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Aula 04 - Os meios consensuais de tratamento de conflitos no Novo CPC

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Métodos Consensuais de Resolução de Conflitos (Mediação e Conciliação Judicial)
AULA 4
OS MEIOS CONSENSUAIS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS NO NOVO CPC – LEI 13.105/2015
Elucida a Resolução 125/CNJ
Capítulo III, seção V: “Dos conciliadores e mediadores judiciais” (arts. 165 a 175)
Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
§ 1o É permitida a arbitragem, na forma da lei.
§ 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.
§ 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.
Art. 139.  O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
(...)
V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de conciliadores e mediadores judiciais;
OS MEIOS CONSENSUAIS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS NO NOVO CPC – LEI 13.105/2015
Capítulo III, seção V: “Dos conciliadores e mediadores judiciais” (arts. 165 a 175)
A proposta do NCPC não é tornar a mediação e conciliação obrigatórias, mas estimulá-las, sendo tarefa de todos os operadores de direito, mesmo após iniciada a ação.
Em vez de utilizar a pressão e o poder, utiliza-se a criatividade, como ferramenta, a flexibilidade como atitude e a comunicação para se chegar a um acordo.
Cada operador do direito tem sua função no processo, utilizando-se de técnicas que possibilitem a comunicação, com ganho de tempo e redução de gastos, respeito e cooperação entre as partes.
Alcance de uma decisão consensuada (acordo) e não imposta/coercitiva (sentença) com empoderamento e responsabilização de todos para encontrar opções e fazer escolhas objetivando uma decisão autônoma e mutualmente construída. (Spengler, 2017).
OS MEIOS CONSENSUAIS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS NO NOVO CPC – LEI 13.105/2015
Capítulo III, seção V: “Dos conciliadores e mediadores judiciais” (arts. 165 a 175) 
Art. 165.  Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição.
§ 1o A composição e a organização dos centros serão definidas pelo respectivo tribunal, observadas as normas do Conselho Nacional de Justiça.
§ 2o O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem.
§ 3o O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos.
OS MEIOS CONSENSUAIS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS NO NOVO CPC – LEI 13.105/2015
Capítulo III, seção V: “Dos conciliadores e mediadores judiciais” (arts. 165 a 175) 
OS CONCILIADORES E MEDIADORES 
Cada Tribunal deve criar um setor de conciliação e mediação, por lei de organização judiciária, por norma interna.
Deve-se observar as normas dispostas na Resolução 125/CNJ, no Capítulo II.
Não há prazo para criação deste centros.
Diferenciação entre conciliador e mediador: delimitação do papel de cada um, adequação ao tipo de conflito e de técnicas a serem utilizadas. Esta diferenciação não foi tratada na Resolução 125/CNJ.
Mediador: Vínculo anterior entre as partes, somente auxilia e orienta as partes a chegar a um consenso, a compreender o conflito, não dá opções, não sugere propostas, apenas aproxima as partes e estimula o diálogo e que as próprias partes criem opções e propostas.
Conciliador: Não há vínculo anterior entre as partes, pode sugerir opções e soluções para o litígio, sem constrangimento ou intimidação.
Nenhum dos dois podem impor acordos ou decisões, estas devem ser construídas ou aceitos pelas partes no conflito.
OS MEIOS CONSENSUAIS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS NO NOVO CPC – LEI 13.105/2015
Capítulo III, seção V: “Dos conciliadores e mediadores judiciais” (arts. 165 a 175) 
Art. 166.  A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da independência, da imparcialidade, da autonomia da vontade, da confidencialidade, da oralidade, da informalidade e da decisão informada.
§ 1o A confidencialidade estende-se a todas as informações produzidas no curso do procedimento, cujo teor não poderá ser utilizado para fim diverso daquele previsto por expressa deliberação das partes.
§ 2o Em razão do dever de sigilo, inerente às suas funções, o conciliador e o mediador, assim como os membros de suas equipes, não poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou elementos oriundos da conciliação ou da mediação.
§ 3o Admite-se a aplicação de técnicas negociais, com o objetivo de proporcionar ambiente favorável à autocomposição.
§ 4o A mediação e a conciliação serão regidas conforme a livre autonomia dos interessados, inclusive no que diz respeito à definição das regras procedimentais.
