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1 Fundação Getúlio Vargas Programa FGV Management Gestão de Negócios Imobiliários e da Construção Civil Turma FAN0/ZMBANICC0811-1 Rua Barão do Jaraguá – 254 Jaraguá - CEP 57022-140 - Maceió – Alagoas CARLOS ALBERTO GOMES FILHO ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA DA EXECUÇÃO DE UM LOTEAMENTO NA CIDADE DE PENEDO EM ALAGOAS Coordenador Acadêmico – Msc. Pedro de Seixas Corrêa Professor Orientador – Msc. Daniel Ferreira Falcão TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 2 Maceió/AL, Outubro de 2014. CARLOS ALBERTO GOMES FILHO ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA DA EXECUÇÃO DE UM LOTEAMENTO NA CIDADE DE PENEDO EM ALAGOAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em nível de pós- graduação lato sensu MBA em Gestão De Negócios Imobiliários e da Construção Civil da Faculdade de Administração e Negócio conveniada a Fundação Getúlio Vargas como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Gestão de Negócios Imobiliários e da Construção Civil. Orientador: Prof. MSc. Daniel Ferreira Falcão Turma FAN0/ZMBANICC0811-1 Faculdade de Administração e Negócio (FAN) Fundação Getúlio Vargas (FGV) Maceió, 01 de outubro de 2014. 3 Fundação Getúlio Vargas Faculdade de Administração e Negócio Curso de MBA em Gestão de Negócios Imobiliários e da Construção Civil Turma FAN0/ZMBANICC0811-1 Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira da Execução de um Loteamento na Cidade de Penedo em Alagoas Carlos Alberto Gomes Filho Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em nível de pós-graduação lato sensu, MBA em Gestão De Negócios Imobiliários e da Construção Civil da Faculdade de Administração e Negócio conveniada a Fundação Getúlio Vargas como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Gestão de Negócios Imobiliários e da Construção Civil. Comissão Examinadora: __________________________________________ Prof. Dr. Prof. MSc. Daniel Ferreira Falcão FGV Coordenador Acadêmico – Msc. Pedro de Seixas Corrêa Professor Orientador – Msc. Daniel Ferreira Falcão 4 Maceió, 01 de outubro de 2014. Resumo FILHO, C. A. G. Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira da Execução de um Loteamento na Cidade de Penedo em Alagoas 33p. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização) – MBA em Gestão De Negócios Imobiliários e da Construção Civil da Faculdade de Administração e Negócio conveniada a Fundação Getúlio Vargas, Maceió, 2014. Este trabalho tem como objetivo verificar a viabilidade econômica e financeira da implantação de um loteamento residencial para baixa renda na cidade de Penedo em Alagoas. Para a execução do trabalho foi necessário uma revisão bibliográfica sobre o estudo de viabilidade-financeira para empreendimentos imobiliários, a realização de visitas à cidade de Penedo para identificar os possíveis concorrentes e o desenvolvimento de planilhas com o uso do software Microsoft Excel para o cálculo e avaliação dos indicadores econômicos e financeiros. Para avaliação dos loteamentos concorrentes levou-se em consideração à infraestrutura oferecida aos clientes e a distância dos mesmos para o centro da cidade. Adotou-se como estratégia comercial o início da obra 06 meses antes do lançamento e parcelamento dos pagamentos dos lotes. No estudo foram empregados dois cenários de comercialização, o primeiro considerou que todos os lotes seriam vendidos em 100 prestações mensais e o segundo em 60 meses. O empreendimento se mostrou viável economicamente após análise dos indicadores econômicos para ambos cenários. Após estudo dos indicadores financeiros chegou-se a conclusão de que a execução do loteamento é viável financeiramente. O trabalho ilustrou que com o aumento nas parcelas de financiamento dos lotes existe a tendência de um melhor resultado econômico, por outro lado prestações mais curtas melhoram a viabilidade financeira e reduzem o tempo de retorno do investimento. Palavras Chaves: viabilidade econômica; viabilidade financeira; loteamento residencial; Penedo. 5 Lista de Figuras Figura 01 – Localização da cidade de Penedo no mapa de Alagoas. Fonte: (Wikipedia, 2014) ...................................................................................................... 18 Figura 02 – Partido urbanístico do loteamento em estudo. Fonte: elaborada pelo autor. ......................................................................................................................... 23 Figura 03 – Distância entre a área de implantação do loteamento ao centro da cidade de Penedo. Fonte: (Google Maps, 2014). ...................................................... 24 Figura 04 – Histograma para comercialização em 100 meses. Fonte: elaborada pelo autor. ......................................................................................................................... 42 Figura 05 – Histograma para comercialização em 60 meses. Fonte: elaborada pelo autor.ᝄ ...................................................................................................................... 43 Lista de Tabelas Tabela 01 – Caracterização dos possíveis concorrentes. Fonte: elaborada pelo autor. ......................................................................................................................... 20 Tabela 02 – Receita do Loteamento para pagamento em 100 meses. Fonte: elaborada pelo autor. ................................................................................................ 26 Tabela 03 – Receita do Loteamento para pagamento em 60 meses. Fonte: elaborada pelo autor. ................................................................................................ 26 Tabela 04 – Orçamento executivo da obra. Fonte: elaborada pelo autor. ................. 27 Tabela 05 – Despesas de venda e incoporação para financiamento em 100 meses. Fonte: elaborada pelo autor. ..................................................................................... 28 Tabela 06 – Despesas de venda e incoporação para financiamento em 60 meses. Fonte: elaborada pelo autor. ..................................................................................... 28 Tabela 07 – Avaliação dos indicadores calculados no estudo estático, financiamento em 100 meses. Fonte: elaborada pelo autor. ............................................................ 30 Tabela 08 – Avaliação dos indicadores calculados no estudo estático, financiamento em 60 meses. Fonte: elaborada pelo autor. .............................................................. 30 Tabela 09 – Estimativa da velocidade de venda dos lotes. Fonte: elaborada pelo autor. ......................................................................................................................... 32 Tabela 10 – Cronograma Físico Financeiro da Obra. Fonte: elaborada pelo autor... 33 Tabela 11 – Distribuição das receitas provenientes das vendas em 100 meses e aporte de capital do investidor. Fonte: elaborada pelo autor. .................................... 34 6 Tabela 12 – Distribuição das receitas provenientes das vendas em 60 meses e aporte de capital do investidor. Fonte: elaborada pelo autor. .................................... 35 Tabela 13 – Distribuição das parcelas correspondentes ao pagamento do terreno para 100 meses. Fonte: elaborada pelo autor. .......................................................... 36 Tabela 14 – Distribuição das despesas com permuta financeira, vendase incorporação correspondentes ao pagamento em 100 meses. Fonte: elaborada pelo autor. ......................................................................................................................... 37 Tabela 15 – Fluxo de caixa descontado para pagamento em 100 meses. Fonte: elaborada pelo autor. ................................................................................................ 39 Tabela 16 – Fluxo de caixa descontado para financiamento em 60 meses. Fonte: elaborada pelo autor. ................................................................................................ 40 Tabela 17 – Avaliação dos indicadores econômico-financeiros para comercialização dos lotes em 60 e 100 meses. Fonte: elaborada pelo autor. ..................................... 43 7 Sumário Resumo ....................................................................................................................... 