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Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado MacroscópicoMicroscópico Simbólico Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado O projeto, operação ou otimização de um reator metalúrgico no qual ocorrem reações químicas com o objetivo de se produzir determinado metal ou liga metálica, exige em geral a resposta às seguintes questões básicas: Qual o balanço energético do processo? Qual a condição de equilíbrio? Qual a velocidade das reações? Como se processam as reações? Físico-Química: bases teóricas da metalurgia extrativa Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Referências m V V t esp . Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Quantidades Físicas Medidas de Quantidades ou Tamanho Três medidas de quantidades ou tamanho são de uso comum: Massa, m Número de mols, n Volume total, Vt • Volume específico: • Volume molar: M m n n V V t m 4 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Quantidades Físicas Força: Pressão: O experimento de Torricelli: maF Isaac Newton A F p gh A Agh A F p 5 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Quantidades Físicas Trabalho: Um exemplo comum é a compressão ou a expansão de um fluido em um cilindro resultante do movimento de um êmbolo. 1 0 V V pdVw 6 d𝑤 = 𝐹𝑑Z Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Quantidades Físicas Energia: “Capacidade que um corpo, uma substância ou um sistema físico têm de realizar trabalho.” Conservação de Energia: (Veremos na Primeira Lei da Termodinâmica). mghw mv w 2 2 7 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Quantidades Físicas Temperatura: Lei Zero da Termodinâmica. “Se dois que não estão em contato térmico se encontrarem em equilíbrio térmico com um terceiro corpo, então esses dois corpos estão em equilíbrio térmico entre si.” B C A Água em ebulição Mistura água e gelo Ponto de fusão Ponto de ebulição 8 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Quantidades Físicas Escalas de Temperatura 212 F 32 F 0 F -459,67 F 0 R 459,67 R 491,67 R 671,67 R Zero Absoluto 0 K 273,15 K 373,15 K -273,15 C 0 C 100 C Ponto de fusão da água Ponto de ebulição da água Fahrenheit Rankine Kelvin CelsiusQuente Frio 9 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Propriedades dos Gases Gás – Conjunto de moléculas (ou átomos) Volume 1 Volume 2 Moléculas ou átomos Compressão 10 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado As propriedades Físicas Estado físico: definido por propriedades físicas Gás puro: Volume que ocupa, V Quantidade de matéria (número de mols), n Pressão, p Temperatura, T Se três variáveis são especificadas a quarta variável é determinada. Equação do Estado: ),,( nVTfp 11 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado As Leis dos Gases A Lei de Boyle (Isotérmica) - 1662 “Para uma massa fixa de gás sob temperatura constante, o volume é inversamente proporcional à pressão exercida”. p → 0 p x V = constante P1V1 P2V2 P3V3 p1V1 = p2V2= p3V3 = Constante Robert Boyle V p 1 12 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado As Leis dos Gases Gráficos para a Lei de Boyle Figura 1 - (a) Compressão do gás hidrogênio a 25 °C: P versus V. (b) Compressão do gás hidrogênio a 25 °C: PV versus P. pV = K → K = constante de proporcionalidade 600 800 1000 1200 1400 1600 10 15 20 25 30 Lei de Boyle- 1662 V ol um e (m L) Pressão (mmHg) Isoterma a T, n constantes 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 0 1x10 4 2x10 4 3x10 4 Lei de Boyle- 1662 a T, n constantes P ro du to p re ss ão -v ol um e (m m H g m L) Pressão (mmHg) (a) (b) 13 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado 600 800 1000 1200 1400 1600 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 Lei de Boyle- 1662 a T, n constantes y = 5,714 x 10 -5 (x) - 1,413 x 10 -5 R = 0,9999 1/ vo lu m e (m L- 1 ) Pressão (mmHg) Figura 2- Compressão do gás hidrogênio a 25 °C: P versus 1/V. As Leis dos Gases Gráficos para a Lei de Boyle V Kp 1 14 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado As Leis dos Gases A Lei de Charles e Gay-Lussac (Isobárica) - 1787 “A lei de Charles e Gay-Lussac enuncia que, para as mesmas massas de gases quaisquer, a variação de volume delas é diretamente proporcional à variação de temperatura”. -300 -250 -200 -150 -100 -50 0 50 100 150 200 0 20 40 60 80 100 120 a P, n constantes Zero absoluto, -273,15 Lei de Charles - 1800 V ol um e (m L) Temperatura (°C) Figura 3- Lei de Charles: V versus T. V = d(t+273,15) → d= inclinação da reta Jacques Charles KTV 15 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado As Leis dos Gases Gay-Lussac (Isocórica) – 1802 A equação com as variáveis pressão, volume e temperatura Combinação das equações relativas às leis de Boyle Charles/Gay-Lussac “A pressão e temperatura de um gás são diretamente proporcionais quando o volume é mantido constante”. KTp K T p T p T p ... 3 3 2 2 1 1 K T Vp T Vp T Vp ... 