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Teoria e Prática Cambial - Livro-Texto Unidade III

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Unidade III
Unidade III
Na unidade II analisamos quais são as principais taxas de juros no mercado internacional e como 
elas instituem e auxiliam operações financeiras e comerciais. Nesse sentido, e em virtude da influência 
dessas taxas nas relações financeiras e comerciais entre os países, sabe‑se que um gestor em comércio 
exterior ciente conseguirá programar o melhor momento de se aventurar ou aventurar seu cliente em 
uma empreitada internacional.
Para que os projetos sejam bem desempenhados, é necessário conhecer o que os intermediários, 
isto é, os bancos, têm a oferecer ao agente que busca formas de ultrapassar as fronteiras do seu país. A 
oferta de condições ideais ou favoráveis auxiliará na tomada de decisão.
Para produzir qualquer operação, é crucial que os contratos sejam efetivados de maneira correta 
para que o recebimento dos valores em moeda estrangeira, bem como os pagamentos, possam ser 
efetuados.
No entanto, até o momento, apesar de termos estudados temas fundamentais, não tratamos a 
respeito de duas operações comerciais que norteiam grande parte das relações internacionais entre os 
países: exportação e importação.
Em vista disso, tentaremos compreender quão importantes são esses conceitos comerciais, 
principiando pela exportação.
5 EXPORTAÇÃO E O CÂMBIO
5.1 Conceito
Em obra publicada em 1999, Sandroni nos define exportação como:
[...] vendas, no exterior, de bens e serviços de um país. Resulta, como a 
importação, da divisão internacional do trabalho, pela qual os países 
tendem a especializar‑se na produção dos bens para os quais têm maior 
disponibilidade de fatores produtivos, garantindo um excedente exportável 
(SANDRONI, 1999, p. 230‑231).
Desse modo, o ato de exportar pode ser compreendido como o momento em que mercadorias e 
serviços são encaminhados a país estrangeiro.
Não obstante, também pode‑se entender como exportação o ato de enviar mercadorias para outro 
estado dentro de uma mesma federação. Neste caso, ela é chamada de exportação interna.
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Ao se enviar o produto ao exterior, a exportação poderá ter cobertura cambial, neste caso haverá 
pagamento pelo produto. No caso de não ocorrer pagamento pela exportação realizada, dá‑se a 
designação de sem cobertura cambial. Quando um produto é enviado ao exterior mas não gera 
pagamentos, significa que este tem um destino específico, como um evento, uma feira; e servirá de 
donativos ou amostras.
Não obstante, qual(is) o(s) motivo(s) que leva(m) uma empresa a buscar o mercado externo? Entre 
eles podemos citar:
• Aumento da produtividade: com a introdução no mercado estrangeiro, a sociedade tende a 
reduzir sua capacidade ociosa, pois necessitará de maior produção, podendo diminuir seus custos 
e tornando‑se mais competitiva.
• Diminuição da carga tributária: a empresa poderá compensar com a exportação os impostos 
internos como ICMS, IPI, PIS/Pasep, Cofins e IOF.
• Imagem da empresa: organizações que atuam no exterior têm sua imagem vinculada a produtos 
de qualidade.
No Brasil a atividade exportadora se tornou estratégica, pois impacta diretamente no emprego e 
na renda e gera divisas para o país, incentivando o equilíbrio das contas externas e promovendo o 
desenvolvimento econômico.
5.2 Fundamento legal
As exportações são regulamentadas pela Circular n. 3.325, de 24 de agosto de 2006, e pelo Regulamento 
do Mercado de Câmbio e Capitais Internacionais do Banco Central do Brasil (RMCCI/Bacen).
Baseando‑nos no RMCCI, podemos identificar que a receita advinda de uma exportação pode ser 
mantida em sua totalidade no exterior pelo exportador.
Conforme destacado na unidade II, o contrato de câmbio é o documento legal para a 
formalização da entrada de valores no país. Este pode ser celebrado para liquidação imediata 
(spot) ou futura (forward).
O pagamento das exportações poderá ser feito através de: crédito em conta mantida pelo exportador 
no exterior; de crédito da moeda estrangeira em conta de banco autorizado a operar em câmbio no País; 
entrega em espécie a um banco da moeda estrangeira.
Além dessas formas, o recebimento de uma exportação pode ser feito por meio de cartão de 
uso internacional emitido no exterior, vale postal internacional e outros instrumentos descritos 
no RMCCI.
