Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
( 7 ) Emoções, sentimentos e afetos: delimitações conceituais e repercussões no cotidiano do trabalho Socorro, alguém me dê um coração, Que esse já não bate nem apanha Por favor, uma emoção pequena, Qualquer coisa Qualquer coisa que se sinta, Tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva Arnaldo Antunes Olá! Nesta unidade, iremos refletir sobre a importância das emoções, sentimentos e afetos na composição da nossa dimensão subjetiva, e discutiremos sobre a importância das emoções e afetos no cotidiano do trabalho. Você conhece bem as suas emoções? Os afetos determinam o nosso comportamento? Quais afetos acompanham seus pensamentos e fantasias? Como conciliar as diferentes emoções com as obriga- ções do trabalho? O que controla a sua emoção? É a cognição? Qual a importância da cognição no estudo sobre as emoções? Cláudia Vaz Torres 204 P si co lo gi a e co m po rt am en to Todos os nossos campos de estudo, trabalho, lazer, etc. são extremamente ricos em objetos, pessoas e situações que despertam reações afetivas, cognitivas e comportamentais. Falamos, então, em afeto, emoção, sentimento; mas, antes de respondermos as perguntas feitas anteriormente, faz-se im- portante compreender o significado de cada termo. Até o século XIX, os termos emoção e sentimento eram utilizados de modo indiscriminado. Atualmente, distinguimos esses termos de modo mais preciso. A emoção diz respeito a um estado agudo e transitório e o sentimento é um estado mais atenuado e durável, esclarece Bock, Furtado e Teixeira (1993). Gondim e Siqueira (2004) aprofundam a compreen- são e esclarecem que não há consenso em relação às defi- nições das diversas manifestações afetivas. Os autores re- sumem, da seguinte forma, os estados afetivo-emocionais, que incluem as emoções e afetos: Na maior parte das definições há forte associação das emoções com alterações fisiológicas e corporais desencadeadas por estímulos internos ou externos que parecem não estar sob total controle consciente da pessoa. Os afetos abarca- riam os sentimentos, os humores e os temperamentos, que teriam em comum sua maior persistência no tempo e sua relação com aspectos cognitivos. Os sentimentos não estariam relacionados à prontidão da ação tanto quanto as emoções, mas à interpretação subjetiva Em oç õe s, se nt im en to s e a fe to s: de lim ita çõ es c on ce itu ai s e re pe rc us sõ es n o co tid ia m o do tr ab al ho 205 da situação que pela persistência do ob- jeto na memória faria perdurar o afeto em relação a ele. O humor também seria um estado afetivo mais duradouro, mas não estaria relacionado especificamen- te a um objeto, repercutindo de modo significativo na maneira como a pessoa agiria em vários contextos de interação durante o período de permanência de seu estado afetivo. O temperamento, por sua vez, seria a manifestação de um estado afetivo individual persistente no tempo, pouco passível de modifica- ção por fatores circunstanciais e que estaria incorporado nas características subjetivas de cada pessoa. (GONDIM; SIQUEIRA, 2004, p. 211) Assim, depreendemos que os afetos estão presentes na vida da pessoa, constituem a nossa dimensão subjetiva e marcam a nossa relação com o outro. Porém, definir os esta- dos afetivos tem criado divergências teóricas no que diz res- peito à ênfase em determinados aspectos, como a influência da cultura na expressão das emoções e afetos. Henry Wallon, um importante teórico da Psicologia, destacou as manifestações da vida afetiva, como as emoções, os sentimentos e os desejos nos seus estudos sobre o desen- volvimento da pessoa humana, numa perspectiva integrada. Para o autor, somos pessoas completas em que o afeto, a cog- nição e o movimento são interdependentes e participam das nossas relações. Na análise walloniana, a afetividade é um 206 P si co lo gi a e co m po rt am en to conceito mais abrangente no qual se inserem manifestações ou expressões, como a emoção. A emoção, para o autor, é uma atividade eminente- mente social, que se nutre do efeito que causa no outro. As emoções possuem características específicas que as distinguem de outras manifestações da afetividade. São sempre acompanhadas de alterações orgânicas, como acele- ração dos batimentos cardíacos, mudanças no ritmo da respi- ração, dificuldades na digestão, secura na boca. Além dessas variações no funcionamento neurovegetativo, perceptíveis para quem as vivem, as emoções provocam alterações na mímica facial, na postura, na forma como são executados os gestos. Acompanham-se de modificações visíveis do exterior, expressivas, que são responsáveis por seu caráter altamente contagioso e por seu poder mobilizador do meio humano. No bebê, os estados afetivos são, inva- riavelmente, vividos como sensações corporais, e expressos sob a forma de emoções. Com a aquisição da lingua- gem diversificam-se e