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67 GE O - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 2 1/ 03 /2 01 6 CARTOGRAFIA TEMÁTICA: TÉCNICAS E PROJEÇÕES Unidade III 7 EXEMPLOS DE REPRESENTAÇÕES TEMÁTICAS Observe a figura a seguir, cujas setas indicam movimentos migratórios ocorridos no Brasil. Figura 34 As direções das setas indicam um movimento migratório ocorrido por fenômenos específicos de um momento histórico da ocupação do território brasileiro. A dinâmica migratória representada ocorreu após a década de 1980 do século XX, em função da incorporação de novas fronteiras agrícolas e pecuárias nas regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil. As modernas técnicas cartográficas e de sensoriamento remoto permitiram realizar levantamentos mais detalhados sobre as características fisiográficas (geologia, relevo, solo, hidrografia, clima e vegetação) do Brasil. No final da década de 1980, o professor Jurandyr Ross, do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo, propôs uma divisão mais detalhada do relevo brasileiro do que as anteriores, sobre o relevo e as unidades estruturais do território nacional, representados na figura a seguir. Os planaltos e as chapadas da Bacia Sedimentar do Paraná englobam terrenos sedimentares e de rochas vulcânicas, e o seu contato com as depressões circundantes é feito por meio do talude continental. 68 GE O - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 2 1/ 03 /2 01 6 Unidade III Após o Projeto Radam-Brasil, datado dos anos 1990, coordenado pelo Prof. Jurandyr Ross, houve alteração na classificação do relevo, como podemos observar no mapa: Legenda Planaltos Planícies Depressões Em bacias sedimentares Em estruturas sedimentares Em estruturas cristalinas Em estruturas sedimentares recentes Em estruturas cristalinas e dobradas antigas Figura 35 Por sua vez, o mapa a seguir representa focos de incêndio ocorridos nas regiões Sudeste e Centro-Sul do Brasil, onde as queimadas são constantes, principalmente para o plantio da cana-de-açúcar e para a produção de etanol: Figura 36 69 GE O - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 2 1/ 03 /2 01 6 CARTOGRAFIA TEMÁTICA: TÉCNICAS E PROJEÇÕES Situação crítica pode ser vista ao sul da Amazônia Legal (expandida para o Norte de Mato Grosso e para o Oeste do Estado do Maranhão), área geográfica criada por lei federal que inclui o espaço dominado pela Floresta Amazônica sob a jurisdição do Governo Federal e que corresponde ao limite de expansão da fronteira agropecuária, incorporando domínios naturais do ecossistema amazônico e, ao mesmo tempo, contribuindo para sua destruição, com a ocorrência de queimadas. Correia (2016) destaca dados fundamentais sobre o assunto. Na porção setentrional da Amazônia, no Estado de Roraima, em janeiro de 2016, o Estado registrou 17,5 mil focos de queimadas, com forte estiagem; o número tem se elevado. Os dados são do Sistema de Informações Geográficas e Banco de Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A área mais crítica da Amazônia encontra-se na região conhecida como “Arco de Fogo”; o cenário é caótico. Outro grave problema ligado ao desmatamento refere-se ao risco de disseminação de doenças. A Revista Fapesp de dezembro de 2015 publicou uma matéria abordando o tema das políticas para gerenciamento da malária na Amazônia, considerando o desmatamento na região. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) realizou um levantamento acerca do impacto da devastação da floresta e sua relação com a saúde pública. A análise publicada em outubro de 2015 relacionou 773 municípios da Amazônia Legal entre os anos de 2004 e 2012, constatando que, a cada 1% de floresta devastada ao ano, corresponderiam 23% de aumento nos casos de malária, além da incidência de leishmaniose, que cresceu entre 8% e 9%. O estudo não detectou impactos sobre doenças como sarampo, diarreia, dengue e males respiratórios. Saiba mais O estudo feito pelo biólogo Nilo Saccaro Júnior e pelos economistas Lucas Mation e Patrícia Sakowski não investigou como o desequilíbrio leva ao aumento de algumas doenças, e não de outras, mas sugere que características dos vetores possam explicar a diferença. Para saber mais, acesse: AS DOENÇAS do desmatamento. Pesquisa Fapesp, São Paulo, ed. 238, dez. 2015. Disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp.br/2015/12/15/as- doencas-do-desmatamento/>. Acesso em: 10 mar. 2016. A economia rural brasileira avança gradativamente na direção de práticas agrícolas modernas, envolvendo a utilização de adubos, a conservação dos solos, e a assistência técnica, o que vai implicar certa renovação do campo, em que persistem contradições inerentes à sociedade nacional e se observa a apropriação monopolista da terra, além da difusão desigual do manejo promovido pela modernização agrícola, como pode ser verificado nos mapas: 70 GE O - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 2 1/ 03 /2 01 6 Unidade III A B Figura 37 – Práticas agrícolas modernas A seguir, o gráfico mostra o percentual de áreas ocupadas, segundo o tipo de propriedade rural no Brasil, no ano de 2006. Observamos que os imóveis improdutivos são predominantes em relação às demais formas de ocupação da terra no âmbito nacional e na maior parte das regiões. Segundo dados disponíveis na Revista de Economia e Sociologia Rural (NASCIMENTO; SAES; ZYBERSZTAJND, 2010), a estatística das áreas ocupadas pelos imóveis rurais está demonstrada no gráfico a seguir: 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro- Oeste Minifúndio 7,5 5,3 14,3 9,0 14,5 2,0 Imóveis improdutivos 63,8 82,6 69,7 48,4 38,3 63,5 Imóveis produtivos 28,7 12,1 16,0 42,6 47,2 34,5 Figura 38 – Área ocupada pelos imóveis rurais Entre 1800 e 1850, a cafeicultura expandiu-se pelo vale do Paraíba a partir do Rio de Janeiro. Nos 40 anos seguintes, ela avança pelo interior paulista na região dominada pela depressão periférica da borda leste da bacia do Paraná. A partir de 1900, o café prossegue sua marcha em direção à porção ocidental do estado de São Paulo, atingindo o vale do Rio Paraná. Em meados do século XX, todo o extremo oeste paulista e parte expressiva do noroeste paranaense já haviam se inserido nessa produção. 71 GE O - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 2 1/ 03 /2 01 6 CARTOGRAFIA TEMÁTICA: TÉCNICAS E PROJEÇÕES O mapa seguinte apresenta um importante fator natural relacionado à expansão da cafeicultura descrita anteriormente; trata-se do solo “terra roxa” originada pelos derrames basálticos ocorridos na Era Mesozoica, com a decorrente formação de solos férteis. Figura 39 O solo terra roxa é formado pela decomposição de rochas vulcânicas como o basalto e o diabásio; muito fértil, é encontrado principalmente no centro-sul do Brasil, e manchas em outras áreas do território. Lembrete Anamorfose é a técnica cartográfica que tem como particularidade deformar a imagem de acordo com o fenômeno representado, comparando grandezas. 