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Prof. Claudio Ditticio UNIDADE IV Mercado Futuro I Derivativos são instrumentos financeiros que dependem do valor de outros ativos de referência, os quais devem ter seus preços livremente determinados pelos mercados. Mercados especializados de derivativos e de futuros Maior atração ao capital de risco. Garantia de preços futuros para os ativos. Criação de defesas às variações adversas nos preços dos ativos. Estímulo à liquidez do mercado físico. Melhor gerenciamento do risco. Redução dos preços dos bens. Realização de negócios de maior porte com um volume relativamente pequeno de capital e nível conhecido de risco. Benefícios atribuídos aos derivativos Há uma terminologia diferenciada, específica, adotada pelos investidores que operam em mercados de futuros, como é o caso do Mercado de Opções. Uma grande parte dessa terminologia utiliza expressões ou denominações em inglês, influenciada pela globalização cada vez mais crescente. Terminologia especial no mercado de derivativos Um produtor, em determinado período do ano, espera mais dois meses, por exemplo, para iniciar a colheita de certas quantidades de grãos. Esse período intermediário traz muitas incertezas e riscos para o produtor no que tange ao preço que obterá no momento da colheita do produto, o que dependerá de vários fatores, como da safra ser escassa ou abundante, dos estoques do(s) produto(s) que exista(m) de períodos anteriores e do clima, entre outros. É natural que o fazendeiro queira fazer um hedge (obter uma proteção) para diminuir a incerteza e controlar os riscos até o momento da colheita. Pode ser obtido hedge com outros ativos, além das commodities. O hedge oferecido pelos derivativos Se, por exemplo, o investidor que quer adquirir 1.000 ações da empresa (A), cujo preço unitário em maio de 2018, é R$ 73,00, estiver preocupado com a alta das cotações desses papéis, poderá adquirir na bolsa 10 opções de compra (calls) com as seguintes características: Preço de exercício: R$ 73,00 Vencimento do exercício: 19/07/2018 Custo (prêmio) do contrato, por ação: R$ 2,50 Lote de ações: 100 Custo da estratégia: 10 × 2,50 × 100 = R$ 2.500,00 Contará com a garantia de comprar as mil ações por R$ 73.000,00 (1.000 × R$ 73,00), o que, acrescido do valor da compra (prêmio) – R$ 2,50 por ação – equivalerá a R$ 75.500,00. O hedge oferecido pelos derivativos Ele poderá exercer o seu direito (opção) de compra se o preço de mercado do lote desse papel for, naquele momento, maior que R$ 75,50. Em caso contrário, não exercerá o seu direito adquirido com a compra da respectiva opção. Esse exemplo ilustra as alternativas de decisão para quem está à procura de hedge contra possíveis perdas nas suas transações com ativos (ações, no caso). O hedge oferecido pelos derivativos Nesses mercados é possível distinguir as participações dos investidores que procuram hedge ou que visam aumentar seus lucros, ou ainda arbitrar preços diferentes em vários mercados. Antes de abordar os aspectos relacionados com os mercados futuros (contratos a termo, futuros, opções e SWAPs), vamos tratar das especificidades de dois mercados altamente especializados, como são os de ouro e de câmbio. Hedge, especulação e arbitragem com derivativos É muito relacionado com a conjuntura econômica, envolvendo, por exemplo, situações de crises econômicas, políticas e sociais, dado que o ouro é, acima de tudo, uma reserva de valor nessas situações de instabilidade. O preço interno do ouro no país é calculado de acordo com as diferenças de preços verificadas quanto ao dólar norte-americano no mercado flutuante e também quanto aos preços desse metal na Bolsa de Nova Iorque. É forte a função de hedge desempenhada pelo ouro nos momentos de incertezas, por exemplo, do comportamento da taxa de câmbio. O ouro pode ser negociado tanto nos mercados de balcão quanto nas bolsas de mercadorias. Os mercados de ouro Esse mercado relaciona-se com as negociações com moeda estrangeira (com ênfase para o dólar norte-americano). Operam nesse mercado, bancos, sociedades de crédito, financiamento e investimento, corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários e agências de turismo. Os mercados de câmbio Podemos separar os agentes econômicos que ofertam divisas e os que as demandam. No primeiro caso, incluímos os