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o conceito de cultura

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FICHAMENTO DE LEITURA
Nome e matrícula: Bianca Eduarda do Nascimento Almeida
Disciplina: Antropologia Jurídica 
Identificação do texto: Flávio Silva de Oliveira. O CONCEITO DE CULTURA DE FRANZ BOAS E SUA OPOSIÇÃO HISTORICISTA AO EVOLUCIONISMO CULTURAL DO SÉCULO XIX.
Tese central do texto: Revolução quanto ao conceito de cultura.
Ideias secundárias: Franz Boas entra com uma tese de critica a criação de um conceito de cultura que estão em vigor, com uma atenção especial para a teoria da evolucionista. Boas apresenta um conceito de cultura também fundamentado historicamente, todavia convergente a de evolucionismo cultural. Apresenta a ideia de vários autores no conceito de cultura tais como Voltaire, Kant ou Condorcet estes que acreditam em uma atividade crescente do ser humano em rumo de um estado ideal. Em determinando momento Tylor determina como cultura todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, lei, costumes e quaisquer outras capacidades e hábitos que os homens tenham. Tylor acredita simplicidade inerente á cultura, derivando-se sempre da relação simétrica e linear entre cauda e efeito, desta forma se averigua os graus de evolução localizados sobre o conceito abstrato e vasto de “Cultura”. De acordo com ele os historiadores não mostram apenas a sucessão dos conhecimentos, mas também uma ligação interna entre as leis que governam a sua relação. De forma que uma elaboração histórica oriente o trabalho dos etnógrafos neste momento. Apartir deste dado momento se compreende então a luta de Boas em relação a sua discordância a esta teoria do conceito de evolução cultural, já que com o novo conceito de historia particularmente, Boas se guia ao questionamento antropológico de raça, como se vera a definição de cultura em busca de manter uma forte resistência as filosofias da historia como um instrumento utilizado para a investigação antropológico-cientifica. Tendo um foco histórico no individualismo, porem isto não significa que o historicismo elimine completamente a busca por generalidades. Aplica-se e então um conceito quanto as individualidades em detrimento as coletividades. O historicismo para Boas se utiliza para uma reavaliação do progresso na pesquisa antropológico. Utilizando como ponto de partida para o seu embate ao evolucionismo o texto as limitações do método comparativo da antropologia (1896), em confronto com os fundamentos de evolução por conta das ideias universais. A metafisica do homem cuja a identidade ou similares culturais provando de maneira irrefutável o funcionamento uniforme da mente humana. De forma que Boas se oriente por meio do historicista que se incomodava com as repressões das individualidades culturais que operam a teoria do evolucionismo. Os princípios de Boas em concordância com os conceitos historicistas em critica ao conceito de cultura evolucionista e ao conceito de raça. Causando uma verdadeira renovação do conceito de cultura abandonando a singularidade em virtude do plural. A cultura passa a significar que todos os povos concebem sentidos de sua experiências coletivas. 
Citações: “No cerne do pioneirismo da teoria evolucionista estava a elaboração de leis do desenvolvimento humano. Tal como ocorrera em outras ciências, a formulação de princípios gerais (necessários e universais).” (Página 02).
“Se bem possa haver uma ‘degeneração’, na qual o progresso ‘evolucionário’ sofre recuos, a tendência dos ‘organismos’ culturais ou sociais é ascendente, do ‘simples’ para o complexo ou ‘heterogêneo” (Página 02).
“Assim definida, a teoria evolucionista do século XIX pode ser compreendida como uma espécie de grande narrativa ou uma teoria do “progresso” – ou para usar um termo caro aos historiadores, uma filosofia da história.” (Página 02).
“aplicavam por analogia à cultura e à sociedade a mesma linha geral de pensamento que Darwin havia postulado em sua Origem das Espécies (1859) para a evolução orgânica” (Página 02)
“É nesse período que afloram as ideias de evolução e progresso da humanidade. “Pensadores como Voltaire, Kant ou Condorcet acreditavam num movimento ascendente da humanidade em direção a um Estado ideal”.” (Página 03).
“Desde então, como ressalta Koselleck, o espaço de experiência moderno se tornou fértil para o surgimento de um conceito coletivo singular de história que designava a somatória das histórias individuais como uma espécie de compêndio de todas as realizações culturais humanas no tempo.” (Página 03).
“A definição de cultura elaborada por Edward Tylor em A ciência da cultura (1871) me parece sintomático no que tange ao comprometimento do evolucionismo para com os pressupostos metafísico-teleológicos das filosofias da história modernas e com a categoria de progresso a elas subjacente. Tylor define cultura como “aquele todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, lei, costume e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem” (TYLOR, 2009, p. 69).” (Página 03).
“Há, para Tylor, uma uniformidade imanente à cultura, sempre derivada da relação simétrica e linear entre causa e efeito; assim tornando possível a constatação de graus ou estágios de evolução que se acomodam sob o conceito abstrato e mais abrangente de “Cultura”.” ( Página 03).
“Eles “esforçaram-se para extrair princípios gerais da ação humana e, através deles, explicar eventos particulares, afirmando expressamente, ou tomando tacitamente como um dado, a existência de uma filosofia da história” (TYLOR, 2009, p. 73).” (Página 03).
“Era, portanto, uma concepção especulativa de história que orientava o trabalho dos etnólogos daquele momento.” (Página 04).
“ em favor de um novo conceito de história que se difundira por meio do Historicismo, a saber: um conceito de história sem telos, empírico, particularista. Boas, ao deslocar o questionamento antropológico da noção de raça, como veremos, em direção à de cultura (e uma redefinição radical deste), buscava operar uma forte resistência às filosofias da história que ainda forneciam o instrumental teórico para a investigação antropológico-científica.” (Página 05).
“Percebe-se então a aplicação do conceito de individualidade às coletividades: frente ao pensamento universalista metafísico-teleológico cuja ideia fundamental buscava atestar a possibilidade de se estabelecer uma tábua dos valores universais humanos, o historicismo concebia que tudo o que existe o é senão no tempo e possui valor único” (Página 06).
“O historicismo, nesse sentido, distanciava-se da formulação epistemológica iluminista generalizadora ao sublinhar a importância do dinamismo particular imanente aos fenômenos históricos e culturais.” (Página 07).
“O historicismo serviu a Boas, nesse sentido, de aporte para uma reavaliação profunda do ideal de progresso imbricado na pesquisa antropológica.” ( Página 07). 
Comentários: O texto apresenta uma nova forma conceitual em relação a cultura da visão de Boas. Em contraposição ele não considera que a cultura seja evolucionista e nem de raça. Utilizando-se do historicismo para a sua elaboração do novo conceito de cultura e tal abandona o modo singular de cultura se voltando para o pluralismo.

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