatórias”, para as análises da sua veracidade utilizou-se o trabalho de Carvalho (2010). 
Em relação à dimensão ética deste trabalho, é importante destacar que os alunos 
participantes da pesquisa foram esclarecidos quanto aos objetivos do estudo, além de 
assinarem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, garantindo o sigilo das 
informações e anonimato. 
 
 
 
11 
 
4. RESULTADOS 
 
Participaram da pesquisa 42 alunos de 7° ano e 41 de 8° ano do ensino fundamental, 
totalizando 83 entrevistados. 
Optou-se em subdividir os resultados em três partes. Na primeira parte estão 
representados os resultados referentes aos conhecimentos dos alunos sobre Paleontologia, na 
segunda parte os resultados sobre o conhecimento da ocorrência de fósseis na região e a 
terceira parte referente às análises dos livros didáticos utilizados pela escola. 
 
4.1. CONHECIMENTOS SOBRE PALEONTOLOGIA 
Dentre os questionamentos feitos aos alunos, foram elaboradas perguntas que 
possibilitassem a análise das concepções prévias dos mesmos sobre a temática analisada. 
Verificou-se que no primeiro contato com os alunos apenas 45% (7° ano) e 41% (8° 
ano), demonstraram conhecimento prévio sobre o tema, associando Paleontologia à termos 
como “estudo de fósseis” e fósseis com “marcas, restos de seres de outro tempo geológico”, 
por exemplo. Após a realização da palestra, 84% dos alunos de 7° ano e 81% de 8° ano 
apresentaram respostas satisfatórias (Gráfico1). 
 
 
Gráfico 1: Comparativo dos resultados dos questionários quanto às percepções sobre a temática Paleontologia: 
(A) gráfico referente ao conhecimento prévio e pós-atividade verificado nos 7° anos e (B) gráfico comparando o 
conhecimento prévio e pós-atividade verificado nos 8° anos. Fonte: A autora. 
 
45% 
84% 
55% 
16% 
0% 
20% 
40% 
60% 
80% 
100% 
1° 2° 
P
o
r
c
e
n
ta
g
em
 d
e
 a
lu
n
o
s 
QUESTIONÁRIO 
7° ano 
Resposta 
Satisfatória 
Resposta 
Insatisfatória 
41% 
81% 
59% 
19% 
0% 
20% 
40% 
60% 
80% 
100% 
1° 2° 
P
o
r
c
e
n
ta
g
em
 d
e
 a
lu
n
o
s 
QUESTIONÁRIO 
8° ano 
Resposta 
Satisfatória 
Resposta 
Insatisfatória 
B A 
12 
 
Outro dado relevante é de que apenas 38% dos alunos de 7° ano e 24% dos alunos de 
8° ano reconheceram terem contato com a Paleontologia em alguma disciplina na escola 
anteriormente a essa pesquisa (Gráfico 2), e todos esses alunos associaram este acesso à 
disciplina de ciências. 
 
 
Gráfico 2 - A figura mostra o comparativo dos questionários do 7° e 8° ano sobre o estudo da Paleontologia na 
escola, anterior a esta pesquisa: (A) gráfico dos alunos do 7° ano e (B) gráfico dos alunos do 8° ano. Fonte: A 
autora. 
 
4.2.CONHECIMENTOS SOBRE A OCORRÊNCIA DE FÓSSEIS NA REGIÃO 
Em três momentos os alunos foram questionados sobre a ocorrência de fósseis 
próximos a região onde moravam. Durante a avaliação prévia dos alunos, apenas 45% dos 
alunos do 7° ano e 33% do 8° ano afirmaram possuir conhecimento sobre a ocorrência de 
fósseis em sua região. Vale ressaltar que a porcentagem verificada é relativamente baixa, visto 
que a região onde esta localizada a escola analisada, é reconhecida por seu grande conteúdo 
fossilífero, como já citado anteriormente (Gráfico 3). 
 
 
38% 
90% 
62% 
10% 
0% 
20% 
40% 
60% 
80% 
100% 
1° 2° 
P
o
r
c
e
n
ta
g
m
 d
e
 a
lu
n
o
s 
QUESTIONÁRIO 
7° ano 
SIM 
NÃO 
24% 
85% 
76% 
15% 
0% 
20% 
40% 
60% 
80% 
100% 
1° 2° 
P
o
r
c
e
n
ta
g
m
 d
e
 a
lu
n
o
s 
QUESTIONÁRIO 
8° ano 
SIM 
NÃO 
A B 
13 
 
 
Gráfico 3 - Resultados referentes ao conhecimento sobre a ocorrência de fósseis na região: (A) concepções 
prévias e pós-atividade nos 7° anos e (B) concepções prévias e pós-atividade nos 8° anos. Fonte: A autora. 
 