OS MEIOS CONSENSUAIS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS NO NOVO CPC – LEI 13.105/2015
Capítulo III, seção V: “Dos conciliadores e mediadores judiciais” (arts. 165 a 175) 
PRINCÍPIOS DA CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO:
1-INDEPENDÊNCIA
Não pode existir relações estreitas entre conciliador/ mediador e partes.
Devem agir de forma parcial e não podem influenciar as partes com base em seus costumes e valores, ao contrário dos juízes que julgam de acordo com suas próprias convicções e valores.
Garantia de autonomia e liberdade para dirigir a sessão de acordo com seus conhecimentos e práticas, desde que lícitos e livres de pressão interna ou externa, tanto quanto ao procedimento como aos resultados.
“Capacidade de agir livre de toda e qualquer influência” (Sales, 2003)
OS MEIOS CONSENSUAIS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS NO NOVO CPC – LEI 13.105/2015
Capítulo III, seção V: “Dos conciliadores e mediadores judiciais” (arts. 165 a 175) 
PRINCÍPIOS DA CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO :
2-IMPARCIALIDADE
Não podem privilegiar um dos litigantes em detrimento dos demais, não tomam partido de nenhum dos lados e deve guardar uma distância entre as partes.
Devem ter cuidado com sentimentalismos.
Não podem confundir sua posição de mediador/conciliador com sua profissão: advogado, psicólogo, médico, etc.
3-AUTONOMIA DA VONTADE
Poder de decidir das partes, cujos procedimentos não são impostos mas fomentados pela norma legal e operadores do direito.
Podem combinar entre si as regras internas de cada sessão, para se definir como será conduzida a sessão, ao contrário do processo judicial todo codificado.
As partes tem a opção de homologarem ou não o acordo.
OS MEIOS CONSENSUAIS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS NO NOVO CPC – LEI 13.105/2015
Capítulo III, seção V: “Dos conciliadores e mediadores judiciais” (arts. 165 a 175) 
PRINCÍPIOS DA CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO :
4-ORALIDADE
Lei dos Juizados Especiais 9.099/95.
Oportunidade das partes de debater sobre os problemas em que estão envolvidos.
Estado emocional dos conflitantes é mais acirrado diante do processo judicial, em que há maior distância entre as partes e um juiz impositor, onde há um ganhador e um perdedor e um resposta imposta para decidir a questão.
5-INFORMALIDADE
Lei dos Juizados Especiais 9.099/95.
Busca de soluções alternativas desde que não firam a moral e bons costumes e sejam possíveis e lícitas.
Não se pode criar ritos e procedimentos novos em desacordo com a lei, mas dar uma certa flexibilidade aos atos buscando celeridade.
Postura do mediador/conciliador não pode ser de autoridade foram, mas de um líder que deve estabelecer um relação de confiança entre as partes.
OS MEIOS CONSENSUAIS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS NO NOVO CPC – LEI 13.105/2015
Capítulo III, seção V: “Dos conciliadorese mediadores judiciais” (arts. 165 a 175) 
PRINCÍPIOS DA CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO :
6-DECISÃO INFORMADA
Esclarecimento inicial as partes de como funciona a sessão, escolha em participar ou não, propor acordos ou calar-se, aceitá-los ou refutá-los.
7-CONFIDENCIALIDADE
As informações produzidas ao longo do procedimento não poderão ser utilizados para outros fins.
Não pode ser objeto de prova em posterior fase processual.
Fator que influencia na construção de uma relação de confiança entre mediador/conciliador e as partes, pois sentem-se mais a vontade para externar seus sentimentos.
Em virtude do dever de sigilo, os mediadores/conciliadores não poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou elementos oriundos do procedimento.
Somente podem ser reveladas informações no caso de receber autorização de todos ou requisitado por determinação legal.
OS MEIOS CONSENSUAIS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS NO NOVO CPC – LEI 13.105/2015
Capítulo III, seção V: “Dos conciliadores e mediadores judiciais” (arts. 165 a 175) 
CADASTRO NACIONAL DE MEDIADORES/CONCILIADORES E AS CÂMARAS PRIVADAS DE MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO:
Art. 167.  Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas de conciliação e mediação serão inscritos em cadastro nacional e em cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal, que manterá registro de profissionais habilitados, com indicação de sua área profissional.
§ 1o Preenchendo o requisito da capacitação mínima, por meio de curso realizado por entidade credenciada, conforme parâmetro curricular definido pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça, o conciliador ou o mediador, com o respectivo certificado, poderá requerer sua inscrição no cadastro nacional e no cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal.