ampliam-se os motivos dos estados afetivos, bem como os recursos para sua expressão. Tor- nam-se possíveis manifestações afeti- vas como os sentimentos, que, diferente das emoções, não implicam obrigatoria- mente em alterações corporais visíveis (GALVÂO, 2003, p. 61-62). Em oç õe s, se nt im en to s e a fe to s: de lim ita çõ es c on ce itu ai s e re pe rc us sõ es n o co tid ia m o do tr ab al ho 207 A análise walloniana sobre a emoção traz importantes elementos para que possamos compreender melhor o com- portamento emocional, as situações de conflitos, as crises e identificar os fatores que provocam os conflitos, os posiciona- mentos das diferentes pessoas que acirram a crise, as nossas próprias reações e o que reduz a temperatura emocional. O exemplo, a seguir, ilustra essa ideia: Confusão começou com discussão entre duas meninas; em outra oportunida- de, teriam tentado pôr fogo no colégio “Porrada, porrada, porrada.” Foi em meio a esses gritos que os alunos da Escola Estadual Amadeu Amaral, no Belém, zona leste de São Paulo, come- çaram a depredar o colégio, por volta das 9h40 de ontem. Pedras e carteiras foram arremessadas nos vidros, por- tas arrombadas, tapas e socos fizeram os professores, acuados, se trancarem dentro de uma sala. A “rebelião” só terminou por volta das 12 horas com a entrada da Polícia Militar, acio- nada por vizinhos e funcionários da unidade. Em meio à correria, ado- lescentes de 5ª a 8ª séries choravam e gritavam e a diretora da escola des- maiou, segundo testemunhas. U., uma aluna de 15 anos que teria sido pivô da confusão, ficou levemente ferida. 208 P si co lo gi a e co m po rt am en to [...] Um professor, que pediu para não ser identificado, afirma que desde o iní- cio do ano os alunos têm quebrado jane- las e até tentaram botar fogo na escola na segunda-feira passada [...] (REH- DER, 2008, s.p.) Esse fato, ocorrido numa sala de aula, é apenas uma das situações que acontecem em muitas outras escolas do país, mas que reflete uma situação de tensão emocional, em que professores e alunos convivem com agressões verbais e físicas no ambiente escolar. Reflita: Como enxergar e lidar com essa situação de modo mais objetivo? Por que os grupos apresentam um espaço propício para manifestações emocionais coletivas? Para Wallon, as emoções têm um poder de contágio e propiciam relações interindividuais nas quais se diluem oscontornos da dimensão subjetiva de cada um. O poder con- tagioso e coletivo da emoção tem uma importância decisiva na coesão do grupo social, pois estabelece uma comunhão imediata, esclarece Galvão (2003). Em oç õe s, se nt im en to s e a fe to s: de lim ita çõ es c on ce itu ai s e re pe rc us sõ es n o co tid ia m o do tr ab al ho 209 Vamos assistir ao vídeo do Pink Floyd - The Wall: http://www.youtube. com/watch?v=vrC8i7qyZ2w e refletir sobre o conteúdo da nossa aula: Como analisou as manifestações das emoções? A partir do vídeo, podemos depreender que a apo- logia à disciplina, o adestramento, a racionalidade e a ten- tativa de suprimir os impulsos, impedindo a manifestação das emoções, podem provocar uma explosão de emoções que resulta em ações negativas. Nas revistas semanais ou em jornais, podemos encon- trar relatos de experiências que evidenciam os benefícios das expressões das emoções na vida pessoal e profissional, e os danos que podem advir quando guardamos tudo para nós mesmos por conta da dificuldade em expressar as an- gústias, o medo, a raiva, etc., ou pelo receio de ser conside- rado frágil, imaturo, passional, etc. diante de uma repentina manifestação de emoções. Embora exista o preconceito com relação à livre ex- pressão das emoções, é importante enfatizar que as emoções permitem a comunicação interpessoal, a manutenção das re- lações, a interação social e a preparação para a ação diante de situações importantes para a nossa sobrevivência. Acrescentamos, porém, que nas pesquisas em Psicolo- gia existem muitas divergências teóricas, uma delas em con- sequência da função que a emoção cumpre na vida da pessoa. As discordâncias com relação à ênfase nas funções bio- lógica, psicológica ou social da emoção não são únicas, pois existem outros focos de divergência. Quanto à compreensão 210 P si co lo gi a e co m po rt am en to de como ocorre o processo emocional e o nível de consciência da resposta emocional, esclarecem Gondim e Siqueira (2004). As abordagens biológicas defendem que: O cérebro, ao detectar subliminarmen- te por meio de algum mediador um determinado estimulo, desencadeia re- ações fisiológicas, tais como aumento dos batimentos cardíacos, sudorese e sensação de calor, que ao se tornarem conscientes fariam com que a pessoa procurasse interpretar o evento atri- buindo estados afetivos: medo, tristeza, alegria, etc. (GONDIM; SIQUEIRA, 2004, p. 212). A abordagem cognitiva incorporou alguns aspectos das teorias de origem biológica, mas enfatizou a