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5.2.1 Formas de exportação
As exportações ocorrem de três formas:
Exportação direta: a exportadora realiza todo o processo de venda da mercadoria. Ela pode contratar 
um intermediário, entretanto, esse agente não descaracteriza a operação como sendo direta.
Exportação indireta: tipo de operação na qual a empresa tem sua produção comprada por outra 
sociedade nacional, que fará a venda da mercadoria no exterior.
Exportação indireta por trading company: as chamadas tradings são organizações nacionais 
que possuem regime tributário diferenciado para que possam atuar como compradoras de mercadorias 
dentro das fronteiras do País e efetuar posterior venda ao exterior. Elas recebem o mesmo tratamento 
fiscal que as exportadoras, ou seja, compram produtos para exportação com alíquota de impostos 
reduzida.
 Observação
As empresas conhecidas trading company recebem benefícios da 
autoridade monetária para que possam atuar de forma ativa no mercado. 
Porém, para gozar de tal privilégio, elas precisam obter registro especial 
na Secex e SRF; constituir‑se em sociedades por ações; e possuir capital 
mínimo determinado pelo CMN.
5.2.2 Documentos necessários para a exportação
De forma resumida, apresentaremos os principais documentos exigidos ao processo de exportação.
Fatura pró‑forma: registro preparado pela empresa exportadora após a negociação. É similar a um 
orçamento, pois inclui todas as informações do que foi solicitado pelo importador. Em seguida podemos 
observar um modelo de fatura pró‑forma ou proforma invoice.
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Figura 11 – Modelo de fatura pró‑forma
Registro de Exportação (RE): é o documento eletrônico que deve ser preenchido via 
Siscomex. Nele são descritas todas as características do produto a ser exportado para registro 
dos órgãos governamentais.
Nota fiscal: deverá acompanhar a mercadoria, com todas as suas informações, desde o local de 
origem do produto a ser exportado até o embarque. Ela não acompanhará a mercadoria para o exterior, 
mas é obrigatória sua posse no território nacional.
Fatura comercial (commercial invoice): formaliza a venda do produto. Nela devem estar contidas 
todas as informações da negociação efetuada entre importador e exportador.
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Saque (draft): é um título de crédito emitido contra um devedor informando que este deverá pagar 
certa quantia, em data e local estipulados. O saque pode ser dispensado, dependendo da operação e das 
relações comerciais entre importador e exportador.
Romaneio (packing list): nos casos de exportações que contenham mais de um volume, o vendedor 
prepara um romaneio especificando o conteúdo de cada um desses volumes. Se necessário, observações 
adicionais poderão ser inseridas.
Figura 12 – Modelo de packing list
Conhecimento de embarque (bill of lading): documento que a empresa transportadora emite 
confirmando o recebimento da mercadoria.Ele atesta que esta última foi entregue para embarque e é 
considerado um recibo de posse da mercadoria. A depender do tipo de transporte, existem diferentes 
modelos; em seguida observamos o modelo utilizado para os embarques marítimos.
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Figura 13 – Modelo de bill of lading
Alguns documentos serão emitidos somente se forem solicitados e poderão ser dispensados se assim 
for acordado entre as partes, sendo estipulado nos acordos comerciais existentes entre os países. É o 
caso dos seguintes impressos:
• certificado de origem;
• lista de pesos;
• certificado fitossanitário;
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• certificado de análise;
• certificado de qualidade;
• fatura consular.
 Saiba mais
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) 
disponibiliza informações complementares sobre outros arquivos utilizados 
no processo de exportação. Disponível em: <http://www.mdic.gov.br/
sistemas_web/aprendex/default>. Acesso em: 28 mar. 2017.
5.2.3 Formas de contrato de câmbio para a exportação
A contratação do câmbio com um banco autorizado é um momento ímpar para o exportador. Ao 
firmar o contrato de câmbio, o exportador assumirá o compromisso de venda das divisas advindas da 
operação, bem como definirá o caráter dela, o qual poderá ser:
Simplificado: exigido tanto para exportação com Declaração Simplificada de Exportação (DSE) 
quanto com o RE, no valor máximo de US$ 50.000,00 por processo quando emitido por corretora, 
ou ilimitado se enviado por bancos autorizados a operar no mercado cambial. Quando acima de US$ 
20.000,00, o nome do importador/pagador deverá ser mencionado. No caso de contratos de câmbio 
simplificados, não existe a possibilidade de rescisão, aditamento ou baixa, e o prazo para a contratação 
desse tipo de operação é de até 360 dias anteriores ou posteriores à exportação ou prestação do serviço. 
