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Escola Superior de Tecnologia Unidade Departamental de Engenharias Licenciatura em Engenharia Química e Bioquímica Engenharia Enzimática Professora Drª Dina Mateus Métodos de Imobilização de biocatalisadores Determinação das constantes cinéticas na atividade de invertase em células de Sacharomyces bayanus livres e imobilizadas Relatório elaborador por: Ana Emídio nº 20215 Mª Inês Emídio nº 19896 Tomar, janeiro/2019 I Resumo Na execução do presente trabalho laboratorial, primeiramente, foram demonstrados métodos de imobilização de células e enzimas. O método demonstrado foi por oclusão em gel, nomeadamente em alginato. Na segunda parte do trabalho, foram determinados os parâmetros cinéticos da reação de hidrólise da sacarose, pela ação da enzima invertase, segundo a cinética de Michaelis-Menten. Foram usadas como fonte da enzima células da levedura Sacharomyces bayanus, quer em estado livre e quer em estado imobilizado (primeira parte do trabalho). A execução deu-se com recurso a reatores com temperatura controlada, utilizando-se diferentes concentrações de sacarose, sempre com adição de células da levedura. Extraíram-se amostras em determinados momentos da reação que foram posteriormente analisadas no espectrofotómetro. Determinaram-se as concentrações de frutose e glucose para cada extração, aferindo-se assim, as velocidades da reação para cada momento. Determinadas as velocidades da reação para cada instante de tempo, recorreu-se à linearização de Lineweaver-Burk e determinaram-se os parâmetros cinéticos. Para as células livres o valor de vmáx determinado foi de 0,013489 g/(L.min) e KM de 10,489262 g/L. Já para as células imobilizadas, vmáxi obteve valor de 0,012474 g/(L.min) e KMi de 16,576026 g/L. Índice 1. Introdução Teórica ................................................................................................ 1 2. Parte Experimental ................................................................................................ 4 2.1. Imobilização de enzimas por oclusão em gel .................................................. 4 2.2. Determinação das constantes cinéticas ........................................................... 4 2.2.1. Ensaios com células livres ......................................................................... 4 2.2.2. Ensaios com células imobilizadas .............................................................. 5 3. Resultados e Discussão.......................................................................................... 6 3.1. Ensaios com células livres ............................................................................. 6 3.2. Ensaios com células imobilizadas ................................................................ 14 3.3. Cálculo Fator de Efetividade Global ............................................................ 22 4. Conclusão ........................................................................................................... 24 5. Bibliografia ......................................................................................................... 25 1 1. Introdução Teórica As enzimas são biocatalisadores de natureza proteica que participam nas reações químicas que ocorrem nos seres vivos. Os biocatalisadores são também eficientes do ponto de vista energético pois operaram a temperaturas e pressões moderadas, bem como gamas moderadas de valores de pH (Cabral, Aires Barros, & Gama, 2003). Uma enzima catalisa uma reação química sem se consumir e sem alterar o equilíbrio químico característico dessa reação. Esta, atua diminuindo a energia de ativação da reação de forma a que a reação ocorra mais rapidamente. A sua atuação pode ser demonstrada na forma de um gráfico: Figura 1: Modo de atuação de um biocatalisador Os biocatalisadores apresentam elevado grau de especificidade, uma vez que, cada tipo de enzima catalisa reações especificas. Porém, a sua utilização nas mais diversas indústrias é cada vez mais frequente. A enzima invertase, presente nos seres vivos, é responsável pela hidrólise da sacarose como mostra a reação: Figura 2: Reação de hidrólise da sacarose pela enzima invertase As células da levedura Sacharomyces bayanus servem de fonte para a enzima invertase. 