emoção e o afeto como manifestações culturais que dependem dos con- textos sociais. Nessa perspectiva, a excitação biológica, como as mudanças na frequência cardíaca, na respiração e na pres- são sanguínea, é importante, mas é preciso analisar o modo como a nossa interpretação da situação influencia as nossas emoções, em termos de como percebemos o seu efeito no nos- so bem-estar ou em nossos objetivos. Nessa abordagem, Glas- sman e Hadad (2008) esclarecem: Em oç õe s, se nt im en to s e a fe to s: de lim ita çõ es c on ce itu ai s e re pe rc us sõ es n o co tid ia m o do tr ab al ho 211 [...] as emoções atualmente desempe- nham um papel muito mais matiza- do em nossas vidas, em grande parte graças à influencia dos processos cog- nitivos. Através da interpretação per- ceptual e da memória das experiências passadas, avaliamos as situações para sentir não apenas medo ou prazer, mas também amor e tristeza, orgulho e vergonha. Como acontece com mui- tos fenômenos, o entendimento final da emoção pode envolver uma interação complexa de diferentes fatores - e os processos cognitivos certamente serão um fator. (GLASSMAN; HADAD, 2008, p. 222) Assim, compreendemos que o modo como interpreta- mos o contexto tem um importante papel nas emoções e que essas diferenças estão muito baseadas na aprendizagem, atra- vés das interações que ocorrem na cultura. Outras abordagens como a filosófica, comportamental e clínica adotam premissas específicas para a compreensão das emoções e afetos: - Abordagem filosófica - este tema é tratado desde a Antiguidade. Nesta abordagem, os filósofos partem da pre- missa de que o afeto implica uma ação sofrida e que a emoção está na base da formação moral. - Abordagem comportamental – baseada no estudo de eventos observáveis, enfatiza os fatores externos no desenca- 212 P si co lo gi a e co m po rt am en to deamento das emoções. Para esta abordagem, as emoções são condicionadas. Glassman e Hadad (2008) citam, como exemplo: Um bebê recém-nascido pode instin- tivamente responder ao contato com o corpo da mãe, mas, mais tarde, essa res- posta agradável torna-se associada ao rosto da mãe e, mais tarde ainda, a ob- jetos da casa e, talvez, mesmo a própria casa. Os indivíduos que experimentam prazer ao escutar uma velha canção favorita experimentam emoções que se tornaram associadas ao estimulo condi- cionado da música. Mesmo quando va- mos ao cinema, o condicionamento está envolvido (provavelmente através de um processo de ordem mais elevada em nossas reações aos heróis, aos vilões e a várias situações intrigantes). (GLASS- MAN; HADAD, 2008, p. 138) Os teóricos desta abordagem acreditam que a aprendi- zagem é o principal fator para explicar as mudanças de com- portamentos e, dependendo do tipo de resposta, isso envolve o condicionamento clássico, que destaca que os estímulos condicionados vão eliciar respostas condicionadas, ou o con- dicionamento operante, que enfatiza a possibilidade de uma resposta voluntária mudar em função das consequências am- bientais. O condicionamento clássico e o condicionamento operante estão inter-relacionados no nosso comportamento, mas esta abordagem postula que a aplicação do condiciona- Em oç õe s, se nt im en to s e a fe to s: de lim ita çõ es c on ce itu ai s e re pe rc us sõ es n o co tid ia m o do tr ab al ho 213 mento operante ao comportamento cotidiano consiste na mo- dificação do comportamento. De qualquer modo, assim como os pensamentos, os sentimentos e os outros estados mentais internos não po- dem ser estudados empiricamente, portanto, não têm lugar nesta abordagem. - Abordagem clínica – aborda as emoções como pertur- bações decorrentes da dinâmica psíquica inconsciente, centra a atenção nos processos psicopatológicos. O conceito abrange uma intricada rede de outros conceitos, como angústia e pul- são. O afeto é um estado emocional permanente e intenso, que inclui toda a variedade de sentimentos e que estão pre- sentes ao longo da nossa vida. Leia um trecho do texto “O afeto no tempo” de Corrêa (2005). Disponível em: http://www.cbp.org.br/rev2806.htm A partir deste ponto Lacan propõe re- considerar outros textos de Freud sobre o afeto. A separação entre representa- ção e quantidade (quantum) e a separa- ção entre o intelectual e o afetivo criam dificuldades no seu entendimento. La- can nos diz então que “algo no afeto é verdadeiro como um signo, quer dizer, ele é imediatamente compreensível” Laurent (1986). O afeto seria uma rela- ção, um acesso direto ao verdadeiro in- dependente da cultura, da época ou da 214 P si co lo gi a e co m po rt am en to língua. Existe sua expressão como as lágrimas na tristeza, o riso na alegria, embora esse riso possa também, em de-terminadas circunstâncias, expressar ferocidade, como é o caso dos chineses. O ponto de partida para a compreensão do afeto pela psicanálise tem sido sem- pre a manifestação histérica. Em 1915 