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Regime_de_bens

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VAMOS INICIAR O DIREITO 
PATRIMONIAL DE FAMÍLIA! 
 
COM VOCÊS: 
REGIME DE BENS 
1. CONCEITO 
• Conjunto de regras jurídicas que disciplinam as relações 
econômicas entre os cônjuges 
• A eficácia patrimonial do casamento disciplina: 
• Propriedade dos bens adquiridos; 
•Bens comuns  propriedade em mancomunhão (mão comum); 
•Bens particulares  manutenção por intermédio da sub-rogação (direta 
ou indireta) 
•Bens reservados  (a) adquiridos com o produto do trabalho da mulher 
em atividade lucrativa distinta do marido (b) antes da CF/88 (REsp 35.986-
5, j. 7/3/95, rel. Min. Waldemar Zveiter), de livre administração e 
disposição pela mulher, respeitados os limites no que diz respeito aos 
imóveis, desde que não haja estipulação diversa em pacto antenupcial 
(CC/16 246). Trata-se de instituto não recepcionado pela CF/88. 
• Disposição sobre o patrimônio; 
• Administração do patrimônio; 
• Direito de ação na preservação do patrimônio; 
• Responsabilidade sobre os bens e pelas dívidas. 
 
2. REGIME MATRIMONIAL PRIMÁRIO, ESTATUTO IMPERATIVO 
DE BASE, REGIME PRIMÁRIO OU IMPERATIVO OU ESTATUTO 
MATRIMONIAL DE BASE – (Art. 1642 – 1652) 
• Conjunto de regras que em princípio poderíamos dizer 
distintas e independentes das normas que constituem os 
regimes matrimoniais, propriamente ditos 
• LIMITA A REGER OS PROBLEMAS ORDINÁRIOS, 
QUESTÕES BÁSICAS, PRIMORDIAS, CONTIDIANAS, 
COMUNS A TODOS OS CASAIS. 
• Ex: necessidades dos cônjuges contribuírem para o 
sustento do lar, para as despesas comuns, atender 
encargos da família, manutenção da casa, compra das 
coisas necessárias à economia doméstica, sustento dos 
filhos etc. 
2.1 Espaço de autonomia  CC 1.642 e 1.643: 
1. Atos de disposição e administração necessários ao desempenho da profissão (I); 
2. Administração dos bens próprios (II); 
3. Defesa do patrimônio pelo cônjuge prejudicado e herdeiros (CC 1.642) (III a V), 
admitida a ação regressiva pelo terceiro prejudicado (CC 1.646): 
•Desobrigar ou reivindicar os imóveis gravados ou alienados (III) 
•Demandar a rescisão dos contratos de fiança e doação ou a invalidação do aval 
(IV); 
•Reivindicar os bens comuns doados ou transferidos ao concubino  Ônus da 
prova após 5 anos de separação de fato (V); 
4. Obrigar-se solidariamente independentemente de autorização (mediante compra a 
crédito ou por obtenção de empréstimo)  CC 1.643 c/c 1.644; 
5. Praticar todos os atos não vedados expressamente (VI). 
2.2 Limites à autonomia na disposição e 
administração patrimonial  CC 1.647 
1. Alienação ou gravação de ônus real de bens imóveis (I); 
2. Direito de ação tendo por objeto bem imóvel ou direito real sobre imóvel (II); 
3. Prestação de fiança ou aval (III); 
4. Doação não-remuneratória de bem comum ou que possa integrar futura meação 
(IV), salvo em favor de filhos comuns quando casarem ou estabelecerem economia 
separada. 
 
• Suprimento judicial da outorga injusta ou impossível (CC 1.648). 
• Anulabilidade do ato, pelo cônjuge ou herdeiro (CC 1.650), no prazo de 2 anos 
contado da extinção da sociedade conjugal (CC 1.649), passível de aprovação por 
instrumento público ou particular (CC 1.649, §único); 
• Administração (gestão) exclusiva  impossibilidade de exercício da 
administração do patrimônio (CC 1.651); 
• Responsabilidade pela posse dos bens particulares (CC 1.652). 
 