Além disso, os alunos também foram questionados sobre o contato que já tiveram 
com fósseis durante sua vida (através de televisão, internet, museu, entre outros), e nesse caso 
apenas 21% dos alunos de 7° e 32% de 8° ano relataram o contato em algum momento antes 
da atividade ministrada. Após a atividade, mesmo todos os alunos tento contato com fósseis 
através da exposição, não foram todos que afirmaram o contato com fósseis, sendo 86% dos 
alunos de 7° e 93% dos alunos de 8° ano (Gráfico 4). 
 
 
Gráfico 4 - Figura demonstra os resultados dos questionários quanto ao contato com fósseis: (A) Primeiro 
questionário e segundo questionário nos 7° anos e (B) Primeiro questionário e segundo questionário 8° anos. 
Fonte: A autora. 
 
45% 
98% 
55% 
2% 
0% 
20% 
40% 
60% 
80% 
100% 
1° 2° 
P
o
r
c
e
n
ta
g
em
 d
e
 A
lu
n
o
s 
QUESTIONÁRIO 
7° ano 
SIM 
NÃO 
33% 
100% 
67% 
0% 
0% 
20% 
40% 
60% 
80% 
100% 
1° 2° 
P
o
r
c
e
n
ta
g
em
 d
e
 A
lu
no
s 
QUESTIONÁRIO 
8° ano 
SIM 
NÃO 
21% 
86% 
79% 
14% 
0% 
20% 
40% 
60% 
80% 
100% 
1° 2° 
P
o
r
c
e
n
ta
g
em
 d
e
 a
lu
n
o
s 
QUESTIONÁRIO 
7° ano 
SIM 
NÃO 
32% 
93% 
68% 
7% 
0% 
20% 
40% 
60% 
80% 
100% 
1° 2° 
P
o
r
c
e
n
ta
g
em
 d
e
 a
lu
n
o
s 
QUESTIONÁRIO 
8° ano 
SIM 
NÃO 
A B 
A B 
14 
 
4.3.ANÁLISE DE LIVROS DIDÁTICOS 
Após a análise dos livros didáticos, confeccionou-se uma tabela (Tabela 1), com os 
resultados encontrados. 
O livro do 7° ano apresentava várias citações sobre o assunto Paleontologia durante o 
texto, tais como: conceitos de Fósseis e Paleontologia, tempo geológico, importância dos 
fósseis para compreensão da evolução dos seres vivos, alguns tipos de fossilização. Embora o 
livro de 7º ano apresente informações, mesmo que em alguns momentos elas estejam erradas 
ou superficiais, verificou-se que no livro de 8° ano não apresentava nenhuma citação sobre 
Paleontologia. 
 
 LIVRO 1 (7° ano) LIVRO 2 (8°ano) 
Conceito de fósseis 1 0 
Abordagem do conteúdo 1 0 
Processos de fossilização 1 0 
Abordagem do conteúdo 0,5 0 
Importância dos Fósseis 1 0 
Abordagem do conteúdo 0,5 0 
Tempo Geológico 1 0 
Abordagem do conteúdo 1 0 
TOTAL 7 0 
Tabela 1- Resultados da análise dos livros didáticos utilizados pela escola. 
Legenda: Ausência do tema = 0 ponto; Abordagem superficial incorreta do tema = 0,5 ponto; Abordagem correta 
do tema = 1 ponto. 
Fonte: Adaptado de ARAÚJO; PORPINO, 2010. 
 
 
5. DISCUSSÕES 
 
5.1. CONHECIMENTOS SOBRE PALEONTOLOGIA E OCORRÊNCIA DE FÓSSEIS NA 
REGIÃO 
Os dados obtidos através dessa pesquisa revelaram o baixo conhecimento prévio dos 
alunos em relação ao tema trabalhado. Embora tenha sido demonstrado que eles estavam 
inseridos em uma região conhecida nacionalmente por apresentar afloramentos com numeroso 
material fossíl, os mesmos demonstraram desconhecer tal fato. Porém, é relevante salientar 
que durante toda a atividade realizada na escola os alunos demonstraram-se interessados no 
tema, formulando perguntas e manifestando assim sua curiosidade. 
Durante as análises das questões relativas aos conhecimentos sobre Paleontologia 
percebeu-se que nas duas turmas, mais de 50% dos alunos apresentavam dificuldades em 
15 
 