§ 2o Efetivado o registro, que poderá ser precedido de concurso público, o tribunal remeterá ao diretor do foro da comarca, seção ou subseção judiciária onde atuará o conciliador ou o mediador os dados necessários para que seu nome passe a constar da respectiva lista, a ser observada na distribuição alternada e aleatória, respeitado o princípio da igualdade dentro da mesma área de atuação profissional.
OS MEIOS CONSENSUAIS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS NO NOVO CPC – LEI 13.105/2015
Capítulo III, seção V: “Dos conciliadores e mediadores judiciais” (arts. 165 a 175) 
CADASTRO NACIONAL DE MEDIADORES/CONCILIADORES E AS CÂMARAS PRIVADAS DE MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO:
§ 4o Os dados colhidos na forma do § 3o serão classificados sistematicamente pelo tribunal, que os publicará, ao menos anualmente, para conhecimento da população e para fins estatísticos e de avaliação da conciliação, da mediação, das câmaras privadas de conciliação e de mediação, dos conciliadores e dos mediadores.
§ 5o Os conciliadores e mediadores judiciais cadastrados na forma do caput, se advogados, estarão impedidos de exercer a advocacia nos juízos em que desempenhem suas funções.
§ 6o O tribunal poderá optar pela criação de quadro próprio de conciliadores e mediadores, a ser preenchido por concurso público de provas e títulos, observadas as disposições deste Capítulo.
OS MEIOS CONSENSUAIS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS NO NOVO CPC – LEI 13.105/2015
Capítulo III, seção V: “Dos conciliadores e mediadores judiciais” (arts. 165 a 175) 
CADASTRO NACIONAL DE MEDIADORES/CONCILIADORES E AS CÂMARAS PRIVADAS DE MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO:
Mediadores, conciliadores e câmaras privadas de conciliação e mediação serão inscritas em cadastro nacional e de cada tribunal de justiça e tribunal regional federal, com indicação da área profissional.
Requisito de capacitação mínima: Curso ministrado por entidade credenciada conforme parâmetro curricular definido pelo CNJ e pelo Ministério da Justiça, sendo que com o certificado podem requisitar a inscrição nos cadastros.
Nome consta de uma lista, a ser observada a distribuição alternada e aleatória, respeitando o princípio da igualdade de acordo com a área profissional.
Previsão de concurso público, que evitará a ocorrência de voluntariado e imprimirá maior profissionalismo.
OS MEIOS CONSENSUAIS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS NO NOVO CPC – LEI 13.105/2015
Capítulo III, seção V: “Dos conciliadores e mediadores judiciais” (arts. 165 a 175) 
CADASTRO NACIONAL DE MEDIADORES/CONCILIADORES E AS CÂMARAS PRIVADAS DE MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO:
Câmaras privadas de conciliação e mediação com dados relevantes: nº de processos que participou, sucesso e insucesso, matéria que versou a controvérsia.
Dados estatísticos publicados anualmente para conhecimento da população, como forma de medir a conciliação e mediação como políticas públicas no alcance de objetivos e metas.
Estes dados não são utilizados para medir a competência dos conciliadores, pois corre-se o risco de uma busca pelo acordo forçado, o que não é o principal objetivo destes profissionais.
Impedimento de conciliadores e mediadores para exercerem a advocacia nos juízos onde desempenharam suas funções, devido aos princípios da confidencialidade e imparcialidade.
Quadro próprio a ser preenchido por concurso público de provas e títulos.
OS MEIOS CONSENSUAIS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS NO NOVO CPC – LEI 13.105/2015
Capítulo III, seção V: “Dos conciliadores e mediadores judiciais” (arts. 165 a 175) 
CADASTRO NACIONAL DE MEDIADORES/CONCILIADORES E AS CÂMARAS PRIVADAS DE MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO:
Art. 168.  As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o mediador ou a câmara privada de conciliação e de mediação.
§ 1o O conciliador ou mediador escolhido pelas partes poderá ou não estar cadastrado no tribunal.
§ 2o Inexistindo acordo quanto à escolha do mediador ou conciliador, haverá distribuição entre aqueles cadastrados no registro do tribunal, observada a respectiva formação.
§ 3o Sempre que recomendável, haverá a designação de mais de um mediador ou conciliador.