Freud disse que o afeto é um ataque histérico codificado, estabelecido e fi- xado na espécie. Daí possivelmente La- can ter considerado o afeto como uma estrutura de ficção, como no sintoma histérico. Dito de outro modo, o sujeito histérico sabe que o afeto mais verda- deiro é faz-de-conta, é semblante. Esta questão coloca o próprio sujeito frente à suspeição sobre a verdade e não-ver- dade do próprio afeto. No seu conflito, é comum o histérico declarar as dúvidas sobre a autenticidade ou veracidade de seus afetos e até de suas paixões. Em Televisão, Lacan (1973) ensina também que o afeto não é verdadeiro, ele é aquilo que deve ser verificado. Na experiência analítica precisamos fa- zer com que o afeto seja tomado como verdadeiro, isto é, explorar aquilo que no afeto tem a ver com o inconsciente. Mas, precisamos saber até que ponto Em oç õe s, se nt im en to s e a fe to s: de lim ita çõ es c on ce itu ai s e re pe rc us sõ es n o co tid ia m o do tr ab al ho 215 um afeto procede do inconsciente. Para Lacan o afeto não é sentimento, como a angústia. Não sendo um sentimento é uma paixão, ou como está dito mais claramente: “o afeto é uma paixão da alma”, reforçando a diferença entre afe- to e paixão. Lacan (1973) nos diz, então, que o afeto traz algo para ser decifrado, compreendido e interpretado, o afeto não é sen- timento, como podemos compreender a angústia. Não sendo um sentimento, é uma paixão; ou como explica: o afeto é vi- venciado como uma paixão da alma. Tal definição explica a diferença entre afeto e paixão. Nesta direção, compreendemos que o afeto permeia a nossa condição humana e pode ser percebido no nosso modo tão singular de expressar a nossa divisão, o nosso desassossego, a nossa falta, tudo que nos move e nos torna sujeitos desejantes. E no trabalho, como as emoções são vivenciadas? O trabalho, além de viabilizar a construção de um lu- gar singular para mulheres e homens, repercute também na subjetividade, à medida que dá origem a novas referências e atitudes frente à realidade. Na psicanálise, Freud (1930), no texto O Mal-Estar na Civilização, revela que um dos aspectos que parece melhor caracterizar a civilização é a estima e o incentivo à atividade. Quando o homem descobriu que estava em suas mãos melho- rar a sua sorte na terra e dominar a natureza através do traba- lho, um outro homem que trabalhasse com ele ou contra ele 216 P si co lo gi a e co m po rt am en to passou a não ser mais indiferente, passou a ser um auxiliar na garantia de melhores condições de vida. “Esse outro ho- mem adquiriu para ele o valor de um companheiro de traba- lho, com quem era útil conviver.” (FREUD, 1930, p. 119). Desse modo, através das atividades humanas, há um deslocamento de grande quantidade de componentes libidinais, agressivos e eróticos para a utilidade, obtenção de prazer e substituição do poder do indivíduo em prol de uma comunidade. Sabemos que, principalmente no contexto de trabalho, os aspectos afetivos sempre foram desconsiderados em prol da objetividade, da previsibilidade, da estabilidade e do controle. Pensar um espaço em que exista a espontaneidade, a impulsi- vidade e a expressão de emoções tem sido possível nos dias de hoje, por conta da valorização da afetividade e da sua impor- tância nas análises sobre motivação e satisfação no trabalho. Tornou-se um imperativo, na contemporaneidade, co- nhecer mais sobre as pessoas e os seus processos psicológicos. A nossa realidade, alicerçada nas bases aparentemente ilusórias da cultura do espetáculo e da visibilidade, exercem uma pres- são, como esclarece Sibilia (2008) sobre as subjetividades, para que estas se projetem de acordo com os novos códigos e regras. Mas, as pessoas não mudam facilmente para se tornarem com- patíveis com as engrenagens da cultura organizacional. Precisamos, então, sempre considerar que a prescrição de papéis, que cada pessoa inserida num contexto organiza- cional irá exercer, auxilia na lógica da racionalidade que pre- valece nesses ambientes e que define o que, como e quando fazer, mas não assegura que as ações realizadas pelas pessoas serão bem feitas e bem-sucedidas. Isso ocorre porque as pes- soas vivem um turbilhão de emoções construídas nas suas relações familiares, comunitárias, de lazer, trabalho, etc. e to- Em oç õe s, se nt im en to s e a fe to s: de lim ita çõ es c on ce itu ai s e re pe rc us sõ es n o co tid ia m o do tr ab al ho 217 dos esses processos repercutem no seu fazer diário. Por isso, para analisarmos as repercussões das emoções, sentimentos e afetos no mundo do trabalho, importa refletir, inicialmente, sobre a relação entre cognição e afeto. A psicologia possui diferentes abordagens teóricas, uma delas é a cognitivista. Esta abordagem prioriza todos os processos envolvidos no conhecer (BASTOS, 2004). A ativida- de de conhecer inclui, de acordo com o autor, construção, or- ganização e uso de