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ESPELHO CORRECAO S2

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Direito Penal
SEÇÃO 2
ESPELHO DE CORREÇÃO
Seção 2
Direito Penal
Na prática!
Agora vamos à resolução comentada da Resposta Preliminar? 
Por se tratar de crime de responsabilidade de funcionário público 
(corrupção passiva), adota-se o procedimento especial previsto 
nos artigos 513 a 518 do CPP.
Assim, a presente peça defensiva tem como fundamento legal o 
artigo 514 do CPP. 
Tal peça deve ser endereçada para o mesmo juiz ao qual a 
denúncia foi oferecida (Juiz de Direito da Vara Criminal da 
Comarca de Conceição do Agreste/CE).
Através de uma análise das informações que possuímos, 
verifi ca-se que deve ser requerida a rejeição da denúncia, por 
inépcia, uma vez que as condutas dos Acusados não restaram 
individualizada. Tudo conforme artigo 395, I do CPP. 
Além disso, como tese alternativa, deve-se requerer a rejeição da 
denúncia por ausência de justa causa para ação penal, em relação a 
ambas as imputações. Isso porque não há na narrativa fática qualquer 
indício de autoria do Acusado para qualquer um dos crimes que lhe 
são imputados. Tudo conforme artigo 395, III do CPP. 
Em relação ao crime do artigo 288, especifi camente, deve-se 
sustentar a falta de indícios de materialidade, uma vez que não 
há a prática de mais de um crime, o que é determinante para a 
confi guração do tipo penal. 
2
NPJ – NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA VIRTUAL
DIREITO PENAL - ESPELHO DE CORREÇÃO - SEÇÃO 2
Com relação à data, nos termos do art. 798, caput, § 1º e § 5º, “a” 
do CPP, o prazo de 15 (quinze) dias previsto no art. 514 do CPP 
terá início do dia 18 de abril, terminando, assim, no dia 2 de maio 
de 2018.
Questão de ordem!
EXCELENTÍSSIMO SENHOR(A) JUIZ DE DIREITO DA VARA 
CRIMINAL DA COMARCA DE CONCEIÇÃO DO AGRESTE/CE. 
[10 linhas]
JOSÉ PERCIVAL DA SILVA, já qualifi cado nos autos em epígrafe, 
vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio 
de seu advogado infra-assinado, apresentar sua RESPOSTA 
PRELIMINAR, com fundamento no artigo 514 do CPP pelos fatos e 
fundamentos a seguir expostos.
I – DOS FATOS
Segundo consta da inicial acusatória, os denunciados, sob a 
liderança do Acusado José Percival da Silva (“Zé da Farmácia”, 
Presidente da Câmara dos Vereadores e liderança política do 
Município), valendo-se da qualidade de Vereadores do Munícipio, 
33
Direito Penal - Espelho de correção - Seção 2NPJ 
associaram-se, em unidade de desígnios, com o fim específico de 
cometer crimes. 
E, dentro desse propósito, no dia 3 de fevereiro de 2018, na sede 
da Câmara dos Vereadores desta Comarca, durante uma reunião 
da Comissão de Finanças e Contratos da Câmara, teriam exigido 
do Sr. Paulo Matos, empresário sócio de uma empresa interessada 
em participar das contratações a serem realizadas pela Câmara de 
Vereadores, o pagamento de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para 
que sua empresa pudesse participar de um procedimento licitatório 
que estava agendado para o dia seguinte. 
Por esse motivo, os réus foram denunciados pela suposta prática 
dos delitos nos artigos 288 e 317, na forma do art. 69, todos do 
Código Penal. É um breve resumo dos fatos. 
 
II – Da inépcia da denúncia em razão da falta de individualização 
da conduta atribuída ao Acusado 
Preliminarmente, verifica-se a inépcia da denúncia (e, 
consequentemente, tem-se a ausência de justa causa para a 
ação penal). Trata-se de vício insanável, gerador de nulidade 
absoluta para os posteriores atos praticados no processo (art. 
573, § 1º do CPP).
O IRMP, ao não especificar a correspondente e necessária 
adequação típica da participação do Acusado em relação aos 
delitos constantes na denúncia, pormenorizando e subordinando 
sua conduta ao tipo penal, inviabilizou o correto e necessário 
exercício defensivo do mesmo.