exportadores, os tomadores de empréstimos, quem resgata investimentos no exterior e quem obtém recursos financeiros de lá. Demandam dólares os importadores, os que aplicam em investimentos no exterior e quem remete recursos financeiros para lá. No Brasil, as divisas constituem monopólio do Estado, mais especificamente do Banco Central, que estabelece as condições em que os bancos podem operar nessa modalidade. Os mercados de câmbio Nesse mercado, atua também o corretor de câmbio que intermedeia essas operações entre os clientes e os bancos. Entre as operações de câmbio, podem ser mencionadas: Compra; Recebimento de moeda estrangeira contra entrega de moeda nacional; Venda; Arbitragem; Entrega de moeda estrangeira contra o recebimento de outra moeda estrangeira. Os mercados de câmbio Indica Fortuna (2008, p. 419): O contrato de câmbio refere-se à prestação de serviço por um banco ao seu cliente. Quando este cliente for um exportador, o serviço bancário fará a cobrança, no exterior, de cambiais sacadas pelo exportador nacional contra o importador residente em outro país. Quando for um importador, o serviço bancário prestado será o recebimento, em moeda local, com o respectivo pagamento ao fornecedor, no exterior, do valor referente à mercadoria importada. Os mercados de câmbio Todas as transações do mercado de câmbio repercutem (e muito) sobre os números das balanças, comercial, transações correntes, capitais e de pagamentos do País. A formação das taxas de câmbio no regime flutuante adotado pelo Brasil a partir de 1999, trata a moeda estrangeira como uma mercadoria e, portanto, sujeita às forças da oferta e da demanda. Os mercados de câmbio Se a taxa de câmbio é de R$ 3,70 por dólar, são necessários três reais e setenta centavos para se adquirir um dólar. Se a taxa de câmbio passa a R$ 4,00 por dólar, houve uma desvalorização do Real (a moeda brasileira fica mais fraca, com menor poder aquisitivo), comparativamente com a estrangeira. Há um encarecimento das importações, incentivo às exportações e tornam-se mais caras as viagens ao exterior. Os mercados de câmbio Se a taxa de câmbio tem a sua relação alterada (diminuída) para R$ 3,20 por dólar, há uma valorização do Real – a moeda brasileira fica mais forte, com maior poder aquisitivo, comparativamente com a estrangeira. Há desincentivo às exportações, visto que os produtos brasileiros ficam mais caros para os compradores estrangeiros. Os mercados de câmbio O mercado de câmbio é determinado, como qualquer mercadoria, a partir da interação da demanda e da oferta e, assim, é correto afirmar que: a) Um aumento da taxa de câmbio aumenta o poder aquisitivo da moeda nacional comparativamente à estrangeira. b) Uma diminuição da taxa de câmbio diminui o poder aquisitivo da moeda nacional comparativamente à estrangeira. c) Nesse mercado são registradas apenas as transações com bens e serviços vendidos ou comprados do exterior. d) Uma diminuição da taxa de câmbio desestimula as exportações de produtos brasileiros para o exterior. e) Ocorre um incentivo às importações se houver aumento da taxa cambial. Interatividade Embora tenha o seu valor regulado livremente pela demandae a oferta, como ocorre com qualquer outra mercadoria no sistema de livre funcionamento dos mercados, há intervenções das autoridades monetárias (Banco Central), de tal sorte que: se a taxa de câmbio cai a um nível abaixo do desejado pelo governo, considerando suas políticas e expectativas econômicas, configurando uma oferta de moeda estrangeira superior à demanda, o Bacen “entra no mercado” e compra o excesso de divisas, provocando pela sua força de atuação uma elevação da taxa; o Banco Central também intervém no mercado se a taxa de câmbio aumenta a nível acima do desejado pelo governo. Isso é conhecido como “flutuação suja” – o preço da moeda estrangeira não é completamente livre consoante às forças de mercado. Intervenções do Banco Central do Brasil Além das operações efetuadas diretamente com o Banco Central, os bancos podem recorrer aos mercados interbancários de câmbio para solucionar os problemas de excessos de compra ou venda cambiais. Atuam no mercado interbancário de divisas para regularizar suas posições diárias, conforme os limites estabelecidos pelo Banco Central. A posição de câmbio dos bancos pode apresentar-se comprada, vendida ou nivelada. Diariamente, o