conhecimento; algo que vai além do pro- cessamento, armazenamento e recuperação de informações e que envolve o raciocínio, julgamentos, afirmações, atribui- ções e interpretações. A cognição, então, não deve ser tradu- zida apenas como atividade racional, intelectual e consciente. As abordagens cognitivistas têm um importante papel na análise da complexa relação entre contexto de trabalho e comportamento do trabalhador. Para Bastos (2004), a importância que vêm assumindo as variáveis cognitivas nos estudos sobre as organizações deve-se ao reconhecimento de que a natureza do ambiente ao qual o indivíduo responde é construída nos seus processos de interação social. Pesquisador da Universidade Federal da Bahia, Antonio Virgilio Bittencourt Bastos conduz um con- junto de pesquisas sobre cognição e organização. Ele esclare- ce que a ênfase nos processos cognitivos, ou no entendimento do que as organizações são, e os processos nelas envolvidos, não devem nos levar a uma visão simplista das complexas relações que unem a cognição humana e os processos consti- tutivos das organizações de trabalho, pois não existem rela- ções simples e lineares, como também não há uma tecnologia cognitiva efetiva que ajude a lidar com os problemas organi- zacionais. Não há, então, como fixar modelos ou adotar ma- 218 P si co lo gi a e co m po rt am en to nuais sobre como gerenciar cognições individuais e coletivas. Analisar em profundidade a cognição humana é um importante aspecto para a compreensão de vários fenôme- nos. Sobre esses fenômenos, Bastos (2004) esclarece: Estes, vão desde as percepções indivi- duais sobre eventos, passam pelas in- terações e seus conflitos no interior de díades e pequenos grupos de trabalho, pelas cognições e decisões das pessoas com poder gerencial de moldar regras e estruturas, e chegam até aos proces- sos pelos quais o ambiente é percebido e interpretado e como tais percepções influem na formulação de planos, pro- jetos e políticas, tidos como necessários para a sobrevivência e melhoria das organizações. (BASTOS, 2004, p. 203) Compreendemos, com o autor, que os estudos sobre a cognição humana possibilitam a compreensão sobre as per- cepções individuais, as interações, os conflitos, as lideranças, as relações de poder, as retaliações, etc. Os avanços nesse campo de estudodestacam que as pessoas são ativas na cons- trução da sua realidade, interpretam o seu mundo, intera- gem, e não podem ser manejadas no ambiente organizacional na mesma lógica que os recursos materiais o são. A cognição e a emoção são processos imbricados e in- Em oç õe s, se nt im en to s e a fe to s: de lim ita çõ es c on ce itu ai s e re pe rc us sõ es n o co tid ia m o do tr ab al ho 219 separáveis no contexto de uma organização e em todos os outros em que estejam presentes as ações humanas. A abor- dagem da cognição e do papel das emoções no campo dos es- tudos organizacionais ampliou o debate sobre as pessoas, os seus processos psicológicos e rompeu com a ideia da ênfase na racionalidade, no ambiente de trabalho. Esses estudos promovem a compreensão do modo como o ambiente externo repercute nas manifestações afeti- vas e como há uma tentativa constante de neutralizar, norma- lizar, ajustar a expressão das emoções a diferentes situações sociais. Algumas emoções devem ser inibidas para garantir o bem-estar coletivo. Você concorda que as emoções devem ser inibidas? Quais manifestações afetivas devem ser inibidas? E a inveja, a raiva e o ciúme? E, ainda, a hostilidade, a atitude de retaliação, a insegurança? Como devem ser consideradas as manifestações afetivas no ambiente de trabalho? É possível um trabalho emocional para compreender e redirecionar essas manifestações? É possível padronizar a expressão das emoções no ambiente de trabalho para que todos demonstrem alegria e satisfação? Vamos analisar, então, as emoções a partir da HQ “Conveniências emocionais”, de campos de estudo e pesqui- sa sobre o assunto: 220 P si co lo gi a e co m po rt am en to “Conveniências emocionais” de Vinicius Mitchel disponível em oglobo. globo.com/blogs/gibizada/default.asp?a... A HQ “Conveniências emocionais”, as questões ante- riores e tantas outras questões são de interesse de estudiosos que discutem a afetividade no contexto do trabalho. As in- vestigações sobre as condições de trabalho (físicas, temporais, sociais) e sua relação com a afetividade do trabalhador po- dem ser encontradas em estudos realizados na primeira me- tade do século XX. Nesses estudos, em que é apontada a visão mecanicista, há o esclarecimento de que o homem é avesso ao trabalho e o realiza com desagrado, tendo como incentivos, o dinheiro e o medo do desemprego. Para aqueles que não concordavam com a visão mecanicista, uma configuração adequada do ambiente de trabalho poderia tornar as pessoas mais felizes, produtivas e assíduas no trabalho e contribuir com o bem-estar físico