OS MEIOS CONSENSUAIS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS NO NOVO CPC – LEI 13.105/2015
Capítulo III, seção V: “Dos conciliadores e mediadores judiciais” (arts. 165 a 175) 
CADASTRO NACIONAL DE MEDIADORES/CONCILIADORES E AS CÂMARAS PRIVADAS DE MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO:
Possibilidade de escolha do profissional pelas partes em comum acordo, que pode estar ou não cadastrado no tribunal, devido aos princípios da autonomia da vontade e decisão informada, guiados pela confiança e competência, pois ele não tem poder de decisão, apenas de condução do diálogo.
Se não houver acordo entre as partes, ocorre a distribuição entre os cadastrados.
Poderão ser escolhidos profissionais de outras escolas de formação diversas das determinadas pelo CNJ e Ministério da Justiça e não cadastrados no Tribunal.
Poderá haver designação de mais de um profissional, devido que a ausência pode inviabilizar a sessão, bem como podem atuar mais de um na mesma sessão, privilegiando a interdisciplinaridade, em áreas distintas. Ex: advogado e psicólogo.
OS MEIOS CONSENSUAIS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS NO NOVO CPC – LEI 13.105/2015
Capítulo III, seção V: “Dos conciliadores e mediadores judiciais” (arts. 165 a 175) 
REMUNERAÇÃO DOS CONCILIADORES E MEDIADORES
Art. 169.  Ressalvada a hipótese do art. 167, § 6o, o conciliador e o mediador receberão pelo seu trabalho remuneração prevista em tabela fixada pelo tribunal, conforme parâmetros estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça.
§ 1o A mediação e a conciliação podem ser realizadas como trabalho voluntário, observada a legislação pertinente e a regulamentação do tribunal.
§ 2o Os tribunais determinarão o percentual de audiências não remuneradas que deverão ser suportadas pelas câmaras privadas de conciliação e mediação, com o fim de atender aos processos em que deferida gratuidade da justiça, como contrapartida de seu credenciamento.
OS MEIOS CONSENSUAIS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS NO NOVO CPC – LEI 13.105/2015
Capítulo III, seção V: “Dos conciliadores e mediadores judiciais” (arts. 165 a 175) 
REMUNERAÇÃO DOS CONCILIADORES E MEDIADORES
O trabalho voluntáriovem sendo a regra, com profissionais não concursados e não remunerados.
Pela contrapartida de seu credenciamento, as câmaras privadas de conciliação e mediação tem que suportar um percentual de audiências, com a finalidade de atender aos casos de gratuidade de justiça, como trabalho voluntário.
Observa-se que o Judiciário está delegando parte de suas atribuições de modo voluntário, quando na verdade o Estado é que deveria estar arcando com estes custos.
OS MEIOS CONSENSUAIS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS NO NOVO CPC – LEI 13.105/2015
Capítulo III, seção V: “Dos conciliadores e mediadores judiciais” (arts. 165 a 175) 
IMPEDIMENTO DOS CONCILIADORES E MEDIADORES
Art. 170.  No caso de impedimento, o conciliador ou mediador o comunicará imediatamente, de preferência por meio eletrônico, e devolverá os autos ao juiz do processo ou ao coordenador do centro judiciário de solução de conflitos, devendo este realizar nova distribuição.
Parágrafo único.  Se a causa de impedimento for apurada quando já iniciado o procedimento, a atividade será interrompida, lavrando-se ata com relatório do ocorrido e solicitação de distribuição para novo conciliador ou mediador.
Art. 171.  No caso de impossibilidade temporária do exercício da função, o conciliador ou mediador informará o fato ao centro, preferencialmente por meio eletrônico, para que, durante o período em que perdurar a impossibilidade, não haja novas distribuições
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Capítulo III, seção V: “Dos conciliadores e mediadores judiciais” (arts. 165 a 175) 
IMPEDIMENTO DOS CONCILIADORES E MEDIADORES
Art. 172.  O conciliador e o mediador ficam impedidos, pelo prazo de 1 (um) ano, contado do término da última audiência em que atuaram, de assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes.
Art. 173.  Será excluído do cadastro de conciliadores e mediadores aquele que:
I - agir com dolo ou culpa na condução da conciliação ou da mediação sob sua responsabilidade ou violar qualquer dos deveres decorrentes do art. 166, §§ 1o e 2o;
II - atuar em procedimento de mediação ou conciliação, apesar de impedido ou suspeito.