4 Lista de Figuras ........................................................................................................... 5 Lista de Tabelas .......................................................................................................... 5 1 Introdução ................................................................................................................ 8 1.1 Problema ........................................................................................................... 8 1.2 Objetivos ............................................................................................................ 9 1.2.1 Objetivos específicos ...................................................................................... 9 1.3 Metodologia ..................................................................................................... 10 1.4 Estrutura do trabalho ....................................................................................... 10 2 Referencial Teórico ................................................................................................ 11 2.1 Viabilidade econômica ..................................................................................... 11 2.2 Viabilidade financeira ....................................................................................... 13 2.2.1 Linha do tempo ............................................................................................. 14 2.2.2 Quadro de receitas ....................................................................................... 14 2.2.3 Montagem do fluxo de caixa ......................................................................... 14 2.2.4 Indicadores de viabilidade dinâmico ............................................................. 15 3 Estudo de Caso ...................................................................................................... 18 3.1 Características da cidade de Penedo .............................................................. 18 3.1.1 Dados econômicos e sociais ........................................................................ 18 3.1.2 Mercado consumidor .................................................................................... 19 3.1.3 Mercado concorrente .................................................................................... 19 3.2 Características do empreendimento ................................................................ 22 3.2.1 Estimativa do preço do produto .................................................................... 23 3.3 Desenvolvimento da análise ............................................................................ 25 3.3.1 Estudo de viabilidade econômica ................................................................. 25 3.3.2 Estudo de viabilidade financeira ................................................................... 31 3.3.3 Comparativo entre os indicadores para financiamentos em 60 e 100 meses ............................................................................................................................... 43 4 Considerações Finais ............................................................................................. 45 5 Referências Bibliográficas ...................................................................................... 47 8 1 Introdução Executivos de incorporadoras que atuam no mercado brasileiro afirmam que o segmento de loteamentos residenciais tem atraído atenção de investidores em virtude da menor necessidade de investimentos para a obtenção do produto final a ser comercializado resultando em maiores margens. São necessários aportes para infraestrutura, mas não para construção de empreendimentos. Os riscos de execução e de estouros de orçamentos são inferiores aos dos projetos residenciais (DANGELO, 2014). Com o crescimento e estabilidade da economia as capitais tem se desenvolvido. Os incentivos governamentais, a oferta de crédito e o déficit habitacional geraram crescimento significativo do mercado imobiliário e fica cada vez mais difícil encontrar nas grandes cidades terrenos a preços menores (BÚRIGO, 2008). Dessa forma, uma alternativa é investir em cidades do interior onde ainda existe a possibilidade de se encontra terrenos a preços menores. A cidade de Penedo fica a margem do Rio São Francisco e possuí diversos prédios considerados patrimônio histórico favorecendo o potencial turístico. Porém, realizar um novo empreendimento apenas pela ideia de oportunidade não significa certeza de sucesso. Por isso o estudo de viabilidade é de fundamental importância, pois por meio dele se identifica e se analisa as variáveis que pode influenciar no planejamento e implantação do empreendimento, como aspectos mercadológicos, jurídicos e legais, técnicos e econômico-financeiros (BÚRIGO, 2008). No presente capítulo serão apresentados: a problemática do estudo, os objetivos do trabalho, a metodologia empregada para o desenvolvimento e a estrutura do trabalho. 1.1 Problema Trata-se do estudo de viabilidade econômico-financeira da implantação de um loteamento na cidade de Penedo, em Alagoas. 9 Com base nos preços de venda dos lotes, na velocidade de venda estimada, nos custos envolvidos e no ritmo de execução do empreendimento, é possível ter lucro? De quanto será o lucro? Qual a taxa de retorno sobre o investimento na aquisição de terreno e no aporte inicial para a execução da obra? Em quanto tempo se obtém retorno do capital investido? 1.2 Objetivos O objetivo geral do trabalho é verificar a viabilidade econômico-financeira da implantação de um loteamento residencial para baixa renda na cidade de Penedo em Alagoas. 1.2.1 Objetivos específicos Especificamente são abordados os seguintes tópicos: 1- Cálculo e avaliação dos indicadores econômicos: a) lucro líquido; b) relação entre o preço de venda do terreno e a receita disponível; c) relação entre o lucro e a receita disponível; d) relação entre o custo de construção e a receita disponível; e) relação entre o lucro e o preço de venda do terreno; 2- Cálculo e avaliação dos indicadores financeiros: a) Fluxo de caixa; b) Valor presente líquido; c) Máxima exposição do fluxo de caixa. d) Taxa Interna de Retorno Modificada (MTIR); e) Índice de Lucratividade (IL) f) Tempo de retorno do capital investido (Payback). 10 1.3 Metodologia O trabalho consistiu no estudo da literatura sobre viabilidade econômico- financeira aplicada ao setor imobiliário, como também sobre a cidade de Penedo. O cálculo dos custos e das receitas do empreendimento, a criação do fluxo de caixa e o cálculo dos indicadores foram realizadoscom o uso de planilhas geradas pelo software Microsoft Excel 2010. Foram realizadas visitas à cidade de Penedo para identificar os possíveis concorrentes e por consequência definir o preço de venda do produto. 1.4 Estrutura do trabalho Além deste capítulo introdutório o presente trabalho é composto por mais 04 capítulos. O Capítulo 02 diz respeito ao referencial teórico onde serão apresentados os aspectos fundamentais para o desenvolvimento de uma análise de viabilidade econômico-financeira aplicada ao setor imobiliário. O Capítulo 03 contempla o estudo de caso realizado, são apresentadas as características da cidade de Penedo, os aspectos de mercado e o desenvolvimento da análise. O Capítulo 04 aborda as considerações finais do trabalho. E, por último o Capítulo 05 apresenta as referências Bibliográficas. 11 ____________________________________ ¹ O método involutivo identifica o valor de mercado do bem, alicerçando no seu aproveitamento eficiente, baseado em modelo de estudo de viabilidade técnico-econômica, mediante hipotético empreendimento compatível com as características do bem e com as condições do mercado no qual está inserido, considerando-se cenários viáveis para execução e comercialização do produto, conforme item 8.2.2 da ABNT NBR 14.653 – 2: 2004 – Avaliação de bens / Parte 2: Imóveis urbanos. 2 Referencial Teórico A análise de investimentos consiste em coletar as informações e aplicar técnicas de engenharia econômica, considerando as taxas de desconto, os prazos e os valores previstos em um fluxo de caixa. A análise de viabilidade está relacionada especificamente ao estudo de uma nova construção. Versa sobre a comparação entre as receitas e as despesas da obra considerando o tempo decorrido. Se osresultados apontam benefícios, o processo pode prosseguir, caso contrário, o projeto deve ser ajustado ou até abandonado. (NETO, JÚNIOR e AMORIM, 2003). 