A grande vantagem do contrato simplificado é a redução no custo de exportação.
Contrato tipo 1 normal (não simplificado): é necessária uma exportação formal, ou seja, o RE 
é obrigatório, mesmo que o valor seja inferior a US$ 20.000,00. Neste caso, seguem alguns detalhes 
quanto ao prazo e à forma de pagamento:
• Contratação pré‑embarque: é possível o recebimento antecipado com um prazo máximo de até 
360 dias (curto prazo) anteriores à data do embarque da mercadoria. Pagamento com anterioridade 
maior que 360 dias da data do embarque também pode ocorrer, porém fica sujeito ao prévio 
registro no Bacen.
• Pagamento à vista: a exportação (que pode ser representada por uma letra de câmbio) é paga no 
ato da apresentação dos documentos de exportação ao importador.
• Contratação pós‑embarque: pagamento após viabilizar os documentos ao importador tem um 
prazo máximo de até 360 dias da data do embarque (operações não financiadas).
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Cabe ao exportador, de posse de todas as informações, decidir qual é o melhor tipo de contrato de 
câmbio a fim de negociar com seus clientes.
5.3 Responsabilidade das partes
As partes que assinam o contrato de câmbio (exportador e banco) devem cumprir todas as suas 
cláusulas. Caso ocorra alguma irregularidade, esta pode ser reparada através de uma alteração, 
prorrogação ou rescisão.
As modificações do contrato de câmbio podem ser feitas, desde que os itens seguintes não sejam 
modificados:
• partes intervenientes (comprador e vendedor da moeda estrangeira);
• valor da moeda estrangeira ou nacional;
• tipo de moeda estrangeira;
• taxa cambial;
• data; e
• número de registro no Sisbacen.
A prorrogação pode ser feita, desde que respeitado o prazo máximo de 360 dias antes ou depois do 
embarque. Em caso de rescisão do contrato, ambas as partes devem mostrar conformidade, tanto no 
pré‑embarque quanto no pós‑embarque e não há necessidade de autorização do Bacen.
A exportação requer muito estudo e consciência do vendedor, pois é um passo fundamental para a 
continuidade de seus negócios. Desse modo, a palavra‑chave desse processo é planejamento.
5.4 Principais financiamentos à exportação
As exportações – como parte importante da política interna e externa brasileira – recebem inúmeras 
possibilidades de financiamentos. Além dos bancos autorizados a operar com câmbio, o próprio governo, 
através de seus organismos, incentiva a exportação. Em vista disso, é necessário analisar cada um deles. 
Não obstante, nesta seção trataremos, em especial, do ACC e do adiantamento de cambiais entregues 
(ACE). Os demais tratados serão estudados na unidade seguinte.
5.4.1 Adiantamento de contrato de câmbio (ACC)
Ao celebrar um determinado contrato de câmbio, o exportador poderá, a seu critério, solicitar a 
antecipação dos valores referentes a ele. O ACC é realizado antes do embarque da mercadoria, como se 
o exportador precisasse de um autofinanciamento para empreender o projeto.
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O adiantamento deste contrato poderá ser total ou parcial, a depender do exportador. No entanto, 
o prazo máximo de 360 dias deverá ser observado. Os encargos sobre essa operação são: Libor + 
spread sobre a moeda estrangeira; IOF alíquota 0%; taxa de abertura de crédito (TAC), de acordo com a 
instituição financeira; e taxa de serviço de câmbio (TSC), também de acordo com a entidade financeira.
Esses encargos são cobrados após serem convertidos em reais no dia do débito, o que poderá ocorrer 
na data de contratação da ACC ou na data de vencimento do saque. Já o principal é pago após o 
embarque da mercadoria, na data de vencimento do respectivo contrato de câmbio.
As instituições financeiras podem, a seu critério, cobrar a taxa Prime norte‑americana em substituição 
à Libor. O spread cobrado sobre a moeda estrangeira deve atingir, no máximo, 5% ao ano.
 Lembrete
O spread é a diferença entre a cotação da moeda na data da captação 
e o preço dela no repasse ao cliente.
