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Unidade II HISTORIOGRAFIA DO BRASIL Profa. Sonia Bercito A História do Brasil encontra novos caminhos O Brasil nas primeiras décadas do século XX: herança de questões do século anterior com novas angulações. 1870 – 1922: estagnação? A História do Brasil encontra novos caminhos Industrialização. Crescimento das cidades. Crescimento de novos grupos sociais: operariado/camadas médias urbanas. Greves, tenentismo, fundação do Partido Comunista. A História do Brasil encontra novos caminhos Agrarismo x Industrialismo. Nacionalismo econômico x europeização/americanização. República Liberal x autoritarismo x oligarquias agrárias. A História do Brasil encontra novos caminhos Nação: a ser construída (“vir a ser”). Brasil: deveria figurar no concerto das nações. Nacionalidade a ser construída: vigorosa. Elementos negativos: povo fraco de composição racial deficiente, meio físico inóspito, população rala, carente de uma história gloriosa. A História do Brasil encontra novos caminhos História e Geografia: saberes destacados para a construção nacional. Geografia: discurso positivo sobre as potencialidades da Terra. História: busca das tradições para enaltecimento da pátria; independência – momento fundador da nacionalidade; passado colonial – razão do atraso. A História do Brasil encontra novos caminhos Alguns historiadores: Oliveira Lima, Alfredo Ellis, Otávio Tarquínio de Souza, Afonso Taunay, Manuel Bonfim. Interatividade No início do século XX, imperava o sentimento de que era necessário construir a nação e a nacionalidade brasileira. Para tanto, na visão da época, era preciso equacionarmos: a) A questão racial, o atraso econômico e os novos grupos sociais. b) A pobreza, a falta de democracia e a saúde pública deficiente. c) A abolição, a imigração e a República. d) O analfabetismo, o sufrágio universal e as instituições políticas. e) A definição de fronteiras, o transporte e as moradias. O Modernismo e o movimento de redescobrimento do Brasil São Paulo: centralidade nas discussões sobre modernização e progresso. “Consciência do atraso” brasileiro. Identidade nacional e nação: modernização x atraso. O Modernismo e o movimento de redescobrimento do Brasil Semana de Arte Moderna (1922). Somos, enfim, modernos? Modernização no plano das artes. Discurso da modernidade: superação do atraso. Novo perfil para o país: urbano/industrial. O Modernismo e o movimento de redescobrimento do Brasil Projeto estético (Ruptura da linguagem tradicional e experimentação) Projeto ideológico (Projeto nacional – tradições e cultura popular) O Modernismo e o movimento de redescobrimento do Brasil Cultura popular: locus da nacionalidade. Moderno e tradição: imbricados. O Modernismo e o movimento de redescobrimento do Brasil “Redescobrimento do Brasil: história. Paulo Prado: Pessimismo com o passado e com o presente. Inaugura estudos sobre identidade nacional – anunciando tendência que se fortalece na década de 1930. Década de 1930: ensaios de reflexão sobre o Brasil. Os intérpretes do Brasil Caio Prado Júnior “Evolução Política do Brasil e outros estudos” (1933). Gilberto Freyre “Casa-Grande & Senzala” (1933). Sérgio Buarque de Holanda “Raízes do Brasil” (1936). Interatividade Se o Modernismo significou o “novo” no plano das artes se ancorou também na tradição, pois: a) Defendeu a manutenção dos cânones artísticos oficiais. b) Trouxe para primeiro plano o conceito de cultura brasileira a ser identificada nas tradições. c) Preocupou-se com temas históricos em suas pinturas. d) Relacionou-se com a elite oligárquica paulista. e) Elegeu como tema principal de suas obras o passado nacional. Os intérpretes do Brasil Gilberto Freyre: Nascido em Recife – escola americana. Columbia (EUA). Antropologia cultural (Franz Boas). Conceito de cultura x raça. Os intérpretes do Brasil Mestiçagem: valor cultural positivo. Revisão nos conceitos de degeneração racial devido à mestiçagem. “Casa Grande & Senzala”: relações sociais, sexuais e familiares na sociedade açucareira. História/Antropologia/Sociologia. Os intérpretes do Brasil Harmonia das relações sociais: senhores e escravos. Sociedade tolerante e flexível: colonização portuguesa – multirracial. Equilíbrio entre os contrários (cultura europeia e indígena; senhores e escravos; católicos e hereges etc.). Os intérpretes do Brasil Democracia racial: longo alcance. Alívio para as elites: dissolução das diferenças raciais e dos antagonismos. Críticas: encobre racismo velado. Visão de mundo branca e elitista. Os intérpretes do Brasil 1960-1980: ostracismo intelectual. Década de 1980: releitura. Valorização da sua abordagem histórico-antropológica. Renovação: objetos, método e fontes. Vida cotidiana, vida privada, cultura material. Interatividade Costuma-se comentar que Gilberto Freyre, em “Casa-Grande & Senzala”, oferece uma visão forjada na “varanda da Casa Grande”, pois: a) A análise desse livro estaria comprometida com uma visão branca e elitista. b) Não há referência a escravos. c) Os negros aparecem somente na esfera da vida doméstica. d) Brancos e negros são vistos como antagonistas. e) Há poucas referências à vida doméstica da família patriarcal. Os intérpretes do Brasil Caio Prado Júnior Introdução da teoria marxista na historiografia brasileira. Ressonância das transformações havidas na sociedade brasileira. Preocupação em explicar as relações sociais a partir das bases materiais. Subordinação do político ao econômico. Emergência das classes como categoria analítica. Diferença tratada como contradição/antagonismo/dominação. Eleição de novos temas e “fatos históricos”: rupturas, revoltas. Os intérpretes do Brasil Os intérpretes do Brasil Ruptura com historiografia tradicional: passado colonial como entrave/origem dos dilemas e dos problemas do presente. “Sentido da colonização”: base de sua interpretação. Peso do regime do trabalho escravo. Os intérpretes do Brasil Sérgio Buarque de Holanda História social francesa/ Weber/ Sociologia da cultura alemã/história das mentalidades. História das mentalidades: criador. Temas do cotidiano, das mentalidades e da cultura. Os intérpretes do Brasil “Raízes do Brasil” Entraves ao desenvolvimento histórico do país: raízes ibéricas. Desvalorização do trabalho manual. Saber ornamental. Frouxidão das instituições. Os intérpretes do Brasil Dificuldades em separar o público e o privado. “Homem-cordial”: relações afetivas e pouco impessoais. Mito da cordialidade do homem brasileiro. Na verdade: prevalência das relações sociais x impessoalidade jurídica e igualdade política. Os intérpretes do Brasil Visão do paraíso, Monções, HGCB. Valorização de sua obra: década de 1980. Interatividade Caio Prado Júnior, embora membro da elite paulistana, foi membro do Partido Comunista, defendendo causas operárias. A sua obra representa a vertente historiográfica: a) Weberiana. b) Nouvelle Histoire. c) Oficial. d) Marxista. e) Libertária. ATÉ A PRÓXIMA!