2 A cinética das reações enzimáticas pode ser descrita pela equação de Michaelis- Menten: Figura 3: Equação de Michaelis-Menten Onde v0 representa a velocidade inicial da reação, S0 a concentração inicial de substrato, vmax e KM são constantes cinéticas. A representação gráfica da equação de Michaelis-Menten pode ser: Figura 4: Representação gráfica da equação de Michaelis-Menten As constantes vmáx e KM podem ser determinadas através da medição das velocidades iniciais da reação a diferentes concentrações de substrato (Mateus, 2019). Frequentemente, recorre-se à representação gráfica de Lineweaver-Burk que resulta da linearização da equação de Michaelis-Menten, onde 1/v0 é função de 1/S0. Esta representação tem a seguinte forma: Figura 5: Representação gráfica de Lineweaver-Burk 3 Na grande maioria das aplicações industriais os biocatalisadores são utilizados na forma imobilizada (Mateus, 2019). A imobilização de catalisadores biológicos consiste no seu confinamento a uma região restrita (biorreator), garantindo a retenção da atividade catalítica e assegurando a sua possibilidade de utilização de forma repetida ou contínua (Cabral, Aires Barros, & Gama, 2003). A utilização de biocatalizadores imobilizados tem demonstrado ser eficaz para obtenção de elevados níveis de atividade catalítica (expressa em unidades mássicas ou molares), especificidade elevada e redução de ocorrência de reações secundárias. O método de imobilização em gel consiste no aprisionamento das células ou moléculas de enzima nas malhas de uma matriz polimérica, insolúvel em água (Mateus, 2019). Habitualmente, o modelo cinético de Michaelis-Menten é também aplicado a catalisadores biológicos imobilizados: Figura 6: Equação de Michaelis-Menten para biocatalisadores imobilizados Onde vmáxi e KMi representam as constantes cinéticas da enzima imobilizada. Conhecidos os valores das constantes, segue-se o cálculo de um fator de efetividade global para o sistema imobilizados. O fator de efetividade global é representado pela letra e reflete os efeitos da transferência de massa externa e interna (Mateus, 2019). Figura 7: Equação para cálculo fator de efetividade global 4 2. Parte Experimental 2.1. Imobilização de enzimas por oclusão em gel Neste método, as enzimas (ou células) são incorporadas numa solução aquosa de alginato de sódio, à qual se adiciona seguidamente a uma solução de iões cálcio, provocando assim, a gelificação do alginato por troca de iões sódio e cálcio. 2.2. Determinação das constantes cinéticas 2.2.1. Ensaios com células livres 2.2.1.1. Reagentes Utilizou-se uma solução de reagente DNS já preparado. Utilizou-se soluções de sacarose de concentrações conhecidas de 5, 10, 20, 30, 40, 60, 100 e 200 g/L em tampão acetato a pH 7,5. Como fonte da enzima utilizou-se uma suspensão de células da levedura de Sacharomyces bayanus a 2% (p/v). 2.2.1.2. Materiais Na medição rigorosa de volumes foram utilizadas micropipetas automáticas da Jencons Sealpette,Accupet Pro e Labsystems. De forma a garantir temperatura constante no interior do reator, utilizou-se banho termostatizado da marca Grant W38. Para dar início ao procedimento, as soluções teriam de atingir uma dada temperatura de reação e, para tal, utilizou-se a placa de aquecimento LABINCO. Para homogeneizar as soluções antes da leitura no espectrofotómetro, utilizou-se o vórtice da marca Heidolph REAX. Para leitura das absorvâncias, utilizou-se o espectrofotómetro da marca DR LANGE. Utilizou-se material de vidro corrente de laboratório. 