2.1 Viabilidade econômica Segundo Gonçalves (2013) pode-se conceituar o estudo de viabilidade econômica como um estudo preliminar, que permite apresentar indicadores de viabilidade estática, como se fosse uma avaliação de imóvel pelo método involutivo¹, também conhecido como residual ou de melhor aproveitamento. As variáveis (tempo, juros, inflação) são nulas, ou seja, não são consideradas porque se tem por definição que a compra do imóvel, a construção, as vendas, etc., ocorrem no mesmo instante e à vista (GONÇALVES, 2013). Com isso, pondera-se a potencialidade do empreendimento, isto é, o seu aproveitamento eficiente e desejado sobre o imóvel em tela e consequentemente, permite também avaliar outros itens, tais como custo de construção, preço de venda das unidades, despesas de venda, incorporação e principalmente o preço e condições de compra do imóvel (terreno). (GONÇALVES, 2013). Desta forma deve-se considera que o estudo estático (econômico) é uma avaliação preliminar que indica ou não a continuidade do estudo sobre o terreno, portanto não deve ser utilizado para decidir pela sua compra (GONÇALVES, 2013). 12 De acordo com Gonçalves (2013) o estudo de viabilidade econômica compreende basicamente o cálculo de 06 itens: Valor Global de Vendas (VGV), Custo de Construção, Compra do Terreno, Despesas de Venda e Incorporação, Aporte Financeiro de Investidor e Indicadores Econômicos. O VGV consite na multiplicação do preço unitário do produto pela quantidade de produto, por exemplo, tem-se o preço em reais por metro quadrado (R$/M²) de um lote multiplicado pela área do lote em metros quadrados. Segundo Gonçalves (2013) para o cálculo dos custos de construção é necessário um conhecimento profundo do produto e do método construtivo empregado para execução do empreendimento. No caso de loteamento, os custos basicamente são com a urbanização (terraplenagem, rede de água, pavimentação etc) e com o pessoal administrativo da obra. Uma prática muito usada atualmente para a compra dos ativos (terrenos) para os empreendimentos, em complementação ou substituição ao pagamento à vista ou a prazo e em moeda vigente (R$) é a permuta do terreno por unidades autonômas comerciais ou residenciais, no local do empreendimento e/ou fora, a construir ou prontas e com habite-se, por outras edificações e/ou serviços de engenharia. Cada caso, junto ou separado, implica numa forma distinta de negociação e, portanto num resultado de viabilidade. (GONÇALVES, 2013). Indicadores balizam a viabilidade do estudo e consequentemente são obtidos dos diversos dados impostos em cada hipótese e cenários respectivos. Essas relações ou indicadores de viablidade estáticos são balizadores neste nível de estudo e cada dado é uma resposta a ser considerada. Serão apresentadas a seguir quatro relações e os respectivos parâmetros sugeridos por (GONÇALVES, 2013): a. Relação em % expressa por Custo do Terreno / Receita Disponível, considerada aprovada se for menor ou igual a 35%; b. Relação em % - Custo da Obra / Receita Disponivel, considerada aprovada se for menor ou igual a 60%; c. Relação em % - Lucro / Receita Disponível, considerada aprovada se for maior ou igual a 25%; d. Relação em % - Lucro / Custo do Terreno, considerada aprovada se for maior ou igual a 100%. 13 ____________________________________ ² BEZZERA DA SILVA, Mozart. Planejamento Financeiro para o setor da Construção Civil. Texto Técnico 11 (TCC/PCC/11). São Paulo: EPUSP, 1995, 47 pág. 2.2 Viabilidade financeira Pode-se conceitua-la como um estudo financeiro, ou dinâmico cujos indicadores de viabilidade são decorrentes das variáveis: tempo, juros, inflação e demais dados de receita e despesa, que variam segundo o cronograma de eventos. (GONÇALVES, 2013). Por outro lado, alguns autores destacam que: Para que o estudo de viabilidade se aproxime da realidade, deve-se partir de um bom cenário, dispor de um bom modelo matemático para simulação, conhecer os indicadores de qualidade fornecidos pelo modelo de cálculo e saber interpretar os indicadores, estabelecendo critérios particulares de decisão. Bezzera da Silva² (1995 apud NETO, JÚNIOR E AMORIM, 2003). Com o dinâmico, analisa-se profundamente o empreendimento desejado e consequentemente avaliam-se itens, tais como a composição do custo de capital, a taxa interna de retorno, o valor presente líquido, a maior exposição do fluxo de caixa, o tempo de retorno do investimento (payback), o saldo acumulado, o índice de lucratividade, dentre outros que auxiliam na tomada de decisão de realização do empreendimento. Quando completo, é o estudo indicado para tomada de decisão (GONÇALVES, 2013). As fórmulas utilizadas no dinâmico são matemáticas, financeiras e estatísticas. O estudo dinâmico é representado por um fluxo de caixa descontado, feito de forma bem detalhada, a fim de permitir ao analista uma visão geral do empreendimento e o domínio dos indicadores de viabilidade (GONÇALVES, 2013). 14 2.2.1 Linha do tempo A linha do tempo é a materialização dos tempos e movimentos do fluxo de caixa (receitas e despesas do empreendimento), sobre a qual podemos definir as datas de vencimento das parcelas do preço de venda, desde o sinal na celebração do contrato até o último pagamento previsto (GONÇALVES, 2013). 2.2.2 Quadro de receitas Na montagem do quadro de vendas, é considerado o ritmo de venda, também conhecido como velocidade de venda, é o somatório estimado das vendas em cada lançamento e/ou relançamento das unidades ofertadas, em cada esforço de venda, isto é, quantos por cento das unidades serão vendidas ou quantos por cento do VGV serão vendidos. Nas datas da frequência de venda é que são consideradas as previsões de despesas da campanha (GONÇALVES, 2013). 2.2.3 Montagemdo fluxo de caixa O negócio imobiliário é gerador de fluxo de caixa e toda a decisão será tomada sobre ele (GONÇALVES, 2013). O prazo da construção é um fator importante de viabilidade do empreendimento, tal qual o momento ideal para serem iniciadas as obras. A data de início da obra deve ser analisada também em função da exposição de caixa do fluxo. Retardar o início da obra pode significar uma melhora significativa de saldo de caixa, permitindo até rever preços. GONÇALVES (2013) ressalta que a empresa deve ficar atenta ao concorrente, pois, o comprador tende a acreditar mais no empreendimento que está em construção. Na parte do fluxo referente às despesas, dentro do mesmo critério da receita, o posicionamento de cada parcela é em função de uma data (GONÇALVES, 2013). 15 ____________________________________ ³ GALESNE, A. FENSTERSEIFER, J. E. LAMB, R..Decisões de Investimento da Empresa. São Paulo: Atlas, 1999. 2.2.4 Indicadores de viabilidade dinâmico 2.2.4.1 Critério do valor presente líquido (VPL) O valor presente líquido é avaliado levando-se em consideração o fluxo de caixa composto pelas receitas e despesas. O VPL de um projeto de investimento é igual à diferença entre o saldo dos valores presentes das entradas e saídas líquidas de caixa associadas ao projeto e ao investimento inicial necessário, com o desconto dos fluxos de caixa feito a uma taxa k definida pela empresa que é conhecida como Taxa Mínima de Atratividade (TMA). Todo projeto de investimento que tiver um VPL positivo será rentável; para um projeto analisado, havendo mais de uma variante rentável, o de maior VPL será o mais lucrativo. É o valor presente dos retornos diminuídos dos investimentos, descontados até a data da análise pela taxa de juros do custo do capital. Galesne, Fensterseifer e Lamb³ (1999 apud NETO, JÚNIOR E AMORIM, 2003). 