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1 Natália Oliveira – Turma XLII – 2020.2 RESUMINHO SEMIOLOGIA PULSO VENOSO As pressões que temos na veia jugular interna são as mesmas pressões que temos na veia cava superior e no átrio direito. Melhor jugular para inspecionar: lado direito, mais retifica em relação as cavas. Inspecionamos o pulso venoso e não palpamos. Beira do leito: inspecionamos a jugular externa. Pressões do lado direito do coração: inspecionamos a jugular interna. Inspeção: tórax a 45° em relação ao leito; ponto de referência (ângulo de Louis); jugular externa do lado direito; maior ou igual a 4-5 cm → turgência jugular. O pulso venoso diminui com a inspiração. → Todas as ondas que estiverem positivas (A, C e V) é o sangue que se aproxima da ponta do cateter. → Tudo o que estiver em descenso (X, X’ e Y) é o sangue se afastando da ponta do cateter. Onda A: primeira fase do ciclo venoso. Corresponde a contração do AD. O sangue retorna já que ele tem dificuldade de passar para o VD, devido ao grande volume de sangue no ventrículo. • Fibrilação atrial: ritmo desorganizado. O paciente não tem onda A, o coração não tem uma contração efetiva (mais treme do que contrai). • Onda A gigante: Se eu tiver uma dificuldade de passar o sangue do átrio direito para o ventrículo direito, o sangue vai bater mais ainda no cateter. Exemplo: estenose tricúspide, estenose pulmonar e hipertrofia de VD. • Onda A em canhão: problema elétrico. Bloqueio atrioventricular total. Descenso X: esvaziamento do átrio. Onda C: contração do ventrículo. O aparato valvar se distende para cima. Descenso x’: esvaziamento do ventrículo direito. Valva pulmonar abre, apara valvar desce. Onda V: retorno do sangue no átrio direito pelas cavas. • Onda V aumentada: insuficiência tricúspide e comunicação interatrial. Descenso Y: enchimento do ventrículo. PULSO ARTERIAL Nunca pode ser palpado os dois pulsos da carótida porque o paciente pode fazer uma hipotensão. Os dois são palpados, mas não simultaneamente. É utilizado o ângulo da mandíbula, na frente do esternocleidomastoideo. Pulsos arteriais periféricos que precisamos palpar no exame físico: temporais, carotídeos (nunca juntos), radiais, braquiais, inguinais, poplíteos, tibiais posteriores e anteriores e pediosos. Para avaliar o pulso arterial central é o carotídeo. Subida: anacrótica. Descendente: dicrótica. Do início até a incisura dicrótica: sístole. Quando a incisura aparece, marca o final da sístole. O fechamento das valvas aórtica e pulmonar marcam o final da sístole. Entre B1 e B2 fica a sístole. → Amplitude diminuída e retardo na elevação do pulso que se encontra lentificado. Estenose Aórtica. 2 Natália Oliveira – Turma XLII – 2020.2 → Outros nomes: Pulso de Corrigan; pulso em martelo d’água. Pulso amplo, com dois componentes perceptíveis durante a sístole. Insuficiência Aórtica. O VE não aceita o sangue que volta e contrai novamente, por isso 2 picos (normal e anormal). → Cardiomiopatia Hipertrófica. Todo pulso bisferiens é bífido, mas nem todo pulso bífido é biferiens. → Insuficiência Cardíaca (dinâmica do cálcio intracelular). Ora ele está amplo, ora menos amplo → varia a amplitude. → Diminui de intensidade com a inspiração (exacerbação fenômeno normal) → Tamponamento Cardíaco. Aumento do líquido seroso entre os pericárdios. Esse aumento do volume pode ser devido a uma inflamação, como em uma pericardite. ICTUS CORDIS A grande maioria dos pacientes não tem ictus visível ou palpável. Ictus cordis: parede anterior do VE. Localização: Em decúbito dorsal: 4/5° espaço intercostal esquerdo (EIE), linha hemiclavicular. Em decúbito lateral esquerdo: deslocamento cerca de 2 cm em direção a axila. Extensão: Em decúbito dorsal: 2 polpas digitais, 2,5 cm (1 ou 2 EIC – espaços intercostais). Decúbito lateral E: 3 polpas digitais 3-3,5 cm. Duração: Precocemente na sístole, simultâneo ou precede pulso carotídeo. A melhor fase para palparmos