No caso dessa operação de adiantamento (ACC), o contrato de exportação pode ser a garantia do 
financiamento, porém, conforme o relacionamento entre cliente e banco, outras salvaguardas poderão 
ser solicitadas.
Na hipótese de a operação de exportação não ocorrer ou for cancelada, a contratação do ACC é 
convertida em um tipo de crédito, devendo o exportador arcar com todos os custos desta.
5.4.2 Adiantamento de cambiais entregues (ACE)
Após embarcar a mercadoria ao seu importador, o exportador poderá, de posse da documentação 
comprovatória, solicitar a antecipação de recursos. Assim, ele solicita ao banco que adiante o valor 
descrito no saque contra o exportador.
Ao contratar o crédito de um ACC, o exportador buscava financiamento para sua produção, no 
presente caso ele busca financiamento de um produto (mercadoria) já entregue. Esse trâmite se 
assemelha a um desconto de duplicatas aplicado no Brasil.
O exportador poderá antecipar até 100% do valor em um prazo máximo de 180 dias, incidindo sobre 
essa negociação a taxa Libor ou Prime, mais o spread sobre a operação. É possível observar que em 
contratações de ACE a taxa de juros é reduzida.
O valor principal da transação será pago na data de vencimento do saque. Já os encargos poderão 
ser pagos na data da contratação ou no vencimento do saque. Na data de vencimento, o banco reterá 
o valor pago pelo importador e, caso este não efetue o pagamento, o montante será debitado da 
conta daexportadora.
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De acordo com o relacionamento entre exportador e banco, algumas garantias poderão ser 
solicitadas, tais como: saque de exportação, seguro de crédito ou outra precaução que a instituição 
financeira julgar necessária.
A contratação de um ACE não vincula o exportador à contratação de um ACC. A única regra existente 
é: se foi contratado o ACC em um banco, o ACE deve ser contratado com o mesmo bancário.
Se houver inadimplência do pagamento por parte do importador, o exportador deverá recorrer à 
cobrança judicial e comunicar aos órgãos competentes tal fato.
 Observação
Ao contratar um ACC, o exportador pagará uma alíquota de 0% de IOF. 
Isso não significa que existe a isenção desse imposto, mas sim uma redução 
em sua percentagem.
6 IMPORTAÇÃO E O CÂMBIO
6.1 Conceito
O Novíssimo dicionário de economia define importação como:
Entrada de mercadorias e serviços estrangeiros num país. Os serviços, cujo 
valor não figura na receita comercial, constituem as importações invisíveis. 
[...] os importadores podem recorrer ao mercado financeiro internacional 
para obter o crédito necessário ao pagamento de suas importações 
(SANDRONI, 1999, p. 291).
Dessa maneira, todas as compras realizadas com um fabricante internacional fazem parte do 
conceito de importação.
As importações podem ser contratadas com cobertura cambial, ou seja, haverá repasse de valores ao 
fornecedor; ou sem cobertura cambial, quando não há a necessidade de repasse.
Hoje o ato de importar no Brasil – mesmo com a taxa de câmbio desvalorizada – é essencial, 
principalmente no que tange a alguns bens manufaturados e aos bens de capital, os quais nosso país 
produz menos.
Para entender o processo de importação e os caminhos adotados pelo Brasil, devemos relembrar a 
história do País e os regimes cambiais adotados.
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 Lembrete
Os chamados bens de capital são aqueles que auxiliarão na produção de 
outro bem e que não têm seu fim no processo produtivo. Um exemplo deles 
são as máquinas, instalações e os equipamentos.
6.2 Regime cambial
A tratativa sobre os regimes cambiais existentes foi discutida na unidade I do presente livro‑texto, e 
vale lembrar que eles podem ser classificados como: regime cambial de câmbio fixo; regime cambial de 
câmbio flutuante (flutuação limpa ou suja); e regime cambial de bandas cambiais.
Como destacamos, a fim de nos atentarmos a estes regimes e ao roteiro das importações no Brasil, 
vamos analisar a economia brasileira ao longo de alguns períodos da história nacional.
Durante muitos anos, mais precisamente até 1930, o Brasil era um país agrário exportador, 
dependendo, basicamente, da exportação de café. Em contrapartida, necessitava trazer muitos produtos 
do exterior. Ante a crise no preço do café nesse período e a produção sendo feita por outros países, os 
cafeicultores brasileiros não conseguiam efetuar s vendas ao exterior e se viram em uma situação crítica. 