Bacen supervisiona os bancos para que mantenham uma função nivelada, com base nos limites estabelecidos para as operações. Mercado interbancário de divisas estrangeiras Acordo de compra e venda de determinado ativo para entrega no futuro e liquidação em prazo determinado a um preço previamente estabelecido. Em meio às diferenças entre os mercados a termo e de futuros está o fato de que no primeiro não é necessário seguir padrões determinados pelas bolsas, dado que é um acordo particular, estabelecido entre dois investidores e normalmente não é negociado em bolsas. Também não é padronizado o prazo de vigência do contrato, que é estabelecido de comum acordo entre as partes que o estão negociando. Outra importante distinção é que os contratos a termo não estão sujeitos a ajustes periódicos a valores de mercado. O preço a termo, por exemplo, de uma determinada ação, é obtido pelo ajuste de juros à sua cotação à vista no Mercado. Mercado a termo Esse mercado, assim como o futuro, envolve um acordo entre investidores. Fica o comentário final de que tanto as aplicações mais “conservadoras”, como, principalmente, aquelas que são descobertas e inegavelmente oferecem riscos mais significativos, não são recomendadas que sejam arcadas por investidores com menor experiência e renda disponível para a cobertura de eventuais perdas, que também, dependendo do porte/volume da operação, podem ser bastante significativas. Mercado a termo As opções possuem diferentes características em relação aos contratos futuros e a termo. Há dois tipos: de compra (Calls) e venda (Puts) de determinado ativo-objeto: A data de vencimento da opção é a de exercício do direito nela expresso. O preço especificado no mercado é denominado preço de exercício (strike price). Mercado de opções O prêmio é constituído pela soma dos seus valores intrínseco e extrínseco. Valor intrínseco: preço do ativo (–) valor de exercício. Valor extrínseco: valor no tempo, somado à volatilidade do ativo (sensibilidade em relação ao preço do ativo). Prêmio no mercado de opções As opções podem ser melhor visualizadas com um exemplo prático. Suponha que você queira adquirir um carro no valor atual de R$ 50.000,00, mas, neste momento, dispõe apenas de R$ 5.000,00. Poderá conversar com o vendedor e pagar-lhe um prêmio de R$ 5.000,00 para ter o direito de comprar o carro, digamos, após 3 meses, que é quando espera ter o dinheiro para fazê-lo. Isso equivale a comprar uma opção de compra desse carro, que é o ativo-objeto da transação. Prêmio no mercado de opções Numa opção de compra (ou de venda), teremos o seu comprador (o titular) e o seu vendedor (dito lançador). O comprador (titular) de uma opção de compra tem o direito (e não a obrigação) de comprar certo ativo, como, por exemplo, determinada quantidade de ações, a um preço especificado e até uma data determinada. Quem adquire uma opção de compra tem a expectativa de que o valor da ação, no mercado à vista, subirá de preço entre o momento que a adquire e aquele em que pretende exercitar o direito por ela propiciado. Opção de compra O comprador (titular) de uma opção de venda tem o direito (mas não a obrigação) de vender uma certa quantidade de ações, a um preço especificado, até uma data determinada. Quem adquire uma opção de venda tem a expectativa de que o valor da ação, no mercado à vista, caia de preço entre o momento em que adquire e aquele em que exercita o direito propiciado por ela. O vendedor de uma opção de compra (lançador) tem sempre a obrigação de vendê-la a um preço especificado até uma data determinada. Assim, tanto em opção de compra quanto de venda, os direitos pertencem sempre ao titular da opção, e as obrigações são sempre do seu lançador. Opção de venda Então, no mercado de opções são negociados esses direitos e obrigações de compra e venda de ações, mas não as ações propriamente ditas, as quais são negociadas nos mercados à vista. O preço a ser pago para que se obtenha esses direitos é o prêmio da opção, devido pelo titular e recebido pelo lançador. O valor do prêmio guarda relação com o da interação da oferta e da procura pela opção, e sua variação depende do preço da ação (a que o contrato se refere) no mercado à vista. A opção pode ser por ele exercida a partir do dia seguinte ao da compra, a qualquer momento, até a data de vencimento (para as opções