Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Traumatismo Cranioencefálico (TCE) Qualquer agressão que acarrete lesão anatômica e/ou comprometimento funcional do couro cabeludo, crânio, meninges ou encéfalo. ETIOLOGIA: 1. Queda 2. Agressão 3. Acidente de veículo INCIDÊNCIA: É a principal causa de morte em crianças e adultos jovens em países desenvolvidos. BIOMECÂNICA: A) Impacto direto - bate com algo na cabeça B) Contra-golpe - bateu do lado oposto da pancada C) Shearing-tosquia – cisalhamento (o cérebro acaba rodando) CLASSIFICAÇÃO: (Escala de Glasgow) - prova A) leve – 13 a 15 B) moderado – 9 a 12 C) grave – 3 a 8 CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES: A) Primárias: ● Fraturas ● Contusões ● Lacerações ● Lesão axonal difusa B) Secundárias: ● Hematomas ● Hipertensão intracraniana ● Lesão Hipóxica-isquêmica FRATURAS: 1. Linear 2. Cominutiva 3. Aberta (corte) 4. Fechada Tratamento: cirúrgico quando aberta e/ou com desnivelamento da tábua óssea * Fraturas de base de crânio: sempre grave * Sinal de guaxinim: equimose e edema periorbital * Sinal da Batalha * Pode ocorrer rinorréia e otorréia * Blefaro Hematoma CONTUSÕES: * Partes do parênquima junto com partes do crênio ▸Lesões necro-hemorrágicas entremeadas por áreas isquêmicas no interior do parênquima ▸Tratamento: depende do efeito de massa – HIC – desvio de linha média. Após 36h (última foto) - contusões após 36 horas pioram, ainda mais se for itilista; * Branco: osso - hiperdenso * Sangue: branco também * Preto: áreas hipodensas - tumores, isquemias * Muito preto: Ar * Calcificações do plexo coróide: Normal * Observar a linha média, se está simétrica * Desvio da linha média: ICC (Urgência), quando maior que 5 mm: alta mortalidade LASCERAÇÕES: Perda total da citoarquitetura do parênquima nervoso (perda de massa encefálica). LESÃO AXONAL DIFUSA: ▸ Lesão do próprio axônio do neurônio, por mecanismo de shearing (Tosquia). Pode ocorrer pequenos pontos hemorrágicos associados. (normalmente é mais central) * Ocorre por cisalhamento * não causa ICC ▸ O quadro clínico é proporcional ao número de neurônios lesados. ▸ A tomografia é normal ou com pequenos pontos hemorrágicos. ▸ Tratamento de suporte. HEMATOMAS: 1. Extra ou Epidural 2. Subdural: agudo e crônico 3. Intraparenquimatoso HEMATOMA EXTRADURAL: * Lesão Côncava * Entre a tábula óssea e a dura máter * O cérebro continua bonitinho * Enquanto não desviar a linha média o paciente tem o intervalo lúcido ▸ Sangramento entre a tábua óssea e a dura-máter. ▸ Quadro clínico: intervalo lúcido. Geralmente se apresenta nas primeiras 24 horas. ▸ Rompimento das artérias meníngeas, de seios venosos ou da díploe óssea. ▸ Tratamento: craniotomia. HEMATOMA SUBDURAL AGUDO: * Lesão Convexa * Lesão de parênquima * Paciente chega mal * Não tem intervalo lúcido ▸ Apresenta-se logo após o trauma com perda de consciência, anisocoria, hemiparesia ou plegia contralateral. ▸ Lesão das veias em ponte com o seio sagital superior. ▸ Tratamento: craniotomia. HEMATOMA SUBDURAL CRÔNICO: * Após mais ou menos 20 dias * Ex: Paciente plégico no lado direito: a lesão ocorreu no lado esquerdo * História de pancada anterior * Comum em vozinhos * É preto e tem um pedaço branco no meio devido a degradação da hemoglobina ▸ Apresenta-se com quadro evolutivo começando de 15 a 90 dias pós trauma. ▸ Prevalece em crianças, alcoolistas e idosos. ▸ Geralmente pequenas hemorragias que se encapsulam, crescem por hemorragias da própria cápsula e por efeito osmótico. ▸ Tratamento: trepanação e drenagem (sangue liquefeito). * Hematoma é diferente de contusão; HEMATOMA INTRAPARENQUIMATOSO: ▸ Autolimitado. ▸ Confunde-se com contusão, predominando porém a hemorragia. ▸ Tratamento: conservador ou cirúrgico quando tem efeito de massa (HIC) – desvio de linha média. HEMORRAGIAS SUBARACNÓIDEAS: * Sangue por todos o cérebro * Entre as fissuras * Se não tiver história de trauma: aneurisma que rompeu ▸ Quando a hemorragia ocorre em vasos subaracnóideos. ▸ Pode ocorrer em qualquer parte do encéfalo. ▸ Tratamento conservador. FÍSTULA LIQUÓRICA: * Sempre tratar com antibiótico : Rocefin durante 5 dias ▸ Quando existe fratura, lesão das meninges e comunicação com o meio externo através de lesão de partes moles. ● Rino-liquorréia. ● Oto-liquorréia. ● Fratura aberta. ▸ Tratamento: repouso + antibióticos. ▸ Drenagem lombar externa quando não fecha em 1 semana. ▸ Abordagem da própria fístula quando não fecha em 2 semanas. EXAMES SUBSIDIÁRIOS: * No trauma não se faz