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Artigo -Governaça-Corporativa

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM ENGENHARIA BIOMÉDICA COM ÊNFASE EM ENGENHARIA CLÍNICA 
Fichamento de Estudo de Caso
Marlon José Sassaro
Trabalho da disciplina Governança Corporativa e Excelência Empresarial,
Tutor: Prof. Ricardo Silveira
São José
2019
Estudo de Caso de Harvard: Fraude Contábil na WorldCom
Referência: KAPLAN, Robert S.; KIRON, David. Fraude Contábil na WorldCom. Harvard Business School. 2007
Texto do Fichamento:
RESUMO
	O texto em questão trata da história da WorldCom Group, uma empresa norte-americana de telecomunicações, que em 2002 tinha mais de $104 Bilhões em ativos, com faturamento superior a $30 Bilhões e aproximadamente 60.000 colaboradores. Entretanto a empresa entrou na justiça decretando falência, prejudicando mais de 20 milhões de clientes de varejo e 82 milhões governamentais, além de deixar muitos dos seus funcionários com contas de aposentadoria irrisórias. 
CONTEXTO
	
	A WorldCom teve sua origem após a divisão da AT&T, no ano de 1983. Em 1984 surgiu a LDDS (Serviços de Longa Distância com Descontos) que utilizava de um esquema muito comum para empresas pequenas, ela pagava ou alugava para utilizar estruturas de linhas de terceiros. Com um crescimento rápido, a empresa logo se voltou pra Ebbers, um dos nove investidores originais, para comandar as finanças e em menos de um ano, a Ebbers tornou a LDDS lucrativa.
	Ebbers aderiu a estratégia de adquirir pequenas empresas e aumentar suas participações no mercado. Fato que proporcionou um crescimento significativo da empresa em escala nacional e internacional. Em 1993 a LDDS já era a quarta maior operadora dos EUA. Em 1995 a empresa mudou seu nome e ficou conhecida como WorldCom. A WorldCom continuou a adquirir empresas ao seu quadro. 
Cultura Corporativa
	O crescimento da empresa acarretou em diversas filias, com a característica de que cada filial apresentava cultura e estratégias próprias. Não havia comunicação entre as filiais e os colaboradores deveriam apenas obedecer a ordens sem questionar seus superiores. Até o dia em que Yates, um contador, questionou Morse sobre números inconsistentes, todavia, foi orientado a não mostrar os números para os auditores. Existia uma auditoria interna na empresa, que poucos funcionários a conheciam, e os que conheciam preferiam se reportar direto com Sullivan.
Razão Despesas / Receitas (D/R)
	A WorldCom pensando em seu crescimento, fez contratos de aluguéis de linhas de grande capacidade de rede a longo prazo com taxas fixas, ou seja, caso não conseguisse alcançar a quantidade de clientes desejada, teria que pagar por linhas que não utilizaria. 
	No ano de 2000 começou uma redução nos serviços da WorldCom. A relação D/R (despesas com custos das linhas contra as receitas) estava em 42% e a companhia batalhou para conseguir manter esses números nos trimestres subsequentes. “Sullivan e sua equipe usaram duas táticas principais da contabilidade: reversão de provisionamentos (accruals) em 1999 e 2000, e a capitalização das despesas com linhas em 2001 e 2002”.
Reversão de Provisionamentos (Accrual Releases)
	A WorldCom pagava seus custos de linha mensalmente, mesmo que seus clientes demorassem meses para pagar. Estes valores precisavam ser estimados em sua Demonstração de Resultados. Como ainda não havia sido recebido este valor, o mesmo era lançado como provisionamento (accrual) a uma conta do passivo.
	Entre 1999 e 2000 Sullivan orientou sua equipe a reverter provisionamentos, o responsável por estas transações era Myers. Durante este período foram revertidos mais de $3.3 bilhões de provisionamentos, todos ordenados por Sullivan ou Myers.
Capitalização de Despesas
	Em 2001 não havia mais provisionamentos para reverter e chegaram à marca de 42% D/R como estipulado pela empresa. Sullivan achou a solução, modificar custos excedentes de capacidade de rede para gastos de capital ao invés de custos de operação. Entretanto Yates avisou que não havia meios legais para realizar esta transição de mudança de valores.	Em abril de 2001, Sullivan ordenou que fossem modificadas as despesas com linhas numa conta de ativo como “construção em andamento”. No final das transições chegou-se ao valor de 42%, ao invés de 50% como seria sem as reversões de provisionamentos. 