americanas que adotamos aqui no Brasil). Se não for exercida, o titular perde, integralmente, o valor pago pelo prêmio. Formação de preços das opções Com o objetivo de gerar liquidez no mercado, a bolsa define séries de opções, cada qual correspondendo a um tipo de ação (isto é, da mesma empresa emissora, espécie, classe e forma, determinada data de vencimento e preço em exercício previamente definido). Para qualquer contrato, independentemente do ativo subjacente, podem ser negociados muitos e diferentes contratos de opções. Disponibilização das opções no mercado Código da opção Preço do exercício (strike) PETRN14 14,00 PETRN44 14,50 PETRN15 15,00 PETRN35 15,50 PETRN16 16,00 Disponibilização das opções no mercado O comprador da opção PETRN15 tem direito de vender as ações-objeto do contrato pelo valor de R$ 15,00, e o vendedor da opção tem obrigação de comprá-las a esse mesmo valor, se e quando o comprador da opção desejar, até a data de vencimento. Disponibilização das opções no mercado Interatividade Indique a alternativa correta, entre as descritas a seguir, relacionada com o mercado de opções. a) Nele são negociadas exclusivamente ações, como ativos-objeto. b) O comprador da Opção tem o direito (mas não a obrigação) de exercer até data de vencimento do contrato. c) Nesse mercado, o comprador da Opção tem a obrigação de exercê-la até a data de vencimento do contrato. d) A configuração de um contrato de opções é sempre feita diretamente entre o seu lançador e o titular. e) O valor do prêmio da Opção, no final da operação, ainda que a opção não seja exercida, é destinado ao seu comprador. Embora seja mais comumente mencionado, além das opções de ações e commodities, encontram-se contratos de opções baseados em vários tipos de ativos, como: Índices de ações; Moedas estrangeiras; Contratos futuros; Etc. Tipos de contratos de opções A opção é formada por: 4 letras (que informam o ativo base); 1 letra (indica se é Call ou Put e o vencimento); 1 ou 2 números (que informam o strike – o preço de exercício). Exemplo: PETRB16. Identificação dos contratos de opções Há dois lados envolvidos com as operações de um contrato de opções: Para o investidor que a adquiriu (seja de compra ou de venda), diz-se que ele tomou a posição long. Quem a vendeu (seja de compra ou de venda), assumiu a posição short. Posições assumidas nos mercados de opções Vamos admitir o caso em que um investidor já possui 1.000 ações da empresa X e deseja proteger-se contra queda de preço desses títulos nos próximos dois meses. A cotação atual da empresa X no mercado é R$ 2,00. O preço de exercício num contrato de opção de venda é R$ 2,50 por ação. O investidor pode optar pela compra de 100 contratos de opções de venda, cada um deles com 100 ações. O investidor teria, então, o direito de vender as 1.000 ações por R$ 25.000,00. Se, no vencimento do exercício, a ação estiver sendo cotada, digamos, a R$ 1,50, terá lucrado em sua operação (apesar da queda na cotação do papel). Neste cálculo deve ser considerado o prêmio pago pela Opção de Venda. Hedge nos mercados de opções Receberá, por força da Opção de Venda, R$ 25.000,00. No exercício da Opção, exercendo o seu direito, deixou de perder, com a variação do papel: Venda antecipada: R$ 25.000,00 – R$ 2.500,00 (valor do prêmio pago pela compra da Opção de Venda) = R$ 22.500,00 (-) R$ 15.000,00 (o que receberia no mercado à vista) = R$ 7.500,00 Hedge nos mercados de opções É possível ao investidor adotar uma estratégia que lhe permita aumentar os seus ganhos, em casos de variações dos preços das ações-objeto, entre os momentos atual e futuro. Especulação nos mercados de opções Sandroni (1999, p.19) define alavancagem como: Termo usado no mercado financeiro para designar a obtenção de recursos para realizar determinadas operações. Num sentido mais preciso, significa a relação entre endividamento de longo prazo e o capital empregado por uma empresa. Assim, o quociente Endividamento de Longo Prazo/Capital Total Empregado reflete o grau de alavancagem aplicado. Quanto maior for o quociente, maior será o grau de alavancagem. A alavancagem é característica não somente das opções, mas também de outros instrumentos negociados em mercados de contratos futuros. Alavancagem O investidor poderá efetuar mais de uma operação, combinando compras ou vendas à vista e a prazo, de forma