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Unidade II QUALIDADE NO AMBIENTE DE TRABALHO Prof. Alexandre Fernandes Introdução Comportamento humano: conforme Robbins (2004, p. 2) para falarmos sobre comportamento organizacional precisamos definir o termo e seu campo de alcance. O comportamento humano, também chamado de comportamento organizacional, “refere-se ao estudo sistemático das ações e atitudes das pessoas dentro das organizações”. Imagensgratis.com.br Introdução O comportamento humano nas organizações – significado: buscar usar evidências científicas obtidas sob circunstâncias controladas e mensuradas com rigor e, por isso mesmo, suas teorias e conclusões se baseiam em pesquisas sistematicamente elaboradas. Introdução Minhas atitudes e ações, meu comportamento ou personalidade, estão intimamente relacionados com os coletivos sociais dos quais participo. Considerando que nunca estamos sós, nós sempre interagimos com coletividades a que chamamos de grupos e organizações. Assim, ao conceituarmos o termo organização sempre precisaremos considerar a interação das pessoas e o agrupamento social. Comportamento social Considerando que pertencemos a diversas e diferentes redes sociais, em que construímos e reconstruímos nossas relações, precisamos compreender o comportamento social, pois nele se encontra a essência da organização. Assim, a forma como é exercitada a interação social configura um sistema no qual as pessoas contribuem para sua criação e manutenção, ao mesmo tempo em que são subordinadas ao padrão estabelecido. Comportamento organizacional Neste sentido, Davis e Newstrom (1992, p. 5) já destacavam que o comportamento organizacional “se aplica amplamente ao comportamento das pessoas em todos os tipos de organizações, tais como negócios, governo, escolas e organizações de serviços”. Griffin e Moorhead (2006, p. 7) salientam que “comportamento organizacional (CO) é o estudo do comportamento em ambientes organizacionais, da interface entre comportamento humano e organização e da organização em si”. Comportamento humano Você provavelmente já começou a perceber a complexidade que envolve o estudo da relação entre o comportamento humano e as organizações... Considerando a influência do ambiente, entende-se que o comportamento organizacional compreende três níveis de análise: individual, grupal e organizacional, também designados por Wagner e Hollenbeck (1999), respectivamente, de comportamento micro-organizacional, meso-organizacional e macro-organizacional. Comportamento humano Micro-organizacional: abrange a percepção, os valores e crenças, considerando o papel da personalidade e das emoções. Meso-organizacional: compreende, por exemplo, o entendimento sobre como se apresenta a comunicação, a liderança e o poder, o estudo dos grupos e o trabalho em equipe, a administração de conflitos. Macro-organizacional: envolve a cultura organizacional, a estrutura, a mudança e os efeitos das políticas de gestão de pessoas. Diferenças individuais no ambiente de trabalho O gerenciamento de pessoas busca unir as necessidades da empresa com as necessidades individuais: melhorias na competitividade da organização; atuação focada nas estratégias organizacionais; alinhamento dos objetivos organizacionais com os objetivos individuais, com satisfação para ambas as partes. O homem integrado ao trabalho “A melhor maneira de nos prepararmos para o futuro é concentrar toda a nossa imaginação e entusiasmo na execução perfeita do trabalho de hoje.” (Dale Carnegie) De acordo com Zavattaro (1999) O trabalho é essencialmente uma ação própria do homem, mediante a qual transforma e melhora os bens da natureza, com a qual vive historicamente em insubstituível relação. O primeiro fundamento do valor do trabalho é o próprio homem. O trabalho está em função do homem, e não o homem em função do trabalho. O valor do trabalho não reside no fato de que se façam coisas, mas que coisas sejam feitas pelo homem, que são suas fontes de dignidade. Trabalho é o que motiva A identidade serve como um mediador que permite ao homem se ajustar a cada fase É necessário que o indivíduo mobilize todas as suas energias para que possa manter o vínculo com o trabalho; alcançar o equilíbrio, a estabilidade, viver a sua identidade para que possa se ver como ele verdadeiramente é. O trabalho é um ponto de conexão entre o homem e sua identidade, entre o homem e o eu. PADRÃO X INDIVIDUALIDADE O trabalho e a identidade A história de vida, as características pessoais, os valores, os anseios e as expectativas configuram no nível individual uma forma de viver e de sentir, definindo fatores básicos para a satisfação. Mais que o trabalho em si, as expectativas individuais e as situações de vida específicas determinam a percepção sobre o trabalho. A empregabilidade é a capacidade de tornar-se necessário ou de possuir o conhecimento raro e reciclável de que as empresas hoje