O então presidente, Getúlio Vargas, comprou a produção de café de todos os produtores e a estocou, 
queimando‑a posteriormente.
Essa situação foi agravada pelo volume de importação realizado pelo Brasil e pela América Latina 
como um todo. Na tentativa de reduzir a quantidade de produtos importados por esses países, a Comissão 
Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) criou o Processo de Substituição de Importações (PSI). 
Esse programa tinha por objetivo reduzir a quantidade de mercadorias estrangeiras nos países latinos 
através da produção interna desses bens. Podemos dizer que o Brasil, assim como os demais países da 
América Latina, foram forçados a se industrializar.
O PSI vigorou por aproximadamente cinquenta anos, até todos os países envolvidos saírem dele. A 
justificativa para essa debandada do programa foi a grande proteção aplicada aos países, os quais não 
conseguiam perceber o que acontecia fora de suas fronteiras.
Por fim, o Processo de Substituição de Importações ficou conhecido como gerador de crescimento 
de dentro para fora. Dessa forma, o País não importaria nenhum tipo de mercadoria que pudesse ser 
produzido pela própria nação.
Após anos de ditadura militar, o brasileiro recuperou o seu direito ao voto e elegeu o candidato 
Fernando Collor de Mello. Em suas políticas econômicas e com relação ao comércio exterior, o foco 
foram as importações.
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Após os anos nos quais as importações eram admitidas como algo contraproducente, o presidente 
Collor determinou a abertura do País para a concorrência internacional. Na visão do novo governante, o 
Brasil estava com o parque industrial sucateado e necessitava de competição para se renovar.
Com uma taxa de câmbio favorável ao processo de importação, ou seja, câmbio valorizado, e com 
alíquota de importação beirando a zero para alguns produtos, a Federação promoveu a chamada abertura 
abrupta. Com destaque para produtos como tecidos, calçados, brinquedos etc. Foi um período em que a 
indústria brasileira sofreu forte ataque dos estrangeiros.
O governo de Collor gerou uma das maiores crises industriais. Devido à taxa de câmbio valorizada, 
aliada à alíquota de importação reduzida, muitas empresas nacionais não conseguiram concorrer com 
os estrangeiros e fecharam suas portas.
 Saiba mais
Para mais detalhes referentes ao governo Collor, leia a obra Economia 
Brasileira e contemporânea (2017). Disponível em: <https://online.
minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597010206/cfi/6/10!/4/10@0:73.5> 
Acesso em: 28 mar. 2017.
Após inúmeras denúncias de corrupção, o presidente Fernando Collor foi afastado de seu mandato. O 
vice‑presidente Itamar Franco assume a presidência e nomeia como seu ministro da Fazenda o sociólogo 
Fernando Henrique Cardoso.
Junto com sua equipe, André Lara Resende e Pérsio Árida, Fernando Henrique Cardoso criou o plano 
de estabilização da economia, em vigor até os dias de hoje, denominado Plano Real.
É possível dividir o regime da taxa de câmbio em três desde o início do Plano Real:
• Devido à âncora cambial, a taxa de câmbio foi definida ao par, isto é, R$ 1,00 = US$ 1,00.
• O período de valorização cambial faz a moeda alcançar a casa dos R$ 0,80 para cada US$ 1,00.
• Fase de desvalorização cambial, que se mantém até os dias de hoje.
Esse breve resumo da economia brasileira nos ajudará a compreender como o processo de importação 
foi e é impactado.
6.3 Tributos e despesas
O tratamento dado às importações atualmente no Brasil está vinculado à política de aumento de 
divisas. Neste caso, as exportações são mais interessantes que a importação, o que ilustra claramente a 
política cambial brasileira.
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Para definir qual será a tributação imposta a um produto importado, é necessário conhecer sua 
nomenclatura na Tarifa Externa Comum (TEC). Não podemos especificar a alíquota para cada bem, mas 
sim quais serão os impostos incidentes. Nesse sentido, a tributação das importações foi estabelecida da 
seguinte forma:
Imposto de importação: aplicado às mercadorias que ingressaram no território nacional.
Imposto sobre Produto Industrializado (IPI): calculado em base ad valorem e com alíquotas 
definidas para cada produto. Ele também pode ser cobrado por unidade e a um valor já fixado. Porém, 
ele somente será incidido se houver imposto de importação, caso contrário, oIPI será dispensado.
Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS): é um imposto estadual e possui alíquotas 
diferentes entre os estados. As alíquotas variam entre 7% e 25% dependendo do estado e do produto.
PIS/Pasep importação: incide em praticamente todas as mercadorias importadas com alíquota de 
2,1%. Contudo, é necessário consultar constantemente a legislação para confirmar os produtos que 
possuem ou não a incidência deste tributo.
Cofins importação: com a mesma metodologia do PIS/Pasep, a Contribuição para o Financiamento 
da Seguridade Social (Cofins) incide em quase todos os produtos importados. Mais uma vez cabe a regra 
de consultar a legislação para verificar sua aplicabilidade. A alíquota é única e fica em 9,65%.
Já as despesas incidentes sobre os produtos importados são:
Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM): valor pago ao agente da 
companhia marítima de entrada do porto de descarga. A alíquota varia de acordo com a navegação: 25% 
na navegação de longo curso; 10% na navegação de cabotagem; e 5% na navegação lacustre e fluvial.
Taxa de armazenagem: paga ao porto ou aeroporto no qual a mercadoria ficará. Essa taxa varia 
conforme o tempo de permanência no local.
Taxa de capatazia: valor cobrado pela movimentação da carga pelo pessoal do porto ou aeroporto. 
Varia de acordo com o peso e volume da mercadoria.
6.4 Financiamento para cobrança e carta de crédito
As operações de pagamento a prazo normalmente são consideradas operações financiadas. Elas 
podem ser divididas em dois grupos: operações de curto prazo, com pagamento em até 360 dias; e 
operações de médio e longo prazo, para pagamentos acima de 360 dias; estes são condicionados à 
emissão do registro de operações financeiras.
Os financiamentos das importações de qualquer produto podem ser feitos pelo próprio exportador 
ao fornecer a mercadoria e aguardar uma data específica para pagamento. O vendedor seria o 
financiador, porém nem sempre os exportadores estão dispostos a operar tal processo. Também podem 
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ser processados por outras pessoas jurídicas no exterior, isto é, empresas que possuem fácil acesso a 
crédito externo podem financiar importações. O exportador recebe o pagamento à vista, e o importador 
paga a prazo a essas organizações, que normalmente são de grande porte.
Evidentemente, os bancos locais autorizados a operar em câmbio podem prestar tais financiamentos 
e os importadores brasileiros se utilizam muito desta linha. O banco nacional local financia o importador 
com recursos captados com bancários estrangeiros. A entidade financeira no exterior efetua o pagamento 
à vista para o exportador e financia o banco nacional. O mesmo banco nacional, por sua vez, abre um 
financiamento ao importador. A relação do financiamento ocorre de duas formas, uma entre o banco 
estrangeiro e o nacional e a outra entre o banco local e o importador.
 Lembrete
Quando o financiamento é feito pelo próprio exportador ou por uma 
pessoa jurídica no exterior, o financiado é o importador. No caso de 
financiamento adquirido no exterior, o banco nacional é o financiado.
Os valores a serem financiados variam de acordo com a negociação, podendo ser o valor total da 
importação, uma parte dela ou um percentual.
Por ser uma operação delicada, todas as condições desse financiamento devem ser detalhadas em 
contrato, como o valor do principal, juros, comissões e encargos.
 Observação
O Registro de Operações Financeiras (ROF) é exigido para todas as 
operações com prazo superior a 360 dias e deve ser aprovado antes do registro 
da declaração de importação (DI). Em caso de refinanciamento de operações 
contratadas para pagamentos em até 360 dias, com ROF já aprovado, deve 
ser efetuada retificação na DI. Para operações acima de 360 dias, o banco 
negociador deve fazer vinculação entre o ROF e o contrato de câmbio.
Em relação às cartas de crédito, os bancos no Brasil estão autorizados a emiti‑las, mesmo que o 
contrato de câmbio ainda não tenha sido celebrado.
Para minimizar os riscos da operação, é recomendado que a abertura da carta de crédito seja feita 
após o registro da licença de importação no Siscomex. Desta forma, todos os dados da respectiva carta 
devem ser compatíveis com o registro.
Ao negociar a carta de crédito no exterior, e se ela for à vista, o prazo para liquidação do contrato 
de câmbio é de até 15 dias. Já no caso de negociação a prazo, a liquidação acontecerá até a data de 
vencimento da obrigação no exterior (GONÇALEZ, 2011).