7.1 A água em distintos momentos Figura 40 Sabemos do elevado compartilhamento hídrico verificado diante da escassez que se apresenta no planeta, o que nos leva a acreditar em possíveis disputas futuras por acesso ou posse do recurso. 72 GE O - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 2 1/ 03 /2 01 6 Unidade III Daí surge o questionamento: “Será que podemos falar em ‘guerras por água’?”. Sim, de acordo com alguns autores.Os historiadores têm um debate sobre a questão da dicotomia ou do embate entre vencedores e vencidos, no que concerne ao meio ambiente e à disputa por áreas ou recursos, como o hídrico. Podemos inclusive compará-la à questão do armamentismo, como algo que ocorre à revelia de todos, uma guerra quase inevitável, que promove instabilidade de natureza política e moral. A guerra por água tem seu exemplo no Oriente Médio. Um exemplo do elevado compartilhamento hídrico encontra-se na figura a seguir: A B C Figura 41 As imagens feitas por satélites apresentam a Depressão Absoluta do Mar Morto, que recebe as águas do Rio Jordão, cuja nascente se encontra nas colinas de Golã (na Síria), manancial disputado entre Israel e Jordânia e que ainda envolve a questão entre Síria e Israel, decorrente da ocupação verificada na Guerra dos Seis Dias em 1967, momento em que Israel tomou essa área de manancial hídrico, em território sírio, questão não resolvida até o presente. Exemplos de situações de conflitos Porém, existem acordos que, devido à resistência entre os contendores, buscam soluções por meios diplomáticos, embora as situações continuem tensas. Entre os acordos, podemos mencionar: 73 GE O - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 2 1/ 03 /2 01 6 CARTOGRAFIA TEMÁTICA: TÉCNICAS E PROJEÇÕES • Rio Mekong, envolvendo os países Camboja, Laos, Tailândia, Vietnã – Comitê Mekong. • Rio Jordão, envolvendo Israel e Jordânia – Tratado de Paz, de 1994. • Rio Indo, envolvendo Paquistão e Índia – Comissão do Rio Indo (desde 1960). • Rio Nilo, envolvendo Egito, Etiópia, Eritreia, Sudão, Sudão do Sul, Uganda, Ruanda, Burundi, República Democrática do Congo, Quênia, Tanzânia – Iniciativa da Bacia do Nilo (1999). • Em 2010, novo acordo entre Etiópia e Quênia, Ruanda, Uganda, Tanzânia e Burundi. Egito e Sudão discordam do texto proposto. Apresentamos a seguir uma pesquisa realizada acerca da questão da água e seu comprometimento quanto à ocorrência de conflitos: Pesquisadores da Universidade Estadual do Oregon constataram a respeito de disputas globais pela água que: • apesar do potencial para disputas, a taxa de cooperação supera a incidência de conflitos graves por recursos hídricos; • apesar dos discursos inflamados, as ações são brandas. Observaram ainda que, em termos de relações entre povos e países, embora não cause violência, a água tanto pode suscitar atitudes hostis quanto pode unir. A questão dos aquíferos, por exemplo, estabelece a relação fronteiriça entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai; quanto à sua ocorrência, o maior problema encontra-se no comprometimento desse importante manancial hídrico, quando a água aflora e é contaminada pelo uso de agrotóxicos e outros implementos para produção agrícola. 7.2 Outros temas polêmicos Há diversos temas complexos para serem destacados, entre eles: • a seca que configurou o Egito; • a seca que desfigura a Califórnia; • a seca no sertão do Nordeste; • a agricultura no Vale do São Francisco; • o Projeto da Transposição do Rio São Francisco. Exemplos geográficos utilizados pela cartografia em representações após utilização das imagens aéreas. 74 GE O - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 2 1/ 03 /2 01 6 Unidade III Destacaremos a seguir algumas imagens para ilustrar os temas apresentados. Figura 42 – Seca no Egito: vista do deserto do Saara, no norte do Níger Figura 43 – Polígono das secas 75 GE O - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 2 1/ 03 /2 01 6 CARTOGRAFIA TEMÁTICA: TÉCNICAS E PROJEÇÕES Figura 44 – O burro, o jegue e o jumento são importantes no transporte de cargas do Nordeste, com destaque para o Sertão Lembrete O sertão do Nordeste sofre com a estiagem decorrente da irregularidade na distribuição pluviométrica, com o seu volume reduzido, a forte evaporação, o que compromete a sobrevivência humana e a produção econômica. O estresse hídrico, como no caso do Brasil, pode ser interpretado nos mapas da disponibilidade de água no país. 76 GE O - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 2 1/ 03 /2 01 6 Unidade III Vazão média (L/s/km2) Disponibilidade da água (m3 per capita e por ano) 52,6 7,6 Muito fraca (menos de 500) Fraca (de 500 para 1.000) Média (de 1.000 para 2.000) Normal (de 2.000 para 10.000) Forte (de 10.000 para 100.000) Muito forte (mais de 100.000) Figura 45 – Disponibilidade de água A irrigação no campo, como é praticada no Vale do Rio São Francisco, tem por finalidade reverter o quadro dramático do Sertão, com tecnologia moderna, destaca-se na produção de frutas que têm por destino, principalmente, mercados externos. As grandes barragens implantadas em áreas de desnível atingem um grande número de pessoas por conta da inundação das áreas onde vivem e trabalham, além disso, a formação desses lagos altera o microclima. Ainda outro grave problema decorrente de causas naturais e também as antrópicas é o processo de desertificação. 77 GE O - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 2 1/ 03 /2 01 6 CARTOGRAFIA TEMÁTICA: TÉCNICAS E PROJEÇÕES Causas da desertificação A desertificação se manifesta por meio de: • redução da biomassa (aumento do solo nu); • elevação do albedo (índice da refração solar); • agravamento da erosão e empobrecimento do solo; • voçorocamento das encostas e assoreamento dos vales e rios. O processo de desertificação tem causas diversas; cada deserto tem suas especificidades em termos de relevo, biodiversidade, entre outros. No caso do deserto de Atacama, do Norte do Chile, a diversidade de características é muito grande, incluindo vulcões ativos, águas termais (Termas de Mamiña), biodiversidade variada, áreas de mineração (a maior mina de cobre a céu aberto do mundo: Chuquicamata), museu de arqueologia e uma biodiversidade que nos surpreende. Entre os fatores que contribuem para o processo de desertificação, mencionamos os seguintes: • pressão demográfica; • pressão sobre os recursos, com destruição