e emocional de todos os envolvidos (GONDIM; SIQUEIRA, 2004) Nesse campo de investigação, alguns pesquisadores têm profundo interesse em conhecer como agem as pesso- as emocionalmente inteligentes e como é possível aprender a controlar as emoções (GOLEMAN, 1995). Goleman (1995) analisou as habilidades que as pes- soas emocionalmente inteligentes possuem - como au- toconsciência, automotivação, autocontrole, empatia e sociabilidade - e reconheceu que essas habilidades são im- portantes na solução de problemas, na regulação de ações em diversos contextos, no conhecimento de si (inteligência intrapessoal) e na interação satisfatória com os outros. Sa- ber lidar com emoções implica saber identificar o impacto Em oç õe s, se nt im en to s e a fe to s: de lim ita çõ es c on ce itu ai s e re pe rc us sõ es n o co tid ia m o do tr ab al ho 221 das emoções no ambiente de lazer, familiar e de trabalho e tomar a iniciativa para saber responder às emoções confli- tantes das pessoas de modo construtivo. (7.1) A afetividade no contexto de trabalho Vamos iniciar nossa reflexão sobre o tema, através da leitura do texto, a seguir: Emoções e manifestações afetivas discre- tas no trabalho Emoções discretas no trabalho são de- finidas como manifestações afetivas de qualidades distintas. Entre elas estão, por exemplo, o medo, a raiva, a surpresa, a alegria, a tristeza e o asco. No Brasil, pouco se tem dado atenção aos estudos que são voltados para as emoções discre- tas no trabalho. 222 P si co lo gi a e co m po rt am en to Uma pesquisa de Mendonça (2003), po- rém, vem avaliar uma outra manifestação afetiva discreta, a retaliação. Ele avaliou se a orientação dos valores individuais, a percepção de justiça organizacional e a percepção e o julgamento da retaliação in- fluenciam a atitude de retaliação, dentro da organização. A atitude de retaliação seria formada por dois componentes, o afetivo e o conativo. O componente afe- tivo da atitude de retaliação se apoia na crença de que a injustiça provoca ressen- timento e também no próprio sentimento de indignação para com a organização. Já o componente conativo inclui a tendência consciente para retaliar, sendo que, para a pessoa, esta é a maneira mais adequada para reparar uma injustiça. Dentre as conclusões da pesquisa, con- tatou-se que a percepção e o julgamento da retaliação favorecem a atitude de reta- liação. Porém, nesse aspecto, nem sempre os trabalhadores irão reagir com a mesma intensidade emocional às injustiças, pois nem todos a perceberão da mesma forma. Constatou-se também que pessoas com mais tempo na organização tendem a ter atitudes de retaliação. A escolaridade pareceu não influen- ciar nessas atitudes, porém pessoas com Em oç õe s, se nt im en to s e a fe to s: de lim ita çõ es c on ce itu ai s e re pe rc us sõ es n o co tid ia m o do tr ab al ho 223 maior grau de instrução percebem injus- tiças na empresa com mais rapidez e de forma mais aguçada. No entanto, mesmo as percebendo com mais clareza, elas não avaliam a retaliação como a melhor forma de reparação. Outro aspecto constatado foi o de que car- gos de chefia não aprovam a retaliação e tendem a perceber poucas injustiças, de- vido ao grau de comprometimento com a empresa e seus valores. Em relação aos aspectos individuais, pessoas que visam alcançar objetivos apenas pessoais, den- tro da empresa, estão mais propensas às atitudes de retaliação. Uma das limitações dessa pesquisa está no fato de que ela avalia a retaliação apenas no plano cognitivo e não a atitude propria- mente dita, ou seja, ela analisa a propensão à retaliação, o que não é o mesmo que ana- lisar a retaliação na prática das empresas. Isso ocorre porque, mesmo agindo de for- ma coerente com nossos sentimentos, nem sempre essa relação se estabelece de modo concreto, ainda mais em organizações, onde não se permite quaisquer atitudes de agressão ou violência. Fonte: Emoções e Afetos no Trabalho - Psicologia Organizacional - Atuação - Psicologado Artigos http://artigos.psicologado.com/atuacao/psicologia-organizacional/emocoes-e- -afetos-no-trabalho#ixzz22dKczcfn Uma perspectiva de estudo no campo da Psicologia so- bre a afetividade é a teoria sobre as atitudes, explicam Gon- 224 P si co lo gi a e co m po rt am en to dim e Siqueira (2004), que compreende as atitudes como uma rede de sentimentos, crenças, tendências para agir em dire- ção a pessoas, grupos, ideias e objetos. Esta abordagem foi a que conseguiu levar maior núme- ro de pesquisadores em Psicologia e de outras áreas correlatas a investigar afetividade no contexto de trabalho. Ela também podeser apontada como o principal eixo teórico responsável pelo conhecimento psicossocial aplicado ao trabalho durante o século XX, tendo como seus principais representantes os conceitos atitudinais denominados por: satisfação no traba- lho, que diz respeito ao grau de contentamento com