a tentar maximizar o seu ganho com a operação. Estratégias no mercado de opções Os contratos de opções, além das bolsas, podem ser negociados no Mercado de Balcão, com transações diretas entre os agentes envolvidos (titular e lançador). A maior desvantagem das opções de balcão é que o lançador pode tornar-se inadimplente, sujeitando o comprador (o titular) a risco de crédito, o que, na prática, procura-se resolver com a entrega de garantias pelo primeiro. Diferentemente das bolsas que preparam pacotes padronizados, os instrumentos negociados no Mercado de Balcão são estruturados por instituições financeiras, para atender às necessidades específicas de seus clientes quanto à escolha de preços de exercício, datas de vencimento e tamanhos de contratos. Negociações nos mercados de balcão Um bolsa especifica os termos dos contratos de opções que negocia em termos de: tamanho do contrato; data de expiração/vencimento da opção; preço de exercício. Em geral, o preço de exercício é próximo do preço corrente da ação (no mercado à vista) quando se inicia a negociação da opção. Padronizações dos contratos na bolsa Alternativas disponíveis de Calls e Puts Em todo o mundo praticamente, as negociações com opções, que antes eram realizadas fisicamente, estão sendo efetuadas por meios eletrônicos, tal como ocorre com as transações do mercado à vista. Calls Puts Strike price Aug Sept Dec Aug Sept Dec ($) 2009 2009 2009 2009 2009 2009 380 51.55 54.60 65.00 1.52 4.40 15.00 400 34.10 38.30 51.25 4.05 8.30 21.15 420 19.60 24.80 39.05 9.55 14.70 28.70 440 9.25 14.45 28.75 19.20 24.25 38.35 460 3.55 7.45 20.40 33.50 37.20 49.90 480 1.12 3.40 13.75 51.10 53.10 63.40 Tais medidas objetivam criar novas formas de remuneração do pessoal interno, substituindo (ou complementando), com menores custos, os salários regulamentares e apresentando as seguintes características: são emitidas por uma empresa a partir do seu próprio estoque de ações; seus valores refletem os de mercado, por ocasião de sua emissão; seu prazo de expiração pode ser de até dez anos e há um longo período em que elas não podem ser exercidas; podem ser canceladas na saída do empregado durante o período de “carência” de exercício. São exercidas automaticamente na saída do empregado ou executivo; os empregados não podem vender as opções; quando são exercidas, a empresa emite novas ações. Oferecimento de opções como benefícios para executivos e empregados de empresas As opções negociadas em mercados de balcão costumam ser protegidas para dividendos. Sandroni (1999, p.181) caracteriza dividendo como: Renda atribuída a cada ação de uma sociedade anônima. É obtida dividindo-se o lucro do exercício financeiro pelo número total de ações. Em sentido amplo, dividendo é toda espécie de cota, porcentagem ou contribuição obrigatória em qualquer rateio, divisão ou repartição. Quando ocorre o anúncio de um dividendo, não há ajustes nos termos do contrato de opção quando negociadas no mercado de balcão. Mas isso não ocorre com as opções negociadas em bolsa. Efeitos dos dividendos e bonificações durante a vigência da opção Hull (2009, p. 211), ao referir-se às bonificações, comenta: A bonificação ocorre quando as ações são divididas em mais ações. Por exemplo, na bonificação 3 por 1, são emitidas três novas ações para substituir a ação existente. Como a bonificação muda os ativos ou o potencial lucro de uma companhia, é de se esperar que não haja qualquer efeito na situação financeira dos acionistas. Como todas as ações são iguais entre si, a bonificação de 3 por 1 faria o preço da ação cair a um terço do seu preço anterior. Efeitos dos dividendos e bonificações durante a vigência da opção Interatividade Admita que um investidor adquira 1000 Calls (cuja ação é negociada no mercado à vista por R$ 2,00), com vencimento em 2 meses e prêmio de 0,20 por ação. Escolha, entre as alternativas a seguir, o resultado dessa operação para o investidor, admitindo que a cotação à vista da ação, no momento do exercício, era R$ 3,00. a) Ganho de R$ 1.000,00. b) Perda de R$ 3.000,00. c) Perda do valor pago como prêmio (R$ 200,00) por não ter exercido a Call. d) Perda do valor pago como prêmio (R$ 2.000,00) por ter exercido a Call. e) Igual possibilidade de ganho entre as duas alternativas. Há, portanto, um grande número de combinações que podem ser feitas para se