dos ecossistemas; • anomalias do comportamento climático, resultando em mudanças significativas na distribuição espacial e temporal da precipitação. Outro problema decorrente de fator natural associado à ação antrópica, que podemos utilizar em cartografia temática e representar, relaciona-se às enchentes. Um exemplo desse tipo de evento pode ser dado pelas mudanças acontecidas com as várzeas paulistanas. Por muito tempo, as várzeas paulistanas foram usadas como se fossem quintais, servindo de terrenos baldios, transformados pelas crianças em áreas de lazer, em campinhos de futebol; durante as cheias, esses improvisados campos ficavam literalmente alagados. Mas os tempos mudaram, a verticalização e o processo de impermeabilização da superfície mudaram a paisagem, a água na época das chuvas, devido ao maior volume hídrico, tem problema de vazão, resultando nas enchentes. Também contribuíram para esse fato a retificação e a construção das vias marginais, intensificando o processo de impermeabilização dos solos, ampliando as enchentes. Mas, voltemos à questão do abastecimento ou desabastecimento da água para a população. Como justificar que um país que possui um dos maiores percentuais hídricos do planeta enfrente esse tipo de problema? 78 GE O - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 2 1/ 03 /2 01 6 Unidade III Quais seriam suas causas? Se o Brasil é considerado um dos maiorespotenciais hídricos do planeta, como justificar a falta de água? Como explicar que os excessos promovam grandes catástrofes? Questão de gerenciamento? Uso inadequado? Falta de saneamento básico adequado e galerias pluviais? Podemos dizer que é a somatória desses fatores. Ainda com relação às chuvas e desastres ambientais, podemos mencionar o deslizamento ou escorregamento de encostas e vertentes de morros. Esses deslizamentos ou escorregamentos de terra geram grandes catástrofes. Podemos dizer que muitas vezes o problema é verificado pela ocupação irregular de encostas ou às margens de córregos, o que compromete o escoamento pluvial que, associado ao descobrimento do solo, contribui para os escorregamentos de terra e decorrentes eventos desastrosos, como o ocorrido no Morro do Bumba, em Niterói (RJ). Um problema muito grave que atinge a população: a qualidade hídrica para consumo humano e dessedentação animal. Trata-se de um debate multidisciplinar e interdisciplinar – uma forma de contextualização dentro das representações da cartografia temática. A qualidade de vida e as condições de saúde pública dependem de satisfatórias condições de saneamento básico. 7.3 A disponibilidade de água doce Em estudos hidrológicos, constata-se a existência incontestável ainda de grandes reservas hídricas no Planeta Terra, mas a sua distribuição é irregular, contemplando algumas áreas, em detrimento de outras, o que fatalmente compromete o abastecimento. Também temos de considerar a quantidade de população usuária que deverá receber o recurso, além das formas de distribuição. Outro grande problema refere-se à qualidade desse recurso hídrico, se há uma satisfatória potabilidade dele. 79 GE O - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 2 1/ 03 /2 01 6 CARTOGRAFIA TEMÁTICA: TÉCNICAS E PROJEÇÕES Disponibilidade de água doce em m3 por pessoa e por ano, em 2005 menos de 1.000 (penúria) de 1.000 a 1.700 (estresse hídrico) de 1.000 a 2.500 (fragilidade) de 2.500 a 5.000 de 5.000 a 15.000 de 15.000 a 50.000 mais de 50.000 Figura 46 Podemos concluir a irregular distribuição do recurso hídrico pelo planeta; poderíamos classificar a situação do Brasil como confortável, embora existam os problemas relativos à gestão do recurso. A potabilidade da água é muito significativa para a saúde pública. O saneamento básico e a qualidade da água quanto à potabilidade são imprescindíveis para garantir satisfatórias condições em saúde pública. Movimentação de placas tectônicas e ocorrência de terremotos podem ser observadas no mapa a seguir: 80 GE O - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 2 1/ 03 /2 01 6 Unidade III Direção das placas Limite das placas tectônicas Vulcões ativos Figura 47 Desde a Antiguidade até a Época Helênica e durante a Idade Média (em algumas culturas até hoje) se conferiu aos terremotos, como a todos os fenômenos cuja causa se desconhecia, uma explicação mística. Os filósofos da antiga Grécia foram os primeiros a aventar causas naturais aos terremotos, no entanto, durante o período medieval, explicações desse tipo foram formalmente proibidas por serem consideradas heréticas, e a única causa aceita na Europa era a da cólera divina. Somente em princípios do século XVII é que se voltou a especular acerca das causas naturais de tais fenômenos. Adaptado de: Nava (2003, p. 24-5). O texto menciona mudanças, da Antiguidade até o início de século XVII, na explicação de fenômenos naturais. Hoje também é preciso considerar que as consequências dos terremotos não depende só de sua magnitude, mas também do grau de desenvolvimento social e econômico dos locais onde ocorrem, como foi possível observar nos terremotos do Haiti, do Chile e do Japão, entre 2010 e 2011. Ao identificarmos e explicarmos as mudanças que, no contexto intelectual do século XVII, contribuíram para que os terremotos e outros fenômenos naturais deixassem de ser vistos apenas como fenômenos místicos, podemos afirmar que no século XVII, como resultado do movimento renascentista (sobretudo o Renascimento Científico), consolidou-se uma nova mentalidade baseada no racionalismo e na investigação científica dos fenômenos da natureza. Como exemplos significativos dessa mudança intelectual, podemos citar os pensadores Kepler, Galileu, Isaac Newton e o filósofo René Descartes, também matemático e sistematizador do pensamento racional e do método dedutivo que substituiu o dogmatismo e o misticismo que reinavam em épocas anteriores. 81 GE O - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 2 1/ 03 /2 01 6 CARTOGRAFIA TEMÁTICA: TÉCNICAS E PROJEÇÕES Quando citamos os eventos ocorridos com graus de magnitudes diferentes em países como Haiti, Chile e Japão, devemos considerar as condições materiais e socioeconômicas de cada um deles e a maneira como se recuperaram em termos de espaço de tempo, em decorrência dessas mesmas condições. A figura a seguir destaca as destinos aéreos nacionais: Figura 48 Saiba mais Saiba mais a respeito de rotas aéreas internacionais que monitoram o tráfego de aviões acessando: <www.radarvirtuel.com>. 