2.2.1.3. Procedimento Uma vez que não foram preparadas soluções, seguiu-se o protocolo. 5 2.2.2. Ensaios com células imobilizadas 2.2.2.1. Reagentes Utilizou-se uma solução de reagente DNS já preparado. Utilizou-se soluções de sacarose de concentrações conhecidas de 10, 20, 40, 60, 80, 100, 150 e 200 g/L em tampão acetato a pH 7,5. Como fonte da enzima, imobilizada utilizou-se uma suspensão de células da levedura Sacharomyces bayanus a 2% (p/v), imobilizada por oclusão em gel de alginato. 2.2.2.2. Materiais Na medição rigorosa de volumes foram utilizadas micropipetas automáticas da Jencons Sealpette, Accupet Pro e Labsystems. De forma a garantir temperatura constante no interior do reator, utilizou-se banho termostatizado da marca Grant W38. Para dar início ao procedimento, de forma a que as soluções atingissem a temperatura de reação, utilizou-se a placa de aquecimento LABINCO. Para homogeneizar as soluções antes da leitura no espectrofotómetro, utilizou-se o vórtice da marca Heidolph REAX. Na leitura das absorvâncias, utilizou-se o espectrofotómetro da marca DR LANGE. Utilizou-se material de vidro corrente de laboratório. 2.2.2.3. Procedimento Uma vez que não foram preparadas soluções, seguiu-se o protocolo. 6 3. Resultados e Discussão 3.1. Ensaios com células livres A reação de hidrólise da sacarose foi conduzida a 45ºC. As soluções de substrato foram preparadas em tampão acetato com pH 7,5. Os valores das absorvâncias medidas a 540 nm no espectrofotómetro estão representadas na seguinte tabela: Tabela 1: Abs a 540 nm Nota: * 7 minutos ** 1,34 minutos *** 5,20 minutos - Não foi registado qualquer valor Conhecidos os valores das absorvâncias, seguem-se os cálculos das concentrações de glucose e frutose. Para tal, recorre-se à reta de calibração da glucose que pode ser extraída do seguinte gráfico (Mateus, 2019): Concentração Sacarose (g/L) Tempo (minutos) 0 1 2 3 4 5 5 0,000 0,003 0,003 -0,003 0,003 0,007* 10 0,040 0,057** 0,049 0,061 0,070 0,080 20 0,026 0,055 0,076 0,052 0,064 0,071*** 30 0,001 0,022 0,018 0,022 0,024 0,036 40 0,038 - 0,091 - 0,091 0,010 60 0,039 0,067 0,071 0,085 0,093 0,103 80 0,056 0,083 0,045 0,102 0,121 0,132 100 0,047 0,077 0,092 0,108 0,110 0,134 200 0,057 0,088 0,118 0,115 0,117 0,127 Abs a 540 nm 7 Gráfico 1: Reta de calibração da glucose A equação da reta de calibração da glucose é expressa pela expressão: y = 1,8099𝑥 + 0,0418 (1) Onde y representa a concentração de glucose em g/L e x o valor da absorvância a 540nm. Assim, as concentrações de glucose e frutose estão representadas na seguinte tabela: Tabela 2: Concentração de glucose e frutose em g/L Concentração Sacarose (g/L) Tempo (minutos) 0 1 2 3 4 5 5 0,04180 0,04723 0,04723 0,03637 0,04723 0,05447* 10 0,11420 0,14496** 0,13049 0,15220 0,16849 0,18659 20 0,08886 0,14134 0,17935 0,13591 0,15763 0,17030*** 30 0,04361 0,08162 0,07438 0,08162 0,08524 0,10696 40 0,11058 0,20650 0,20650 0,23003 60 0,11239 0,16306 0,17030 0,19564 0,21012 0,22822 80 0,14315 0,19202 0,12325 0,22641 0,26080 0,28071 100 0,12687 0,18116 0,20831 0,23727 0,24089 0,28433 200 0,14496 0,20107 0,25537 0,24994 0,25356 0,27166 Concentração Glucose e Frutose (g/L) 8 Nota: * 7 minutos ** 1,34 minutos *** 5,20 minutos - Não foi registado qualquer valor Seguem-se as representações gráficas da variação da concentração de glucose e sacarose ao longo do tempo, para a determinação das velocidades da reação para cada concentração de sacarose: Gráfico 2: Variação da concentração