o ictus cordis no ciclo cardíaco é na contração isovolumétrica (ventrículo cheio). Quando temos o ictus maior (mais de 2 polpas digitais) podemos encontrar alguma patologia. Como: a cardiomiopatia hipertrófica, Doença de Chagas, IC. AUSCULTA DO PRÉCORDIO Foco aórtico: segundo espaço intercostal na borda esternal direita. Foco pulmonar: segundo espaço intercostal na borda esternal esquerda. Foco aórtico acessório (Erbin): terceiro espaço intercostal na borda esternal esquerda. Foco tricúspide: quarto/quinto espaço intercostal na borda esternal esquerda. Foco mitral: quarto/quinto espaço intercostal na linha hemiclavicular – equivale a posição do ictus cordis. RUÍDOS CARDIACOS BÁSICOS Fechamento das valvas Mitral e Tricúspide. Som único / Duração prolongada. Marca o início da sístole. Utiliza-se o diafragma para auscultar. Fechamento valvas Aorta e Pulmonar. Expiração: ruído único. Inspiração: desdobramento fisiológico de B2 (componentes se separam). Marca o início da diástole. Estetoscópio: Os sons de alta frequência são auscultados com o diafragma. Os sons de baixa frequência são auscultados com a campânula. Fase de enchimento ventricular rápido. (Início da diástole – protodiastólico). Choque do sangue em alta pressão batendo nas paredes dos ventrículos. Transitório / baixa frequência. Auscultado com a campânula. Manobras aumentam velocidade de fluxo das valvas AV (exercício / elevação MMII). Ausculta: Se a causa for originada no VE → audível DLE (decúbito lateral esquerdo) sobre o ápice. Se a causa for originada no VD → audível BED (borda esternal direita) inferior. Causas patológicas – causas hiperdinâmicas: 3 Natália Oliveira – Turma XLII – 2020.2 B3: Hipertireoidismo / Febre / Anemia (forma de compensação, se você tem pouco sangue, o coração vai precisar bater mais acelerado) / IC. Audível fisiologicamente e patologicamente. Relação temporal com a contração atrial (última fase da diástole – antecede a sístole), pré-sistólico. HAS/ Miocardiopatia Hipertrófica/ ICO/ Estenose Aórtica e Pulmonar. Diferente da B3, a B4 não conseguimos ouvir, existe nas causas fisiológicas, mas não é audível. Só é audível patologicamente. RUÍDOS CARDÍACOS Clicks são sons sistólicos e os estalidos são sons diastólicos. Parte do ciclo que o som se encontra: • Proto (início); • Meso (meio); • Tele (fim); • Olo (durante todo o ciclo – toda sístole e diástole). SISTÓLICOS → Valva Aorta Bicúspide. A valva aórtica o normal é ter 3 folhetos, existe uma doença genética que a pessoa nasce com apenas 2 folhetos (exemplo síndrome de Marfan) – alteração estrutural. Essa estenose causa um click protossistólico, ou seja, antes de soprar ela vai clickar. ➔ Valvas calcificadas (dificuldade na abertura dos folhetos) não clicam, apenas sopram. Exemplo: estenose aórtica (comum em idosos) e estenose pulmonar. → Prolapso da Valva Mitral. Isso acontece quando a valva mitral é insuficiente. → É audível em qualquer foco, mas é mais audível na borda esternal esquerda baixa (altura do foco tricúspide). Esse atrito é patognomônico – exclusivo de pericardite, mas nem toda pericardite gera atrito. Som dos pericárdios se atritando. DIASTÓLICOS → Comum na estenose mitral. Para ela estalar pelo menos um dos dois folhetos precisa estar móvel. → Mioxoma. Esse tumor na fase da diástole vai para frente da valva mitral, obstruindo a via de saída do átrio esquerdo dificultando o seu esvaziamento. Esse sangue começa a voltar pelas veias pulmonares e acaba fazendo uma congestão nos pulmões (acumulando líquido). Esse paciente quando chega no pronto socorro pode estar com edema agudo de pulmão, com dispneia (líquido no pulmão). ➔ Quando o paciente chega com a dispneia muito exacerbada: POSIÇÃO DE TRENDELENBURG(paciente de cabeça para baixo e perna para cima na maca, tumor se desloca e valva mitral se abre). SOPROS SISTÓLICOS Insuficiência mitral aguda: • Localização: foco mitral. • Irradiação: axila. • Intensidade: relação com