3 33 2 22 1 11 16 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado 17 Calculando as derivadas parciais, Para a Lei de Boyle: 𝑝 = 𝐾 𝑉 𝑑 𝑝 𝑇 = 𝑑 𝐾 𝑉 𝑇 d𝑝 = −𝐾 dV 𝑉2 𝜕𝑝 𝜕𝑉 𝑇 = − 𝐾 𝑉2 = −𝑝 𝑉 Para a Lei de Charles: 𝑝 = 𝐾𝑇 𝑑 𝑝 𝑉 = 𝑑(𝐾𝑇)𝑉 𝑑𝑝 = 𝐾 𝑑𝑇 𝜕𝑝 𝜕𝑇 𝑉 = 𝐾 = 𝑝 𝑇 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado 18 dp = 𝜕𝑝 𝜕𝑉 𝑇 dV + 𝜕𝑝 𝜕𝑇 𝑉 dT Usando a equação fundamental a derivadas parciais, E substituindo os valores acima, d𝑝 = − 𝑝 𝑉 d𝑉 + 𝑝 𝑇 d𝑇 pV= 𝑅𝑇 Observações: Coeficiente de expansão (α): Coeficiente de compressibilidade (β): α = 1 𝑉0 𝜕𝑉 𝜕𝑇 𝑝 β = − 1 𝑉0 𝜕𝑉 𝜕𝑝 𝑇 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado “Volumes iguais de gases diferentes contem números iguais de moléculas quando nas mesmas condições de pressão e temperatura.” As Leis dos Gases A Lei de Avogadro - 1811 Amedeo Avogadro Os balões têm o mesmo volume, isto é, têm o mesmo número de moléculas. 19 Oxigênio Hidrogênio Nitrogênio Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado A Lei do Gás Ideal O modelo físico de um gás ideal fundamenta- se nas seguintes hipóteses: O gás é formado por um grande número de moléculas (ou átomos) que se movem permanentemente no espaço de forma desordenada (caótica); As dimensões das moléculas são muito pequenas e são desprezíveis quando comparadas com as distâncias entre elas e com o tamanho do recipiente; As partículas não exercem entre si forças apreciáveis (nem repulsivas, nem atrativas); As colisões entre as moléculas ou entre as moléculas e as paredes do vaso são perfeitamente elásticas. 20 KTp KTV KpV Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado A Lei do Gás Ideal Lei doGás Ideal Lei de Boyle Lei de Charles e Gay-Lussac Lei de Avogadro Equação de estado de um gás ideal KnV KnTpV nRTpV 21 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Valor de R Unidades 287,0530 (ar) J kg−1 K−1 8,314462 J K−1 mol−1 0,0820574587 L atm K−1 mol−1 8,20574587 x 10−5 m³ atm K−1 mol−1 8,314462 cm3 MPa K−1 mol−1 8,314462 L kPa K−1 mol−1 8,314462 m3 Pa K−1 mol−1 62,3637 L mmHg K−1 mol−1 62,3637 L Torr K−1 mol−1 83,14462 L mbar K−1 mol−1 1,987 cal K−1 mol−1 6,132439833 lbf ft K−1 g mol−1 10,7316 ft³ psi °R−1 lb-mol−1 8,63 x 10−5 eV K−1 atom−1 0,7302 ft3 atm °R−1 lb-mol−1 1,987 Btu lb-mol−1 °R−1 A Constante Universal dos Gases 22 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado A Lei do Gás Ideal Volume molar (Vm) Condições Normais de Temperatura e Pressão – CNTP 1 atm para pressão 0 (zero) °C ou 273,15 Kelvin para temperatura. nRTpV p RT Vm 23 Em muitas operações metalúrgicas, envolvendo gases a pressão de uma atmosfera e temperaturas elevadas, a equação dos gases ideais e perfeitamente aplicável. Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Mistura de gases Lei de Dalton A pressão exercida por uma mistura de gases é a soma das pressões parciais dos gases que a compõem. 𝑝𝑗 = 𝑋𝑗𝑝 John Dalton 24 𝑝𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑝𝑝𝑎𝑟𝑐𝑖𝑎𝑙 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado 25 Densidade dos gases 𝑑 = 𝑚 𝑉 𝑝V = 𝑛𝑅𝑇 𝑑 = 𝑝𝑀 𝑅𝑇 “Parâmetro importante para o dimensionamento das máquinas soprantes utilizadas nos reatores metalúrgicos”. Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Processos Isotérmicos - Trabalho f I V V fi dVpw f I V V fi dV V nRT w i f fi V V nRTw ln 26 T2 T1 P V T1<T2 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Processos Isobáricos - Trabalho f I V V fi VpdVpw 27 P VVi Vf Ti Tf Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Processos Isocóricos - Trabalho f I V V fi dVpw 0 28 P V Pi Pf Ti Tf Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Aspecto Microscópico dos Gases: Teoria Cinética O gás consiste em moléculas de massa m movimentando-se aleatória e incessantemente. O tamanho das moléculas é desprezivel no sentido de que seus diâmentros são muito menores do que a distância média pecorrida entre as colisões. As moléculas interagem brevemente, e raramente através de colisões elásticas. Modelo estrutural de um gás mantido num recipiente 29 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Teoria Cinética - Cálculos para Pressão 30 2 x 3 2 x 3 x x x x x x 2 x x 2 2 x x 2 2 2 2 vm NVp vcm p vcmp vcmp AcmvF mvmv t v mF amF x x x x Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Teoria Cinética e a Temperatura 31 Tk vm vm N RT R vm N T vm NTRn b A A x 2 3 2 x 2 x 2 3 2 x 3 2 2 x 3 2 x x 2 2 2 2 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Teoria Cinética – Velocidade Média Quadrática 32 M 3 M x 3 )( 2 x 3 2 x x 2 2 RT v T kv vv vm NTRn mq bmq mq Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Gases Reais Gás Ideal x Gás Real A partícula do gás real tem volume real A velocidade da bola verde ao colidir com a parede é reduzida pelas forças atrativas com as bolas vermelhas. A pressão de um gás real é menor quanto maior for a atração entre suas partículas. 33 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Gases Reais Os gases reais apresentam desvios em relação à lei dos gases perfeitos, por causa das forças intermoleculares. Interações entres às moléculas gasosas Forças de atração *Alcance relativamente grande *Pressão moderada Forças de repulsão * Interações de curto alcance. * Pressão elevada. Interações intermoleculares 34 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Gases Reais Fator de Compressibilidade Definição: relação entre volume do gás real pelo volume do gás com comportamento ideal. Pressões elevadas: todos os gases apresentam Z > 1. Pressões moderadas: todos os gases apresentam Z < 1. 