ao longo do tempo no meio 5 g/L de sacarose Gráfico 3: Variação da concentração ao longo do tempo no meio 10 g/L de sacarose y = 0,0019x + 0,0431 R² = 0,7262 0,00 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0 1 2 3 4 5 6 C o n ce n tr aç ão ( g /L ) Tempo (minutos) 5 g/L Sacarose Série1 Série2 Linear (Série1) y = 0,0136x + 0,1147 R² = 0,9105 0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16 0,18 0,20 0 1 2 3 4 5 6 C o n ce n tr aç ão ( g /L ) Tempo (minutos) 10 g/L Sacarose Série1 Linear (Série1) 9 Gráfico 4: Variação da concentração ao longo do tempo no meio 20 g/L de sacarose Gráfico 5: Variação da concentração ao longo do tempo no meio 30 g/L de sacarose Gráfico 6: Variação da concentração ao longo do tempo no meio 40 g/L de sacarose y = 0,0161x + 0,0892 R² = 0,9933 0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16 0,18 0,20 0 1 2 3 4 5 6 C o n ce n tr aç ão ( g /L ) Tempo (minutos) 20 g/L Sacarose Série1 Série2 Linear (Série1) y = 0,0116x + 0,0458 R² = 0,9556 0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0 1 2 3 4 5 6 C o n ce n tr aç ão ( g /L ) Tempo (minutos) 30 g/L Sacarose Série1 Série2 Linear (Série1) y = 0,0215x + 0,1294 R² = 0,8054 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0 1 2 3 4 5 6 C o n ce n tr aç ão ( g /L ) Tempo (minutos) 40 g/L Sacarose Série1 Linear (Série1) 10 Gráfico 7: Variação da concentração ao longo do tempo no meio 60 g/L de sacarose Gráfico 8: Variação da concentração ao longo do tempo no meio 80 g/L de sacarose Gráfico 9: Variação da concentração ao longo do tempo no meio 100 g/L de sacarose y = 0,0213x + 0,1267 R² = 0,9423 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0 1 2 3 4 5 6 C o n ce n tr aç ão ( g /L ) Tempo (minutos) 60 g/L Sacarose Série1 Linear (Série1) y = 0,0262x + 0,1526 R² = 0,9746 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0 1 2 3 4 5 6 C o n ce n tr aç ão ( g /L ) Tempo (minutos) 80 g/L Sacarose Série1 Série2 Linear (Série1) y = 0,0284x + 0,142 R² = 0,9495 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0 1 2 3 4 5 6 C o n ce n tr aç ão ( g /L ) Tempo (minutos) 100 g/L Sacarose Série1 Linear (Série1) 11 Gráfico 10: Variação da concentração ao longo do tempo no meio 200 g/L de sacarose Uma vez que, a reação apresenta dois produtos, glucose e frutose, é necessário dividir o declive por dois para determinar a velocidade da reação. Tal é possível, devido à massa molar da glucose e da frutose ser igual e de se encontrarem na mesma proporção. Assim, as velocidades da reação são apresentadas na seguinte tabela: Concentração do meio Declives Velocidade 5 0,0019 0,00095 10 0,0136 0,0068 20 0,0161 0,00805 30 0,0116 0,0058 40 0,0215 0,01075 60 0,0213 0,01065 80 0,0262 0,0131 100 0,0284 0,0142 200 0,0237 0,01185 Tabela 3: Velocidades da reação y = 0,0237x + 0,1625 R² = 0,9153 0,000,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0 1 2 3 4 5 6 C o n ce n tr aç ão ( g /L ) Tempo (minutos) 200 g/L Sacarose Série1 Série2 Linear (Série1) 12 Determinadas as velocidades da reação, é possível aplicar a linearização de Lineweaver-Burk. Os parâmetros necessários para a linearização estão na seguinte tabela: Concentração meio (S) 1/S Velocidade (v) 1/v 5 0,2 0,00095 1052,6316 10 0,1 0,0068 147,0588 20 0,05 0,00805 124,2236 30 0,033333 0,0058 172,4138 40 0,025 0,01075 93,0233 60 0,016667 0,01065 93,8967 80 0,0125 0,0131 76,3359 100 0,01 0,0142 70,4225 200 0,005 0,01185 84,3882 Tabela 4: Parâmetros linearização Lineweaver-Burk Obtém-se, portanto, o seguinte gráfico para a linearização: Gráfico 11: Linearização de Lineweaver-Burk y = 777,59x + 74,132 R² = 0,9067 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0 160,0 180,0 200,0 0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12 1 /v 1/S