necessitam. Interatividade A identidade dá ao homem: a) um documento único, com foto e número de registro. b) é o que permite que o homem possa casar-se, possuir propriedade, estudar. c) o direito de ser considerado cidadão. d) o reconhecimento como ser único, portador de habilidades, opiniões, valores e histórias diferentes. e) o DNA. A relação entre a identidade e o homem no trabalho Dá ao indivíduo as armas para se impor, para se igualar, para se diferenciar e para assumir o seu papel no trabalho, na família, na sociedade, na vida. É o conjunto de predicados, de significados que permite ao homem ver-se como homem e que os outros também assim o vejam. É o que permite ao homem mudar os compromissos, mudar suas características, renovar e buscar novas soluções, novas identidades para sobreviver a essa sociedade em constante evolução. Em um processo de interação entre pessoas e organização, devemos ver: as pessoas como seres humanos – dotadas de personalidade própria, possuidoras de conhecimentos, habilidades e capacidades; as pessoas como ativadoras inteligentes de recursos organizacionais – como fonte de impulso próprio que dinamiza a organização, e não como meros recursos da organização; as pessoas como parceiras da organização – capazes de conduzi-la à excelência e ao sucesso. Diferenças individuais e formação de personalidade De acordo com Griffin, as pessoas são diferentes umas das outras, tornando maior a complexidade do ser humano e das teorias que buscam explicar o seu comportamento. As diferenças individuais se apresentam nas características físicas, psicológicas e emocionais. Diferenças individuais e formação de personalidade Levar em conta as diferenças individuais e as contribuições dos funcionários, relacionando-as aos incentivos e aos contextos, é um grande desafio para as organizações que procuram estabelecer contratos psicológicos eficazes e adequar, da melhor maneira possível, as pessoas aos cargos. Aprendizagem, atitudes, valores e percepção do trabalhador Segundo Bock, as propriedades que fazem do homem um ser humano são o suporte biológico específico, o trabalho e os instrumentos, a linguagem, as relações sociais e uma subjetividade caracterizada pela consciência e identidade, sentimentos, emoções e consciente. Crenças e atitudes Um dos fatores psicológicos primordiais no entendimento do que move o comportamento humano, sem dúvida, são as crenças e atitudes. O que será que determina as nossas intenções? São as nossas atitudes. As atitudes representam então o que gostamos eo que não gostamos. Normalmente fazemos coisas de que gostamos e evitamos as de que não gostamos. Se você gosta de feijoada, provavelmente tem a intenção de consumir essa iguaria em algum momento no futuro. Aprendizagem Um dos aspectos psicológicos a ser considerado também consiste no processo de aprendizagem humana. É o processo de aquisição de tendências para se comportar de determinada forma ao responder a determinados estímulos ou situações. No contexto do comportamento de compra, a aprendizagem se produz quando o indivíduo consome ou usa o produto após sua compra. Se o produto atender satisfatoriamente à sua necessidade, o comprador tende a buscar o mesmo produto quando sentir necessidade. Aprendizagem Fato interessante e condizente com a aprendizagem humana no que tange ao entretenimento: um anúncio de TV divertido; Provavelmente assistiu muitas vezes ao mesmo anúncio e achou graça novamente. Isso ocorre porque os estímulos que nos entretêm e divertem chamam a nossa atenção, mesmo quando vêm em formato de anúncios. Aprendizagem Outros exemplos: um campeonato; uma novela; Algumas pessoas assistem até o fim curiosas para ver os comerciais transmitidos. toque da campainha ou telefone. Evocam uma resposta imediata das pessoas, pois esses sons costumam ser incluídos em anúncios veiculados em rádio e televisão para atrair a nossa atenção. Aprendizagem Outro exemplo: a palavra “grátis”. Procure perceber-se como cliente, circulando por uma loja. Você pode ser atraído por produtos sob cartazes com as frases “liquidação”, “promoção” ou “desconto”. Robbins define aprendizagem como “qualquer mudança relativamente permanente no comportamento resultante de uma experiência”. Nesse sentido, aprendizagem nos ajuda na adaptação e a controlar nosso ambiente. Interatividade Em um processo de interação entre pessoas e organização, devemos ver: a) as pessoas como seres humanos. b) as pessoas como ativadoras inteligentes de recursos organizacionais. c) as pessoas como parceiras da organização. d) as pessoas como máquinas, capazes de produzir o tempo todo. e) as alternativas A, B e C estão corretas. Motivação: necessidades humanas e teorias motivacionais “Motivação é a arte de fazer as pessoas fazerem o que você quer que elas façam porque elas o querem fazer.” (Dwight Eisenhower) Para se tornar merecedora da contribuição total de seus membros, uma organização