chefia, colegas, salário, promoções e trabalho realizado; envolvimen- to com o trabalho, que pode ser compreendido pelo nível de identificação com o trabalho realizado e o comprometimento organizacional afetivo, que são os afetos dirigidos à empresa empregadora (GONDIM; SIQUEIRA, 2004). Depreendemos, com os autores, que satisfação, envol- vimento e comprometimento com o trabalho são vínculos que se relacionam entre si. O conceito de satisfação no trabalho envolve mais que grau de contentamento com chefia, colegas, salário, promoções e trabalho realizado. A satisfação no trabalho, que resulta de ex- periências no meio organizacional e tem os seus desdobramen- tos na vida social da pessoa, é um aspecto a ser destacado por ser um indicador de influências do trabalho na saúde mental, na relação entre trabalho e vida familiar e entre trabalho e vínculos afetivos. A satisfação no trabalho, afirmam Siqueira e Gomide Junior (2004), abrange um bem-estar semelhante à satisfação ge- ral com a vida, estado de ânimo, otimismo e autoestima. Este conceito, assim como tantos outros que estudamos Em oç õe s, se nt im en to s e a fe to s: de lim ita çõ es c on ce itu ai s e re pe rc us sõ es n o co tid ia m o do tr ab al ho 225 ao longo da disciplina, possui as suas divergências, pois al- guns consideram a satisfação no trabalho como um conjunto de reações específicas a vários componentes do trabalho, que produzem graus diferentes de satisfação ou insatisfação. Ou- tros aspectos também são considerados como fontes de satis- fação, como: relação com a chefia, com os colegas, atribuições do cargo, o salário e as chances reais de promoção (GONDIM; SIQUEIRA, 2004). Para outros, a satisfação no trabalho incide na proximidade do trabalho com a casa, na carga horária, nos benefícios, etc. De qualquer modo, é importante destacar que a sa- tisfação no trabalho, que também diz respeito à natureza de um vínculo afetivo, promove melhor desempenho, mais produtividade e bem-estar. Para tratarmos desse assunto, convém uma reflexão so- bre um ponto extremo que diz respeito ao sofrimento mental relacionado ao trabalho. As políticas internas da organização, a política de pessoal, a competitividade, as práticas gerenciais e de organização do trabalho produzem diferentes sentimen- tos, criam culturas e novos modos de subjetivação. Algumas vezes, as situações de medo, insegurança, in- certeza, as retaliações, as injustiças, o individualismo em di- ferentes contextos que a pessoa está inserida produzem um mal-estar e, em certas circunstâncias, um sofrimento psíquico. Elizabeth Roudinesco (2000), psicanalista, esclarece que o sofrimento psíquico manifesta-se, atualmente, sob a forma de depressão. 226 P si co lo gi a e co m po rt am en to Atingido no corpo e na alma por essa estranha síndrome em que se misturam a tristeza e a apatia, a busca de identi- dade e o culto de si mesmo, o homem deprimido não acredita mais na valida- de de nenhuma terapia. (ROUDINES- CO, 2000, p. 13) Para a autora, antes de buscar vencer o vazio refletindo sobre as causas da angústia, a pessoa trata as suas dores com receitas médicas. Sobre isso, ela acrescenta: Quanto mais a sociedade apregoa a emancipação, sublinhando a igualdade de todos perante a lei, mais ela acentua as diferenças. No cerne desse dispositi- vo, cada um reivindica sua singulari- dade, recusando-se a se identificar com as imagens da universalidade, julgadas caducas. Assim, a era da individualida- de substituiu a da subjetividade: dando a si mesmo a ilusão de uma liberdade irrestrita, de uma independência sem desejo e de uma historicidade sem his- tória, o homem de hoje transformou-se no contrário do sujeito. Longe de cons- truir seu ser a partir da consciência das determinações inconscientes que o perpassam à sua revelia, longe de ser uma individualidade biológica, longe Em oç õe s, se nt im en to s e a fe to s: de lim ita çõ es c on ce itu ai s e re pe rc us sõ es n o co tid ia m o do tr ab al ho 227 de pretender-se um sujeito livre, des- vinculado de suas raízes e de sua cole- tividade, ele se toma por senhor de um destino cuja significação reduz a uma reivindicação normativa. Por isso, liga- -se a redes, a grupos, a coletivos e a co- munidades, sem conseguir afirmar sua verdadeira diferença (ROUDINESCO, 2000, p. 13-14). Depreendemos que, nas suas relações, a pessoa pro- cura evitar a angústia, através muito mais de estratégias de normalização e fuga que de enfrentamento do vazio, que ful- mina as relações sociais e afetivas. Discernir a evolução des- se sofrimento e o modo como afeta o trabalho é um aspecto importante dos estudos sobre a psicopatologia do trabalho. Para muitas pessoas, o trabalho pode ser pesado, exaustivo, obrigatório e meio de sobrevivência, não há satis- fação e prazer. Somado a isso, as políticas internas da orga- nização de estruturação das práticas, as políticas de pessoal, a rotina