0 m m V V Z 0 mPV RT Z 35 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Gases Reais Fator de Compressibilidade Para um gás ideal Z = 1. Para pressões muito baixas Z →1 para todos os gases. Para pressões elevadas Z > 1 (mais difícil comprimir). Para pressões intermediárias Z < 1 (mais fácil comprimir). Perfeito 36 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Gases Reais Temperatura de Boyle Definição: Na temperatura de Boyle as propriedades do gás real coincidem com as do gás perfeito quando p → 0. Deve haver uma temperatura (TB) em que B→0 . Logo, Temperatura baixa Pressão Temperatura alta Gás ideal Temperatura de Boyle 11 2 mm V C V B Z 37 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Gases Reais Novas Equações 2mm V a bV RT p Johannes van der Waals Equação de Estado de van der Waals Na Equação de Estado de van der Waals, o parâmetro a corrige a pressão ideal para a pressão real e está relacionado às forças atrativas entre as partículas do gás. O parâmetro b corrige o volume molar e relaciona-se com o tamanho destas partículas. 38 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Gases Reais Equações de estado Equação Forma Reduzida Pc Vc Tc Gás perfeito Van der Waals Berthelot Dieterici Beattle-Bridgman Virial mV RT p 2mm V a bV RT p 2mm TV a bV RT p bV RTe p m RTVa m 2 m m V VRT1 p ..... V TC V TB 1 V RT p 2 mmm 2 rr r r V 3 1V3 T8 P 3 m 0 m 0 m 0 TV C V b 1a V a 1a com 2 rr r r TV 3 1V3 T8 P 1V2 eTe P r VT/2 r 2 r rr 2b27 a b3 bR27 a8 21 3b3 aR2 12 1 b3 21 bR3 a2 3 2 22be4 a b2 bR4 a 39 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado A Primeira Lei Sistemas Aberto • Troca matéria e energia com a vizinhança. Fechado • Troca matéria com a vizinhança. Isolado • Não interage com a vizinhança. Observações: Fronteira adiabática (q=0). Fronteira diatérmica (q ≠ 0). Fronteira permeável (troca de matéria e calor). 40 energiaFísico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado A Primeira Lei James Prescott Joule 41 O Equivalente Mecânico do Calor 1 cal = 4,184 J Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado A Primeira Lei Energia do sistema é a sua capacidade de efetuar trabalho (movimento ordenado). Calor é uma forma de energia em trânsito (movimento caótico). Energia, Trabalho e Calor Água de refrigeração Condensador Pistão Vapor Processos exotérmicos. Processos endotérmicos. 42 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado A Primeira Lei Energia total de um sistema é denominada de Energia Interna (U). Energia interna é uma função de estado. “A energia interna em um sistema isolado é constante.” Energia Interna Enunciado matemático da Primeira Lei da Termodinâmica If pk UUU EEU wqU 43 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado A Primeira Lei Trabalho realizado sobre o sistema Expansão no vácuo: w = 0 Expansão contra pressão constante: Trabalho de Expansão pdVdw dwdqdU w (-) para expansão. w (+) para compressão. 1 0 V V pdVw Vpw 44 wA→B Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Trabalho de Expansão A Primeira Lei Expansão reversível: Expansão isotérmica reversível (gás ideal) WA→B B A V V pdVw A B V V nRTw ln 45 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Trocas Térmicas A Primeira Lei Em geral a variação de energia interna de um sistema é: Volume constante e sem trabalho extra: Calorimetria: Capacidade calorífica: dwdwdqdU exp vdqdU Termômetro Material isolante Água Agitador Ignição TCq 46 𝐶𝑉 = 𝜕𝑈 𝜕𝑇 V A Primeira Lei Calor fornecido a pressão constante. Pressão constante e sem trabalho extra: Capacidade calorífica a pressão constante: Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Entalpia pVUH pdqdH 47 dH = dU+pdV+ Vdp Observação: Para 1 mol de gás ideal temos a seguinte relação: Cp-Cv = R 𝐶𝑝 = 𝜕𝐻 𝜕𝑇 p A Primeira Lei Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Entalpia pdqdH 48 A maioria dos processos metalúrgicos são efetuados à pressão constantes pela simples exposição do sistema a pressão atmosférica. Logo, a função entalpia é de grande utilidade, pois permite o cálculo do calor envolvido nos processos, mediante o conhecimento apenas do estado inicial e final do sistema. A Primeira Lei Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado A Relação entre Cp e CV 49 ∆H = ∆U + ∆pV ∆H = Cp∆T ∆U = CV∆T ∆pV = ∆nRT = nR∆T Cp∆T = Cv∆T + nR∆T Cp= CV+ nR Cp,m= CV,m+ R 𝐶𝑝 = 𝜕𝐻 𝜕𝑇 p 𝐶𝑉 = 𝜕𝑈 𝜕𝑇 V A Primeira Lei Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado A Relação entre Cp e CV 50 O valor do calor específico de gases ideais pode ser deduzido teoricamente. Não detalhamos, aqui, essa dedução, mas apresentaremos apenas o resultado final: Para gases ideais monoatômicos: CV,m = 3/2R e Cp,m = 5/2R. Para gases ideais diatômicos: CV,m = 5/2R e Cp,m = 7/2R. A Primeira Lei Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Processos Adiabáticos Reversíveis 51 q = 0 dU = dw dU= CV dT dw = -pdV w = CV (T2-T1) Um processo adiabático é definido como aquele em que não há troca de calor entre o sistema e o meio. A Primeira Lei Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Processos Adiabáticos Reversíveis 52 -pdV = CV dT −𝑛𝑅𝑇 𝑉 dV = CV dT −𝑛𝑅 𝑉 dV = CV 𝑇 dT -nR ln 𝑉2 𝑉1 = CV 𝑇2 𝑇1 𝑉1 𝑉2 R = 𝑇2 𝑇1 CV,m A Primeira Lei Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Processos Adiabáticos Reversíveis 53 𝑉1 𝑉2 R = 𝑇2 𝑇1 CV,m 𝑇2 𝑇1 = 𝑉1 𝑉2 R/ CV,m 𝑇2 𝑇1 = 𝑉1 𝑉2 γ-1 𝑇2 𝑇1 = 𝑃2 𝑃1 (γ-1)/γ γ = 𝐶𝑝,𝑚 𝐶𝑉,𝑚 A Primeira Lei O objetivo deste tópico é estudar a variação da entalpia para as seguintes mudanças de estado termodinâmico. Variações de temperatura nas substâncias puras. Mudanças nos estados físicos de substâncias puras (inclusive transformações alotrópicas). Reações Químicas. Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Termoquímica 54 A Primeira Lei “ Estudo do calor produzido ou consumido nas reações químicas.” Variações de entalpia-padrão “O estado padrão de um substância, numa certa temperatura, é o da substância na sua forma pura sob pressão de 1 bar.” H2O(l) → H2O(g) ∆vapH° (373 K) = 40,66 kJ mol -1 H2O(s) → H2O(l) ∆fusH° (373 K) = 6,01 kJ mol -1 H2O(s) → H2O(g) ∆subH° ? Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Termoquímica Entalpia é uma função de estado! 55 A Primeira Lei Entalpias de transição Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Termoquímica Transição Processo Símbolo Transição Fase α→ Fase β ∆trsH° Fusão s→l ∆fusH° Vaporização l→g ∆vap H° Sublimação s→g ∆sub H° Solução Soluto → solução ∆sol H° Hidratação X(g) → X(aq) ∆hid H° Atomização Espécies (s,l,g) → átomos (g) ∆at H° Ionização X(g) → X+(g) + e- (g) ∆ion H° Ganho de elétrons X (g) + e- (g) → X- (g) ∆ge H° Formação Elemento→ composto ∆f H° 56 A Primeira Lei Entalpias-padrões de formação “A entalpia padrão formação (∆f H°) de uma substância é a entalpia padrão da reação de formação do composto a partir dos respectivos elementos, cada qual no seu estado de referência.” Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Termoquímica 57 Exemplos: (a) Formação do sulfeto de chumbo: Pb (s) + 1/2S2 (g) → PbS (s) ∆H298 = - 94,1 kJ/mol (b) Formação do óxido de chumbo: Pb (s) + 1/2O2 (g) → PbO (s) ∆H298 = - 221,6 kJ/mol O estado de referência de um elemento é o estado termodinamicamente mais estável à pressão de 1 bar e a 298,15 K. A Primeira Lei Entalpias de transformações químicas: Equação Termoquímica CH4(g) + 2 O2(g) → CO2(g) + 2 H2O(l) ∆H° = -890 kJ Em que: Hm° é a entalpia molar padrão e v é o coeficiente estequiométrico. Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Termoquímica agentes m odutos mr vHvHH RePr 58 A Primeira Lei A Lei de Hess “A entalpia padrão de uma reação é igual à soma das entalpias-padrões das reações parciais em que a reação possa ser dividida.” Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Termoquímica Siderurgia O carbono (carvão mineral e vegetal) é a principal fonte energética. O carbono é redutor, usado para reagir com o oxigênio do minério de ferro. O carbono é combustível, usado para reagir com o oxigênio do ar. C(graf) + O2(g) CO(g) + 1/2O2(g) CO2(g) Caminho da reação -394 -110 0 En ta lp ia (k J) 59 A Primeira Lei Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Termoquímica 60 Exemplos: PbS (s) → Pb (s) + 1/2S2 (g) ∆H298 = + 94,1 kJ/mol PbO (s) → Pb (s) + 1/2O2 (g) ∆H298 = + 221,6 kJ/mol 2Ag + 1/2O2 → Ag2O ∆H298 = - 30,5 kJ/mol 2Cu + 1/2O2 → Cu2O ∆H298 = - 167,4 kJ/mol Mg + 1/2O2 → MgO ∆H298 = - 601,2 kJ/mol C + O2 → CO2 ∆H298 = - 393,5 kJ/mol Zn (s) → Zn (l) ∆H693= + 7,1 kJ/mol Zn (l) → Zn (g) ∆H1180=+ 114,2 kJ/mol Ti-α (s) → Ti-β (s) ∆H1153 = +3,34 kJ/mol Fe2O3 + CO → 2 Fe3O4 + CO2 ∆H1000 = + 46,7 kJ/mol Entalpias-padrões de formação para uma temperatura T qualquer: Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Termoquímica 61 m,p P m C T H A capacidade calorífica molar a pressão consatante Cp,m é A variação de entalpia à pressão (digamos P=1 atm) para uma espécie i (reagente ou produto) entre as temperaturas T1 e T2 é dTC)T(H)T(H m,P 2T 1T 1m2m dTC)T(H)T(H m,P 2T 1T 1m2m ou Podemos generalizar este resultado para uma reação química escrevendo: dT)T(C)T(H)T(H 2T 1T i i,m,Pi1r2r i i,m,Pim,Pr )T(C)T(C dT)T(C)T(H)T(H 2T 1T m,Pr1r2r A Primeira Lei Lei de Kirchoff: Diz-nos como calcular a entalpia da reação a uma temperatura T2, conhecida a entalpia da reação a uma temperatura T1 (e pressão p, por exemplo p=1 atm) e a variação da capacidade calorífica com a temperatura dos reagentes e dos produtos. Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Termoquímica 62 𝐻𝑇 = 𝐻298 + 298 𝑇 𝐶𝑝dT Os valores de Cp são geralmente encontrados em tabelas em função da temperatura ou obtidos de gráficos sob a forma de uma equação do tipo: Cp= f(T) Cp= a+bT Cp= a + bT+cT 2 Cp= a + bT- cT -2 Cp= a + bT- cT -1/2 Entalpias de reação em termos de entalpias de formação: agentes f odutos fr vHvHH RePr A Primeira Lei Lei de Kirchoff: Diz-nos como calcular a entalpia da reação a uma temperatura T2, conhecida a entalpia da reação a uma temperatura T1 (e pressão p, por exemplo p=1 atm) e a variação da capacidade calorífica com a temperatura dos reagentes e dos produtos. Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Termoquímica 63 𝐻𝑇 = 𝐻298 + 298 𝑇 𝐶𝑝dT ∆𝐻𝑇2 = ∆𝐻𝑇1 + 𝑇1 𝑇𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠 ∆𝐶𝑝dT ±n∆trans 𝐻 + 𝑇𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠 𝑇2 ∆′𝐶𝑝 ∆𝐻𝑇 = ∆𝐻298 + 298 𝑇 ∆𝐶𝑝dT Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Energia para Siderurgia 64 Combustão: Reação química combustível + oxigênio (ou ar); Rápida liberação de energia; Comum em diversas aplicações. Em geral: Combustão não ocorre com oxigênio puro; Ar é o comburente; De modo a simplificar, consideramos que o ar é composto por 21% O2 e 79% N2. C3H8 + 5 (O2 + 3,76 N2) → 3 CO2 + 5 H2O + 18,8 N2 Termoquímica Termoquímica Combustíveis redutores Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Energia para Siderurgia 65 Sólidos Naturais Artificiais Sólidos Carvão fóssil; Biomassa; Madeira. Carvão vegetal, Coque; Coque de petróleo. Líquidos Petróleo Óleos em geral; etanol; metanol. Gasosos Gás Natural Gás de coqueria; Gás de alto-forno; gases manufaturados. Análise elementar dos combustíveis; Relação hidrogênio/carbono; Poder Calorífico; A temperatura teórica da chama. Termoquímica Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Energia para Siderurgia 66 Análise elementar dos combustíveis: Fornece a composição química do combustível/redutor em termos dos elementos constituintes, isto é, a porcentagem de carbono, hidrogênio, etc. Para gases, a análise deve fornecer a composição em termos das espécies gasosas presentes (p. ex. , CO, H2 , N2 , etc). Relação atômica hidrogênio/carbono: É a relação entre o número de mols de hidrogênio e carbono no material. Tem-se que para carvões, nH/nC < 1 Para óleos, 2< nH/nC < 3 Para o gás natural: nH/nC = 4 Termoquímica Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Energia para Siderurgia 67 Poder calorífico Calor de combustão gerado pela queima de quantidade determinada do combustível. Poder calorífico superior (PCS) é determinado em calorímetros; Poder calorífico inferior (PCI) é o máximo de calor que se pode aproveitar no processo industrial (desconta-se o calor de condensação da água). Para combustíveis sólidos e líquidos, vale a fórmula de Dulong: PCI = 338 C +1423 (H - O/8) +92 S - 24,4 (9H +M) [kJ/kg] C, H, O, S, e M: porcentagem em peso de carbono, hidrogênio, oxigênio, enxofre e umidade no combustível. Eliminando-se o último termo, obtém-se o PCS. Termoquímica Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Energia para Siderurgia Combustíveis gasosos: O poder calorífico pode ser calculado pela soma ponderal dos calores de combustão de cada constituinte. Exemplo: Determine o poder calorífico de um gás utilizado em um forno de aciaria, com a seguinte composição: 24,4 % de CO; 4,9% de CO2;10,2% H2; 4 % CH4; 53,7 % N2 e 2,8 % de 4 % H2O. Resp.: PCI = 1342,5 kcal/m3 68 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado A Segunda Lei “A energia passa de um estado em que se encontra localizada, “ou concentrada”, para um outro estado em que se encontra mais espalhada”. Espontaneidade 69 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado A Segunda Lei 1) É impossível para qualquer sistema sofrer um processo no qual ele absorva calor a uma dada temperatura e converta todo o calor absorvido em trabalho, retornando a um estado idêntico ao inicial. 2) É impossível que o calor passe espontaneamente de um corpo mais frio para um corpo mais quente. A segunda lei da termodinâmica pode ser enunciada a partir de observações experimentais: 70 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado A Segunda Lei Entropia, S A segunda lei da termodinâmica pode ser formulada em termos quantitativos usando o conceito de entropia, que fornece uma estimativa da desordem do sistema. A entropia total do universo aumenta em consequência de uma transformação espontânea. ∆Stotal é a energia do sistema e de sua vizinhança. 0 totalS Gás ideal Vácuo 71 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado A Segunda Lei Entropia, Com a expansão, o gás passa para um estado mais desordenado. Assim, a variação relativa do volume dV/V ( ~ dq/T ) fornece uma estimativa do aumento da desordem. V dV nRT dq pdVdwdq 72 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado A Segunda Lei Entropia, S Primeira Lei da Termodinâmica - energia interna Segunda Lei da Termodinâmica – entropia Calor – estimula o movimento aleatório na vizinhança. Trabalho – produz movimento uniforme nos átomos constituintes da vizinhança. Identifica os processos permitidos. Identifica, entre os processos permitidos, quais são espontâneos. f i rev rev T dq S T dq dS 73 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado A Segunda Lei Se a transformação se der a temperatura constante: Expansão isotérmica reversível de um gás ideal: Entropia, S i f i f rev V V nR T w T q S V V nRTw wq qwU T q S ln ln 0 74 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado A Segunda Lei Entropia como função de estado 0 T dqrev Estado final Estado inicial Volume, V P re ss ão ,p 75 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado A Segunda Lei Ciclo de Carnot 1. A→B – Expansão isotérmica reversível de A para B a Th. ∆S = qh / Th 2. B→C – Expansão adiabática reversível. A temperatura diminui de Th a Tc. ∆S = 0 3. C→D – Compressão isotérmica reversível de C para D a Tc. ∆S = qc / Tc4. B→C – Compressão adiabática reversível. A temperatura aumenta de Tc a Th. ∆S = 0 Th Tc V P A B D C 76 Th Tc V P A B D C Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado A Segunda Lei c c h h T q T q dS A variação total da entropia ao longo do ciclo é: 1. Expansão isotérmica de um gás ideal: 2. Compressão isotérmica de um gás ideal: B A V V hh V dV nRTwq D C V V cc V dV nRTwq Nos processos adiabáticos, em geral: cChB cDhA TVTV TVTV C D B A V V V V 77 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado A Segunda Lei Então, B A V V hh V dV nRTwq D C V V cc V dV nRTwq A B hh V V nRTwq ln C D cc V V nRTwq ln B A cc V V nRTwq ln A B cc V V nRTwq ln 78 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado A Segunda Lei c h A B h A B h c h T T V V nRT V V nRT q q ln ln c c h h T q T q Então, c c h h T q T q dS 0 c c c c T q T q dS 79 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado A Segunda Lei Eficiência de uma máquina térmica h c h ch q q q qq 1 qh w qc Tc Th 80 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado A Segunda Lei Desigualdade de Clausius dqdq dqdq Então dwdw dwdw dwdwdqdq dwdqdwdqdU rev rev rev rev revrev revrev 0 , 0 T dq dS T dq T dqrev 81 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado A Segunda Lei Variação da entropia associada a processos específicos: 1. Expansão (aumento do volume): 2. Aumento da temperatura a pressão constante: 3. Aumento da temperatura a volume constante: i f V V nRS ln f i T T p T dTC S f i T T V T dTC S 82 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado A Segunda Lei Entropia padrão de reação: Exemplo: H2(g) + ½ O2(g) → H2O(g) agentes m odutos mr vSvSS Re 0 Pr 00 110 2 0 2 0 2 00 4,163)1,205( 2 1 6,1309,69 ),( 2 1 ),(),( molJKS gOSgHSlOHSS r mmmr 83 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado A Segunda Lei “De interesse para o metalurgista, é o cálculo da variação da entropia no aquecimento e resfriamento de substâncias, quase sempre efetuados a pressão constante. Tal como a variação da entalpia deve-se adicionar as entropias de mudanças de fase, sempre que ocorre uma mudança de fase, e empregar o Cp dentro do intervalo em que o mesmo é válido.” 84 S𝑇 = 𝑆298 + 298 𝑇 𝐶𝑝 𝑇 dT ∆S𝑇2 = ∆𝑆𝑇1+ 𝑇1 𝑇2 ∆𝐶𝑝 𝑇 dT ∆S𝑇2 = ∆𝑆𝑇1+ 𝑇1 𝑇𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠 ∆𝐶𝑝 𝑇 dT ± n∆trans 𝐻 𝑇𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠 + 𝑇𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠 𝑇2 ∆𝐶𝑝 𝑇 dT Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado A Segunda Lei Regra de Richards 85 ∆𝑓𝑢𝑠𝑆 = ∆𝑓𝑢𝑠𝐻 𝑇𝑓𝑢𝑠 ∆𝑣𝑎𝑝𝑆 ≈ 9 J K -1 mol -1 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado A Segunda Lei Regra de Trouton 86 ∆𝑣𝑎𝑝𝑆 = ∆𝑣𝑎𝑝𝐻 𝑇𝑣𝑎𝑝 ∆𝑣𝑎𝑝𝑆 ≈ 88 J K -1 mol -1 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado A Terceira Lei A Energia livre de Helmholtz (A) e energia livre de Gibbs (G) Sistema em equilíbrio térmico com a vizinhança. 0 T dq dS Energia Helmholtz Aquecimento a volume constante: ausência de trabalho de expansão. Critério para uma transformação espontânea: TdSdUdA TSUA T dU dS dUdqV 0 0 dAT,V Energia Gibbs Aquecimento a pressão constante, e apenas há trabalho de expansão. Critério para uma transformação espontânea: 0 dGT,p TdSdHdG TSHG T dH dS dHdqp 0 87 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado A Terceira Lei Energia de Gibbs padrão de reação: 000 STHG rrr agentes m odutos mr vGvGG Re 0 Pr 00 Substância ∆fG°, kJ mol -1 C (diamante) 2,87 CH4(g) -50,8 CH3OH(l) -166,5 C2H2(g) 209,2 C2H4(g) 68,1 C2H6(g) -32,9 Josiah Willard Gibbs 88 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Segundo a primeira lei da termodinâmica, a variação da energia interna de um sistema que recebe uma quantidade de calor dq e realiza um trabalho p dV é Como, dq = TdS, em um sistema fechado: pdVdqdU dwdqdU pdVTdSdU Combinação entre a primeira e a segunda leis A equação fundamental A equação fundamental 89 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Nas situações onde o volume do sistema é constante, As variações da energia interna dependem somente das trocas de calorTdSdU Uma outra relação importante é obtida considerando a variação da entalpia (H = U + pV ): VdpTdSVdppdVdUdH Quando a pressão do sistema é constante, TdSdH As entalpias dependem somente das trocas de calor Combinação entre a primeira e a segunda leis A equação fundamental 90 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Transformações físicas de substâncias puras Objetivos: Interpretação dos diagramas de fases para diferentes substâncias; Compreender a grandeza “potencial químico”; Fatores que determinam as posições e as formas das fronteiras entre as diferentes regiões do diagrama de fases; Importância prática das expressões deduzidas. 3 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Transformações físicas de substâncias puras Fase (P): É uma forma da matéria que é homogênea no que se refere à composição química e ao estado físico. Ex.1: um cristal (P = 1). Ex.2: solução de dois líquidos miscíveis (P = 1). Ex.3: mistura de gelo moído e água (P = 2). Ex.4: CaCO3(s) em decomposição térmica (P = 2). 