precisa entendê-los e, nesse caso, ambas as partes desfrutam do benefício de se conhecerem. As teorias sobre motivação resultam de estudos consagrados, entendidos e aceitos no âmbito organizacional e por diferentes culturas. Motivação Fonte: https://petitebox.com.b r/blog/funcionarios- mais-motivados-uma- tarefa-dificil/ Ciclo motivacional Chiavenato (2004) descreve o ciclo motivacional como um círculo virtuoso que se origina numa necessidade, uma força dinâmica e persistente que estimula o comportamento. Ela rompe o estado de equilíbrio de um organismo, tirando-o de sua rota, estabelecendo nova dinâmica. Ciclo motivacional http://artecomportamental.wordpress.com/2010/05/27/artigo-motivacao-fator- determinante-para-um-ambiente-de-alta-competitividade As Etapas do Ciclo Motivacional EQUILÍBRIO SATISFAÇÃO COMPORTAMENTO TENSÃO ESTÍMULO NECESSIDADE Ciclo motivacional Por meio desse ciclo, entende-se que, sem novas necessidades, uma pessoa poderia viver muito bem e em estado de equilíbrio, situação utópica. A chave para o equilíbrio reside, dessa forma, na habilidade, na prontidão que uma pessoa é capaz de manter para a satisfação de cada uma de suas necessidades. Maslow: teoria de hierarquia das necessidades Autorrealização Autoestima Fonte: http://empreen dedoresemde bate.blogspot. com.br/2011_0 6_01_archive. html Maslow estudou a motivação e considerou que a todo momento alguém está motivado No entanto, uma motivação mais sublime só irá se manifestar quando motivações mais básicas estiverem satisfeitas, conforme descreveu a figura. nkcoaching.blogspot.com Necessidades fisiológicas São consideradas básicas e referem-se à sobrevivência do homem, ou seja, alimento, sono, sexo. Para Maslow, se essas necessidades não forem satisfeitas, as outras oferecerão pouca motivação. Por exemplo, uma pessoa com fome ou sono não consegue produzir direito, aprender, porque a necessidade básica está “falando” mais alto. Nas organizações, podemos atender a essas necessidades por meio de melhor salário, intervalos para descanso (DSR), férias, cafezinho etc. Necessidade de segurança Maslow nos diz que, quando a necessidade fisiológica é atendida, surge a necessidade de segurança: necessidade de estar livre do medo do perigo físico e da privação das necessidades básicas; se essa necessidade não for satisfeita, não surgirão outras. Nas organizações, essas necessidades estão relacionadas à segurança dos colaboradores, tanto física quanto psicológica, tais como: equipamentos de segurança, prevenção de acidentes e estabilidade no emprego. Necessidades sociais Uma vez satisfeitas as necessidades fisiológicas e de segurança, surgem as necessidades sociais, ou seja, tendo alimento, descanso, condições para suprir as necessidades básicas e de segurança, a pessoa quer pertencer a um grupo ou a vários grupos. As organizações atendem a essas necessidades nos processos de integração, nos grêmios, nas confraternizações etc. Necessidade de estima A partir do momento em que a pessoa pertence a um grupo, ela deseja ser reconhecida por esse grupo ou ser estimada. O atendimento dessa necessidade faz com que a pessoa se sinta confiante, útil, com poder e prestígio. Quando um colaborador recebe um elogio, é promovido ou reconhecido pelo seu trabalho, experimenta esses sentimentos. O trabalhador invísivel www.rodrigooller.com oterra.blogspot.com Necessidade de autorrealização Maslow afirmou que essa necessidade está ligada ao desejo de nos tornarmos aquilo que somos capazes de ser, quando ele diz: “o que um homem pode ser deve sê-lo”. Para ele, essa é a necessidade mais difícil de ser suprida, uma vez que ela se manifesta de formas diferentes. A organização tenta atender a essas necessidades ao oferecer bolsas de estudo, incentivos aos colaboradores naquilo que eles são capazes. Baseado nos estudos de Maslow, Herzberg realizou seu trabalho focado na motivação O pesquisador considera que a motivação vai além da busca por atender às necessidades básicas, ela busca o alcance de metas positivas. Herzberg chamou os dois primeiros níveis de “fatores higiênicos” e, somente aos níveis superiores, ele creditou a motivação. Segundo o autor, os fatores higiênicos não são capazes de motivar, mas, pelo contrário, possuem extrema capacidade desmotivadora caso não se processem minimamente. Herzberg: teoria de higiene Autorrealização http://www.bbconsult.com.br/impressao.asp?id=16 Estima Associação Segurança Fisiológicas Fatores Motivacionais Fatores Higiênicos Herzberg identificou: que algumas características tendiam a estar relacionadas com a satisfação do trabalho e outras, com a insatisfação; com base nos dados coletados, nos diz que o oposto de satisfação não é a insatisfação; a eliminação de características de insatisfação não levaria necessariamente à satisfação. Interatividade “O atendimento dessa necessidade faz com que a pessoa se sinta confiante, útil, com poder e