atingir os objetivos esperados nas aplicações. Hull (2009) apresenta, no capítulo 9 (estratégias de operações envolvendo opções), comentários e exemplos detalhados sobre as estratégias que, inclusive, podem ser consultadas em sites especializados de corretoras e instituições financeiras que operam com essas modalidades de operações. Estratégias com opções Tratam-se de operações também enquadradas no conjunto das que se referem a derivativos financeiros (aplicações cujos resultados são derivados dos ativos que os compõem). Assim, por exemplo, o contrato futuro de café tem o seu comportamento, notadamente, em termos de preços, relacionado com os mercados dessa commodity nos mercados à vista. Essescontratos são operações de compra e venda de um outro ativo (tais como commodities como ouro, petróleo, trigo, milho, soja etc.) que estabelecem um preço para a liquidação no prazo estabelecido entre as partes ou no lote padronizado junto à bolsa de mercadorias. Mercados Futuros Os contratos futuros diferem das opções, visto que, nestes últimos, não há a obrigação, apenas o direito de exercício (da compra ou da venda). O comprador de um contrato futuro de venda, compra hoje para entrega futura, um determinado ativo-objeto, por exemplo, ações para entrega futura por um preço acordado previamente. O vendedor acredita que, no futuro, pode comprar a ação a preço inferior à sua atual cotação no mercado, permitindo-lhe obter lucro com a operação. Geralmente, as operações a futuro são liquidadas financeiramente sem que ocorra a entrega física do ativo negociado, com base na diferença entre o valor fixado de compra e de venda. Negociações nos Mercados Futuros Procura aproveitar-se de certas diferenças de preços (notadamente) de ativos em diferentes mercados. De modo inverso ao financiamento descrito anteriormente, uma operação de arbitragem consiste em adquirir um ativo no mercado futuro e vendê-lo à vista, o que permite manter caixa para o exercício do mercado futuro, equivalendo a uma operação de captação. Essa última operação torna-se atraente sempre que a relação entre os preços futuros e à vista (o custo de captação) seja menor do que as taxas de juros que podem ser conseguidas em operações financeiras disponíveis no mercado. Arbitragem nos Mercados Futuros Cita Assaf Neto (2011, p. 284): A presença do especulador no mercado futuro, apesar de muitas vezes ser mal compreendida e criticada, é importante no sentido de atribuir liquidez às operações. Ao assumir o risco dos contratos futuros, o especulador colabora ainda mais com as operações de hedging, as quais visam proteger os investidores das variações adversas nas cotações de mercado. Vamos admitir que determinado produtor de uma commodity como soja deseja garantir o preço em vigor no mercado na ocasião em que foi firmado o contrato futuro desse produto. Especulação e hedge nos Mercados Futuros Espera redução desse valor no momento em que ocorrerá a sua colheita e negociação. Procurará, então, firmar um contrato para a venda da soja no futuro, em prazo estabelecido, de forma a não correr riscos de transacionar a preços menores do que os que vigorarão quando da assinatura do contrato. Certamente, tal produtor, ao assinar o contrato, sabe que estará “abrindo mão” de eventuais aumentos de preços no futuro/no momento da liquidação do contrato. Mas, de fato, estamos admitindo que seu objetivo primário é assinar o contrato futuro de venda da soja de forma a não ter perdas posteriores decorrentes de flutuação negativa. Especulação e hedge nos Mercados Futuros Trata-se de mercado com alta volatilidade e, como garantia da operação, as bolsas exigem dos investidores que tenham sofrido desvalorização em seus contratos, depósitos que correspondam ao valor de suas perdas até o momento. A bolsa estabelece níveis mínimos para a margem inicial e a de manutenção. Há brokers (corretores) que pagam juros ao investidor sobre o saldo positivo de sua conta margem. Volatilidade dos Mercados Futuros O investidor long (vendido) de um contrato de maio de 2001, poderia, por exemplo, ter sua margem reduzida em R$ 350.00, entre 14/3 e 15/3/2001, no caso de aumento do valor spot do ativo. O que mantivesse a posição short (comprada) teria o saldo de sua margem aumentado nesse mesmo valor entre essas duas datas. O investidor está autorizado a retirar qualquer