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Planejamento - aula 06

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Planejamento e organização do turismo
Aula 6: Ciclo de vida e impactos da atividade turística.
Ciclo de vida do produto turístico.
Compreender o ciclo de vida de um produto é fundamental para a gestão dentro de qualquer mercado. Esse conhecimento garante mais chances de sucesso e permite que o planejamento se prepare diante do futuro, evitando, por exemplo, a surpresa de declínio nas vendas. Conhecendo o ciclo de vida, o momento de queda no interesse pelo produto pode ser previsto e ações podem ser antecipadas.
 INTRODUÇÃO – CRESCIMENTO – MATURIDADE – DECLINIO 
Introdução: É o início do produto no mercado, as vendas ainda são baixas porque o produto precisa se tornar conhecido e ganhar credibilidade.
Crescimento: Ele já ganhou conhecimento de mercado e as vendas começam a crescer em um ritmo mais acelerado.
Maturidade: O produto já está conhecido e se estabiliza na melhor fase do ciclo de vida, no pico do volume de vendas.
Declínio: Se nada for feito nessa fase, para mudança, inovação e busca de um novo pico nas vendas, a tendência é que o produto siga para a quarta e última fase.
Você deve considerar que o Ciclo de Vida do Produto Turístico é uma ferramenta fundamental para delinear estratégias a partir do conhecimento do estágio de desenvolvimento do produto turístico, identificando quais medidas e iniciativas podem promovê-lo.
Tenha em mente que o estudo do ciclo de vida deve ser feito na fase de planejamento e prognósticos, para que, na estratégia, já estejam previstas ações para antecipar possíveis consequências de uma fase de declínio, evitando que ela aconteça.
Partindo para a análise do produto turístico de forma específica, temos algumas especificações e particularidades no ciclo de vida. No modelo mais tradicional, proposto por Butler (1980), são consideradas sete etapas, são elas:
 Nascimento – Crescimento – Maturidade – Saturação – Renovação - Prolongamento- Declínio
O ciclo de vida do produto turístico deve caminhar junto ao principal objetivo do turismo: desenvolvimento contínuo e sustentável. Portanto, o ciclo de vida também deve ter como objetivo a criação de produtos e serviços, com desenvolvimento contínuo e aumentos das margens de lucro para os agentes econômicos do mercado turístico.
Ao definir as estratégias, é fundamental considerar as características do produto turístico, analisando todas as particularidades do setor. Além disso, é importante pensar no produto em si, no lugar onde é ofertado, no tempo, preço, qualidade oferecida e quantidades ofertadas. E claro, como em qualquer mercado, satisfazer as necessidades e os desejos dos consumidores, os turistas.
A seguir, conheceremos mais detalhes das Fases do Ciclo de Vida do Produto Turístico (CVPT).
Nascimento -> O nascimento e a descoberta são equivalentes à fase de introdução dos produtos tradicionais, quando a procura ainda é baixa pela falta de conhecimento, por ser um produto turístico novo no mercado. Um ponto importante a se observar é que patrimônios culturais e naturais podem começar a atrair turistas antes do desenvolvimento do produto turístico em si. Então, ao observar esse movimento natural, ocorre o caminho inverso: diante da procura dos turistas, cria-se o produto turístico no patrimônio cultural ou natural que já está sendo visitado.
Nessa fase de nascimento ou de descoberta, a oferta turística ainda não está estruturada de forma efetiva. Isso devido à escassez do produto turístico, ou seja, a falta dele no mercado ou ainda pela inexistência, no caso de um produto turístico que não foi identificado como tal pelo mercado, apenas começou a despertar o interesse dos consumidores, mas sem uma oferta real e efetiva.
Crescimento -> A partir da identificação da existência de um produto turístico, tem início o processo de criação das primeiras estruturas de apoio em torno do mesmo, como hotéis e restaurantes. É a fase de crescimento, quando, devido à estrutura e oferta efetiva, é possível que comece a fase de maior procura, com mercados predominantes, que se destacam e trazem preferência por marcas, por exemplo.