3. MUTABILIDADE DOS REGIMES DE 
BENS 
 Art. 1639, §2º do CC 
 
 Requisitos para a mutabilidade: 
 A) Pedido judicial 
 B) Pedido feito por ambos os cônjuges 
 C) Pedido motivado 
 C) Ressalvado direitos de terceiros 
 
 Projeto do Novo CPC 
 Art. 668. A alteração do regime de bens do casamento, 
observados os requisitos legais, poderá ser requerida, 
motivadamente, em petição assinada por ambos os cônjuges, 
na qual serão expostas as razões que justificam a alteração, 
ressalvados os direitos de terceiros 
 
4. CLASSIFICAÇÃO DOS REGIMES 
DE BENS 
• A. QUANTO À SUA ORIGEM 
• 
 A.1 CONVENCIONAL (art. 1640,único c/c CC 1.639) 
É o regime adotado pelos nubentes, antes do 
casamento. 
• Os nubentes não precisam se limitar à escolha de um 
dos regimes-tipo previstos pelo código. Eles podem 
modificar, combinar e até mesmo criar um sistema 
totalmente atípico. 
• Havendo a escolha de regime diverso da comunhão 
parcial, a opção deverá ser feita mediante escritura 
pública (pacto antenupcial). 
 
 
 
 
OS REGIMES-TIPO SÃO 
 
Comunhão 
Parcial 
Comunhão 
Universal 
Separação 
de 
bens 
Participação 
Final 
nos 
Aquestos 
Regime 
Personalizado 
O PACTO ANTENUPCIAL 
• A escolha do regime de bens é feita através do pacto 
antenupcial 
 
 
 
 
 
• Há caducidade do PACTO ANTENUPCIAL? 
• No CC não há nenhuma norma que trate da caducidade. 
 
• Ao redigir o contrato atenção para o Art. 1655 do CC - é NULA 
a cláusula que contravenha disposição absoluta de lei. 
 
• Diferente do contrato de convivência o PACTO ANTENUPCIAL 
pode ser registrado no Registro de Imóveis e, assim, ganha 
eficácia perante terceiros – Art. 1657, CC 
 
• A capacidade exigível para a celebração do contrato pré-nupcial 
corresponde à requerida para o casamento: habilis ad nuptias, 
habilis ad pacta nupticalia. Quem pode casar, pode outorgar 
pacto antenupcial. 
 
A.2 LEGAL – a lei determina 
 
 A.2.1 Supletivo – Art. 1640, CC 
 
Regime supletivo, preferido pela lei. É o regime 
secundário aplicável quando: 
• (a) a lei não impõe regime obrigatório; 
• (b) não há convenção (pacto antenupcial) 
definindo regime diverso ou; 
• (c) havendo convenção (pacto antenupcial), 
esta for nula ou ineficaz. 
 
 
 A.2.2 Cogente (obrigatório) – Art. 1641, 
CC 
 
• Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no 
casamento: 
• I – das pessoas que o contraírem com inobservância das 
causas suspensivas da celebração do casamento;  CC 
1.523 
• II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos;  
• III – de todos os que dependerem, para casar, de suprimento 
judicial. 
• Súm. 377-STF  comunhão de aquestos (separação legal ou 
relativa X convencional ou absoluta) 
 
• B. QUANTO AO CONTEÚDO 
 
 
Comunhão Parcial de Bens (CC 1.658 – 1.662) 
Comunhão Universal de Bens (CC 1.667 – 1.669) 
Gestão patrimonial na Comunhão de Bens 
Participação Final nos Aquestos 
Cálculo do montante dos aquestos (exemplo) 
Cônjuge X (em valores atualizados ao tempo da cessação da 
convivência) 
 Compensação (exemplo) 
50 
Cônjuge X 
 
Cônjuge Y 
 
100 
150 
100 
75 
75 
50 
50 
Aquestos onerosos de X: 150 
Aquestos onerosos de Y: 100 (-) 
Saldo: 50 : 2 = 
25 
 
X deve uma participação de 25 a Y. 
Patrimôni
o 
anterior 
Patrimôni
o anterior 
Aquestos 
onerosos Aquestos 
onerosos 
 Compensação (exemplo 2) 
50 
Cônjuge X 
 
Cônjuge Y 
 
25 
50 
150 
25 
25 
75 
75 
Aquestos onerosos de Y: 150 
Aquestos onerosos de X: 50 (-) 
Saldo: 100 : 2 = 
50 
 
Y deve uma participação de 50 a X. 
Patrimôni
o anterior 
Patrimôni
o anterior 
Aquestos 
onerosos 
Aquestos 
onerosos 
50 Excluídos

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