saldo que esteja em excesso ao valor da margem original, e para garantir que este nunca fique negativo, estabelece-se a margem de manutenção, que é pouco menor que a inicial. Volatilidade dos Mercados Futuros Se o saldo da conta ficar abaixo da margem de manutenção, o investidor recebe a chamada de margem, de forma a igualá-lo à inicial. Se, por exemplo, a sua margem inicial for de $ 4.000 e a de manutenção $ 1.500 e as movimentações/oscilações diárias dos valores do ativo, no mercado spot, levarem o saldo de sua conta margem para, digamos, $ 2.660, deverá depositar mais $ 1.340, de forma a retornar à margem inicial de $ 4.000. Volatilidade dos Mercados Futuros Todo contrato futuro pode ser anulado pela recompra ou revenda no mercado secundário. Fechar uma operação demanda a realização de uma operação de natureza oposta à original. Assim, a grande maioria dos contratos futuros acaba por não ter entrega do ativo em seu vencimento. Alguns futuros financeiros – índices de ações, por exemplo – são liquidados em dinheiro, dado que é inconveniente ou até impossível entregar o ativo-objeto. Liquidação de Contrato Futuro Swap, no sentido geral, significa troca. É um acordo usualmente entre duas empresas, visando à troca de fluxos de caixa, no futuro, por um certo período de tempo. Sobre isso, alerta Assaf Neto (2011, p. 301): “ É interessante ressaltar que os agentes trocam indexadores das operações de captação ou aplicação de recursos, sem interferir sobre o principal das operações”. A operação de swap é feita entre duas partes (usualmente, duas empresas) e montada por uma instituição financeira, além de ser registrada na B3/Cetip. Uma operação de swap possibilita, por exemplo, transformar uma dívida pós em pré-fixada, um ativo de renda variável em fixo etc. Mercados de SWAPs Os dois tipos mais comuns de contratos de swaps são de taxas de juros e de moedas. No caso de um contrato de swap relacionado com taxas de juros, é possível converter uma dívida de: Taxa fixa para flutuante; Taxa flutuante para fixa. Converter uma aplicação de: Taxa fixa para flutuante; Taxa flutuante para fixa. Tipos de contratos de SWAPs As questões relacionadas com Governança Corporativa (GCO) das instituições financeiras ou não financeiras vêm ganhando cada vez mais destaque em função dos problemas verificados na economia mundial, notadamente neste século. O Comitê de Basileia é uma instância de discussão e coordenação informais entre reguladores bancários, originalmente apenas de países mais avançados, patrocinado pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS). Foi implementada uma legislação especial (Sarbanes- Oxly Act.) pelo Congresso norte americano, para estabelecer novos procedimentos de segurança para as empresas e combater fraudes e conflitos de interesse. O acordo de Basileia e as regras prudenciais Tornou-se o padrão de transparência e governança exigido pelos investidores para as novas aberturas de capital – recomendado para empresas que pretendam realizar ofertas grandes e direcionadas a investidores institucionais etc. Nesse mercado, são negociadas ações de empresas que adotam, voluntariamente, práticas de governança corporativa, adicionais às que são exigidas pela legislação brasileira, adotando um conjunto de regras societárias com ampliação dos direitos dos acionistas, divulgação de políticas e existência de estruturas de fiscalização e controle. Novo Mercado – B3 Seguros e Previdência Privada. Títulos de Capitalização. Financiamentos Imobiliários. Financiamentos Rurais. Sistema de Pagamentos Brasileiros. Caixas de Liquidação e Custódia: Selic e Cetip. Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Outros mercados especializados Interatividade Acerca das operações futuras nos diferentes mercados, podemos considerar como correta, entre as alternativas a seguir: a) Opções de compra (e não de venda)são classificadas como derivativos. b) O SWAP é uma operação que pode ser executada somente em bolsas de valores. c) Todas as operações futuras, com exceção dos contratos de compra e venda de ativos, são sujeitas à volatilidade. d) As operações de hedge são admitidas apenas no mercado de Opções. e) Oferecem muito risco, devendo ser contratadas por investidores com bastante experiência e com suporte financeiro. ATÉ A PRÓXIMA!
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