Quando se nota uma procura elevada pelo produto turístico, com possibilidade de aumento da oferta e impactos positivos (mas também negativos) gerados pela grande procura, chega-se à fase de maturidade.
Maturidade -> É durante a fase de maturidade e grande crescimento que estão os maiores riscos de impactos negativos por falta de sustentabilidade durante o planejamento. Lembre-se que deve existir crescimento e desenvolvimento, mas sempre de forma a permitir a continuidade do produto turístico, o que é possível somente com sustentabilidade.
Na maturidade, as taxas de crescimento se estabilizam. O produto turístico já se tornou uma atividade econômica importante e, diante disso, a procura se estabiliza. Nesse momento já existem instalações de menor qualidade, que surgiram devido à maior demanda na fase de crescimento, o que faz com que o turista aceite, pois, caso não se adapte ao que é oferecido, pode ser que não haja oferta suficiente para atingir as altas demandas.
Também é nessa fase que algumas consequências da falta de sustentabilidade podem começar a aparecer, como conflitos entre a população local e os visitantes devido ao grande volume de consumidores. É nesse momento que surge o risco de saturação, principalmente se a sustentabilidade não foi considerada desde o início do planejamento.
A procura pelo produto turístico é excessiva.
Há redução de qualidade da oferta para atender à demanda.
A reputação do local corre risco de cair.
Pode haver grande rotatividade entre os proprietários dos hotéis, restaurantes e lojas por causa da má reputação.
Saturação -> A fase de saturação é específica ao mercado do turismo. Está atrelada à sustentabilidade e à limitação dos destinos turísticos, que não terão capacidade infinita devido à característica da limitação e à pouca elasticidade provocada pela necessidade de consumo simultâneo.
Declínio -> Pode acontecer diante da queda de atratividade, redução da procura e perda da penetração de mercado. A estratégia desenvolvida nessa fase irá indicar o sucesso e desenvolvimento ou não para o futuro.
Com uma estratégia inadequada, o declínio não poderá ser revertido, culminando com o fim do produto turístico. Mas há duas outras possibilidades para o desfecho do ciclo de vida do produto turístico: a renovação ou o prolongamento.
Renovação -> Indica a capacidade do produto turístico de inovar e, diante da possibilidade de declínio, se superar e voltar a ter grandes níveis de crescimento.
O ideal é identificar essa fase logo que for constatada a saturação, antes do declínio, fazendo alterações que revitalizem ou adaptem o produto turístico às novas exigências do mercado.
Para que haja renovação, é necessária a inovação total, ou seja, modificação de todos os elementos do produto turístico à beira do declínio. A renovação traz o início de um novo ciclo na vida do produto, com efeitos idênticos à fase de nascimento.
Prolongamento -> Se a inovação for parcial, ocorre o prolongamento do ciclo de vida, com uma ou algumas alterações nos seus elementos do produto turístico. Não é o início do novo ciclo. Pode ser sustentável por um período, mas, num futuro mais próximo, exigirá novas alterações para não ficar próximo do declínio novamente.
Devem ser definidas estratégias a partir do conhecimento da situação do produto turístico em questão. Dentro do planejamento, algumas questões precisam ser consideradas como fatores críticos de sucesso para o prolongamento do ciclo de vida do produto turístico:
Prévia identificação e caracterização dos consumidores;
Qualidade na concepção do produto turístico;
Qualidade das campanhas de publicidade e marketing;
Número e qualidade de redes de distribuição e venda;
Adoção de monitoramento do produto turístico de forma sistemática, com acompanhamento da evolução das vendas e do grau de satisfação dos consumidores;
Adoção de pequenas inovaçõesno produto para mantê-lo em constante renovação;
Alterações substanciais no produto, adaptando-o às novas ou diferentes necessidades.
Ciclo de vida do produto turístico - abordagem de Butler (1980)
Reforçamos que a abordagem de Butler (1980) sobre o ciclo de vida do produto turístico foi pioneira e está entre as mais utilizadas. No entanto, existem algumas variações, principalmente em termos de nomenclatura. Vamos apresenta-las a seguir.