82 GE O - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 2 1/ 03 /2 01 6 Unidade III Figura 49 – Portos marítimos e fluviais Saiba mais Para saber mais a respeito do tema, acesse: <www.marinetraffic.com>. Com suas especificidades, também apresentamos o mapa que evidencia a Zona Polar Ártica. Figura 50 – Zona Polar Ártica 83 GE O - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 2 1/ 03 /2 01 6 CARTOGRAFIA TEMÁTICA: TÉCNICAS E PROJEÇÕES A Região Ártica compreende o conjunto de terras e mares que se estende do Círculo Polar Ártico (66º 32’ 30’’ Norte) ao Polo Norte, o que inclui também o extremo norte da Rússia (Sibéria), Ilhas Canadenses, o Alasca dos Estados Unidos, a Escandinávia (Lapônia), a Groenlândia (possessão da Dinamarca) e o país Islândia. As águas permanecem congeladas a maior parte do ano, derretendo nas suas bordas durante o verão. A sua estrutura geológica é formada por planícies (Siberiana e Canadense) e planaltos antigos (Lapônia e Urais); o solo permanentemente congelado (permafrost) e processo de erosão (solifluxão). Na Groenlândia, a banquisa (grandes blocos de gelo) libera os icebergs que são escoados pela corrente fria do Labrador. O clima polar apresenta verões de curta duração com cerca de 10 ºC e pode chegar até -60 ºC. A vegetação dominante é a tundra, constituída por musgos e liquens, em áreas mais úmidas, pode apresentar árvores de pequeno porte. Em termos ambientais, a região Ártica, bem como a Antártida, estariam sofrendo alterações e, em decorrência disso, a exposição de terras ou de águas, que antes não eram aproveitadas para fins econômicos, agora passariam a ser, como na região Ártica, para a navegação, a pesca ou a exploração de recursos minerais ou fontes de energia, como o petróleo. Em termos ambientais, esse fato constitui- se em objeto de crítica e até mesmo indignação dos defensores ambientais, uma vez que tais espaços também se constituiriam em ponto de discórdia ou disputas entre países do seu entorno e, acima de tudo, seriam evidências de alterações ambientais em decorrência do aquecimento global. Como pudemos verificar no mapa, a cartografia contribui para localizar essas ocorrências. “Assim, com a perspectiva do desaparecimento das geleiras no Polo Norte, grandes reservas de petróleo e minérios, até então, (sic) inacessíveis, poderão ser exploradas. E já atiçam a cobiça das potências”(KOPP, 2007). 8 AS FOTOGRAFIAS AÉREAS E SUA UTILIZAÇÃO PELA CARTOGRAFIA Em cartografia, a obtenção de dados qualitativos e quantitativos torna-se significativa em diversas áreas de estudos, oferecendo à fotogrametria certas vantagens, principalmente em trabalhos de campo. Podemos dizer, segundo a American Society of Photogrametry, que ela é uma arte, ciência e tecnologia que nos permite obter informações acerca de fenômenos físicos e de meio ambiente, mais precisas e confiáveis em processos de registro, medição e interpretação de imagens mediante o uso de energia eletromagnética irradiada (WOLF, 1983). Distintas áreas do conhecimento aplicam os conhecimentos de fotogrametria, salientando-se as representações sob a forma de mapas de solos, florestais, estruturas geológicas, climatologia, demografia ou populacional, produção agrária, além, no caso da Geografia, da elaboração de mapas topográficos, temáticos, entre outros. Em termos práticos, os órgãos públicos, na área de tributação, campanhas de saúde pública, cadastramento de propriedades, podem fazer uso de fotos, além de projetos ambientais e de planejamento rural e urbano. 84 GE O - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 2 1/ 03 /2 01 6 Unidade III Observação A fotogrametria pode ser dividida em duas modalidades: a fotogrametria denominada métrica (que realiza medidas computacionais para estabelecer formas e tamanhos dos objetos estudados) e a interpretativa, que reconhece e identifica os objetos investigados. Podemos ainda classificar, de acordo com o tipo de câmara, em fotogrametria terrestre (estações fixas) com eixo de câmara horizontal; fotogrametria aérea (estações móveis: avião, ultraleve ou balão) com eixo de câmara vertical ou inclinado, denominada de fotogrametria espacial (estações móveis externas à atmosfera terrestre ou câmaras balísticas, fixas na superfície terrestre ou ainda a partir da Lua). Quanto ao tipo de tratamento que é dado às fotos aéreas, podemos mencionar a forma numérica (transformação da imagem em mapa feita por computador por via matemática) e digital (a restituição fotogramétrica é realizada pelo computador e tanto a foto quanto o mapa podem ser armazenados em meio magnético na forma de imagem). O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) desenvolve o primeiro satélite de alta complexidade no país Seu nome: Amazônia 1, cuja função será monitorar recursos naturais no combate ao desmatamento. A expectativa é lançá-lo em 2018, ele foi projetado e está sendo construído no Brasil, nos laboratórios do Inpe, sua função é observar a Terra, será lançado a partir de uma plataforma de multimissão (PMM) em uma órbita de 750 quilômetros, passando pelo território brasileiro a cada cinco dias. Sua capacidade de câmara é de fazer imagens em uma faixa de 850 quilômetros de largura, monitorando zonas costeiras, recursos hidrográficos, safras agrícolas e desmatamento. Em dezembro de 2015, foram realizados testes térmicos com êxito, uma vez que ele enfrentará condições extremas no espaço, de radiação a temperaturas rigorosas entre -80 ºC (noite) e + 80 ºC , diurno. Adaptado de: Vasconcelos (2016, p. 71-3). Saiba mais Para saber mais informações sobre o artigo anterior, acesse: VASCONCELOS, Y. Um satélite brasileiro. Revista Fapesp, São Paulo, ed. 239, jan. 2016. Disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp.br/2016/01/12/ um-satelite-brasileiro/>. Acesso em: 9 mar. 2016. 85 GE O - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 2 1/ 03 /2 01 6 CARTOGRAFIA TEMÁTICA: TÉCNICAS E PROJEÇÕES 8.1 Geoprocessamento Corresponde àquelas tecnologias destinadas à coleta e ao tratamento de dados espaciais com processos específicos, compondo os denominados Sistemas de Informação Geográfica (SIG). Seu uso está associado ao processamento de dados referenciados geograficamente, ou também denominados de georreferenciados, a fim de gerar mapas, relatórios, arquivos digitais, que serão objetos de análise e manipulação. O sistema SIG é aplicado como ferramenta para produção de mapas, suporte de análise espacial de fenômenos e banco de dados geográficos com função de armazenamento; permite ainda realizar análises espaciais (com localização de coordenadas em um mapa). O SIG apresenta mecanismos de processamento de dados espaciais (entrada, edição, análise, visualização e saída). O Sistema SIG apresenta alguns componentes: interface com o usuário, entrada e integração de dados, funções de processamento gráfico e de imagens, visualização