2.2.4.2 Critério da taxa interna de retorno modificada (MTIR) Além do VPL em um estudo de viabilidade financeira é de suma importância verificar a Taxa de Retorno do Capital Investido. A taxa que anula o valor presente líquido do empreendimento é chamada de taxa interna de retorno (TIR). É uma taxa média de desconto do fluxo de caixa, ou, em outras palavras, é a taxa que torna o valor presente dos fluxos de caixa igual ao investimento inicial. Galesne, Fensterseifer e Lamb³ (1999 apud NETO, JÚNIOR E AMORIM, 2003). É a mínima taxa de retorno que garante a recuperação da quantidade investida. Todo projeto cuja taxa de retorno seja superior à taxa mínima de rentabilidade que o dirigente da empresa exige para seus investimentos, o negócio é interessante. (NETO, JÚNIOR e AMORIM, 2003). A TIR modificada (ou MTIR) é uma forma alterada da taxa interna de retorno e procura corrigir problemas relacionados à diferença de taxas reais de financiamento dos investimentos (despesas com valores negativos) e de aplicação de caixa excedente (receitas com valores positivos) existente no cálculo da TIR (GONÇALVES, 2013). Segundo Gonçalves (2013) a principal finalidade da MTIR é estabelecer o retorno de um investimento que contemple a aplicação dos fluxos excedentes por uma taxa de aplicação e os déficits de fluxos por uma taxa de captação. 16 ____________________________________ ³ GALESNE, A. FENSTERSEIFER, J. E. LAMB, R..Decisões de Investimento da Empresa. São Paulo: Atlas, 1999. 2.2.4.3 Índice de Lucratividade O índice de lucratividade de acordo com Júnior, Castro e Braga (2007) consiste em estabelecer a razão entre o saldo dos valores presentes das entradas e saídas líquidas de caixa do projeto e o investimento inicial. Os cálculos, nesse critério, também são efetuados com base na taxa mínima de atratividade (TMA) da empresa. Este índice informa a percentagem de quanto se está ganhando, além do custo do capital, em relação ao valor presente do investimento. Júnior, Castro E Braga (2007) recomendam obter o IL como resultado de dividir o VP dos Retornos e o valor presente dos retornos do fluxo de caixa do investimento, da data um até a data terminal, pelo valor do investimento na data zero, desconsiderando o sinal negativo do desembolso. Conforme apresentado em Gonçalves (2013) o critério estabelece que o projeto deve ser aceito sempre que o VP dos retornos for maior que o investimento, isto é, se o Índice de Lucratividade for maior que um o projeto deverá ser aceito, caso contrário não. 2.2.4.4 Critério do período de retorno do investimento (pay back) Um indicador financeiro bastante utilizado e que funciona como complementador dos indicadores mencionados anteriormente. O pay back consiste na análise do período necessário para se obter o retorno do investimento inicial sem considerar nenhum tipo de juros. O que é falho neste critério é que ele é utilizado como um critério de rentabilidade de projetos, quando, na verdade, ele se caracteriza mais como uma medida da liquidez do capital investido no projeto. O uso deste critério pode ser justificado quando empregado em conjunto com os critérios baseados nos fluxos de caixa descontados, jamais como critério principal. Galesne, Fensterseifer e Lamb³ (1999 apud NETO, JÚNIOR E AMORIM, 2003). 17 2.2.4.5 Máxima exposição de caixa Gonçalves (2013) recomenda que ao tomar a decisão não se deve esquecer que incorporar é também administrar ativos que, por sua vez, geram fluxo de caixa descontado. Há momentos nos fluxos que são negativos e a empresa precisa avaliar se estará preparada para cobrir essas exposições. Por outro lado, nem todo saldo positivo gera ganho financeiro, somente as sobras de caixa, pois a maior parte é aplicada na produção, ou construção do ativo. O objetivo é minimizar a exposição negativa ao viabilizar o empreendimento, revendo os tempos e movimentos de cada receita e despesa. No presente estudo considerou-se como exposição de caixa os saldos negativos acumulados. 18 3 Estudo de Caso 3.1 Características da cidade de Penedo Penedo é um município brasileiro do estado de Alagoas localizado ao sul do estado, às margens do Rio São Francisco. Fig. 01. Fica localizada a 169 km de distância da capital Maceió. Figura 01 – Localização da cidade de Penedo no mapa de Alagoas. Fonte: (Wikipedia, 2014) 3.1.1 Dados econômicos e sociais A cidade de Penedo possui uma população de 63.595 habitantes de acordo com o censo de 2013 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2014). Segundo o IBGE nos últimos Censos realizados o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do município apresentou crescimento. O PIB per capita da cidade é de aproximadamente R$ 6.500,00. A cidade possui diversas agências bancárias, as quatro concessionárias de veículos mais tradicionais do país, rede de supermercados etc. O que pode reforçar a ideia de que a cidade está em crescimento e aumentado a sua renda. 19 3.1.2 Mercado consumidor Existe uma prática de mercado que considera que as pessoas podem comprometer até 30% da renda familiar com a compra do imóvel sem que prejudique as suas finanças. Desta forma, após a definição do preço do lote e da forma de pagamento determina-se a renda mínima para que o cliente possa adquirir o lote (VEJA, 2014). No caso de loteamento o público é bastante diversificado, pessoas que já possuem imóveis e que querem a segunda residência podem investir na compra de lote, existe também o cliente que compra para investir e vender anos depois e ganhar um lucro com a valorização do terreno, entre outras possibilidades. Definir precisamente o público alvo do loteamento em questão não fazparte do escopo do presente trabalho para se determinar esta informação com precisão é necessário à realização de uma pesquisa de mercado na cidade. 3.1.3 Mercado concorrente Foram considerados concorrentes lotes a venda em diferentes bairros na cidade de Penedo. O tamanho da amostra foi de 03 lotes. Além do preço total do terreno e do valor unitário, ou seja, preço em reais por metro quadrado (R$/m²) foi avaliado a infraestrutura oferecida pelos loteamentos. As informações foram obtidas através de ligações telefônicas para os contatos apresentados nas placas fixadas nos lotes. Na Tabela 1 são apresentados as características dos lotes pesquisados: 20 Tabela 01 – Caracterização dos possíveis concorrentes. Lote Localização e identificação Infraestrutura Oferecida Distância para o centro da cidade Dimensões em M Preço Total (R$) Preço Unitário (R$/M²) 01 Loteamento Fechado, localizado na Rodovia Engenheiro Joaquim Gonçalves, próximo ao Instituto Federal de Alagoas (IFAL). 1- Rede de abastecimento de água com reservatório; Energia elétrica, calçamento e passeio em concreto; 2- Guarita de segurança e muro de fechamento; 3- Salão de festas e academia equipada; 4- O acesso ao loteamento é pavimentado. 5,4 KM 9 x 20 36.000,00 200,00 02 Loteamento Ouro Verde localizado na Rodovia em direção à Arapiraca. 1- Rede de abastecimento de água sem reservatório; Energia elétrica. Sem calçamento e sem passeio em concreto; 2- O acesso ao loteamento é pavimentado. 4,6 KM 12 x 26 40.000,00 128,21 21 03 Loteamento Santo Expedito localizado na Rodovia Engenheiro Joaquim Gonçalves, próximo ao Instituto Federal de Alagoas (IFAL). 1- Rede de abastecimento de água sem reservatório; Energia elétrica. Sem calçamento e sem passeio em concreto; 2- O acesso ao loteamento é pavimentado. 4,9 KM 8 x 18 12.500,00 86,81 Fonte: elaborada pelo autor. Os lotes foram selecionados em bairro distintos na cidade de Penedo para verificar a influência da localização na valorização do terreno. Percebeu-se que a localização é fator preponderante, aqueles localizados mais próximos ao centro da cidade e com disponibilidade de supermercados, agências bancárias e pontos comerciais tendem a ser mais valorizados. A infraestrutura oferecida pelo loteamento também influencia diretamente no preço quanto mais atrativos como por exemplo ruas pavimentadas, guarita de segurança e muro de fechamento maior o valor unitário do lote. 22 3.2 Características do empreendimento Este trabalho foi baseado em um projeto a ser realizado por uma empresa construtora e incorporadora, classificada como de médio porte com sede na cidade de Maceió, estado de Alagoas. O empreendimento fica localizado na cidade de Penedo, estado de Alagoas, implantado em uma área de 61.605,27 (sessenta e um mil, seiscentos e cinco) metros quadrados. Trata-se de um loteamento com 196 lotes com 03 tamanhos, sendo lotes retangulares com 8 de frente por 20 metros na lateral, totalizando uma área de 160,00 m², 8 por 25 metros, correspondendo a uma área de 200,00 m² e os terrenos de esquina de dimensões diversas cujas as áreas variam entre 147,44 à 375,38 m². A área útil, ou área de lotes correspondeu a 34.203,77 (trinta e quatro mil, duzentos e três) metros quadrados, responsável por 55,52% (cinquenta e cinco vírgula cinquenta e dois por cento) da área total do terreno. As áreas comuns que dizem respeito aquelas destinadas às ruas, doações para prefeitura, áreas verdes etc. totalizaram 27.401,52 (vinte e sete mil, quatrocentos e um) metros quadrados, correspondendo a 44,48% (quarenta e quatro vírgula quarenta e oito por cento) da área total do terreno. O empreendimento possuirá como infraestrutura os seguintes itens: rede de abastecimento de água com reservatórios superior e inferior, meio-fio em todas as ruas, pavimentação da rua de acesso ao loteamento e rede de energia elétrica com iluminação pública. Apresenta-se na Fig. 02 o partido urbanístico do loteamento sob análise de viabilidade econômico-financeira. 