§ 1o Os casos previstos neste artigo serão apurados em processo administrativo.
§ 2o O juiz do processo ou o juiz coordenador do centro de conciliação e mediação, se houver, verificando atuação inadequada do mediador ou conciliador, poderá afastá-lo de suas atividades por até 180 (cento e oitenta) dias, por decisão fundamentada, informando o fato imediatamente ao tribunal para instauração do respectivo processo administrativo.
OS MEIOS CONSENSUAIS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS NO NOVO CPC – LEI 13.105/2015
Capítulo III, seção V: “Dos conciliadores e mediadores judiciais” (arts. 165 a 175) 
IMPEDIMENTO DOS CONCILIADORES E MEDIADORES
Comunicação imediata ao juiz do processo ou coordenador do centro, para nova distribuição e se já iniciado, o procedimento será interrompido.
Impossibilidade temporária impede novas distribuições, porém se o afastamento for definitivo, deverá haver exclusão do cadastro.
Prazo de 1 ano a partir da última audiência de assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes.
Previsão de apuração em processo administrativo nos casos previstos de exclusão do cadastro, com garantia de contraditório e ampla defesa.
Afastamento pelo juiz ou coordenador do centro por 180 dias por atuação inadequada para apuração.
OS MEIOS CONSENSUAIS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS NO NOVO CPC – LEI 13.105/2015
Capítulo III, seção V: “Dos conciliadores e mediadores judiciais” (arts. 165 a 175) 
CRIAÇÃO DE CÂMARAS DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO NO ÂMBITO ADMINISTRATIVO
Art. 174.  A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios criarão câmaras de mediação e conciliação, com atribuições relacionadas à solução consensual de conflitos no âmbito administrativo, tais como:
I - dirimir conflitos envolvendo órgãos e entidades da administração pública;
II - avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por meio de conciliação, no âmbito da administração pública;
III - promover, quando couber, a celebração de termo de ajustamento de conduta.
Art. 175.  As disposições desta Seção não excluem outras formas de conciliação e mediação extrajudiciais vinculadas a órgãos institucionais ou realizadas por intermédio de profissionais independentes, que poderão ser regulamentadas por lei específica.
Parágrafo único.  Os dispositivos desta Seção aplicam-se, no que couber, às câmaras privadas de conciliação e mediação.
OS MEIOS CONSENSUAIS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS NO NOVO CPC – LEI 13.105/2015
Capítulo III, seção V: “Dos conciliadores e mediadores judiciais” (arts. 165 a 175) 
CRIAÇÃO DE CÂMARAS DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO NO ÂMBITO ADMINISTRATIVO
Implantação do procedimento em âmbito administrativo com relação as demandas dos cidadãos em face do Estado, grande cliente do Judiciário.
Norma em aberto que permite outras formas de aplicações dos princípios da mediação e conciliação
OS MEIOS CONSENSUAIS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS NO NOVO CPC – LEI 13.105/2015
Capítulo III, seção V: “Dos conciliadores e mediadores judiciais” (arts. 165 a 175) 
Art. 334.  Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência.
§ 1o O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de conciliação ou de mediação, observando o disposto neste Código, bem como as disposições da lei de organização judiciária.
§ 2o Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2 (dois) meses da data de realização da primeira sessão, desde que necessárias à composição das partes.
§ 3o A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado.
§ 4o A audiência não será realizada:
I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual;
II - quando não se admitir a autocomposição.
§ 5o O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência.
OS MEIOS CONSENSUAIS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS NO NOVO CPC – LEI 13.105/2015
Capítulo III, seção V: “Dos conciliadores e mediadores judiciais” (arts. 165 a 175) 
§ 6o Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes.
§ 7o A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio eletrônico, nos termos da lei.
§ 8o O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado.
§ 9o As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos.
§ 10.  A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para negociar e transigir.
§ 11.  A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença.
§ 12.  A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da seguinte.
OS MEIOS CONSENSUAIS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS NO NOVO CPC – LEI 13.105/2015
Capítulo III, seção V: “Dos conciliadores e mediadores judiciais” (arts. 165 a 175) 
Inovação no caminho inicial das demandas, permitindo que já no âmbito do processo judicial, as partes tenham a oportunidade de debater de forma mais leve, com proposta de diálogo antecedente ao debate e a fase probatória.