e plotagem, armazenamento e recuperação de dados (banco de dados geográficos). Os mapas temáticos contemplam as regiões geográficas definidas por um ou mais polígonos, como os mapas de produção agrícola ou tipos de solos; eles armazenam sob a forma de arcos os limites entre regiões, incluindo os pontos de interseção para montar uma representação topológica e definição da região; a área que corresponde ao mapa é dividida em células de tamanho fixo, e cada uma das células terá um valor correspondente ao tema mais frequente naquela localização; essa é a forma matricial (raster). Quanto à aplicação, o geoprocessamento permite realizar projetos de análise espacial sobre regiões de pequeno e médio porte, como os de impacto ambiental, traçado ferroviário, implantação de uma usina hidrelétrica, que requerem flexibilidade e abrangência, para dados em pequena quantidade. Outro uso seria relativo aos inventários espaciais abrangendo grandes áreas, realizados por levantamentos sistemáticos como os do Inpe, para rastrear e mapear desmatamento na Amazônia, ou seja, áreas muito amplas. O Sistema SIG pode ser caracterizado pela seguinte divisão: • primeira geração: sistemas de operações gráficas e análise sobre arquivos, regiões de pequeno e médio porte; • segunda geração: opera com banco de dados não convencional, e os dados têm atributos descritivos e representação geométrica; • terceira geração: banco de dados compartilhado por um conjunto de instituições, acessível de maneira remota com o armazenamento de dados geográficos, inclusive com aparato multimídia, com dado-síntese sob a forma de mapas em escala, acesso por interfaces via internet, garantindo interatividade. 86 GE O - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 2 1/ 03 /2 01 6 Unidade III Saiba mais Os dados apresentados foram pesquisados no site do Inpe, no tutorial: INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS (Inpe). Divisão de Processamento de Imagens (DPI). Manuais: tutoria de geoprocessamento. [s.d.]. Disponível em: <http://www.dpi.inpe.br/spring/portugues/tutorial/ introducao_geo.html>. Acesso em: 8 mar. 2016. 8.2 Web arte e as cartografias digitais A web arte permite que transitemos por territórios específicos e também pelos virtuais. A cartografia toma aspectos investigativos, estabelecendo relações com os lugares do entorno sobre questões diversas. A atração que os mapas exercem sobre artistas e outros públicos sempre foi notória ao longo dos tempos, ao representar espaços geográficos. Eles nos permitem “ver o mundo“ com outros olhos, envolvendo aspectos técnicos e científicos. O uso da cartografia na web arte destaca soluções mais criativas, relativas ao passado, com visualizações satelitais, disponíveis on-line, como o uso do Google Maps e o Sistema de Posicionamento Global (Global Position System – GPS), bem como todo tipo de mídia que permite interagir com a Internet. Assim, dispositivos cartográficos passam a ser utilizados por artistas para configurar territórios e compor obras que só existem em espaços virtuais, em projetos como: Zone Interdite (zonas militares do mundo) e Artsatbr (permiteo envio pelos usuários de imagens, vídeos, sons e textos sobre a situação do Planeta Terra e do meio ambiente, inclusive de queimadas). São ícones que permitem ao usuário navegar inclusive em tempo real, visualizando imagens de satélites. Saiba mais Leia o artigo de Ana Maria Bulhões: BULHÕES, M. A. Web arte e cartografias digitais. Agencia Iberoamericana para la difusión de la ciência y la tecnologia (DiCYT). [s.d.]. Disponível em: <http://www.dicyt.com/noticia/web-arte-e-cartografias-digitais>. Acesso em: 9 mar. 2016. 87 GE O - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 2 1/ 03 /2 01 6 CARTOGRAFIA TEMÁTICA: TÉCNICAS E PROJEÇÕES 8.3 Sensoriamento remoto: uma nova ferramenta para mapeamento O uso de satélites para obtenção de imagens tornou-se uma importante ferramenta cartográfica. Os satélites possuem sensores capazes de captar e registrar o comprimento de onda, refletido por determinado alvo que esteja na superfície terrestre, o que é denominado, nesse tipo de captação de imagem, de “assinatura espectral”. Assim que as bandas são ativadas e que correspondem ao comprimento de onda do espectro eletromagnético, os dados captados pelo sensor se convertem em imagem, posteriormente corrigida e interpretada. O resultado devido à obtenção de imagens que tenham uma resolução maior, principalmente em áreas a serem mapeadas com maiores extensões, é que o sensoriamento remoto se prestou como um destacável instrumental, como técnica para elaboração de mapas, e superou em uso, a aerofotogrametria, considerada de custo mais elevado. No entanto, as fotos aéreas ainda são destacadas para obtenção de medidas mais precisas no terreno. O Brasil tem parceria com a China quanto à recepção de imagens por satélite, com satélites desenvolvidos aqui em nosso país, os CBERS, os quais fornecem imagens gratuitas com resolução de até três metros. Eles contam com o satélite estadunidense Landsat e o indiano IRS, garantindo os diversos estudos e o monitoramento da Amazônia. Quanto à aplicação, o sensoriamento remoto permite: • reconhecimento de áreas com a mesma assinatura espectral; • classificação dos elementos da paisagem para mapeamento (solo, vegetação, recursos de subsolo, cidades); • o processo de classificação utiliza-se do pixel (menor elemento para exibição de imagem); • epidemiologia da paisagem (para detectar incidência de doenças), conhecendo as exigências ambientais, prevendo riscos e epidemias, modelando os riscos; • alterações hidrotermais para captação de jazidas minerais. Saiba mais Para saber mais sobre o tema, acesse: INGUI. D. Sensoriamento remoto: a nova era do mapeamento terrestre. Com Ciência, Campinas, 10 nov. 2010. Disponível em: <http://www. comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=61&id=771&print=true>. Acesso em: 9 mar. 2016. 88 GE O - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 2 1/ 03 /2 01 6 Unidade III Observação O Satellite pour l’Observation de la Terre (Spot) é um conjunto de três satélites em operação na órbita terrestre utilizados para estudos ecológicos da paisagem. O sensor SPOT vem com quatro bandas na faixa multiespectral – verde, vermelho, infravermelho próximo e infravermelho médio, que têm a capacidade de gerar imagens com distintas características e resoluções (BULHÕES, 2010). O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) utiliza as técnicas de sensoriamento remoto para mapear a cobertura vegetal do cerrado, que, segundo as observações efetuadas, já teve uma porcentagem em torno de 48% de desmatamento (até 2008), principalmente ao norte do bioma, o que corresponde à área inserida no território da Amazônia Legal. São áreas antropizadas para utilização em pastagens e cultivos agrícolas. 