23 Figura 02 – Partido urbanístico do loteamento em estudo. Fonte: elaborada pelo autor. 3.2.1 Estimativa do preço do produto Com base nas amostras coletadas sobre o mercado concorrente (ver Tab. 01) e levando em consideração a infraestrutura oferecida pelo Loteamento em estudo e o fato da distância do terreno para o centro da cidade ser de 1,5 km (Fig.03) definiu- se como preço unitário o valor de R$/M² 110,00. Então, o lote padrão com medidas de 8 por 20 M que totaliza uma área 160,00 M² apresentará um preço total de R$ 17.600,00 para venda à vista. Pensando em acelerar o ritmo de vendas neste estudo serão admitidas vendas em 60 e 100 parcelas. 24 Figura 03 – Distância entre a área de implantação do loteamento ao centro da cidade de Penedo. Fonte: (Google Maps, 2014). Admitindo a aplicação de 0,50% ao mês a juros compostos ao longo de 100 meses encontra-se um montante de R$ 22.408,21 e dividindo pela área do lote padrão (160,00 M²) obtém-se o preço unitário de R$/M² 140,05. Para o financiamento em 60 meses a taxa de juros compostos empregada foi de 0,25% ao mês gerando um valor total para o lote padrão de R$ 18.974,94 obtendo-se o preço unitário de R$/M² 118,60. 25 3.3 Desenvolvimento da análise Como mencionado no Capítulo 2, o estudo de viabilidade compreende a parte econômica (estática) e a financeira (dinâmica). Apresenta-se aqui a rotina empregada no desenvolvimento da análise. Utilizou-se o software Microsoft Excel 2010 para elaboração das planilhas de cálculo. Admitiu-se que as vendas das unidades seriam todas financiadas diretamente com a construtora, sendo uma entrada de 5% do valor do lote e o saldo dividido em 60 e 100 parcelas iguais e subsequentes com vencimentos ao final de cada mês. O fato de se empregar duas formas de pagamento impactou no preço do produto conforme mencionado no item 3.3.1 e afetará também os resultados da viabilidade econômica-financeira. 3.3.1 Estudo de viabilidade econômica Serão apresentadas aqui as etapas executadas para a realização do estudo estático do empreendimento em questão. 3.3.1.1 Valor Global de Vendas (VGV) O estudo de viabilidade econômica é iniciado com o cálculo da receita bruta do empreendimento, ou Valor Global de Vendas (VGV), que é obtido através da multilicação do preço unitário pela área útil dos lotes (ver item 3.3.1). Dessa maneira, tem-se para a comercialização em 100 parcelas mensais um VGV de R$ 4.790.238,00 (ver Tab. 02). E, para financiamento em 60 meses encontra-se o VGV de R$ 4.056.567,00 (ver Tab. 03). 26 Tabela 02 – Receita do Loteamento para pagamento em 100 meses. preço médio de mercado adotado neste estudo >>>>> 140,05 Acréscimo % aplicado sobre o preço médio de mercado >>>>>> 0,0% VGV áreas observação lotes ÁREA (m2) PREÇO / m² PREÇO / lote TOTAL (R$) ÁREA ÚTIL 0 área útil dos lotes tipo A lotes unifamiliares - 8 x 20 141 160,00 140,05 22.408,00 3.159.528 área útil dos lotes tipo B lotes unifamiliares - 8 x 25 18 200,00 140,05 28.010,00 504.180 área útil dos lotes tipo C lotes de esquina e fora do padrão 37 217,40 140,05 30.446,76 1.126.530 área útil dos lotes tipo D 0 140,05 0,00 0 0 0,00 140,05 0,00 0 0 0,00 140,05 0,00 0 140,05 0,00 0 ATENÇÃO: Cálculo A.Privativa igual quadro áreas > > 196 Área Util total 34.203,77 VGV Loteamento 4.790.238 Fonte: elaborada pelo autor. Tabela 03 – Receita do Loteamento para pagamento em 60 meses. preço médio de mercado adotado neste estudo >>>>> 118,60Acréscimo % aplicado sobre o preço médio de mercado >>>>>> 0,0% VGV áreas observação lotes ÁREA (m2) PREÇO / m² PREÇO / lote TOTAL (R$) ÁREA ÚTIL 0 área útil dos lotes tipo A lotes unifamiliares - 8 x 20 141 160,00 118,60 18.976,00 2.675.616 área útil dos lotes tipo B lotes unifamiliares - 8 x 25 18 200,00 118,60 23.720,00 426.960 área útil dos lotes tipo C lotes de esquina e fora do padrão 37 217,40 118,60 25.783,54 953.991 área útil dos lotes tipo D 0 118,60 0,00 0 0 0,00 118,60 0,00 0 0 0,00 118,60 0,00 0 118,60 0,00 0 ATENÇÃO: Cálculo A.Privativa igual quadro áreas > > 196 Área Util total 34.203,77 VGV Loteamento 4.056.567 Fonte: elaborada pelo autor. 27 3.3.1.2 Custo de Construção do Loteamento / Urbanização Na Tab. 04 são apresentados os custos estimados para a execução da obra do loteamento. Tabela 04 – Orçamento executivo da obra. SERVIÇO DESCRIÇÃO TOTAL % CUSTO % VGV Projetos Abastecimento, elétrico, terraplenagem etc. R$ 27.192,00 3,1% 0,6% Topografia R$ 54.383,99 6,2% 1,1% Terraplenagem R$ 108.767,99 12,4% 2,3% Rede de água potável. R$ 65.623,35 7,5% 1,4% Reservatórios para água potável. Enterrado e elevado. R$ 67.073,59 7,6% 1,4% Drenagem de águas pluviais. Guias e sarjetas. R$ 47.132,80 5,4% 1,0% Pavimentação da ruas. Calçamento na rua de acesso ao loteamento. R$ 108.767,99 12,4% 2,3% Rede elétrica e iluminação. R$ 161.339,18 18,4% 3,4% Administração da obra. aux. administrativo, mestre, vigias, téc. em edificações etc. R$ 237.476,78 27,1% 5,0% Total R$ 877.757,67 100,0% 18,3% Fonte: elaborada pelo autor. Segundo Gonçalves (2013) na maioria dos casos o custo de construção é o vilão do estudo por apresentar um custo pesado e por ser um dos maiores valores na equação de viabilidade, mas a prática tem demonstrado que se o custo não 28 exceder a 60% do VGV, as possibilidades de viabilidade aumentam. A eficiência da construtora é fundamental para baixar custos e reduzir os riscos dos eventuais técnicos, que senão bem dimensionados levam a grandes prejuízos. 3.3.1.3 Custo do Terreno O terreno que servirá para implantação do empreendimento possui uma área total de 61.605,27 M² e apesar de fazer parte do estoque de terrenos da empresa, considerou-se o custo de aquisição do mesmo cujo valor de mercado é de R$ 650.630,00, correspondendo a um preço unitário de R$/M² 10,30. Entretanto, para não prejudicar a viabilidade financeira a remuneração dos valores referentes ao terreno se darão após a entrega da obra em 100 parcelas para o finaciamento em 100 meses e 60 parcelas para o financiamento em 60 meses. 3.3.1.4 Despesas de venda e incorporação Além dos custos de construção e de aquisição do terreno para a realização de um empreendimento imobiliário outras despesas se apresentam, tais como: corretagem, impostos, legalização etc. Nas Tab. 05 e 06 são ilustrados os custos para financiamento em 100 e 60 meses, respectivamente. Tabela 05 – Despesas de venda e incoporação para financiamento em 100 meses. DESPESA % VGV VALOR Corretagem 5,0% R$ 239.512,00 Publicidade 2,0% R$ 95.805,00 Impostos 6,0% R$ 287.414,00 Jurídicas 0,25% R$ 11.976,00 TOTAL R$ 634.706,53 Fonte: elaborada pelo autor. Tabela 06 – Despesas de venda e incoporação para financiamento em 60 meses. 29 DESPESA % VGV VALOR Corretagem 5,0% R$ 202.828,00 Publicidade 2,0% R$ 81.131,00 Impostos 6,0% R$ 243.394,00 Jurídicas 0,25% R$ 10.141,00 TOTAL R$ 537.495,14 Fonte: elaborada pelo autor. É importante ressaltar que as despesas aqui apresentadas são do tipo variável, ou seja, só acontecem quando a venda é efetuada. Então, no fluxo de caixa quando da realização do estudo dinâmico elas serão empregadas no momento da concretização da venda. Apenas para as despesas com publicidade a distribuição não foi proporcional a velocidade de vendas. 