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6.5 Pagamento antecipado
O pagamento antecipado é definido pela remessa de valores sem a realização do embarque da 
mercadoria. Assim, o importador paga por ela antes de seu recebimento. A contratação do câmbio neste 
tipo de pagamento é feita de forma pronta.
Para que seja feita uma operação de pagamento antecipado de importação, é preciso que haja a 
contratação do serviço. O pagamento antecipado pode ser efetuado com até 180 dias de antecedência do 
embarque ou da nacionalização da mercadoria. Todas as informações referentes ao tipo de pagamento 
devem constar na pró‑forma.
Os produtos que possuem ciclo maior de produção, como é caso de máquinas e equipamentos, 
podem gerar pagamentos de acordo com essa condição, mas devem ser limitados a 1.080 dias do 
embarque da mercadoria.
Os pagamentos antecipados de tais mercancias podem ser totais ou parciais. Eles podem seguir as 
necessidades de execução do projeto. Para a liquidação do contrato de câmbio de pagamento antecipado, 
é imposto que o importador apresente fatura pró‑forma ou documento equivalente, e a LI.
O contrato de câmbio deve ser vinculado, pelo importador, a uma DI em um prazo máximo de 60 dias 
contados da data prevista para o embarque da mercadoria.
Caso esta última não seja embarcada ou nacionalizada, por qualquer motivo, até a data de liquidação do 
contrato, o importador deve providenciar a repatriação dos pagamentos efetuados em no máximo 30 dias.
Se o importador assim desejar, pode solicitar garantias ao exportador para que este pagamento seja 
efetuado, garantindo a devolução de valores em caso de não remessa da mercadoria. Por outro lado, se 
quem importar um produto não vincular o respectivo contrato de câmbio a uma DI ou não providenciar 
a repatriação das divisas nos prazos estipulados, sofrerá sanções, sendo impedido de efetuar pagamentos 
de importação e multado em 50% a 300% do valor da operação.
6.6 Comissão de agente
Em alguns casos, as entidades exportadoras mantêm nos países potenciais representantes comerciais 
que cuidarão do processo de venda de seus produtos. A remuneração paga a esses representantes é 
chamada de comissão de agente. Esta deve estar devidamente descrita na declaração de importação e 
poderá ser paga no exterior ou retida no país, neste caso, no Brasil.
É preciso que a comissão do agente esteja descrita na DI, porém se até a liquidação do contrato de 
câmbio não houver vinculação com a declaração, essa prestação deverá estar devidamente discriminada 
na fatura pró‑forma ou em outro documento similar.
A data de pagamento da comissão é negociada entre agente e exportador, normalmente o prazo 
está vinculado à liquidação do contrato.
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Conforme destaca Vieira “o ingresso no país de valores recebidos a título de comissão de agente 
é de responsabilidade do representante ou agente, devendo ser formalizado através da celebração de 
contratode câmbio tipo 03 – Transferências financeiras do exterior” (2011, p. 213).
 Resumo
A máxima “exportar ou morrer” se transformou em algo muito significativo 
para o País, o que gerou diversos benefícios à Nação, entre eles: emprego, 
desenvolvimento, mais consumo, entre outros. Quando enviamos produtos 
para o exterior, não é apenas uma mercadoria que está sendo distribuída, mas 
também a nação como um todo, ou seja, seu povo, sua imagem, sua cultura...
Conhecer o país ao qual se encaminha um produto é muito importante, pois 
o contato deverá ser benéfico, não algo que possa gerar inconvenientes futuros. 
Ao analisar o destinatário, o exportador poderá saber se existe mercado para o seu 
produto, se o preço praticado por ele será aceito, se culturalmente esse produto 
poderá aproximar as nações, entretanto, é evidente que qualquer empresário 
almeja obter lucros, o que certamente o comércio internacional poderá propiciar.
Não obstante, exportar não é tarefa fácil, é fundamental, além de conhecer 
os futuros clientes, compreender um pouco a respeito da legislação de cada 
país: será que o país com o qual eu almejo comercializar aceita as embalagens 
permitidas no Brasil? Minha empresa tem condições de produzir da forma que 
este cliente espera? A barreira do idioma é satisfeita apenas com o conhecimento 
do inglês? Inúmeras perguntas surgem e surgirão ao longo do processo.
Por ser uma atividade estratégica no Brasil, a exportação recebe um 
tratamento diferenciado em termos de tributação. Atualmente, todos os 
impostos incidentes na exportação estão com alíquota 0%.