8.4 O sentido dos outros, os lugares e a cartografia temática O sentido dos outros é estudado pela Antropologia; a abordagem é essencialmente cultural em termos de identidade, nos reportamos a essa temática abordada por Marc Augé em sua obra O sentido dos outros (1999), na qual fala sobre o domínio individual (da família, do grupo social) e sobre o domínio coletivo institucional (a sociedade, o Estado). A relação que estabelecemos com a Geografia e com a cartografia temática é relativa aos lugares, não qualquer lugar, mas “o lugar antropológico, relativo ao lugar de origem do indivíduo, o lugar da identidade partilhada, o lugar comum àqueles que, ao habitá-los juntos, são identificados como tais por aqueles que nele o habitam” (AUGÉ, 1999, p. 134). Ressaltamos que existe um perigo ao abordar de maneira culturalista a sociedade, uma vez que ela esconde diferenças e tensões diversas. Se a “tradição antropológica ligou a questão da alteridade (ou da identidade) à do espaço é porque o processo de simbolização levado a efeito pelos grupos sociais devia compreender e dominar o espaço a fim de eles mesmos se compreenderem e se organizarem, ligação que exprime o nível político do território ou da aldeia” (AUGÉ, 1999, p. 137). No que se refere ao mapeamento dos fenômenos, ele esbarra nessas especificidades culturais, dependendo do tema, principalmente aquele que se reporta aos aspectos demográficos (natalidade, mortalidade, esperança de vida, distribuição por atividades econômicas, distribuição espacial rural e urbana, índice de Desenvolvimento Humano – IDH –, Índice de Pobreza Humana – IPH), entre muitos outros que envolvem o perfil da população. A análise, construção e posterior interpretação estão associadas à subjetividade do cartógrafo, que vai optar pelo tipo de técnica que será usada na representação. Independentemente, muitas vezes, da forma como os dados foram coletados, o cartógrafo vai encontrar a melhor solução para expressar os fenômenos. O mesmo poderá ocorrer com os aspectos naturais (relevo, clima, solo, hidrografia, paisagens vegetais, biodiversidade): os dados lhe são apresentados e ele vai buscar a melhor maneira 89 GE O - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 2 1/ 03 /2 01 6 CARTOGRAFIA TEMÁTICA: TÉCNICAS E PROJEÇÕES de expressá-los, o que também ocorre com dados econômicos ou políticos. O cartógrafo nem sempre colhe em campo as informações: elas lhe são transmitidas, e sua tarefa é representá-las da melhor maneira possível para que seja feita a posterior leitura e interpretação; trata-se de um importante trabalho, uma vez que dele depende a compreensão dos fatos para quem os observa expressos em um mapa, em uma carta ou em um plano. A escolha da Projeção a ser utilizada, a Escala, a construção da melhor Legenda são alguns dos pré-requisitos para as representações serem efetivadas. Também importante será o tema, para que o cartógrafo defina o critério de representação que vai utilizar, o que vai depender também da forma como os dados foram coletados, no caso, por meio estatístico, por pesquisa de campo, por imagem satelital, por aerofoto, por geoprocessamento. Seu trabalho é importante, pois, dependendo da solução definida, teremos uma maior ou menor interpretação e assimilação dos resultados. Tais colocações nos reportam ao conceito de Augé: o dos “não lugares”, aqueles que não se definem como identitários, relacionais ou históricos: [...] através dos não lugares, se descortina um mundo provisório e efêmero, comprometido com o transitório e com a solidão. Os não lugares são a medida de uma época que se caracteriza pelo excesso factual, superabundância espacial e individualização das referências, muito embora os lugares e não lugares sejam polaridades fugidias (AUGÉ, 2014, p. 93). O não lugar opõe-se à nossa casa, à moradia, ao espaço que poderíamos definir como personalizado. Os não lugares são públicos,compartilhados pela circulação, como os aeroportos, as rodovias, as estações metroviárias, além de estabelecimentos e lugares comerciais, como os shopping centers, os supermercados, entre outros. Os deslocamentos e a frequência a esses “lugares” são avaliados e passíveis de representações cartográficas. 8.5 Ofício de cartógrafo Ao falar sobre o exercício de construir mapas, Jesús Martín-Barbero (2004), filósofo e antropólogo, realiza uma colocação bastante interessante: com seus estudos, ele fala sobre lugares; a sua sistematização passou a ser definida por ele como um trabalho de cartógrafo e o que nesse ofício lhe interessa. O autor destaca que a cartografia abrange a cognição, pois um mapa é um filtro e, ao mesmo tempo, censura; reduzindo o tamanho, considerando a deformação da figura, consideram-na ainda um cruzamento entre a ciência e a arte, transformada hoje pelas tecnologias, como formas de observação e registro de dados. Os mapas traçam direções, itinerários, caminhos a seguir, podem evitar riscos. Mas Barbero nos faz uma pergunta: quem diz que a cartografia só pode representar fronteiras, e não construir relações entre os labirintos? Como cita o cartógrafo Serres: Nossa história singular e coletiva, nossos descobrimentos, como nossos amores, são parecidos aos desastres climáticos, aos movimentos sísmicos, 90 GE O - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 2 1/ 03 /2 01 6 Unidade III [mais] do que uma viagem organizada e prevista por um contrato de seguro [...], por essa razão, os mapas meteorológicos são rápidos e hábeis, eles têm uma lógica: recuperam as singularidades do Planeta, expressando-se de forma textual e visual (SERRES, 1995, p. 262-3). Escreve sobre uma cartografia da América Latina, que se move em várias direções, de trajetos turísticos às cidades, mapas traçados desde as periferias urbanas, áreas marginalizadas, até áreas centrais e tecnologicamente produzidas. Em verdade, a obra enfatiza as formas de comunicação, com o auxílio da Filosofia e da Antropologia Cultural, conduzindo o leitor aos complexos terrenos do processo de comunicação, daí a analogia feita com o trabalho cartográfico. Lembre-se de que a utilização, a análise e o cruzamento de informações a partir dos mapas temáticos significa aprender a ler e utilizar um recurso essencial, na medida em que há amplas possibilidades a fim de obter informações de caráter histórico, físico, ambiental, político, demográfico, entre muitos outros, de “lugares” distantes e próximos, possibilitando a compreensão das transformações e ocorrências da atualidade e as passadas. Um mapa considerado