Fase embrionária (Descoberta) Fase de introdução (Lançamento) Fase de crescimento (Desenvolvimento) 
Fase de maturidade (Consolidação) - Fase de saturação Fase de declínio.
Fase embrionária (Descoberta): Como o nome diz, o produto está em fase de conhecimento pelo mercado. É anterior à fase de introdução. A introdução ainda é arriscada, pois há prejuízo e os turistas que procuram essa oferta buscam novidades. Destinos nesse nível não possuem infraestrutura nem em volume e nem em qualidade.
Fase de introdução (Lançamento): Essa fase é marcada por custos elevados para o lançamento do produto turístico no mercado, principalmente com promoção. Volume de vendas baixo, com prejuízos ou lucros reduzidos. Há mobilização da população local para desenvolvimento de infraestrutura.
Fase de crescimento (Desenvolvimento): O produto já possui conhecimento no mercado, com vendas e lucros em crescimento acelerado, mas os custos ainda são elevados (ainda em divulgação). Início da concorrência.
Fase de maturidade (Consolidação): A taxa de crescimento das vendas desacelera à medida que cresce a concorrência. Há a necessidade de ajustar a oferta, os preços e os custos de produção e operação, com consequente decréscimo dos lucros. A sustentabilidade é fundamental.
Fase de saturação: As vendas chegam ao ponto máximo, seguidas por momento de estagnação e redução dos preços para manter participação no mercado. Novos produtos podem passar a ser mais interessantes.
Fase de declínio: Procura pelo produto ou destino desacelera. Início de prejuízos porque o produto ou destino deixa de ter espaço na oferta.
Podemos pensar nas etapas do ciclo de vida do produto turístico de uma forma um pouco diferente, analisando procura, oferta, distribuição e concorrência de acordo com a fase de desenvolvimento em que o produto se encontra:
 Fase Embrionária – Exploração – Envolvimento – Desenvolvimento - Consolidação - Estagnação – Pós-estagnação 
Fase Embrionária 
Descoberta ou criação de um novo produto em termos técnico e conceituais e comerciais.
Despesas elevadas, com risco de não ser aceito
Riscos de concorrência
Lucros Negativos
Exploração
Procura: com reduzido número de turistas, com elevado poder de compra.
Oferta: O turista é atraído por recursos primários, naturais ou construídos.
Distribuição: Não existem canais de distribuição e o acesso é limitado.
Concorrência: Praticamente não existe, pois são poucas atividades ligadas ao turismo.
Envolvimento
Procura: Número de turista aumenta continuamente e o destino não é mais visitado exclusivamente por um mercado inovador.
Oferta: Iniciativa local aumenta para atingir as necessidades do mercado consumidor.
Distribuição e concorrência: Canais de distribuição começam a surgir, mas ainda sem concorrência. 
Desenvolvimento:
Procura: Numero de turista aumenta e gastos diminuem.
Oferta: Crescente e diversificada
Distribuição: Começa a se organizar.
Concorrência: Começa a exigir. 
Consolidação:
Procura: Crescimento diminui, mas ainda é positivo. 
Oferta: Aumenta o número de agentes externos que controlam a oferta.
Concorrência: Oportunidade de novos negócios é reduzida.
Pós- estagnação:
Estabilização: Busca manter o número de turistas
Rejuvenescimento: Alteração do produto turístico para manter visitantes.
Declínio: Manutenção ou aumento de turista não é possível. 
No ciclo de vida do produto turístico, há maior detalhamento na fase de introdução, que chega a englobar até uma fase anterior à introdução. A estagnação/saturação é uma etapa criada e fundamental. O desfecho pode acontecer de três formas principais: declínio, renovação ou prolongamento.
Impactos da atividade turística.
Para a gestão, a sustentabilidade engloba três pilares: econômico, social e ambiental. Todos eles precisam caminhar em conjunto para que haja desenvolvimento.
O turismo é um mercado como outro qualquer, que tem desenvolvimento de produto, mercado consumidor, concorrência e assim por diante. E, inclusive, tem questões muito particulares que já discutimos, como o caso de o consumidor precisar se locomover até o produto, quando a tendência da maioria dos mercados atuais é o contrário. Portanto, os três pilares da sustentabilidade também são fundamentais para o mercado do turismo.