relação á essa temática. Mendes et al. (2015), afirmam que a qualidade da formação dos 
professores de Ciências está diretamente ligada a deficiências conceituais que surgem no 
processo de ensino aprendizagem. Izaguirry et al. (2013), Fulan et al. (2014), Mendes et al. 
(2015) e Novais et al. (2015) apresentaram resultados semelhantes em seus trabalhos, quando 
os alunos eram questionados sobre a temática Paleontologia. Para esses autores a discussão 
acerca do tema pode estar sendo feita de forma superficial. 
 A maioria dos alunos (67%) que obtiveram respostas insatisfatórias no primeiro 
questionário associa o tema Paleontologia e o conceito de fósseis a dinossauros e outros temas 
que apresentam maior repercussão na mídia. Estes resultados são semelhantes aos 
encontrados nos trabalhos de Fulan et al. (2014), Novais et al. (2015) e Heirich (2015), onde a 
grande maioria dos alunos apresentava conhecimentos prévios semelhantes sobre o tema, 
associando fósseis a dinossauros, répteis grandes e ossos antigos, por exemplo. 
O contato mais comum e próximo que os alunos têm com a Paleontologia é derivado 
de filmes, novelas, programas de televisão e brinquedos, justificando as respostas associadas 
apenas com dinossauros e à falta de familiaridade com termos científicos (NOVAIS et al., 
2015). Isso pode ser corroborado ainda pelo fato da grande maioria dos alunos afirmarem a 
falta de acesso ao tema na escola. O autor afirma ainda que os alunos possuem dificuldades 
em conceituar com termos científicos e técnicos a Paleontologia, embora consigam apresentar 
conceitos de senso-comum. 
Após o desenvolvimento da palestra e da exposição de fósseis foi possível verificar 
uma melhora significativa em relação à percepção sobre conceitos de Paleontologia através 
das respostas dos alunos no segundo questionário. Entretanto, alguns pontos chamam a 
atenção, como o fato de muitos alunos ainda apresentarem dificuldades durante as definições 
dos termos Paleontologia e fósseis. 
 Segundo Mendes et al. (2015), as dificuldades dos alunos, identificadas em relação 
ao tema não podem ser resolvidas apenas por meio de atividades pontuais no processo de 
ensino aprendizagem, e sim com um conjunto de ações, elaboradas e trabalhadas 
gradualmente, as quais merecem um estudo detalhado ainda. Isso fica evidente durante a 
análise da evolução dos alunos sobre os conceitos de Paleontologia, pois, apesar da melhora 
significativa, grande parte dos alunos ainda apresenta dificuldades em relação à temática. 
Foi possível verificar que apesar da inserção dos alunos em uma região rica em 
afloramentos fossilíferos como a cidade de Ponta Grossa, muitos alunos não sabiam dessa 
ocorrência. Dados semelhantes foram verificados por Izaguirry et al. (2013), Heirich (2015), 
Mendes et al. (2015) e Novais et al. (2015) os quais também desenvolveram suas pesquisas 
16 
 
em regiões ricas em conteúdo fossilífero, onde muitos alunos afirmaram não conhecer a 
existência de fósseis nessas regiões. 
 