próprio para leitura é aquele que apresenta algumas características que assegurem a interpretação correta das informações que contempla. Podemos mencionar algumas dessas características: • visão oblíqua e vertical: diferenciada da observação realizada pelo olho humano, seja em qualquer altura, daquela que é realizada por meio de instrumentos técnicos; • área geográfica: com as devidas coordenadas, escala (saber se estamos tratando de uma relação de proporção); • orientação: estabelecendo relações de proximidade e localização, usando os pontos cardeais; • legenda: compreender que se refere aos símbolos que representam informações reais; • título; • fonte: de onde foi extraído o mapa ou as informações representadas. Saiba que ler mapas significa dominar a linguagem da cartografia, e, em princípio, temos de observar o título ou tema, qual é o espaço representado, estabelecendo seus limites e outras informações que servem de referencial. É sempre necessário compreender e relacionar as informações com a legenda, e também com a escala que foi utilizada para a elaboração do mapa. Qual o objetivo de tudo isso? Possibilitar ao aluno o desenvolvimento de habilidades para reconhecer e localizar as distintas informações do mapa e estabelecer correlações entre a realidade e a representação. 91 GE O - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 2 1/ 03 /2 01 6 CARTOGRAFIA TEMÁTICA: TÉCNICAS E PROJEÇÕES O mapa temático deve expressar: “O quê?”; “Onde?”; e “Como ocorre?” determinado fenômeno ou fato geográfico ou outro tema, sempre se utilizando de símbolos, gráficos, símbolos cujas informações podem ter sido obtidas por imagens aéreas (aerofotogrametria), por satélites, por geoprocessamento ou em análise de campo, ou, ainda, por informações que foram colhidas por órgãos de pesquisa como o IBGE e o Ipea. A utilização dos mapas ditos temáticos transformou-se em um recurso didático e, ao mesmo tempo, para usos diversos de organismos públicos como Ministérios (saúde, educação, turismo, energia, transportes, abastecimento etc.). São informações que encaminham ou elucidam problematizações de distintos níveis para fins escolares e outros. Esquematizando informações ou dados para apresentá-los como recurso para o processo ensino-aprendizagem de forma prática, citamos alguns momentos da leitura dos mapas e outras informações cartográficas: • antes da leitura: apresentação dos mapas e outros dados para elaboração da análise final e introdução de um tema principal; • durante a leitura: organização de trabalhos em grupo ou com o auxílio do professor para registrar as informações; • depois da leitura: socialização dos resultados e resumo. Saiba mais Saiba mais acessando os seguintes links: MARTINS, F. J. C. Compilar para conhecer: alguns mapas do território colonial brasileiro da mapoteca do Arquivo Histórico do Exército. In: SIMPÓSIO LUSO-BRASILEIRO DE CARTOGRAFIA HISTÓRICA, 3., 2009, Ouro Preto. Anais eletrônicos... Ouro Preto, 2009. p. 1-13 Disponível em: <https://www.ufmg.br/rededemuseus/crch/martins_compilar-para- conhecer-alguns-mapas-do-territorio-colonial-brasileiro.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2016. PEREIRA, R. M. A. Gabinetes de Curiosidades e os Primórdios da Ilustração Científica. In: ENCONTRO DE HISTÓRIA DA ARTE IFCH/UNICAMP, 2., 2006, Campinas. Anais eletrônicos... Campinas: Unicamp, 2006. p. 407-13. Disponível em: <http://www.unicamp.br/chaa/eha/atas/2006/ PEREIRA,%20Rosa%20Maria%20Alves%20-%20IIEHA.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2016. 92 GE O - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 2 1/ 03 /2 01 6 Unidade III Resumo Nesta unidade, exemplificamos várias formas de representações temáticas, como os movimentos migratórios, caracterizando os deslocamentos horizontais da população, os quais tanto podem ser internos quanto externos. Então, observando-se as direções das setas, temos o momento histórico e a motivação para esse movimento. Retratamos técnicas cartográficas modernas e o uso de sensoriamento remoto a fim de obter levantamentos mais detalhados sobre características fisiográficas, como no Projeto Radam-Brasil, reclassificando o relevo brasileiro. O uso de tecnologia para coleta de informações também foi relatado. Destacamos o controle de focos de incêndios e de queimadas, notadamente na Amazônia Legal, monitorados pelo Inpe. Uma outra modalidade no uso da cartografia temática é vista no controle e na disseminação de doenças como malária, leishmaniose, entre outras. No campo econômico, destacam-se as regiões de expansão de fronteiras agrícolas e agronegócios, áreas ocupadas e o tipo de produtos cultivados, assim como a estrutura fundiária e o tipo de propriedades. Vimos que é possível representar a formação geológica e a formação e distribuição dos tipos de solos. Contextualizações podem ser observadas, por exemplo, no Projeto Água, como forma de contextualização, no compartilhamento de recursos, áreas de mananciais, locais de estiagem, regiões de conflitos relativosaos recursos hídricos, assim como o estresse hídrico no Brasil. Outro problema detectado através de imagens satelitais ou sobrevoos aéreos é o da desertificação, tanto sob condições naturais como decorrentes de ação antrópica. O Brasil e vários países sofrem com enchentes. Tratando do País, nota-se a ocorrência sobretudo nas várzeas paulistanas ou regiões de declive, como as ocupações nos morros da cidade do Rio de Janeiro e seu entorno. Também exemplificamos a disponibilidade dos recursos hídricos, a questão da saúde pública e a ocorrência dos movimentos tectônicos e terremotos resultantes da movimentação das placas tectônicas. 93 GE O - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 2 1/ 03 /2 01 6 CARTOGRAFIA TEMÁTICA: TÉCNICAS E PROJEÇÕES Evidenciamos a relevância e o uso das imagens aéreas, do uso dos satélites e dos mapas a partir deles construídos. Ressaltamos o sentido dos outros e dos lugares, bem como a preservação dos aspectos culturais e a destacável profissão de cartógrafo, em todos os sentidos, inclusive no antropológico. 