Linearização Lineweaver-Burk Série1 Série2 Linear (Série1) 13 Pela análise do gráfico, determinaram-se as constantes cinéticas da reação: KM/vmáx 777,59 1/vmáx 74,132 Vmáx (g/(L.min)) 0,013489 KM (g/L) 10,489262 Tabela 5: Constantes cinéticas da reação Determinadas as constantes, é possível traçar o gráfico correspondente à cinética de Michaelis-Mentes para a reação de hidrólise da sacarose pela ação da invertase. Gráfico 12: Cinética de Michaelis-Menten A relação entre a velocidade inicial da reação e o aumento da concentração aumenta, mas não de forma linear. Esta, tende a estabilizar com recurso a soluções com maior concentração de enzima. Tal é verificado pela cinética de Michaelis-Menten, como demonstrado graficamente, confirmando o sucesso da atividade experimental. • Cálculo da atividade especifica da enzima: 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑎 = 𝑔 𝑠𝑢𝑏𝑠𝑡𝑟𝑎𝑡𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 𝑔 𝑐é𝑙𝑢𝑙𝑎𝑠 x min 0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012 0,014 0,016 0 50 100 150 200 250 v S Cinética de Michaelis-Menten 14 vmáx = 0,013489 g/(L.min) Ce = 2% (p/v) 2 g -------- 100 mL x g -------- 1000 mL x = 20 g/L 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑎 = 0,013489 𝑔/(𝐿.min) 20 𝑔/𝐿 x min = 0,00067445 3.2. Ensaios com células imobilizadas A reação de hidrólise da sacarose foi conduzida a 45ºC. As soluções de substrato foram preparadas em tampão acetato com pH 7,5. Os valores das absorvâncias medidas a 540 nm no espectrofotómetro estão representadas na seguinte tabela: Tabela 6: Abs a 540 nm Concentração Sacarose (g/L) Tempo (minutos) 0 3 6 9 12 15 10 0,068 0,094 0,121 (I) 0,135 (II) 0,137 (III) 0,152 20 0,061 0,082 0,105 0,108 0,155 0,186 (IV) 40 0,100 0,110 0,19 (V) 0,242 (VI) 0,174 0,155 (VII) 60 0,181 0,172 0,184 (VIII) 0,250 0,277 0,344 80 0,286 0,067 0,112 0,220 0,253 0,269 100 0,133 0,124 0,223 0,198 0,325 0,390 150 0,186 0,186 (IX) 0,236 (X) 0,292 (XI) 0,34 (XII) 0,393 (XIII) 200 0,135 0,129 0,201 (XIV) 0,258 (XV) 0,285 0,367 (XVI) Abs 540 nm 15 Nota: I – 6,66 minutos VIII – 6,96 minutos II – 9,96 minutos IX – 3,96 minutos III – 12,58 minutos. X – 6,96 minutos IV – 15,36 minutos XI – 9,96 minutos V – 6,3 minutos XII – 12,96 minutos VI – 9,28 minutos XIII – 15,96 minutos VII – 15,36 minutos XIV – 15,36 minutos Conhecidos os valores das absorvâncias, seguem-se os cálculos das concentrações de glucose e frutose. Para tal, recorre-se à novamente reta de calibração da glucose, gráfio 1. A equação da reta de calibração da glucose é expressa pela expressão: y = 1,8099𝑥 + 0,0418 (1) Onde y representa a concentração de glucose em g/L e x o valor da absorvância a 540nm. Assim, as concentrações de glucose e frutose estão representadas na seguinte tabela: Tabela 7: Concentração glucose e frutose (g/L) Concentração Sacarose (g/L) Tempo (minutos) 0 3 6 9 12 15 10 0,16487 0,21193 0,26080 (I) 0,28614 II 0,28976 III 0,31690 20 0,15220 0,19021 0,23184 0,23727 0,32233 0,37844IV 40 0,22279 0,24089 0,38568 V 0,47980 VI 0,35672 0,32233 VII 60 0,36939 0,35310 0,37482 VIII 0,49428 0,54314 0,66441 80 0,55943 0,16306 0,24451 0,43998 0,49970 0,52866 100 0,28252 0,26623 0,44541 0,40016 0,63002 0,74766 150 0,37844 0,37844 0,46894 X 0,57029 XI 0,65717 XII 0,75309 XIII 200 0,28614 0,27528 0,40559 XIV 0,50875 XV 0,55762 0,70603 XVI Concentração glucose e frutose (g/L) 16 Nota: I – 6,66 minutos VIII – 6,96 minutos II – 9,96 minutos IX – 3,96 minutos III – 12,58 minutos. X – 6,96 minutos IV – 15,36 minutos XI – 9,96 minutos V – 6,3 minutos XII – 12,96 minutos VI – 9,28 minutos XIII – 15,96 minutos VII – 15,36 minutos XIV – 15,36 minutos Seguem-se as representações gráficas, para da variação da concentração de glucose e sacarose ao longo do tempo, de forma