3.3.1.5 Aporte financeiro solicitado a investidor Em virtude da empresa não possuir um histórico de realização de empreendimentos imobiliários na cidade de Penedo e levando em consideração que a cidade ainda não apresenta caso de sucesso de construtora, ou incorporadora com a comercialização de imóveis na planta adotou-se como estratégia comercial dar início a construção 6 meses antes do lançamento das vendas do produto. Sendo assim, durante este período faz-se necessário efetuar aporte de capital para bancar os custos de construção e conforme o cronograma de execução da obra que será visto no estudo dinâmico a necessidade de capital é de aproximadamente R$ 402.380,00. Este capital será obtido através de investidores em troca de uma participação de 21% do VGV do empreendimento. Então, no caso de financiamento em 100 meses encontra-se um montante de R$ 1.005.950,00 gerando um ganho econômico para o investidor de 150% e o valor de R$ 851.879,00 e retorno de 113% para parcelamento em 60 meses. No fluxo de caixa o percentual do investidor será pago no momento do recebimento das parcelas efetuadas pelos adquirentes dos lotes. 30 3.3.1.6 Indicadores econômicos Aqui serão apresentados os valores dos indicadores estáticos e será decidido se o emprendimento pode passar para o próximo estágio que compreende a verificação dos indicadores dinâmicos. a) Financiamento em 100 meses Os valores obtidos e a respectiva avaliação dos indicadores econômicos para parcelamento do pagamento do produto em 100 meses são apresentados na Tab. 07. Tabela 07 – Avaliação dos indicadores calculados no estudo estático, financiamento em 100 meses. INDICADOR VALOR AVALIA- ÇÃO Lucro / Receita Disponível 48,3% Ok! Lucro / Custo do Terreno 311,0% Ok! Custo do Terreno / Receita Disponível 15,5% Ok! Custo da Obra / Receita Disponivel 21,0% Ok! Margem bruta inicial: 121,5% ------ Margem bruta final: 93,5% ------ Diferença: 27,9% ------ Fonte: elaborada pelo autor. b) Finaciamento em 60 meses Os valores obtidos e a respectiva avaliação dos indicadores econômicos para parcelamento do pagamento do produto em 60 meses são apresentados na Tab. 08. Tabela 08 – Avaliação dos indicadores calculados no estudo estático, financiamento em 60 meses. 31 INDICADOR VALOR AVALIA- ÇÃO Lucro / Receita Disponível 42,7% Ok! Lucro / Custo do Terreno 236,5% Ok! Custo do Terreno / Receita Disponível 18,0% Ok! Custo da Obra / Receita Disponivel 24,4% Ok! Margem bruta inicial: 96,4% ------ Margem bruta final: 74,5% ------ Diferença: 21,9% ------ Fonte: elaborada pelo autor. Analisando os dados das Tab. 07 e 08 existe a tendência em se optar apenas pela comercialização do lote na com pagamento em 100 meses porque os indicadores apresentam melhores resultados, exceto pela diferença entre as margens inicial e final ocasionada pela redução na receita em virtude da solicitação de capital de investidor. Entretanto, esta conclusão é precipitada, uma decisão coerente só pode ser tomada através da análise conjunta dos indicadores econômico e financeiros. Contudo, os resultados obtidos para o modelo definido foram satisfatório para ambas situações de prazo para pagamento desta forma é necessário dar sequência ao estudo de viabilidade através da avaliação dos indicadores financeiros com vistas a tomar a decisão em realizar o empreendimento. 3.3.2 Estudo de viabilidade financeira Após a realização do estudo de viabilidade econômica, ou estática prossegue- se com a verificação da viabilidade financeira, ou dinâmica. Conforme mencionado no Capítulo 02 no estudo de viabilidade dinâmico os indicadores são decorrentes de variáveis como: tempo, juros, inflação e demais dados de receitae despesa, que variam segundo o cronograma de eventos. 32 No presente trabalho o escala de tempo admitida compreendeu desde o início da obra até a última parcela paga pelo adquirente de lote. Ou seja, 60 a 100 meses após a comercialização de cada unidade conforme a velocidade de vendas admitida no estudo. Para simplificar o estudo não foi admitido correção monetária para as receitas nem para as despesas. Usualmente o custo de construção é corrigido pelo Índice Nacional de Custos da Construção Civil (INCC), enquanto que as receitas podem ser corrigidas pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM). Nos últimos anos o IGPM tem apresentado valores maiores do que o INCC (Fundação Getúlio Vargas, 2014), como o prazo de execução da obra é de 24 meses, considerar a aplicação dos indicadores ocasionaria um aumento da receita e melhoraria os indicadores financeiros, isso quer dizer que neste trabalho adotou-se uma postura conservadora. 3.3.2.1 Velocidade de vendas A velocidade de vendas estimada é apresentada na Tab. 09. Ela servirá como base para o lançamento das receitas no fluxo de caixa e das despesas decorrentes da comercialização conforme mencionado no item 3.3.1.4. Tabela 09 – Estimativa da velocidade de venda dos lotes. Frequência de venda Ritmo de venda pré-lançamento 0,00% lançamento 30,00% 6 meses após o lançamento 50,00% 12 meses após o lançamento 15,00% 18 meses após o lançamento (entrega) 5,00% Total 100,00% Fonte: elaborada pelo autor. Pode-se observar que a estratégia da empresa é vender 80% do empreendimento em até 06 meses após o lançamento, para isso a construtora resolveu iniciar a obra 06 meses antes do lançamento e o investimento em publicidade foi dividido da seguinte forma: 40% no pré-lançamento, 30% no lançamento, 25% após 6 meses do lançamento e 5% na entrega da obra. 33 3.3.2.2 Cronograma de execução da obra O prazo de execução da obra será de 24 meses e a distribuição física e financeira ao longo do tempo é apresentada na Tab. 10. As siglas ilustradas na coluna “Etapas” significam: IC – Início da Construção, PL – Pré-lançamento de vendas do empreendimento, L – Lançamento do empreendimento, L + 6 – 06 meses após o lançamento, L + 12 – 1 meses após o lançamento. Tabela 10 – Cronograma Físico Financeiro da Obra. Meses Etapas Cronograma Físico Mensal Cronograma Físico Acumulado Custo da Obra (R$) Mensal Custo da Obra (R$) Acumulado 1 IC 3,0% 3,0% 26.332,7 26.332,7 2 3,0% 6,0% 26.332,7 52.665,5 3 4,1% 10,1% 35.988,1 88.653,5 4 PL 4,5% 14,6% 39.499,1 128.152,6 5 4,5% 19,1% 39.499,1 167.651,7 6 L 4,5% 23,6% 39.499,1 207.150,8 7 5,5% 29,1% 48.276,7 255.427,5 8 5,0% 34,1% 43.887,9 299.315,4 9 4,5% 38,6% 39.499,1 338.814,5 10 4,5% 43,1% 39.499,1 378.313,6 11 4,5% 47,6% 39.499,1 417.812,6 12 L + 6 5,0% 52,6% 43.887,9 461.700,5 13 5,0% 57,6% 43.887,9 505.588,4 14 5,0% 62,6% 43.887,9 549.476,3 15 5,0% 67,6% 43.887,9 593.364,2 16 4,3% 71,9% 37.743,6 631.107,8 17 4,5% 76,4% 39.499,1 670.606,9 18 L + 12 4,5% 80,9% 39.499,1 710.106,0 19 4,5% 85,4% 39.499,1 749.605,0 20 4,5% 89,9% 39.499,1 789.104,1 21 4,0% 93,9% 35.110,3 824.214,5 22 3,0% 96,9% 26.332,7 850.547,2 23 2,0% 98,9% 17.555,2 868.102,3 24 E 1,1% 100,0% 9.655,3 877.757,7 Fonte: elaborada pelo autor. 34 3.3.2.3 Receitas Conforme mencionado no início do item 3.3 do presente capítulo as vendas foram efetuadas com um sinal de 5% do valor do lote e o saldo (95%) em 100, ou 60 parcelas iguais. Na Tab. 11 são apresentadas as entradas de recursos com pagamentos em 100 parcelas. De forma didática apresentou-se o fluxo durante o período da obra (24 meses) e o somatório de todas as parcelas estimado para o mês de número 124. Com o intuito de facilitar o entendimento pode-se exemplificar através das vendas realizadas no lançamento. De acordo com a velocidade de vendas, nesta fase tem-se a comercialização de 30% do VGV, que corresponde a um valor de R$ 1.437.071,40, então o sinal é de R$ 71.853,57 e as parcelas serão de R$ 13.652,178. É importante observar também que no início da construção do loteamento (06 meses antes do lançamento) o investidor entrará com um aporte financeiro no valor de R$ 402.380,00, ver item 3.3.1.5. Tabela 11 – Distribuição das receitas provenientes das vendas em 100 meses e aporte de capital do investidor. Vendas Unidades 59 98 29 10 196 % 30 50 15 5 100 Receitas em R$ Meses Etapas Lançamento 06 Meses após 12 Meses após Entrega da obra Total de receita 1 IC 0,0 0,0 0,0 0,0 402.380,00 2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 4 PL 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 6 L 71.853,6 0,0 0,0 0,0 71.854 7 13.652,2 0,0 0,0 0,0 13.652 8 13.652,2 0,0 0,0 0,0 13.652 9 13.652,2 0,0 0,0 0,0 13.652 10 13.652,2 0,0 0,0 0,0 13.652 11 13.652,2 0,0 0,0 0,0 13.652 35 12 L + 6 13.652,2 119.755,9 0,0 0,0 133.408 13 13.652,2 22.753,6 0,0 0,0 36.406 14 13.652,2 22.753,6 0,0 0,0 36.406 15 13.652,2 22.753,6 0,0 0,0 36.406 16 13.652,2 22.753,6 0,0 0,0 36.406 17 13.652,2 22.753,6 0,0 0,0 36.406 18 L + 12 13.652,2 22.753,6 35.926,8 0,0 72.333 19 13.652,2 22.753,6 6.826,1 0,0 43.232 20 13.652,2 22.753,6 6.826,1 