Conforme explica o art. 41, CPP, a peça acusatória deverá ser 
apresentada contendo o máximo de informações possíveis sobre 
os fatos apurados. Isso tem o fim de propiciar o devido exercício da 
ampla defesa e do contraditório. 
Ocorre que o próprio CPP, mais adiante, preceitua que a não 
observância dessa condição, pelo órgão acusatório, configurará 
44
Direito Penal - Espelho de correção - Seção 2NPJ 
uma das hipóteses para a rejeição imediata da denúncia (inépcia 
da inicial, art. 395, inc. I). 
A deficiência narrativa na peça acusatória inviabiliza por completo o 
exercício constitucional da ampla defesa e do contraditório. Nesse 
sentido, seguem esclarecimentos sobre a narração dos fatos, pelo 
órgão acusatório:
Configura-se a inépcia da peça acusatória quando não se prestar 
aos fins aos quais se destina, vale dizer, não possuir a menor aptidão 
para concentrar, concatenadamente, em detalhes, o conteúdo da 
imputação, permitindo ao réu a exata compreensão da amplitude 
da acusação, garantindo-lhe, assim, a possibilidade de exercer o 
contraditório e a ampla defesa. Dentre outros fatores, são geradores 
de inépcia: a) a descrição de fatos de maneira truncada, lacunosa 
ou em desacordo com os dados constantes do inquérito. (NUCCI, 
2008, p. 706)1
Note-se que o IRMP, sem pormenorizar individualmente a conduta 
do Acusado, atribuiu-lhe responsabilidade criminal por integrar 
associação criminosa, bem como ser sujeito ativo do delito de 
corrupção passiva. 
As imputações das práticas criminosas reclamam, evidentemente, 
que a acusação narre a presença dos elementos objetivos dos 
aludidos crimes. Depreende-se da denúncia que a Acusação se 
furtou dessa obrigação. Nela, não restou demonstrado, ao menos 
minimamente, a presença desses elementos. 
Ou seja, em momento algum a inicial especifica quais teriam sido 
as condutas praticadas pelo Acusado que se enquadrariam nos 
supracitados tipos penais. Pelo contrário. Não há qualquer narração 
fática atribuída ao Acusado. 
Portanto, não restam dúvidas de que a presente denúncia é 
absolutamente genérica. 
1 NUCCI, Guilherme de Souza. Código de processo penal comentado. 8. ed. São Paulo: 
Revista dos Tribunais, 2008.
55
Direito Penal - Espelho de correção - Seção 2NPJ 
Conclui-se, ante o déficit narrativo da peça de acusação, que a 
Acusação apenas presumiu que o Acusado teria participado das 
citadas práticas criminosas. 
Não se pode admitir imputações desta gravidade, sem um mínimo 
de lastro de autoria e materialidade. Por isso é necessária a 
individualização de sua conduta com as suas especificidades. E, 
desta obrigação, a Acusação não se desincumbiu.
Logo, a denúncia é inepta e, assim, não permite o exercício amplo 
de defesa, repita-se. Neste sentido, segue entendimento dos 
Tribunais: 
STF: EMENTA: HABEAS CORPUS. DENÚNCIA. ESTADO 
DE DIREITO. DIREITOS FUNDAMENTAIS. PRINCÍPIO 
DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. REQUISITOS 
DO ART. 41 DO CPP NÃO PREENCHIDOS. 1 - A 
técnica da denúncia (art. 41 do Código de Processo 
Penal) tem merecido reflexão no plano da dogmática 
constitucional, associada especialmente ao direito de 
defesa. Precedentes. 2 - Denúncias genéricas, que não 
descrevem os fatos na sua devida conformação, não 
se coadunam com os postulados básicos do Estado 
de Direito. 3 - Violação ao princípio da dignidade da 
pessoa humana. Não é difícil perceber os danos que a 
mera existência de uma ação penal impõe ao indivíduo. 
Necessidade de rigor e prudência daqueles que têm 
o poder de iniciativa nas ações penais e daqueles que 
podem decidir sobre o seu curso. 4 - Ordem deferida, 
por maioria, para trancar a ação penal. (HC 84409, 
Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Relator(a) p/ 
Acórdão: Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, 
julgado em 14/12/2004, DJ 19-08-2005 PP-00057 
EMENT VOL-02201-2 PP-00290 RTJ VOL-00195-01 
PP-00126, grifos nossos).