94 GE O - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 2 1/ 03 /2 01 6 FIGURAS E ILUSTRAÇÕES Figura 1 MARTINELLI, M. Curso de Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 1991. p. 10. Figura 2 ___. Curso de Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 1991. p. 10. Figura 3 ___. Curso de Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 1991. p. 10. Figura 4 ___. Curso de Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 1991. p. 11. Figura 5 ___. Curso de Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 1991. pp. 12-3. Figura 6 A) ___. Curso de Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 1991. p. 14. B) ___. Curso de Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 1991. p. 14. Figura 7 A) ___. Curso de Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 1991. p. 15. B) ___. Curso de Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 1991. p. 15. Figura 8 MARTINELLI, M. Mapas de Geografia e Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 2013. p. 18. Figura 9 MARTINELLI, M. Curso de Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 1991. p. 16. Figura 10 MARTINELLI, M. Mapas de Geografia e Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 2013. p. 50. 95 GE O - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 2 1/ 03 /2 01 6 Figura 11 ___. Mapas de Geografia e Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 2013. p. 51. Figura 12 ___. Mapas de Geografia e Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 2013. p. 52. Figura 13 ___. Mapas de Geografia e Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 2013. p. 53. Figura 14 ___. Mapas de Geografia e Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 2013. p. 58. Figura 15 ___. Mapas de Geografia e Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 2013. p. 58. Figura 16 ___. Mapas de Geografia e Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 2013. p. 59. Figura 17 ___. Mapas de Geografia e Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 2013. p. 66. Figura 18 ___. Mapas de Geografia e Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 2013. p. 69. Figura 19 ___. Mapas de Geografia e Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 2013. p. 75. Figura 20 ___. Mapas Geografia e Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 2013. p. 80. Figura 21 ___. Mapas de Geografia e Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 2013. p. 88. 96 GE O - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 2 1/ 03 /2 01 6 Figura 22 ___. Mapas de Geografia e Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 2013. p. 97. Figura 23 ___. Mapas de Geografia e Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 2013. p. 99. Figura 24 ___. Mapas de Geografia e Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 2013. p. 101. Figura 25 ___. Mapas de Geografia e Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 2013. p. 104. Figura 26 ___. Mapas de Geografia e Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 2013. p. 110. Figura 27 A) ___. Mapas de Geografia e Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 2013. p. 112. B) ___. Mapas de Geografia e Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 2013. p. 112. Figura 28 ___. Mapas de Geografia e Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 2013. p. 122. Figura 29 ___. Mapas de Geografia e Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 2013. p. 124. Figura 30 MORAIS, F. O. A cartografia ambiental para o Parque Estadual da Cantareira. 2001. 73 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Geografia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001. p. 54. Figura 31 AB’SABER, A. N. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003. p. 16. 97 GE O - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 2 1/ 03 /2 01 6 Figura 32 THÉRY, H.; MELLO-THÉRY, N. A. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. 2. ed. São Paulo: Edusp, 2014. p. 116. Figura 33 THÉRY, H.; MELLO-THÉRY, N. A. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do Território. 2. ed. são Paulo: Edusp, 2014. p. 281. Figura 34 CAPUANO, F. S. População e urbanização brasileira. In: ROSS, J. L. S. (Org). Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2000. Figura 35 ROSS, J. L. S. Relevo brasileiro: uma nova proposta de classificação. Revista do Departamento de Geografia, São Paulo, n. 4, 1990. Adaptado. Figura 36 LOPES, F. S. Análise de agravos à saúde e possíveis associações aos produtos da queima de cana-de- açúcar. 2010. Tese (Doutorado em Saúde Pública) – Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010. p. 18. Figura 37 THÉRY, H; MELLO-THÉRY, N. A. Atlas do Brasil. São Paulo: Edusp, 2008. p. 112. Figura 39 LEINZ, V.; AMARAL, S. Geologia geral. São Paulo: Nacional, 1977. Figura 40 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 41 A) DEADSEA_MSS_1972259_LRG.JPG. Disponível em: <http://eoimages.gsfc.nasa.gov/images/ imagerecords/77000/77592/deadsea_mss_1972259_lrg.jpg>. Acesso em: 10 mar. 2016. B) DEADSEA_TM4_1989220_LRG.JPG. Disponível em: <http://eoimages.gsfc.nasa.gov/images/ imagerecords/77000/77592/deadsea_tm4_1989220_lrg.jpg>. Acesso em: 10 mar. 2016. 98 GE O - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 2 1/ 03 /2 01 6 C) DEADSEA_ETM_2011284_LRG.JPG. Disponível em: <http://eoimages.gsfc.nasa.gov/images/ imagerecords/77000/77592/deadsea_etm_2011284_lrg.jpg>. Acesso em: 10 mar. 2016. Figura 42 26.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_3697/26.jpg>. Acesso em: 14 mar. 2016. Figura 43 MAPA12PEQ.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_429/ mapa12peq.gif>. Acesso em: 8 mar. 2016. Figura 44 12.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_447/12.jpg>. Acesso em: 8 mar. 2016. Figura 45 THÉRY, H.; MELLO-THÉRY, N. A. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. 2. ed. São Paulo: Edusp, 2014. p. 76. Figura 46 BONIFACE, P.; VÉDRIME, H. Atlas do mundo global. São Paulo: Estação Liberdade, 2009. p. 60. Figura 47 BRASIL. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2002. p. 66. Figura 48 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 49 THÉRY, H.; MELLO-THÉRY, N. A. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. 2. ed. São Paulo: Edusp, 2014. p. 201. Figura 50 BONIFACE, P.; VÉRDINE, H. Atlas do mundo global. São Paulo: Estação Liberdade, 2009. p. 60. 99 GE O - Re vi sã o: A line - Di ag ra m aç ão : F ab io - 2 1/ 03 /2 01 6 REFERÊNCIAS Textuais AB’SABER, A. N. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003. ALMEIDA, R. D.; PASSINI, E. Y. Espaço geográfico: ensino e representação. São Paulo: Contexto, 1989. ARCHELA, R. S. Mapa – instrumento de comunicação e pesquisa: análise de representações gráficas. 1993. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1993. AS DOENÇAS do desmatamento. Pesquisa Fapesp, São Paulo, ed. 238, dez. 2015. Disponível em: <http:// revistapesquisa.fapesp.br/2015/12/15/as-doencas-do-desmatamento/>. Acesso em: 10 mar. 2016. ASSAD, L. Dos traçados pré-históricos ao mapeamento digital. Agencia Iberoamerica para la Difusión de la Ciencia y la Tecnologia, São Paulo, 13 jan. 2011. Disponível em: <http://www.dicyt.com/noticia/ dos-tracados-pre-historicos-ao-mapeamento-digital>. 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