0,0 43.232 21 13.652,2 22.753,6 6.826,1 0,0 43.232 22 13.652,2 22.753,6 6.826,1 0,0 43.232 23 13.652,2 22.753,6 6.826,1 0,0 43.232 24 E 13.652,2 22.753,6 6.826,1 11.975,6 55.207 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124 ---- 0,0 0,0 0,0 2.275,4 2.275,4 TOTAL 1.437.071 2.395.119 718.536 239.512 5.192.618,00 Fonte: elaborada pelo autor. Dando sequencia ao estudo na Tab. 12 é apresentado o fluxo de receitas para pagamento em 60 meses. Tabela 12 – Distribuição das receitas provenientes das vendas em 60 meses e aporte de capital do investidor. Vendas Unidades 59 98 29 10 196 % 30 50 15 5 100 Receitas em R$ Meses Etapas Lançamento 06 Meses após 12 Meses após Entrega da obra Total de receita 1 IC 0,0 0,0 0,0 0,0 402.380,00 2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 4 PL 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 6 L 60.849 0,0 0,0 0,0 60.849 7 19.265 0,0 0,0 0,0 19.265 36 8 19.265 0,0 0,0 0,0 19.265 9 19.265 0,0 0,0 0,0 19.265 10 19.265 0,0 0,0 0,0 19.265 11 19.265 0,0 0,0 0,0 19.265 12 L + 6 19.265 101.414 0,0 0,0 120.679 13 19.265 32.108 0,0 0,0 51.372 14 19.265 32.108 0,0 0,0 51.372 15 19.265 32.108 0,0 0,0 51.372 16 19.265 32.108 0,0 0,0 51.372 17 19.265 32.108 0,0 0,0 51.372 18 L + 12 19.265 32.108 30.424 0,0 81.797 19 19.265 32.108 9.632 0,0 61.005 20 19.265 32.108 9.632 0,0 61.005 21 19.265 32.108 9.632 0,0 61.005 22 19.265 32.108 9.632 0,0 61.005 23 19.265 32.108 9.632 0,0 61.005 24 E 19.265 32.108 9.632 10.141 71.146 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84 ---- 0,0 0,0 0,0 3.211 3.211 TOTAL 1.216.727 2.027.878 608.363 202.788 4.458.136 Fonte: elaborada pelo autor. 3.3.2.4Remuneração do terreno Conforme mencionado no item 3.3.1.3 a remuneração do terreno se dará em 100 ou em 60 meses a depender da condição de financiamento escolhida no estudo. Na Tabela 13 são apresentadas o fluxo de pagamentos do terreno. Tabela 13 – Distribuição das parcelas correspondentes ao pagamento do terreno para 100 meses. Meses Etapas Prestações em R$ 1 IC 0,0 2 0,0 37 3 0,0 4 PL 0,0 5 0,0 6 L 0,0 7 0,0 8 0,0 . . . . . . . . . 24 E 6.346,0 25 6.346,0 26 6.346,0 . . . . . . . . . 123 0,0 6.346,0 TOTAL 634.630,0 Fonte: elaborada pelo autor. 3.3.2.5 Despesa com permuta financeira, vendas e incorporação. Além das despesas ou receitas apresentadas anteriormente apresentam-se aqui as despesas com a permuta financeira de 21% acordada com o investidor conforme apresentado no item 3.3.1.5, o custo com corretagem proveniente das vendas, custo com impostos e o investimento em publicidade. Observa-se que justamente no momento da venda, quando é pago o sinal ocorrem os custos de impostos e corretagem. Na Tab. 14 são apresentadas estas despesas ao longo dos meses. Tabela 14 – Distribuição das despesas com permuta financeira, vendas e incorporação correspondentes ao pagamento em 100 meses. Meses Etapas Permuta financeira Impostos Corretagem Publicidade Total de despesa 1 IC 0 0 0 0 0 38 2 0 0 0 0 0 3 0 0 0 38.322 38.322 4 PL 0 0 0 28.741 28.741 5 0 0 0 0 0 6 L 15.089 86.224 71.854 0 173.167 7 2.867 0 0 0 2.867 8 2.867 0 0 0 2.867 9 2.867 0 0 0 2.867 10 2.867 0 0 0 2.867 11 2.867 0 0 0 2.867 12 L + 6 28.016 143.707 119.756 23.951 315.430 13 7.645 0 0 0 7.645 14 7.645 0 0 0 7.645 15 7.645 0 0 0 7.645 16 7.645 0 0 0 7.645 17 7.645 0 0 0 7.645 18 L + 12 15.190 43.112 35.927 0 94.229 19 9.079 0 0 0 9.079 20 9.079 0 0 0 9.079 21 9.079 0 0 0 9.079 22 9.079 0 0 0 9.079 23 9.079 0 0 0 9.079 24 E 11.594 14.371 11.976 4.790 42.731 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124 ---- 478 0 0 0 478 TOTAL 1.005.950 287.414 239.512 95.805 1.628.681 Fonte: elaborada pelo autor. 3.3.2.6 Fluxo de caixa descontado De posse da Tab. 15, pode-se observar, na quinta coluna, o saldo mensal, que é encontrado através da soma das receitas menos o somatório dos custos diretos e indiretos, taxas de administração, terreno, impostos, comissões e marketing. A sexta coluna indica o Valor Presente Líquido, ou seja, o valor presente dos retornos diminuídos dos investimentos, descontados até a data da análise pela taxa de juros do custo do capital. O VPL é calculado através da fórmula descrita no 39 item 2.2 do presente trabalho. Para esse empreendimento, foi considerada uma Taxa Mínima de Atratividade de 2% ao mês. Como foi encontrado um VPL positivo, pode-se concluir que esse empreendimento é superior à aplicação financeira e, portanto, viável. Tabela 15 – Fluxo de caixa descontado para pagamento em 100 meses. Meses Etapas Total de receitas Total de despesas Saldo mensal VPL mensal 1 IC 402.380,0 54.308,3 348.071,7 341.246,8 2 0,0 26.332,7 -26.332,7 -25.310,2 3 0,0 74.310,0 -74.310,0 -70.024,0 4 PL 0,0 68.240,5 -68.240,5 -63.043,7 5 0,0 39.499,1 -39.499,1 -35.775,6 6 L 71.853,6 212.666,2 -140.812,6 -125.037,7 7 13.652,2 51.143,6 -37.491,5 -32.638,6 8 13.652,2 46.754,8 -33.102,7 -28.252,8 9 13.652,2 42.366,1 -28.713,9 -24.026,5 10 13.652,2 42.366,1 -28.713,9 -23.555,4 11 13.652,2 42.366,1 -28.713,9 -23.093,5 12 L + 6 133.408,1 359.317,9 -225.909,7 -178.128,5 13 36.405,8 51.533,1 -15.127,3 -11.693,9 14 36.405,8 51.533,1 -15.127,3 -11.464,6 15 36.405,8 51.533,1 -15.127,3 -11.239,8 16 36.405,8 45.388,8 -8.983,0 -6.543,6 17 36.405,8 47.144,3 -10.738,5 -7.669,1 18 L + 12 72.332,6 133.727,9 -61.395,3 -42.986,6 19 43.231,9 48.577,8 -5.345,9 -3.669,6 20 43.231,9 48.577,8 -5.345,9 -3.597,6 21 43.231,9 44.189,0 -957,1 -631,5 22 43.231,9 35.411,4 7.820,5 5.058,6 23 43.231,9 26.633,9 16.598,0 10.525,8 24 E 55.207,5 58.731,8 -3.524,3 -2.191,1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124 ---- 2.275,4 477,8 1.797,5 154,3 40 TOTAL 5.192.618 3.169.043,90 2.023.574 376.635,26 Fonte: elaborada pelo autor. O objetivo do estudo também é verificar o comportamento dos indicadores financeiros quando se emprega a forma de pagamento em 60 meses. Na Tab. é apresentado o fluxo de caixa descontado para financiamento em 60 meses. Tabela 16 – Fluxo de caixa descontado para financiamento em 60 meses. Meses Etapas Total de receitas Total de despesas Saldo mensal VPL mensal 1 IC 400.000 52.474 347.526 340.711 2 0 26.333 -26.333 -25.310 3 0 68.441 -68.441 -64.493 4 PL 0 63.838 -63.838 -58.977 5 0 39.499 -39.499 -35.776 6 L 60.849 186.144 -125.295 -111.259 7 19.265 52.322 -33.058 -28.779 8 19.265 47.933 -28.669 -24.469 9 19.265 43.545 -24.280 -20.316 10 19.265 43.545 -24.280 -19.918 11 19.265 43.545 -24.280 -19.528 12 L + 6 120.679 312.624 -191.946 -151.348 13 51.372 54.676 -3.304 -2.554 14 51.372 54.676 -3.304 -2.504 15 51.372 54.676 -3.304 -2.455 16 51.372 48.532 2.841 2.069 17 51.372 50.287 1.085 775 18 L + 12 81.797 123.610 -41.813 -29.276 19 61.005 52.310 8.695 5.968 20 61.005 52.310 8.695 5.851 21 61.005 47.921 13.083 8.632 22 61.005 39.144 21.861 14.141 23 61.005 30.366 30.639 19.430 24 E 71.146 61.541 9.605 5.972 . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 84 ---- 3.211 674 2.537 481 TOTAL 4.455.756 2.917.591,25 1.538.164 541.058 Fonte: elaborada pelo autor. Conforme ressaltado no item 3.4.1.6, a conclusão entre a melhor forma de comercialização dos lotes recai no conhecimento dos indicadores econômicos e financeiros. Analisando as Tab. 15 e 16 observa-se que o VPL para 60 meses foi superior ao de 100 meses. Então, ao optar por financiamento em 60 parcelas a taxa de remuneração do capital investido será maior do que na condição de 100 meses. 3.3.2.7 Indicadores financeiros Neste item serão apresentados os indicadores financeiros para a comercialização em 100 e 60 parcelas, são eles: Taxa Interna de Retorno Modificada (MTIR) admitindo uma taxa de financiamento dos saldos negativos de caixa de 0,90% ao mês, Índice de Lucratividade (IL), Tempo de retorno do investimento (Payback), Maior exposição de caixa evidenciando o valor e o tempo de ocorrência. a) Para financiamento em 100 meses Com base no fluxo de caixa apresentado na Tab. 15 calcula-se uma MTIR de 2,22% ao mês, ou seja, maior do que a TMA que é de 2,00%, então o estudo se mostra viável em relação a este item. De acordo com os investimentos no terreno por parte da construtora e do investidor através do aportede capital e para o VPL encontrado, calcula-se um IL de 1,36, atendendo os parâmetros definidos já que o valor foi maior que 1,00. Observa-se no histograma indicado na Fig. 04 os dados referentes ao fluxo de caixa do empreendimento estudado. Após análise do gráfico pode-se dizer que o payback é de 40 meses, ou seja, é neste ponto que ocorre o início do retorno do capital investido. 