prestígio”. A que tipo denecessidade esse trecho se refere? a) Fisiológica. b) Segurança. c) Social. d) Estima. e) Autorrealização. McGregor: teoria da participação Teoria X – concepção tradicional: o ser humano médio ou padrão tem aversão pelo trabalho e o evitaria, se pudesse; por isso, a maioria das pessoas deve ser obrigada, controlada, dirigida ou intimidada com punição para ser levada a empregar esforço adequado na realização dos objetivos organizacionais; o ser humano médio prefere ser dirigido, evita responsabilidade, tem relativamente pouca ambição e deseja segurança acima de tudo. Na teoria X, as quatro premissas dos executivos são: 1. o homem, por natureza, não gosta de trabalhar e, sempre que puder, vai evitar o trabalho; 2. como não gosta de trabalhar, ele precisa ser coagido, controlado ou ameaçado com punições para que cumpra as metas; 3. os trabalhadores evitam as responsabilidades e buscam orientação formal sempre que possível; 4. a maioria dos trabalhadores coloca a segurança acima de todos os fatores associados ao trabalho e mostra pouca ambição. McGregor: teoria da participação Teoria Y – a integração dos objetivos: é característica pouco explorada das pessoas a capacidade de exercer a imaginação, o talento, o espírito criador, na solução de problemas organizacionais; o empenho em alcançar objetivos é função das recompensas associadas à sua realização; o homem exercerá autodireção e autocontrole para alcançar os objetivos organizacionais, pois emprega no trabalho o mesmo nível de energia que emprega em atividades recreativas ou de repouso. A teoria Y apresenta também quatro premissas opostas às da teoria X: 1. os trabalhadores podem considerar o trabalho tão natural quanto descansar ou divertir-se; 2. as pessoas demonstram auto-orientação e autocontrole se estiverem comprometidas com os objetivos; 3. na média, as pessoas podem aprender e aceitar e até buscar responsabilidades; 4. a inovação e a criatividade estão distribuídas por toda a população. Chiavenato nos diz que a motivação está diretamente ligada a três fatores: Expectativa: esse fator está relacionado aos objetivos individuais e à força do desejo de atingir tais objetivos, bem como à percepção de que poderá atingi-los, e isso dependerá das possibilidades individuais e das condições externas. Esses objetivos têm valoração diferente para as pessoas. Valência: refere-se ao grau de importância que tem o objetivo para o indivíduo. Instrumentalidade: possibilidade da ação de se atingir o objetivo ser recompensadora. Chiavenato nos diz que a motivação está diretamente ligada a três fatores: Imagem do autor Expectância x Instrumentalidade x Valência = Motivação Esforço Individual Desempenho individual Recompensa organizacional Metas Pessoais Chiavenato: motivação Com o objetivo de clarear os conceitos, podemos dizer que o indivíduo se pergunta: Consigo atingir esse objetivo? Ao atingi-lo, serei recompensado? A recompensa vale o esforço despendido? Se achar que é capaz e que a recompensa vale a pena, ele se mobilizará. Robbins (2004) Robbins (2004) nos diz que o indivíduo pode se utilizar de três categorias para estabelecer o seu processo de comparação: o outro: o indivíduo se compara com outros em empregos similares e se estabelece a comparação entre a sua remuneração com a dos outros; o sistema: considera o sistema de remuneração da empresa e atribui se ela é justa ou não; ele próprio: é influenciado por critérios como experiências profissionais ou compromissos familiares. Robbins (2004) Podemos dizer que o indivíduo vai se comparar e, se ele considerar injusta a sua remuneração – seja porque considera que trabalha mais que outros e ganha menos, seja porque a política de remuneração da empresa não é justa, ou seja, porque ao assumir muitos compromissos financeiros sua remuneração não é suficiente – ele poderá produzir menos, aumentar o absenteísmo, reduzir a qualidade etc. Teoria do reforço Abordagem comportamentalista em que o comportamento do indivíduo pode ser controlado por meio do reforço, ou seja, quando o indivíduo dá uma resposta adequada, essa resposta deve ser reforçada para que ela se repita. Embora não possa ser considerada uma teoria motivacional, de acordo com Robbins (2004), inúmeras pesquisas indicam que as pessoas empenham-se mais em tarefas que recebem reforços do que nas demais. Ex.: ratificar as orientações iniciais sempre. Contribuições atuais dos estudos de motivação estão voltadas a: evolução do comportamento na organização; cultura organizacional; planejamento de carreira; cargos; salários; treinamento; dinâmicas das relações; administração de conflitos; recrutamento; seleção etc. Interatividade “O empenho em alcançar objetivos é função das recompensas associadas à sua realização”. Esse é um dos princípios de qual teoria? a) Teoria X. b) Teoria Y. c) Teoria relativa. d) Teoria absoluta. e) Nenhuma das anteriores. ATÉ A PRÓXIMA!