5.2.ANÁLISE DE LIVROS DIDÁTICOS 
Durante a avaliação dos livros didáticos utilizados pela escola, foi possível verificar 
consideráveis desigualdades entre os livros analisados, em relação à abordagem do tema 
Paleontologia. 
O livro de 7° ano analisado apresentava alguns pontos de abordagem falha, como por 
exemplo, durante a discussão dos processos de fossilização, onde apenas cita um tipo de 
processo. Assim como, no caso da importância da Paleontologia, onde é citada como sendo a 
ciência com importância apenas para a compreensão da evolução de animais. Os autores 
Morais et al. (2007), Compagnon et al. (2017) e Andrade e Monteiro (2017) também 
verificaram falhas nas abordagens do tema em suas análises. 
Contudo, o livro de 8° ano analisado em nenhum momento faz menção sobre o tema. 
Percebeu-se que o autor optou trabalhar o tema nos livros de 6° e 7° ano apenas. Ressalta-se 
que de acordo com os PCN’s (BRASIL, 1998) a temática “Paleontologia” deveria ser 
trabalhada nos livros didáticos de 8° anos também e não somente nos livros de 6° e 7° como 
escolhido pelo autor. 
Outro fato curioso, é que outros dois autores de livros didáticos de Ciências 
(BEDAQUE, 2013; CANTO, 2017), também optaram por trabalhar o conteúdo apenas nos 
livros de 6° e 7° ano. Percebe-se que esta tendência, de abordagem do tema apenas nos livros 
de 6° e 7° ano, é utilizada por diversos autores de livros didáticos de ensino fundamental, 
assim como verificado por Morais et al. (2007), através da analise da temática Paleontologia 
em diversos livros didáticos. 
Esta tendência não está errada, já que, de acordo com os PCN’s (BRASIL, 1998) o 
tema deve ser trabalhado durante o terceiro ciclo (durante o 6° ou 7° ano) do Ensino 
Fundamental. Entretanto, o mesmo documento também destaca que o tema Paleontologia 
deve ser abordado inclusivedurante o quarto ciclo (durante o 8° ou 9° ano) do Ensino 
Fundamental. 
Durante um trabalho de análise sobre Paleontologia nos PCN’s (BRASIL, 1998) e 
livros didáticos, Moraes et al. (2007) afirma que a quantificação dos conteúdos relacionados à 
Paleontologia demonstra a desvalorização destes nos livros didáticos. Entretanto, as falhas nas 
abordagens e até mesmo a inexistência do tema nos livros didáticos de quarto ciclo, estão 
17relacionadas aos próprios PCN’s que tratam o tema de forma pouco enfática, prejudicando a 
percepção da importância desta ciência. 
Além disso, de acordo com as Diretrizes Curriculares Estaduais DCEs (PARANÁ, 
2008), os temas relacionados à Paleontologia, são conteúdos específicos dentro do conteúdo 
estruturante da disciplina de Ciências, nos 6°, 7° e 8° anos, durante o estudo da origem do 
planeta, assim como, origem e evolução da vida. 
Para melhor compreensão destas orientações é importante destacar as diferenças 
entre os documentos citados, sendo os PCN’s recomendações de normas para as escolas e 
professores seguirem, cujas normas não são reforçadas por lei, além disso, apresentam 
orientações e referências curriculares. Enquanto os DCE’s são normas reforçadas por lei, para 
os professores e escolas seguirem, proporcionando metas e objetivos (MENEZES; SANTOS, 
2001). Tendo em vista isso, vale ressaltar a recomendação da temática Paleontologia no 
Ensino Fundamental nos dois documentos. 
Segundo Vieira et al. 2005, Casagrande (2006), Faria et al. (2012) e Fulan et al. 
(2014), os livros didáticos são a única fonte de conhecimento em muitas escolas, sendo que a 
grande maioria dos docentes se baseia apenas nas informações fornecidas pelos livros 
didáticos. Levando-se em consideração isto, a inexistência do conteúdo de Paleontologia nos 
livros didáticos de algumas séries pode acarretar no desconhecimento do tema pelos alunos. 
Toda a questão dos problemas relacionados ao tema encontrados nos livros didáticos 
é um fato que necessita correção, entretanto, os professores não devem elaborar suas aulas 
baseando-se apenas nos livros didáticos, e sim buscar outras fontes, como livros específicos 
do tema estudado, artigos científicos, levar alunos a museus, exposições, buscar alternativas 
com o intuito de diminuir a defasagem dos livros didáticos e assim, poder passar informações 
atualizadas. Reis et al. (2005) afirma que o professor deve buscar a atualização do conteúdo 
constantemente e tornar o aprendizado desta ciência mais atraente e dinâmico. 
Através desta atualização e também da utilização do patrimônio paleontológico da 
região (quando presente) as chances de sucesso durante o aprendizado serão muito maiores. 
 
 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Através da realização desta pesquisa foi possível verificar que, apesar da importância 
do tema Paleontologia e a inclusão do mesmo em documentos que regem o Ensino Básico nas 
18 
 
escolas brasileiras, uma parcela muito grande de alunos apresentou dificuldades iniciais 
relacionadas a conceitos básicos sobre a temática. 
Outro fato que merece destaque é a influência que os livros didáticos apresentam 
sobre o ensino-aprendizagem e as deficiências que os mesmos apresentam sobre a temática. 
Verificou-se também que, embora os alunos residam e estudem em uma região 
conhecida pelo seu patrimônio fossilífero, muitos deles desconheciam esse fato, 
demonstrando que essa informação não está sendo utilizada para contextualizar o tema. 
As dificuldades em relação a conceitos sobre o tema e também o desconhecimento 
do patrimônio paleontológico por parte dos alunos, pode ser decorrente de vários fatores, tais 
como a falta de divulgação por parte dos órgãos responsáveis da cidade, como secretarias de 
turismo e cultura, universidades, prefeitura, entre outras, pela falta de conhecimento e 
atualização dos professores da região, falta de informações ou informações erradas contidas 
nos livros didáticos, dentre outras. 
Entretanto, apesar da necessidade da adequação da abordagem da temática nos livros 
didáticos, a importância da atualização dos professores e divulgação de patrimônios 
fossilíferos locais, estes fatores por si sós, não garantem a assimilação de conhecimento pelos 
alunos. 
A busca por métodos e estratégias que tornem os conhecimentos científicos de 
Paleontologia mais chamativos aos estudantes é de grande valia, visto que, depois da 
realização da pesquisa ficou clara a contribuição de atividades diferenciadas sobre 
Paleontologia para o entendimento dos alunos. 
É importante destacar que os dados aqui levantados podem servir como referência 
sobre concepções prévias de alunos no ensino básico, entretanto por se tratar de um estudo de 
caso, de apenas uma escola, a realização de pesquisas de investigação na área de 
Paleontologia futuramente é necessária, garantindo uma maior compreensão do Ensino sobre 
a temática, a qual é extremamente importante. 
 
 
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