42 Figura 04 – Histograma para comercialização em 100 meses. Fonte: elaborada pelo autor. Analisando o fluxo de caixa da Tab. 15 encontra-se que a máxima exposição de caixa será -R$ 521.916,31 e ocorrerá no mês de número 21. a) Para financiamento em 60 meses Com base no fluxo de caixa apresentado na Tab. 16 calcula-se uma MTIR de 2,39% ao mês, ou seja, maior do que a TMA que é de 2,00%, então o estudo se mostra viável em relação a este item. De acordo com os investimentos no terreno por parte da construtora e do investidor através do aporte de capital e para o VPL encontrado, calcula-se um IL de 1,52, atendendo os parâmetros definidos já que o valor foi maior que 1,00. Observa-se no histograma indicado na Fig. 05 os dados referentes ao fluxo de caixa do empreendimento estudado. Após análise do gráfico pode-se dizer que o payback é de 30 meses, ou seja, é neste ponto que ocorre o início do retorno do capital investido. 43 Figura 05 – Histograma para comercialização em 60 meses. Fonte: elaborada pelo autor.ᝄ Analisando o fluxo de caixa da Tab. 16 encontra-se que a máxima exposição de caixa será -R$ 350.191,50 e ocorrerá no mês de número 18. 3.3.3 Comparativo entre os indicadores para financiamentos em 60 e 100 meses A Tab. 17 faz uma compilação de todos os indicadores calculados no presente estudo para que seja feita a análise da melhor situação. Tabela 17 – Avaliação dos indicadores econômico-financeiros para comercialização dos lotes em 60 e 100 meses. Indicador econômico- financeiro 100 Meses 60 Meses Avaliação Lucro / Receita Disponível 48,3% 42,7% Em 100 meses tem-se a melhor situação. Lucro / Custo do Terreno 311,0% 236,5% Em 100 meses tem-se a melhor situação. Custo do Terreno / 15,5% 18,0% Em 100 meses tem-se 44 Receita Disponível a melhor situação. Custo da Obra / Receita Disponivel 21,0% 24,4% Em 100 meses tem-se a melhor situação. Valor Presente Líquido 376.635,26 541.058,00 Em 60 meses tem-se a melhor situação. Taxa Interna de Retorno 2,22% ao mês 2,39% ao mês Em 60 meses tem-se a melhor situação. Índice Lucratividade 1,36 1,52 Em 60 meses tem-se a melhor situação. Tempo de retorno 40 meses 30 meses Em 60 meses tem-se a melhor situação. Maior exposição de caixa -R$ 521.916,31 -R$ 350.191,50 Em 60 meses tem-se a melhor situação. Fonte: elaborada pelo autor. Analisando os dados da Tab. 17 verifica-se que ao permitir o recebimento em 100 meses se obtém um melhor resultado econômico e pior resultado financeiro quando comparado ao financiamento em 60 meses. Como demonstrou-se no estudo, ambas situações oferecem condições viáveis, entretanto a condição de 60 meses oferece menos risco a empresa do que a opção em 100 meses. 45 4 Considerações Finais No presente estudo idealizou-se a realização de um loteamento residencial na cidade de Penedo no estado de Alagoas. Foram pesquisadas as características da cidade, investigados os aspectos mercadológicos e os possíveis concorrentes do produto. Durante as investigações verificou-se que a infraestrutura oferecida pelos loteamentos concorrentes e sua proximidade ao centro da cidade possuíam forte influência sobre o preço de venda do produto. Após as pesquisas o preço de venda do produto foi definido e adotou-se a estratégia comercial de iniciar a execução da obra 06 meses antes do lançamento das vendas o que gerou a necessidade em buscar aporte de capital de investidor. Os custos envolvidos foram levantados, a velocidade de vendas foi estimada, o cronograma de execução da obra foi definido e a distribuição do investimento em publicidade foi definida. Com o objetivo de alcançar a velocidade de vendas procurada admitiu-se comercializar as unidades em 60 e 100 meses. Realizou-se a distribuição das receitas e das despesas ao longo do tempo e o empreendimento mostrou-se viável do ponto de vista econômico e financeiro. Com relação à viabilidade econômica, ou estática, obteve-se melhor resultado com o parcelamento em 100 meses, tendo como lucro o valor de R$ 2.023.574,08, e os indicadores econômicos foram bastante satisfatórios conforme ilustrado no item 3.3.1.6. Por outro lado, a comercialização em 60 meses como era de se espera apresentou melhores reultados do que em 100 meses quando se leva em conta a viabilidade financeira, ou dinâmica. Como pode-se verificar no item 3.3.2.7, letra b, a taxa interna de retorno foi maior, o índice de lucratividade foi maior, o valor presente líquido foi maior, o tempo de retorno do investmento foi menor e em 30 meses, ao contrário da segunda opção que foi em 40 meses e a exposição de caixa foi menor. Contudo, o estudo de viabilidade aqui apresentado servirá como uma ferramenta de planejamento que deverá ser avaliada no início, durante a realização e no término do empreendimento, pois as condições de negociação entre a construtora e o cliente poderão sofrer alteração e impactar diretamente na viabilidade do negócio. Haverão vendas à vista, alguns clientes podem optar por 46 menor prazo para pagamento e com isso solicitar descontos no valor, a construtora pode encontrar uma oportunidade de aumentar os preços entre outras situações. É importante ressaltar também que no presente estudo não foi feita a análise de riscos, como por exemplo taxa de inadimplência, surgimento de novos concorrentes, restrições da legislação municipal, riscos técnicos de desenvolvimento do produto etc. Estes fatores deverão ser identificados, mensurados e adotado as tratativas necessárias antes da decisão em iniciar a realização do emprrendimento. 47 5 Referências Bibliográficas BÚRIGO, E. M. Estudo de Viabilidade Econômico-financeira para a Implantação de um Loteamento no Município de Cocal do Sul-SC. Florianópolis. 2008 (Trabalho de Conclusão de Estágio Supervisionado apresentado a Universidade Federal de Santa Catarina, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Bacharel em Administração). CERQUEIRA, L. M. 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Alagoas, Biblioteca da FAN/FGV, 2013. JÚNIOR, W. T., CASTRO, M. A. F.,BRAGA, F. Análise expedita de viabilidade econômico-financeira de investimento imobiliário aplicada a empreendimento 48 residencial unifamiliar – um estudo de caso. Revista Tecnol. Fortaleza. Ceará, n. 2, p. 210-221, dez. 2007. NETO, J. A. L. C., JÚNIOR, J. V. B., AMORIM, P. H. M. Estudo de um modelo para Análise Prévia de Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador -BA. Salvador. Monografia de Especialização – Escola Politécnica, Universidade Federal da bahia, 2003. NOGUEIRA, A. M. P. Configuração Urbana e Microclimas: Estudo em Loteamento Horizontal de Maceió-Alagoas. Maceió. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Alagoas, 2011. PASCUAL, D. G. P. Viabilidade Econômico-Financeira de um Empreendimento Residencial Unifamiliar na Região Administrativa XVII – Lago Norte do Distrito Federal. 2012 (Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Santa Catarina como parte dos requisitos para obtenção do Título de Bacharelado). ROCHA LIMA, J. J. Fundamentos de Planejamento Financeiro para o Setor da Construção Civil. Texto Técnico. Escola Politécnica, Departamento de Engenharia de Construção Civil, Universidade de São Paulo, 1995. SILVA, L. A. G. Estudo de Viabilidade Visando a Captação de Investidores. Porto Alegre. Monografia de Especialização – Programa FGV Management, Fundação Getúlio Vargas, 2013. ÍNDICE GERAL DE PREÇOS DO MERCADO - IGP-M. Fundação Getúlio Vargas, julho de 2014. Disponível em: http://www.portalbrasil.net/. Acesso em: 24 jul. 2014. Google Maps, julho de 2014. Disponível em: www.google.com.br/maps. Acesso em: 24 jul. 2014. 49 Cidades. Informações Estatísticas. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, IBGE, julho de 2014. Disponível em: http://www.cidades.ibge.gov.br/. Acesso em: 24 jul. 2014. Perguntas e Respostas, Financiamento de Imóveis. VEJA.COM, março de 2009. Disponível em: http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/financiamento- imoveis/banco-credito-renda-comprovacao-prestacoes.shtml. Acesso em: 01 out. 2014. Wikipedia, setembro de 2014. Disponível em: http://www.wikipedia.org/wiki/Penedo_(Alagoas). Acesso em 16 set. 2014.
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