magnitude do refluxo. Quanto pior o refluxo, pior será o sopro. • Timbre: regurgitação. • HANDIGRIP: apertar um grupo muscular. Essa manobra aumenta o sopro. É possível de auscultar esse sopro, junto com o pulso. O sopro começa na protossístole (porque a válvula aórtica não abriu ainda, mas a mitral com a insuficiência começa a refluir) e dura só até a mesossístole (porque ele se enche, não suporta volume e não tem mais como refluir) – e para de assoprar. Qualquer sopro da valva mitral → Decúbito lateral esquerdo: aumenta o sopro. POSIÇÃO DE PACHON. Insuficiência tricúspide aguda: • Localização: foco tricúspide. • Irradiação: em raio de roda. Ao redor do foco. • Intensidade: +/6+ • Caráter: regurgitação. Manobra de Rivero-Carvalho (aumento da intensidade do sopro com a inspiração). Quando inspiramos o volume é manejado para o lado direito, aumentando o volume do lado direito, quando for regurgitar, vai regurgitar mais sangue, aumentando a intensidade do sopro. • Só é chamado assim na insuficiência tricúspide (aguda ou crônica), nas outras é chamada de manobra de inspiração profunda; A inspiração profunda aumenta todos os sons do lado direito do coração, exceto o som estenose pulmonar (click protossistólico). Estenose aórtica: dificuldade para abrir. • Localização: foco aórtico. 4 Natália Oliveira – Turma XLII – 2020.2 • Irradiação: fúrcula (pescoço) - carótida. • Duração: relaciona-se com a gravidade da lesão. • Caráter: crescendo – decrescendo/ejeção/rude. Sopro auscultado com diafragma do estetoscópio. • SOPRO DE GALLAVARDIN: irradia para ápice/piante. Irradia para o foco mitral. • PULSO TARDUS PARVUS – relacionado a estenose aórtica. Sopro de Gallavardin: quando além do acometimento da válvula aórtica, pode ter associado o acometimento da artéria aorta, ou seja, a artéria aorta também vai estar calcificada e vai perder seu efeito Windkessel (capacidade de se dilatar). Portanto, seu jato será mais contínuo. É um sopro mais piante. Além de irradiar para fúrcula, irradia para o ápice (foco mitral). Então, será auscultado um sopro bem intenso no foco aórtico ou no aórtico acessório (Herbe). Estenose pulmonar: • Localização: foco pulmonar. • Intensidade maior gravidade: mais hipofonética e desdobrada B2 (diminui 2 componentes). • Caráter: crescendo-decrescendo. • Inicia-se com click protossistólico. Esse click é o único som que diminui/desaparece com a inspiração profunda. Esse sopro é mais localizado, não há uma irradiação característica. Quanto mais grave, mais hipofonética e desdobrada vai ser a bulha. Se eu tenho uma dificuldade em abrir, ela vai demorar para abrir. Se essa valva está muito estenótica, vai abrir pouco e demora para passar o sangue e o ventrículo direito vai esvaziar. Em uma inspiração que ocorre desdobramento fisiológico da B2 (válvula aórtica fecha antes da pulmonar), se eu tenho uma estenose, esse componente pulmonar vai demorar mais ainda, estando mais desdobrada. É o único click que desaparece com a inspiração profunda no lado direito do coração. • CIA; • Anemia: coração precisa fazer com que o sangue circule de forma mais rápida. Quando se resolve a anemia, esse sopro passa. • Exercício; • Febre: está hiperdinâmico, há um gasto de energia. • Gravidez; • Degeneração senil da valva aórtica. Os sopros mesosistólicos são muito relacionados também com estados hiperdinâmicos. Quando o que prepondera é o sistema nervoso simpático, quando o coração tem que aumentar o cronotropismo, frequência de disparo, inotropismo, para compensar alguma deficiência ou causa fisiológica. Nesses casos, o sopro tende a desaparecer quando essas causas são resolvidas. • Insuficiência mitral (crônica); • Insuficiência tricúspide (crônica). Inicia-se em B1 e se estende até B2. Geralmente regurgitativos. EXOFILTAMIA PULSÁTIL: globo ocular faz uma protusão para fora. Além dele estar para fora, o olho começa a pulsar. Se eu tenho muito sangue retornando para o átrio direito, e