ressonância, o comum é fazer raio-x e tomografia * Normas de atendimento: ABCDE do trauma * Novo glasgow: analisa pupilas: se tiver anisocoria o prognóstico é pior ● Rx simples ● Tomografia Computadorizada ● Doppler transcraniano ● Monitorização da PIC: ● Parafuso epidural ● Cateter ventricular ● Cateter intraparenquimatoso NORMAS DE ATENDIMENTO: ● Respiração ● Hemodinâmica ● Tratamento das hemorragias ● Sondas e cateteres ● História do trauma – antecedentes ● Escala de Glasgow ● Exame das pupilas ● Exames subsidiários NORMAS DE ATENDIMENTO: ● Centro cirúrgico ● UTI ● Enfermaria ● Para casa TRATAMENTO DA HIC - UTI: * Glasgow < 9 sempre tem que entubar * No trauma o foco é impedir lesões secundários ● Cabeceira elevada a 30 graus ● Sedação – benzodiazepínicos ● Drenagem de líquor ● Manitol: 0,5 a 1 g/kg/dose ● Hiperventilação: PaCO2 entre 30 e 35 ● Coma barbitúrico: 0,01 a 0,1mg/Kg/min ● Adulto: 500mg em 250mlde SG em 2 horas ● Craniotomia descompressiva CASO CLÍNICO: A.B., 8 anos, trazida ao PS do HU com história de atropelamento por moto, torporosa, confusa, abertura ocular à estimulação dolorosa e falando frases desconexas, movimentando os 4 membros, isocórica com pupilas reagentes. 1. Primeiro atendimento: 2. Pontuação da Escala de Glasgow: 11, logo é um TCE moderado 3. Exames subsidiários: tomografia 4. Diagnóstico: TCE moderado 5. Tratamento.: Enfermaria MONITORIZAÇÃO CEREBRAL (HIC) Monitorização neurológica em UTI Objetivos básicos da Neuro-ICU: ▸ Manter o fluxo sanguíneo cerebral fisiológico; ▸ Oxigenação cerebral adequada; ▸ Reduzir danos neurológicos secundários; HIC - INTRODUÇÃO ▸ A cavidade craniana é ocupada por tecido nervoso, sangue e líquor, envolvidos pelas meninges. ▸ A foice do cérebro e a tenda do cerebelo dividem esta cavidade em 3 compartimentos. ▸ A fossa anterior e média se divide da fossa posterior pela tenda, que possui a fenda tentorial ou forame de Pachioni. ▸ Como é uma cavidade fechada, tecido cerebral + sangue + líquor formam uma pressão, chamada pressão intracraniana. ▸ A pressão liquórica, que pode ser medida através da colocação de uma agulha no espaço subaracnóideo, representa a própria pressão intracraniana. ● A PIC normal varia de 50 a 200 mm de água ou até 15mmHg, considerando-se hipertensão acima de 20mmHg. HIC – CIRCULAÇÃO ENCEFÁLICA ▸ O encéfalo representa 2% do peso corporal e consome 20% do oxigênio, necessitando um fluxo sanguíneo que corresponde a 15% do rendimento cardíaco. ▸ O FSE (fluxo sanguíneo encefálico) é a diferença entre PPE (pressão de perfusão encefálica) e RVE (resistência vascular encefálica). ● PPE = PA – PV = PA ● FSE = PAM - PIC HIC – RELAÇÃO VOLUME/PRESSÃO ▸ O aumento do volume intracraniano leva a um aumento da pressão intracraniana. ▸ Quando este aumento ocorre lentamente, os líquidos se deslocam para fora da cavidadefazendo com que a pressão não aumente até certo ponto. ▸ A essa condição se denominou complacência encefálica. ▸ PIC > 20 MMhG = Hipertensão intracraniana ▸ Moderada > 40 > grave ▸Diversos autores encontraram melhores outcomes PIC < 15 mmHg ▸ Uso de cateteres intraventriculares ou intraparenquimatosos ▸ Vantagem do uso de cateter intraventricular: ● Tratar hipertensão intracraniana através da retirada de LCR ● Dosagem de Lactato/Piruvato - acompanhamento de isquemias ● Dificuldade quando há edema cerebral com colabamento de ventrículos ● Pico e taxa de infecção até o 5º dia, após mantém um platô, taxa de 1,7% dia ▸ Pressão de perfusão cerebral: PPC =PAM -PIC ▸ PPC normal: 70 mmHg ▸ PPC abaixo de 60-70: aumento de mortalidade e sequelas neurológicas ▸ Monitorização da pressão: visa manter FCS adequado com PPC 60-70 mmHg, e visa reduzir a probabilidade de isquemia cerebral ▸ Cérebro: 750 ml de sangue/min = 15% do débito cardíaco e 20% do consumo de O2 cerebral ▸ FSC normal: 50-60 ml/100g/min ▸ Se o FSC cai: diminui a função neuronal e depois há lesão cerebral irreversível ▸ Se o FSC aumenta: edema cerebral e áreas de hemorragia HIC – HÉRNIAS ENCEFÁLICAS ▸ Hérnia supra-calosa (subfalcina) ▸ Hérnia transtentorial ▸ Uncal ▸ Central ▸ Hérnia cerebelar HIC – QUADRO CLÍNICO ▸ Cefaléia ▸ Vômitos (sem nauseas) ▸ Edema de papila ▸ Alterações do nível de consciência ▸ Crise convulsiva ▸ Tontura ▸ Macrocefalia (bebês) ▸ Alterações da PA ▸ Alterações da FR (bradicardia) ▸ Alterações da FC HIC - TRATAMENTO ▸ Correção do fator etiológico ▸ Elevação da cabeça a 30º ▸ Evitar queda de PA ▸ Evitar febre (aumenta o metabolismo) ▸ Redução do volume de líquor
Compartilhar