Contudo, como já havia dito David Hume (1988), os países não serão 
apenas exportadores. Em alguns momentos, ainda que com situações 
adversas, será necessário buscar produtos para além das fronteiras. O 
processo de importação se torna essencial, visto que nenhum país é capaz 
de produzir tudo aquilo que necessita, desse modo, as trocas entre as 
nações são essenciais para a satisfação de suas populações.
Diferentemente de outros períodos da economia brasileira, nos quais 
a importação era fundamental para o desenvolvimento da nação, hoje, 
com o parque industrial mais desenvolvido que há vinte anos, a situação é 
bastante diferente.
Hoje em dia, a importação no Brasil sofre com o câmbio valorizado, 
o que impede a troca excessiva de produtos. Porém, o governo – por 
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reinvindicação dos empresários – faz pequenas variações cambiais, 
valorizando a moeda no intuito de facilitar a importação de máquinas 
e equipamentos. A justificativa dos empresários é a não produção, ou a 
produção em condições reduzidas, desses bens em território nacional.
Dessa forma, por meio da importação, é possível verificar que existem 
poucos mecanismos para seu financiamento, o que impede o próprio 
exportador de auxiliar o importador, além das reduzidas linhas de crédito 
com encargos elevados.
Igualmente, ao observarmos os financiamentos, a importação recebe 
menos incentivo que a exportação. Pode‑se constatar, ainda, que a 
exportação recebe incentivos desde o momento do fechamento do pedido 
com o exterior. As instituições financeiras liberam financiamento para 
a produção e, quando a mercadoria está pronta e embarcada, oferecem 
crédito para os empresários exportadores.
À vista disso, tanto com relação à exportação quanto à importação, é 
preciso estudar muito sobre as legislações específicas, dado que o governo 
impõe fortes controles à compra e venda no mercado internacional.
 Exercícios
Questão 1. (ACE 2002, adaptada) Sobre o Programa BNDES‑Exim, é correto afirmar‑se que:
A) É um programa de apoio às exportações que financia exclusivamente a comercialização de bens 
e de serviços no exterior.
B) É um programa de financiamento da produção de manufaturas em geral e de bens de capital a serem 
exportados, além de serviços associados aos bens exportados, sendo operado diretamente pelo 
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e por agentes financeiros credenciados.
C) Objetiva, essencialmente, fornecer linhas de financiamento ao exportador brasileiro visando 
equalizar os encargos financeiros praticados domesticamente com aqueles praticados no 
mercado internacional.
D) É um programa de financiamento da produção de bens de maior valor agregado e de serviços em 
geral, sendo operado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social com recursos 
do Tesouro Nacional.
E) É um programa de apoio e promoção das exportações de pequenas e médias empresas que 
financia a produção e a comercialização de bens, bem como a organização de missões comerciais 
e de mostras no exterior.
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Resposta correta: alternativa B.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: o BNDES‑Exim financia a produção, a aquisição e a comercialização do bem exportável 
ou exportado.
B) Alternativa correta.
Justificativa: essa é a definição do papel e do alcance do programa BNDES‑Exim.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: a alternativa fala de equalização de taxas de juros, mas isto é com o Proex, e não com 
o BNDES‑Exim.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: a alternativa relata que só bens de maior valor agregado recebem financiamento. Se 
pegarmos a lista enorme de bens financiáveis, veremos que não incluem apenas os de maior valor 
agregado. Vimos também que a modalidade “Pré‑Embarque Empresa âncora” está voltada às micro, 
pequenas e médias empresas, e claro que tais empresas não produzem bens de valor muito alto.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: a alternativa diz que o programa restringe a ajuda apenas para pequenas e médias 
empresas, mas o BNDES‑Exim não restringe. É verdade que ajuda tais empresas, mas não somente 
elas. Das seis modalidades, uma é voltada especificamente para elas, enquanto as outras cinco são 
direcionadas a quaisquer empresas.
Questão 2. (ACE 1997) A taxa de juros utilizada como referência nas linhas de financiamento do Proex é 
A) Prime Rate (EUA). 
B) Taxa dos títulos públicos norte‑americanos de longo prazo. 
C) Libor. 
D) Taxa Selic. 
E) TJLP – Taxa de Juros de Longo Prazo (Brasil).
Resposta desta questão na plataforma.

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