o átrio direito faz um caminho não valvulado entre a veia cava superior e a jugular interna, esse sangue que reflui para o átrio direito, reflui também para a cava superior, da cava superior vai para a jugular interna e da jugular interna vai para o seio cavernoso. Chegando no seio cavernoso, vai fazer uma congestão e bascular o globo ocular. Insuficiência tricúspide. DIASTÓLICOS Não coincide com o pulso. Iniciam-se em B2, podendo estender por toda a diástole. Insuficiência aórtica: • Localização: foco aórtico e foco aórtico acessório. • Irradiação: para baixo em direção a área tricúspide ou, às vezes até mitral. • Caráter: aspirativo. Como se o ventrículo estivesse sugando o sangue. • Aumenta com a expiração. Insuficiência pulmonar: • Localização: foco pulmonar. • Irradiação: foco tricúspide. Meio ou final da diástole. Estenose mitral: • Estalido de abertura; quando consegue abrir com má vontade ela estala. • Localização: foco mitral. • Irradiação: apenas foco mitral, mas PODE irradiar para a axila. • Caráter: ruflar diastólico. • Intensifica: DLE (decúbito lateral esquerdo). Como a estenose mitral faz com que demore para abrir a válvula mitral, sobrecarrega o átrio esquerdo aumentando um pouco e acaba mudando um pouco a sua conformação. Um átrio esquerdo aumentado 5 Natália Oliveira – Turma XLII – 2020.2 pode levar a rouquidão. Ele pressiona o nervo laríngeo recorrente por estar aumentado. Sopro de Austin-Flint: é uma pseudoestenose mitral, a válvula não está estenótica, tem relação com uma insuficiência aórtica grave. • A manobra que usamos para diferenciar a pseudoestenose (sopro de Austin-Flint) para diferenciar de um paciente que tem uma insuficiência aórtica grave e estenose mitral de verdade, é a MANOBRA DE NITRATO DE AMILO, o paciente cheira, e esse nitrato faz vasodilatação periférica, diminuindo a resistência vascular facilitando que o sangue saia do coração e retorne menos sangue, acabando com o anteparo e sumindo o componente mitral. Se sumir o componente mitral é o sopro de Austin-Flint, se não sumir o sopro mitral, ele tem as duas valvas acometidas (insuficiência aórtica e estenose mitral verdadeira). SOPROS CONTÍNUOS PCA (Persistência do Canal Arterial): • Localização: infraclavicular; • Irradiação: áreas próximas dessa região; • Componente sistólico mais rude, mais intenso; • Ruído de maquinaria; • Sopro auscultado nas crianças. É auscultado em toda sístole ou em toda diástole. MUDANÇA DE POSIÇÃO • Em pé: reduz volume dos ventrículos → diminui maioria dos sopros. • Cócoras: aumenta volume do coração → aumenta maioria dos sopros. O sopro de foco aórtico, colocamos o paciente com o tronco inclinado para frente. SOPROS INOCENTES • Sem frêmito. Se tiver frêmito, é patológico e não inocente. • Nunca são DIASTÓLICOS ou holossistólicos. Geralmente é mesossistólico. • Suaves + ou ++. • Não há alteração de bulhas. • Irradiação restrita, nunca para o dorso. Comuns na fase da infância e do adolescente e tendem a desaparecer na fase adulta. SOPROS • Cole Cecil → insuficiência aórtica → irradia para axila. De tanto regurgitar sangue para o ventrículo esquerdo, esse sangue vai voltando e batendo no septo interventricular, e com o tempo esse septo vai ficando hipertrófico. Assim, esse sangue vai reverberar/irradiar para o oco axilar. • Carey Coombs → valvulite reumática. Ocorre uma inflamação, um edema. A válvula mitral é muito acometida. Melhorando esse reumatismo, o sopro tende a desaparecer. • Graham-Steil→ insuficiência pulmonar → PAP (pressão da artéria pulmonar) aumentado. B4 (contração atrial). holossistólico. Insuficiência mitral ou tricúspide crônica. mesossistólico. Estenose aórtica. Tem um click na frente. mesotelesistólico. Estenose pulmonar. protodiastólico. Insuficiência aórtica ou pulmonar. mesotelediastólico. Tem um estalido. Estenose mitral ou tricúspide. contínuo. Persistência do Canal Arterial.
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