Departamento de Contabilidade Geral
	Em outubro de 2000, Vinson e Normand foram coagidos a reverter $828 milhões de provisionamentos de custos de linha para a Demonstração de Resultados. Mesmo os contadores sabendo que não era uma conduta adequada, o fizeram, com a promessa que não seria mais solicitado transições deste tipo. Entretanto, o processo continuou acontecendo durante todo o decorrer do ano, até o final de 2002, para que fosse possível atingir as projeções de Ebbers.
Auditoria Interna e o Auditor Externo: Arthur Andersen
	A auditora Cooper ficou responsável por realizar a auditoria interna na WorldCom, inicialmente sobre os gastos de capital. Sendo assim, Sullivan ordenou Myers a restringir o acesso a dados duvidosos. Logo, Cooper encontrou fraudes nas transações e começou a investigar mais afundo. Em 2002, outra linha começou a ser investigada por denuncia, a de negócios Wireless. Havia inúmeros lançamentos inconsistentes, e quando Cooper pediu para Andersen explicar, o mesmo se recusou. Mesmo sem a permissão, Cooper conseguiu acesso aos relatórios com transferências suspeitas através de Morse, que a auxiliou a encontrar todos os lançamentos existentes na companhia.
	Andersen era a empresa de auditoria externa da WorldCom desde 1990. Andersen recebia documentos falsos da WorldCom, não tinha acesso ao sistema eletrônico e nem era recebida pelos contadores da empresa. Mesmo sabendo que a WorldCom tinha um “alto risco” de cometer fraude fiscal continuou realizando o serviço. A Andersen informou para a auditoria interna que a WorldCom sempre cooperou com informações.
O Conselho de Administração
	Entre 1999 e 2002 mais de 50% do Conselho de Administração era composto por não executivos. As reuniões entre diretores e conselhos ocorriam com regularidade e eram coordenadas por Ebbers. Sullivan, que manipulava os dados repassados aos conselheiros durante as reuniões, os gastos e cortes eram adulterados para demonstrar que a empresa estava com saldo financeiro positivo. O comitê de investigação concluiu que as informações passadas para o Conselho e para a Auditoria eram falsas, e ainda, que o comitê de auditoria teve acesso restrito às finanças da empresa. 
	Em abril de 2002 diretores não executivos se encontraram a sós e decidiram pela renúncia de Ebbers. “No prazo de três dias, o conselho assinou um acordo de separação com Ebbers que incluiu uma reestruturação de seus empréstimos com uma nota promissória de cinco anos e uma promessa de pagamento de $1,5 milhões anuais pelo resto da vida”.
Fim do Jogo
	Em junho de 2002, Cooper e sua equipe descobriam mais fraudes de Sullivan e sua equipe, dessa forma, recorreram a Vinson e solicitaram explicações sobre lançamentos questionáveis. Vinson admitiu ter realizado os lançamentos sem ter embasamento para eles. Cooper foi até Yates, que negou conhecimento dos lançamentos e encaminhou Cooper para Myers. Myers concordou que não havia padrão contábil para embasá-los e não deveria ter sido feito.
	Em 20 de junho, Cooper e sua equipe se encontram em Washington com o Comitê de Auditoria e divulgam seus resultados. Sulluvan e Myers não apresentaram explicações cabíveis para tais transações. Foi exigido que ambos renunciassem ou seriam demitidos. Myers renunciou e Sullivan não o fez, e foi demitido. “Advogados do Departamento de Justiça dos EUA iniciaram investigações criminais sobre as atividades de Bernie Ebbers, Scott Sullivan, David Myers, Buford Yates, Betty Vinson e Troy Normand”.
Epílogo
	Andersen foi condenado por obstruir a justiça e destruição de documentos. Myers foi preso por seus crimes. Yates, Vinson e Normand se declaram culpados por cometer fraude em ações.Sullivan foi culpado por fraude federal e acusações de conspirações que enganou público. Ebbers foi declarado culpado de fraude, conspiração e apresentação de documentos falsos. Norman foi absolvido. Cooper continuou na empresa como executiva de Auditoria Sênior até o ano de 2004.
	
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