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PERGUNTA 1
Numa execução de título executivo extrajudicial, o juiz de Direito da 2ª Vara Cível determinou a penhora de 30% dos vencimentos do executado, sob o argumento que tal penhora preserva o suficiente para a manutenção do executado e da sua família. Considerando que o crédito não tem natureza alimentar e que a penhora não incidiu sobre o excedente a 50 salários-mínimos mensais, analise a decisão judicial à luz do art. 833 do CPC e da ponderação entre os interesses envolvidos, especialmente o direito do exequente à satisfação do crédito e a proteção da dignidade do executado e de sua família.
Inserir o trabalho que consistirá na análise do julgado. 
Trata-se de uma execução de título extrajudicial na qual o Juiz da 2ª Vara Civil determinou a penhora de 30% dos vencimentos do executado, sobre o argumento de que tal penhora preserva o suficiente para a manutenção do executado e de sua família. De acordo com artigo 833 inciso IV do Novo Código de processo Civil, são bens impenhoráveis : IV - os vencimentos, os subsídios, o s soldos, os salário s, as remunerações, os provento s de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorário s de profissional liberal, ressalvado o § 2º ; Dispositivo correspondente ao artigo 649, IV do CPC de/73: Inexistente, assim, qualquer autorização legal, ou mesmo razoável, num sentido material processual, para se afirmar, como propôs o aresto, que “cabe à instância de origem verificar se a penhora é possível sem afetar o mínimo existencial”. Virgílio Afonso da Silva, em uma análise da jurisprudência do STF d e 2005, já bradava sobre o uso excessivo da dignidade da pessoa humana como princípio fundamentador de toda e qualquer situação: “No Brasil, no entanto, em decorrência de uma banalização do uso da garantia da dignidade da pessoa humana, muitos casos de restrição a direitos funda mentais – às vezes, nem isso – tendem a ser considerados como uma afronta a essa garantia. Uma breve análise da jurisprudência do STF indica um cenário que dá indícios para a confirmação dessa hipótese. Apenas nos seis primeiros meses de 2005, ao menos nove decisões apontaram para algum tipo de ofensa à dignidade humana. Diante disso, pode -se dizer que ou a dignidade humana é, no Brasil, constantemente desrespeitada , ou tal garantia tem servido como uma espécie de enorme “guarda -chuva”, embaixo do qual diversas situações, que poderiam ser resolvidas por meio do recurso a outras garantia s constitucionais e até mesmo infraconstitucionais, acabam sendo amontoadas em busca de proteção.” Desta forma a decisão proferida pelo Juiz foi ponderada, visto que o executado pode ter uma renda superior a uma renda básica ou uma renda perfeitamente possível de se viver com dignidade humana. Se analisarmos uma pessoa que tem uma renda mensal de R$ 25.000,00 ( Vinte cinco mil reais), podemos facilmente perceber que é perfeitamente possível conviver com 70% deste valor. Temos que pensar nestes casos na dignidade humana do exequente e de sua família que pode em razão dos valores não percebidos não conseguir manter o seu sustento e da sua família e preservar o princípio da dignidade humana. Em uma pesquisa pelas decisões tomadas pelo S TF pude ver casos em que o Juiz como do caso concreto apresentado proferiu a sentença em favor do executante , conforme caso abaixo : Mantida penhora de 30% do salário para saldar dívida de natureza não alimentar A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o recurso de um policial civil de Goiás e manteve a decisão do tribunal estadual que possibilitou a penhora d e 30% de seu salário para o pagamento de uma dívida de natureza não alimentar. 
 No caso analisado, o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) flexibilizou a regra prevista no artigo 649 do CPC/73, a respeito da impenhorabilidade das verbas salariais. O entendimento do TJ GO é que a penhora de 30% não com prometeria o mínimo indispensável para a sobrevivência do policial, motivo pelo qual a penhora foi autorizada. A relatora do recurso no STJ ministra Nancy Andrighi, afirmou que a flexibilização da regra prevista no CPC é uma construção jurisprudencial e que, em tais casos, o que im porta analisar é se os valores a serem penhorados comprometem ou não a subsistência do endividado. “A jurisprudência desta corte vem evoluindo no sentido d e admitir, em execução de dívida não alimentar, a flexibilização da regra de impenhorabilidade quando a hipótese concreta d os autos revelar que o bloqueio de parte da remuneração não prejudica a subsistência digna do devedor e de sua família”, justificou a relatora.

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