Diante dos argumentos aqui apresentados, repete-se, há um claro 
vício processual na peça acusatória inicial, passível de nulidade 
absoluta.
[...] As exigências relativasà ‘exposição do fato 
criminoso, com todas as suas circunstâncias’, atendem 
à necessidade de se permitir, desde logo, o exercício 
66
Direito Penal - Espelho de correção - Seção 2NPJ 
da ampla defesa. Conhecendo com precisão todos 
os limites da imputação, poderá o Acusado a ela se 
contrapor o mais amplamente possível, desde, então, a 
delimitação temática da peça acusatória, em que se irá 
fixar o conteúdo da questão penal.
 Mas, de outro lado, a correta delimitação temática, ou 
imputação do fato, presta-se, também, a viabilizar a 
própria aplicação da lei penal, na medida em que permite 
ao órgão jurisdicional dar ao fato narrado na Acusação 
a justa e adequada correspondência normativa [...]. 
(OLIVEIRA, 2008, p. 144/145, grifos da defesa.)2
Por todo o exposto, requer-se a rejeição da denúncia pela 
violação ao art. 395, I do CPP. A inépcia resta clara ao se ler 
a denúncia, onde não houve a individualização adequada das 
condutas atribuídas ao Acusado.
III – Da falta de justa causa em relação a ambos os delitos – 
inexistência de indícios de autoria e materialidade
Alternativamente, verifica-se ainda a ausência de justa causa para a 
ação penal. Neste caso, a denúncia deve ser rejeitada em atenção 
ao art. 395, III, CPP. Não há nenhum indício de autoria do Acusado 
em relação a qualquer dos crimes que lhe são imputados. 
Conforme já restou ressaltado, em momento algum a inicial 
especifica quais teriam sido as condutas praticadas pelo Acusado 
que se enquadrariam nos supracitados tipos penais. Pelo contrário. 
Não há qualquer narração fática atribuída ao Acusado. Logo, não 
há em relação a ele um mínimo de lastro de autoria. 
Da mesma forma, não há indícios de materialidade em relação ao 
delito de associação criminosa. Isso porque, neste delito, inseriu-
se a expressão “fim específico” apenas para sinalizar o caráter de 
estabilidade e durabilidade da referida associação, distinguindo-a 
do mero concurso de pessoas para o cometimento de um só 
2 OLIVEIRA, Eugênio Pacelli. Curso de processo penal. 9. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 
2008.
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Direito Penal - Espelho de correção - Seção 2NPJ 
delito. Quem se associa (pelo menos três agentes) para o fim 
específico de praticar crimes (no plural, o que demonstra a ideia de 
durabilidade), assim o faz de maneira permanente e indefinida, vale 
dizer, enquanto durar o intuito associativo dos integrantes.
Entretanto, ainda que tenha havido a suposta prática criminosa (o 
que essa defesa só admite por absurdo), trata-se apenas de um 
único fato e, portanto, um crime único, o que, por si só, já afasta a 
tipicidade do artigo 288 do CPP. 
E, como se sabe, deve a petição inicial trazer elementos probatórios 
mínimos que justifiquem a admissão do processo. A Acusação não 
pode, tendo em vista a inegável existência de penas processuais, 
ser leviana e despida de um suporte probatório suficiente para 
justificar o imenso constrangimento que representa a assunção 
da condição de réu. Caso esses elementos sejam insuficientes 
para justificar a abertura de um processo, o juiz deverá rejeitar a 
Acusação. Tudo conforme prevê o artigo 395, III do CPP. 
Por todo o exposto, requer-se a rejeição da denúncia pela violação 
ao art. 395, IIII do CPP.
IV – DOS PEDIDOS 
Por todo o exposto, requer-se rejeição da presente denúncia, nos 
termos do artigo 395, I e III do CPP.
Termos em que, 
Pede e espera deferimento. 
(LOCAL), 2 de maio de 2018.
___________________________________________________
[NOME COMPLETO DO ADVOGADO]
[OAB]
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Direito Penal - Espelho de correção - Seção 2NPJ 
Perguntas:
1 – Quais as diferenças existentes no procedimento especial para 
crimes de responsabilidade de funcionários públicos?
2 – Quais crimes terão esse procedimento especial?
3 – Em quais hipóteses a denúncia será rejeitada?
4 – Havendo rejeição da denúncia, o réu será absolvido? 
Resolução comentada
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