Três pilares da sustentabilidade: Econômico – social e ambiental 
A atividade turística, assim como qualquer outra atividade, vai trazer impactos ao ambiente no qual ela se desenvolve. Esses impactos podem ser positivos ou negativos e acontecem nas mais diversas áreas do ambiente:
 Física e ambiental – Econômica – Sociocultural – Psicológica – Política – Territorial
Possíveis impactos positivos e negativos em cada uma das áreas:
Física/ambiental
Positivos: aumento de medidas de proteção sobre os recursos culturais e ambientais.
a) Proteção de reservas naturais, monumentos, entre outros;
b) Revalorização do patrimônio cultural e ambiental por parte da população;
c) Requalificação de espaços do destino turístico e gestão dos visitantes,utilizando metodologias para definir a capacidade de carga.
Negativos:
a) Aumento da poluição: acúmulo de resíduos, contaminação de águas, poluição atmosférica e poluição arquitetônica;
b) Exaustão dos recursos naturais, fragilizando ecossistemas (destruição da fauna e da flora);
c) Alteração da paisagem pelo turismo em massa.
 Econômica 
Positivos:
 a) Contribuição na balança de pagamentos do país do destino turístico: participação no setor exportador, taxa de cobertura das importações, montante de divisas que entram no mercado de câmbio e no país;
 b) Aumentos na receita nacional e na criação de emprego: formação do produto interno bruto, efeito multiplicador na economia, criação de postos de emprego de forma direta/indireta;
 c) Contribuição para a expansão do mercado nacional; 
d) Contribuição para o orçamento pela tributação; 
e) Aumento da qualidade de vida;
 f) Aumento do investimento na economia do país. 
Negativos: 
a) Efeitos inflacionários; 
b) Efeito especulativo, provocado pelos futuros projetos turísticos; 
c) Criação de emprego precário e mal remunerado;
d) Sazonalidade dos fluxos turísticos, com épocas de baixas temporadas e variação das taxas de retenção da atividade turística.
 Sociocultural 
Positivos:
 a) Aumento do nível de interesse da população local; 
b) Fortalecimento dos valores e tradições locais; 
c) Contribuição para a alteração de sentimentos de pertencimento; 
 d) Promoção do diálogo intercultural. 
Negativos: 
a) Fomentar o desaparecimento de outras atividades;
 b) Agravar a estratificação social, com a emergência de uma nova classe ligada às atividades turísticas;
 c) Contribuir para a marginalização das camadas inferiores da estrutura social; 
d) Potencializar comportamentos que ferem Direitos Humanos.
 Psicológica 
Positivos:
 a) Aumento do orgulho local;
 b) Aumento do conhecimento de experiências turísticas. 
Negativos: 
a) Tendência dos residentes em adotar atitudes defensivas em relação aos turistas; 
b) Aumento da possibilidade de ocorrer mal-entendidos, levando à hostilidade entre residentes e turistas.
 Política: 
Positivos: 
a) Promover aumento do reconhecimento internacional da imagem do país; 
b) Promover políticas de desenvolvimento para beneficiar as populações residentes. 
Negativos: 
a) Exploração econômica da população local; 
b) Distorção da natureza dos eventos turísticos para espalhar valores da classe política;
 c) Utilização do Turismo para justificar medidas impopulares.
 Territorial(se reflete no processo de povoamento e ocupação do território). 
Positivos:
 a) Investimentos em novas infraestruturas e equipamentos públicos. 
Negativos: 
a) Estimular a definição de médias de construção muito elevadas; 
b) Gerar proliferação de infraestruturas e equipamentos turísticos de forma desproporcional; 
c) Promover alterações funcionais e estruturais no território.
# Definir estratégias sem pensar em impactos positivos e negativos não trará o desenvolvimento ideal do produto turístico seja ele qual for, e, menos ainda, do destino turístico, que depende de seus produtos oferecidos.

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