a se determinarem as velocidades da reação para cada concentração de sacarose: Gráfico 14: Variação da concentração ao longo do tempo no meio 10 g/L de sacarose y = 0,0096x + 0,1794 R² = 0,9498 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0 5 10 15 20 C o n ce n tr aç ão ( g /L ) Tempo (minutos) 10 g/L Sacarose Série1 Linear (Série1) 17 Gráfico 15: Variação da concentração ao longo do tempo no meio 20 g/L de sacarose Gráfico 16: Variação da concentração ao longo do tempo no meio 40 g/L de sacarose Gráfico 17: Variação da concentração ao longo do tempo no meio 60 g/L de sacarose y = 0,0144x + 0,1433 R² = 0,9547 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40 0 5 10 15 20 C o n ce n tr aç ão ( g /L ) Tempo (minutos) 20 g/L Sacarose Série1 Linear (Série1) y = 0,0128x + 0,2336 R² = 0,6442 0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0 5 10 15 20 C o n ce n tr aç ão ( g /L ) Tempo (minutos) 40 g/L Sacarose Série1 Série2 Linear (Série1) y = 0,0203x + 0,3108 R² = 0,8394 0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0 5 10 15 20 C o n ce n tr aç ão ( g /L ) Tempo (minutos) 60 g/L Sacarose Série1 Linear (Série1) 18 Gráfico 18: Variação da concentração ao longo do tempo no meio 80 g/L de sacarose Gráfico 19: Variação da concentração ao longo do tempo no meio 100 g/L de sacarose Gráfico 20: Variação da concentração ao longo do tempo no meio 150 g/L de sacarose y = 0,0329x + 0,0793 R² = 0,9237 0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0 5 10 15 20 C o n ce n tr aç ão ( g /L ) Tempo (minutos) 80 g/L Sacarose Série1 Série2 Linear (Série1) y = 0,0321x + 0,2212 R² = 0,8805 0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0 5 10 15 20 C o n ce n tr aç ão ( g /L ) Tempo (minutos) 100 g/L Sacarose Série1 Linear (Série1) y = 0,0253x + 0,3245 R² = 0,9426 0,00 0,100,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0 5 10 15 20 C o n ce n tr aç ão ( g /L ) Tempo (minutos) 150 g/L Sacarose Série1 Linear (Série1) 19 Gráfico 21: Variação da concentração ao longo do tempo no meio 200 g/L de sacarose Uma vez que, a reação apresenta dois produtos, glucose e frutose, é necessário dividir o declive por dois para determinar a velocidade da reação. Tal é possível, devido à massa molar da glucose e da frutose ser igual e de se encontrarem na mesma proporção. Assim, as velocidades da reação são apresentadas na seguinte tabela: Concentração do meio Declives Velocidade 10 0,0096 0,0048 20 0,0144 0,0072 40 0,0128 0,0064 60 0,0203 0,01015 80 0,0329 0,01645 100 0,0321 0,01605 150 0,0253 0,01265 200 0,0285 0,01425 Tabela 8: Velocidades da reação Determinadas as velocidades da reação, é possível aplicar a linearização de Lineweaver- Burk. y = 0,0285x + 0,2338 R² = 0,9525 0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0 5 10 15 20 C o n ce n tr aç ão ( g /L ) Tempo (minutos) 200 g/L Sacarose Série1 Linear (Série1) 20 Os parâmetros necessários para a linearização estão na seguinte tabela: Concentração meio (S) 1/S Velocidade (v) 1/v 10 0,1 0,0048 208,3333 20 0,05 0,0072 138,8889 40 0,025 0,0064 156,25 60 0,016667 0,01015 98,5222 80 0,0125 0,01645 60,7903 100 0,01 0,01605 62,3053 150 0,00667 0,01265 79,0514 200 0,005 0,01425 70,1754 Tabela 9: Parâmetros linearização Lineweaver-Burk Obtém-se, portanto, o seguinte gráfico para a linearização: Gráfico 22: Linearização Lineweaver-Burk y = 1328,9x + 80,17 R² = 0,8342 0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0 0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12 1 /v 1/S Linearização Lineweaver-Burk Série1 Série2 Linear (Série1) 21 Pela análise do gráfico, determinaram-se as constantes cinéticas da reação: KMi/vmáxi 1328,9 1/vmáxi 80,17 Vmáxi (g/(L.min)) 0,012474 KMi (g/L) 16,576026 Tabela 10: Constantes cinéticas