massificante, as dificuldades nos relacionamentos, a ausência de momentos de lazer repercutem nas subjetivida- des e podem ocasionar problemas de ordem física, emocional ou social. Os problemas mais comuns são: estresse, irritabili- dade, depressão, ansiedade, distúrbios de sono, etc. O trabalhador pode fazer muito por si mesmo no seu ambiente de trabalho, porém, a organização deve preocupar- -se com a qualidade de vida de todos os seus integrantes, de- senvolvendo ações que promovam o bem-estar e crescimento profissional. Uma ação interinstitucional é necessária, diante 228 P si co lo gi a e co m po rt am en to dos graves problemas de saúde que atingem os trabalhadores. Para finalizar a nossa aula, assista ao vídeo disponível em: http:// www.youtube.com/watch?v=rUWqQZMyK7M Leia, a seguir, o poema de Fernando Pessoa para refle- tir sobre os afetos e direcionamentos que damos à nossa vida: Se em certa altura Tivesse voltado para a esquerda em vez de para a direita; Se em certo momento Tivesse dito sim em vez de não, ou não em vez de sim; Se em certa conversa Tivesse tido as frases que só agora, no meio-sono, elaboro Se tudo isso tivesse sido assim, Seria outro hoje, e talvez o universo inteiro Seria insensivelmente levado a ser outro também. Mas não virei para o lado irreparavel- mente perdido, Não virei nem pensei em virar, e só agora o percebo; Mas não disse não ou não disse sim, e só agora vejo o que não disse; Mas as frases que faltou dizer nesse momento surgem-me todas, Em oç õe s, se nt im en to s e a fe to s: de lim ita çõ es c on ce itu ai s e re pe rc us sõ es n o co tid ia m o do tr ab al ho 229 Claras, inevitáveis, naturais, A conversa fechada concludentemente, A matéria toda resolvida... Mas só agora o que nunca foi, nem será para trás, me dói. O que falhei deveras não tem esperan- ça nenhuma Em sistema metafísico nenhum. Pode ser que para outro mundo eu possa levar o que sonhei. Mas poderei eu levar para outro mun- do o que me esqueci de sonhar? Saudações afetuosas! SÍNTESE Nesta aula,refletimos sobre a importância das emo- ções, sentimentos e afetos, parte integrante da nossa dimen- são subjetiva e analisamos as manifestações afetivas no am- biente de trabalho. Na próxima aula, discutiremos sobre a motivação hu- mana e as suas principais questões. QUESTÃO PARA REFLEXÃO Como evitar que as pessoas não sejam manejadas no ambiente organizacional na mesma lógica que os recursos materiais o são? 230 P si co lo gi a e co m po rt am en to LLEITURAS INDICADAS Inteligência Emocional. Disponível em: <http://www.din. uem.br/ia/emocional/>. Acesso em: 16 jul. 2012. BISPO, P. Emoção e profissionalismo. Disponível em: <http:// www.rh.com.br/Portal/Mudanca/Entrevista/4629/emocao-e- profissionalismo.html>. Acesso em: 16 jul. 2012. FORBES, J. Solidão dos executivos: líderes. Disponível em: <http://www.jorgeforbes.com.br/br/contents. asp?s=23&i=54 SITE INDICADO http://internativa.com.br/artigo_rh_06_06.html http://www.guiarh.com.br/pp128.htm http://www22.sede.embrapa.br/publicacoes/balsoc2000/ ssmedt.htm REFERÊNCIAS BASTOS, A. V. B. Cognição nas organizações de trabalho. In. ZANNELI, J. C.; BORGES-ANDRADE, J.; BASTOS, A. V. B. Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2004. Em oç õe s, se nt im en to s e a fe to s: de lim ita çõ es c on ce itu ai s e re pe rc us sõ es n o co tid ia m o do tr ab al ho 231 BOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. de L. T. Psico- logias: uma introdução ao estudo de Psicologia. São Paulo: Saraiva. 1993. CORREA, C. P. O afeto no tempo. Disponível em: <http:// www.cbp.org.br/rev2806.htm>. Acesso em: 17 ago. 2012 FREUD, S. O mal-estar na civilização. Rio Janeiro: Imago, 1930. GALVÂO, I. H. W.: Uma concepção dialética do desenvolvi- mento infantil. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003. GLASSMAN, W.; HADAD, M. Psicologia: abordagens atuais. Porto Alegre: artmed, 2008. GOLEMAN, D. Inteligência emocional. Rio de Janeiro: Ob- jetiva, 1995. GONDIM, S. M. G.; SIQUEIRA, M. M. M. Emoções e afetos no trabalho In: ZANNELI, J. C.; BORGES-ANDRADE, J.; BAS- TOS, A. V. B. Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2004. REHDER, M. Alunos brigam, trancam professores e que- bram escola na zona leste de SP. Metropole. Estado de São Paulo. SIBILIA, P. O show do eu: a intimidade como espetáculo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008. SIQUEIRA, M. M. M.; GOMIDE JUNIOR, S. Vínculos do indi- víduo com o trabalho e com a organização. In: ZANNELI, J. 232 P si co lo gi a e co m po rt am en to C.; BORGES-ANDRADE, J.; BASTOS, A. V. B. Psicologia, or- ganizações e trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2004. ROUDINESCO, E. Por que a psicanálise? Rio de Janeiro: Jor- ge Zahar, 2000. Em oç õe s, se nt im en to s e a fe to s: de lim ita çõ es c on ce itu ai s e re pe rc us sõ es n o co tid ia m o do tr ab al ho 233
Compartilhar