Havendo quadro no tribunal de conciliadores e mediadores este deverão atuar.
Prazo de 2 meses para as partes tentarem o acordo, devendoserem realizadas quantas audiências forem necessárias.
Há polêmica sobre se a audiência de mediação e conciliação é obrigatória: apesar de que o não comparecimento de uma das partes seja considerado como ato atentatório à dignidade da justiça, os § 4º, I e II, § 5º e § 6º, oferecem remédio para quem não quer comparecer ao ato. O art. § 8º porém penaliza a parte que não comparecer, assim:
O juiz deve designar a audiência;
As partes podem decidir se desejam ou não se submeter ao ato, e se for consensual, a audiência deve ser cancelada;
Se for realizada a audiência, as partes devem estar presentes mas podem comunicar o desinteresse pela autocomposição.
Tempo de 20 minutos por sessão é muito curto
OS MEIOS CONSENSUAIS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS NO NOVO CPC – LEI 13.105/2015
A MEDIAÇÃO E AS AÇÕES DE FAMÍLIA (art. 693 a 699)
Art. 693.  As normas deste Capítulo aplicam-se aos processos contenciosos de divórcio, separação, reconhecimento e extinção de união estável, guarda, visitação e filiação.
Parágrafo único.  A ação de alimentos e a que versar sobre interesse de criança ou de adolescente observarão o procedimento previsto em legislação específica, aplicando-se, no que couber, as disposições deste Capítulo.
Art. 694.  Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para a solução consensual da controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de profissionais de outras áreas de conhecimento para a mediação e conciliação.
Parágrafo único.  A requerimento das partes, o juiz pode determinar a suspensão do processo enquanto os litigantes se submetem a mediação extrajudicial ou a atendimento multidisciplinar.
Art. 695.  Recebida a petição inicial e, se for o caso, tomadas as providências referentes à tutela provisória, o juiz ordenará a citação do réu para comparecer à audiência de mediação e conciliação, observado o disposto no art. 694.
§ 1o O mandado de citação conterá apenas os dados necessários à audiência e deverá estar desacompanhado de cópia da petição inicial, assegurado ao réu o direito de examinar seu conteúdo a qualquer tempo.
§ 2o A citação ocorrerá com antecedência mínima de 15 (quinze) dias da data designada para a audiência.
§ 3o A citação será feita na pessoa do réu.
§ 4o Na audiência, as partes deverão estar acompanhadas de seus advogados ou de defensores públicos.
OS MEIOS CONSENSUAIS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS NO NOVO CPC – LEI 13.105/2015
A MEDIAÇÃO E AS AÇÕES DE FAMÍLIA
Art. 696.  A audiência de mediação e conciliação poderá dividir-se em tantas sessões quantas sejam necessárias para viabilizar a solução consensual, sem prejuízo de providências jurisdicionais para evitar o perecimento do direito.
Art. 697.  Não realizado o acordo, passarão a incidir, a partir de então, as normas do procedimento comum, observado o art. 335.
Art. 698.  Nas ações de família, o Ministério Público somente intervirá quando houver interesse de incapaz e deverá ser ouvido previamente à homologação de acordo.
Art. 699.  Quando o processo envolver discussão sobre fato relacionado a abuso ou a alienação parental, o juiz, ao tomar o depoimento do incapaz, deverá estar acompanhado por especialista.
OS MEIOS CONSENSUAIS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS NO NOVO CPC – LEI 13.105/2015
A MEDIAÇÃO E AS AÇÕES DE FAMÍLIA
Procedimento não adversarial, confidencial e voluntário, onde o mediador facilita e promove a comunicação e busca restabelecer o diálogo, que por si só, já tem êxito, mesmo se não produzir acordo.
“Procedimento imperfeito que emprega uma terceira pessoa imperfeita para ajudar pessoas imperfeitas a concluir um acordo imperfeito em um mundo imperfeito” (MARLOW, 1991).
Prática transdisciplinar com uma equipe multidisciplinar formada por um mais comediadores das área do direito, psicologia e serviço social, formando uma rede para integrar as diversas facetas e posições do conflito.
Possibilidade de várias sessões quanto for necessário, a limitação de 2 meses do art. 334 não é aplicada nestes casos.
Citação do réu sem a petição inicial, com o objetivo de diminuir o acirramento do conflito, porém o art.. 5º, LV, dispõe que réu pode examinar o processo a qualquer tempo.

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