da reação Determinadas as constantes, é possível traçar o gráfico correspondente à cinética de Michaelis-Mentes para a reação de hidrólise da sacarose pela ação da invertase. Gráfico 23: Cinética de Michaelis-Menten A relação entre a velocidade inicial da reação e o aumento da concentração aumenta, mas não de forma linear. Esta, tende a estabilizar com recurso a soluções com maior concentração da enzima. Tal é verificado pela cinética de Michaelis-Menten, como demonstrado graficamente, confirmando o sucesso da atividade experimental. Porém, pela análise do gráfico podem observar-se desvios em certos pontos experimentais, devidos a erros de execução do operador ou possíveis mal funcionamentos dos aparelhos. • Cálculo da atividade especifica da enzima: 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑎 = 𝑔 𝑠𝑢𝑏𝑠𝑡𝑟𝑎𝑡𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 𝑔 𝑐é𝑙𝑢𝑙𝑎𝑠 x min 0,000 0,002 0,004 0,006 0,008 0,010 0,012 0,014 0,016 0,018 0 50 100 150 200 250 v S Cinética de Michaelis-Menten 22 vmáxi = 0,012474 g/(L.min) Ce = 2% (p/v) 2 g -------- 100 mL x g -------- 1000 mL x = 20 g/L 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑎 = 0,012474 𝑔/(𝐿.min) 20 𝑔/𝐿 x min = 0,0006237 3.3. Cálculo Fator de Efetividade Global A expressão que permite calcular o fator de efetividade global é: (2) Assim, os valores das velocidades, quer para células livres quer para imobilizadas e respetivo cálculo do fator de efetividade global, utilizando a expressão 2, são apresentados na seguinte tabela: 23 Tabela 11: Fator de efetividade global É necessário salientar que o fator de efetividade global apresenta, para algumas concentrações de sacarose, valores superiores a 1. Isto acontece devido à ocorrência erros experimentais, uma vez que o fator de efetividade global, teoricamente, está compreendido entre 0 – 1. Concentração meio (g/L) Velocidade C. Livres (g/L) Velocidade C. Imobilizadas (g/L) 10 0,0068 0,0048 0,70588235 20 0,00805 0,0072 0,89440994 40 0,01075 0,0064 0,59534884 60 0,01065 0,01015 0,95305164 80 0,0131 0,01645 1,25572519 100 0,0142 0,01605 1,13028169 200 0,01185 0,01425 1,20253165 24 4. Conclusão A relação entre a velocidade inicial da reação e o aumento da concentração aumenta, mas não de forma linear. Esta, tende a estabilizar com recurso a soluções com maior concentração da enzima. Tal é verificado pela cinética de Michaelis-Menten, que em ambos os ensaios, foi comprovado. Comparativamente, a velocidade máxima para a enzima na forma livre tende a ser superior à velocidade máxima para a enzima imobilizada. Obtiveram-se os valores de vmáx para as células livres 0,013489 g/(L.min) e de 0,012474 g/(L.min) para as células imobilizadas. Já para a constante KM, obteve-se o valor de 10,489262 g/L para as células livres e de 16,576026 g/L para as células imobilizadas. Estes resultados estão de acordo com o esperado, ainda que com ocorrência de erros experimentais. A velocidade máxima é superior para células livres pois, a enzima na sua forma livre, está mais disponível para se ligar ao substrato e formar produtos do que na forma imobilizada. A utilização de enzimas na forma imobilizada, ainda que apresente vantagens, vem com a possibilidade de ocorrência de efeitos de transferência de massa, conformacionais e de partição. A escolha do tipo de células a utilizar dependerá de vários fatores e terá de ser feita uma análise/estudo sobre possíveis vantagens e desvantagens de forma a ser escolhido o tipo indicado ao processo. 25 5. Bibliografia 1) Cabral, J., Aires Barros, M. e Gama, M. (2003). Engenharia Enzimática. Lisboa: Lidel – Edições Técnicas 2) Mareus, D. (0). Sebentas de Engenharia Enzimática. Acedido em ... em www.e- learning.ipt.pt
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