4 Fósforo branco Fósforo preto Fósforo vermelho Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Transformações físicas de substâncias puras 5 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Transformações físicas de substâncias puras Fase (P): É uma forma da matéria que é homogênea no que se refere à composição química e ao estado físico. Ex.1: um cristal (P = 1). Ex.2: solução de dois líquidos miscíveis (P = 1). Ex.3: mistura de gelo moído e água (P = 2). Ex.4: CaCO3(s) em decomposição térmica (P = 2). Potencial Químico mm G No equilíbrio, o potencial químico de uma substância é o mesmo em toda a amostra, qualquer que seja o número de fases presentes. 6 Tempo (min) Te m pe ra tu ra (º C) Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado 7 Transições de fases Considere a seguinte transformação : H 2 O (s) H 2 O(l) Temperatura ∆trsH (J/mol) ∆trsS (J/K mol) ∆tG (J/mol) Espontâneidade 1 °C (274,15 K) 6000 21,98 0 °C (273,15 K) 6000 21,98 -1 °C (272,15 K) 6000 21,98 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Diagrama de Fases Diagramas de fases são mapas que mostram as regiões de pressão e temperaturaque as diversas fases são termodinamicamente estáveis. 7 Observações: A fronteira entre a fase líquida e vapor mostra como a pressão de vapor do líquido varia com a temperatura. A fronteira entre a fase sólida e vapor mostra a variação com a temperatura da pressão de vapor na sublimação. Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Diagrama de Fases 8 Vapor Vapor superaquecido Fluído supercrítico Fase sólida Fase líquida Líquido compressível Temperatura Pr es sã o Conceituar: Temperatura crítica; Pressão crítica; Fluído supercrítico. Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Diagrama de Fases 9 Em 1 atm, temos as seguintes transformações: 1033 K: Fe-α → Fe-β 1183 K: Fe-β → Fe-γ 1673 K: Fe-γ → Fe-δ 1812 K: Fe-δ → Fe Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Temperatura (sem escala) Pr es sã o (s em es ca la ) Sólido Líquido Vapor 31 °C-56,7°C -78,5 °C 1 atm 5,1 atm 72,9 atm Temperatura (°C) P re ss ão ( at m ) Sólido Líquido Vapor Diagrama de Fases: dióxido de carbono e magnésio 10 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Temperatura (K) Pr es sã o Diagrama de Fases: água 11 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Temperatura (K) P re ss ão ( M P a) Gás Líquido He-II Líquido (superfluido) Sólido ech He-I Sólido ecc Diagrama de Fases: hélio 12 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado m p S T Variação do potencial químico com a temperatura. Aspectos termodinâmicos das transições de fases m T V p Variação do potencial químico com a pressão. RT plVm epp )( * Efeito da pressão aplicada (∆p) sobre a pressão de vapor p. 13 O potencial químico é uma medida da tendência de uma substância sofrer uma transformação em um dado sistema. Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Localização das curvas de equilíbrio ),;(),;( TpTp dT Fase β a b Temperatura, T P re ss ão , P dp Fase α )()( dd dpVdTSdpVdTS mmmm )()()()( dTSSdpVV mmmm )}()({)}()({ V S dT dp trs trs Equação de Clapeyron 14 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Curva de equilíbrio sólido-líquido STHG T H S fus fus VT H dT dp fus fus Coeficiente angular da curva de equilíbrio sólido-liquido T T fus fusp p T dT V H dp ** 15 𝑝 = 𝑝 ∗ + ∆𝑓𝑢𝑠𝐻 ∆𝑓𝑢𝑠𝑉 𝑙𝑛 𝑇 𝑇 ∗ p RT T H dT dp vap Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Curva de equilíbrio líquido-vapor VT H dT dp vap vap Coeficiente angular da curva de equilíbrio líquido-vapor 2 ln RT H dT pd vap Equação de Clausius-Clapeyron 16 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado 2 ln RT H dT pd vap T T vapp p T dT R H pd * 2 ln *ln ln * 11 * ln TTR H p p vap Curva de equilíbrio sólido-vapor * 11 * ln TTR H p p sub )( HHH vapfussub Obs.: 17 Equação de Clausius-Clapeyron 𝑙𝑛𝑝 = − ∆𝑣𝑎𝑝𝐻 𝑅𝑇 + ∆𝑣𝑎𝑝𝐻 𝑅𝑇𝑒𝑏 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Classificação de Enrenfest Transformações comuns Fusão Vaporização Transformações menos comuns Sólido-Sólido Semicondutor - Supercondutor Fluido - Superfluido Volu me, V Enta lpia, H ou S Temperatura Temperatura Pote ncia l Qu ímic o Temperatura Transformação de primeira ordem 18 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Transformação de segunda ordem Volu me, V Ent alpi a, H ou S Temperatura Temperatura Pote ncia l Qu ímic o Temperatura C p Temperatura Primeira Ordem C p Temperatura Segunda Ordem 19 Solução É sistema unifásico, constituído de diferentes substâncias químicas, cuja a concentração pode variar dentro de certos limites, sem o aparecimento de uma nova fase. Soluto Solvente Componente em excesso ou cujo estado físico é preservado. Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado 20 Outros componentes da solução. Tabela 1 - Exemplos de soluções Solvente Sólido Solvente Líquido Solvente Gasoso Soluto Sólido Bronze (zinco em cobre, uma liga) Solução salina (cloreto de sódio em água) * Soluto Líquido Amálgama (mercúrio em prata) Licor (álcool em água) * Soluto Gasoso Hidrogênio em platina metálica Água gaseificada (dióxido de carbono em água) Ar (oxigênio em nitrogênio) *Para formar solução com solvente gasoso, o soluto deve geralmente estar também no estado gasoso. Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado 21 Obs.: Em metalurgia, frequentemente se emprega o termo liga metálica, tanto para soluções líquidas quanto para soluções sólidas. Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado A Composição de Uma Solução g L-1 % (m/m) % (v/v) % (m/v) ppm, ppb e ppt Fração molar (XA) mol L-1 Molalidade 22 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado 23 Descrição Termodinâmica das Misturas Grandezas Parciais Molares dY= 𝜕𝒀 𝜕𝑇 p,n1, n2… dT + 𝜕𝒀 𝜕𝑝 T,n1, n2… dp + 𝑖 𝜕𝒀 𝜕𝑛𝑖 T, p, 𝑛𝐽 𝑑𝑛𝐽 (eq.1) Sendo Y uma propriedade de estado, nós podemos estudar a variação de Y quando variam T, p, n1, n2...; dY é uma diferencial exata, e deverá exprimir-se como: dG= 𝜕𝑮 𝜕𝑇 p,n1, n2… dT + 𝜕𝑮 𝜕𝑝 T,n1, n2… dp + 𝑖 𝜕𝑮 𝜕𝑛𝑖 T, p, 𝑛𝐽 𝑑𝑛𝐽 (eq.2) dG=−𝑆 dT + 𝑉dp + 𝑖 𝜕𝑮 𝜕𝑛𝑖 T, p, 𝑛𝐽 𝑑𝑛𝐽 (eq.3) µi= 𝜕𝐺 𝜕𝑛𝑖 T, p, 𝑛𝐽 Potencial Químico Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado 24 Descrição Termodinâmica das Misturas Grandezas Parciais Molares dU= 𝑇𝑑𝑆 − 𝑝𝑑𝑉+ 𝑖 𝜕𝑼 𝜕𝑛𝑖 S, V, 𝑛𝐽 𝑑𝑛𝐽 (eq.4) dA=−𝑆 dT + 𝑝 dV + 𝑖 𝜕𝑮 𝜕𝑛𝑖 T, V, 𝑛𝐽 𝑑𝑛𝐽 (eq.5) dH= 𝑇dS + 𝑉 dp + 𝑖 𝜕𝑮 𝜕𝑛𝑖 S, p, 𝑛𝐽 𝑑𝑛𝐽 (eq.6) Pode-se calcular propriedades da solução a partir das propriedades parciais molares, bem como as propriedades parciais a partir das propriedades da solução Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado 25 Considerando que a função Y é uma função homogênea de grau 1 em n1, n2, ..., onde p e T são constantes, então de acordo com o Teorema de Euller, Logo, Y= 𝑖 𝑛𝑖 𝜕𝒀 𝜕𝑛𝑖 T, p, 𝑛𝐽 (eq.7) Vi= 𝑖 𝑛𝑖 𝜕𝑽 𝜕𝑛𝑖 T, p, 𝑛𝐽 (eq.8) Hi= 𝑖 𝑛𝑖 𝜕𝑯 𝜕𝑛𝑖 T, p, 𝑛𝐽 (eq.9) Si= 𝑖 𝑛𝑖 𝜕𝑺 𝜕𝑛𝑖 T, p, 𝑛𝐽 (eq.10) Gi= 𝑖 𝑛𝑖 𝜕𝑮 𝜕𝑛𝑖 T, p, 𝑛𝐽 (eq.11) Grandezas Parciais Molares Adiciona 1,0 mol de H2O Adiciona 1,0 mol de H2O Volume Molar da H2O : 18 cm3mol-1 Volume Molar da H2O : 14 cm3mol-1 Volume aumenta de 18 cm3mol-1 Volume aumenta de 14 cm3mol-1 Considere os dados abaixo: olenTpOH OH n V V tan 2 2 ,, Definição Aumento do volume Água Etanol Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado 26 Descrição Termodinâmica das Misturas ole nTpole OH nTp OH dn n V dn n V dV OHole tan ,,tan,, 2 2 tan 2 Fração molar do etanol x (C2H6O) Vo lu m e pa rc ia l m ol ar d a ág ua (c m 3 m ol -1 ) Volum e parcial m olar do etanol (cm 3 m ol -1) Etanol Água Número de mols de A, (nA) EtanolEtanol22 nVnVV OHOH Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado 27 nTpA J n G ,, Define-se potencial químico para uma substância em uma mistura, como a energia de Gibbs parcial molar: Definição de potencial químico Número de mols de A, (nA) E n e rg ia L iv re , G B A BA nnG O potencial químico de uma substância em uma mistura é a contribuição dessa substância para a energia de Gibbs da mistura. Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado 28 Eq. de Gibbs – Duhem. 𝑖 𝑛𝑖𝑑𝒀𝑖 = 0 Energia de Gibbs de mistura de gases ideais Estado inicial: RTlnp) º(n RTlnp) º(nnn B BA A BAA BiG nA, T, p nB, T, p T, pA, pB com pA + pB = pEstado final: )RTlnp º(n )RTlnp º(n BB BAA A fG P p lnn p p lnn B B A A RTRTG Fração molar, xA ∆ G /n R T Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado 29 ∆misG=nRT (XA lnXA +XB ln XB) Soluções ideais Para uma substância pura, quando o líquido e o vapor se encontram em equilíbrio, os seus potenciais químicos são iguais. Sendo μ* o potencial químico de uma substância pura, então para o gás: ** ln A pRToAA Se essa substância contiver um soluto dissolvido, o seu potencial químico passa a ser μ e a pressão de vapor em equilíbrio passa a ser pA: Logo, a variação do potencial químico na mistura é: A o AA pRT ln * * ln A A AA p p RT Átomos de A líquido Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado 30 Lei de Raoult: As misturas que se comportam desta forma designam-se por soluções ideais, e o seu potencial químico é dado por: A * xlnRTAA Pressão Total Pressão Parcial de A Pressão Parcial de B P re ss ã o Fração Molar de A Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado 31 As soluções reais seguem mais de perto a Lei de Raoult, à medida que estão mais diluídas. pA = XA pA° e pB = XB pB° Umidade Relativa (UR) : Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado 32 É a razão entre a pressão parcial do vapor de água na mistura gasosa e a pressão de vapor da água pura na mesma temperatura. 𝑈𝑅 = 𝑝 𝑝0 𝑈𝑅 % = 𝑝 𝑝0 𝑥 100 Exemplo: A pressão de vapor do 2-propanol é 50,0 kPa a 338,8°C, mas cai a 49,62 kPa quando se dissolvem, em 250g de 2-propanol, 8,69 g de um composto orgânico não volátil. Calcule a massa molar do composto. Resp.: 263,3 g mol-1 Soluções diluídas ideais Lei de Henry: KB – constante empírica com dimensões de pressão Lei de Henry – define a dependência entre taxa de evaporação e composição da mistura. Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado 37 pB = XB KB O comportamento ideal de uma solução é observado quando: XA → 1 ou XB → 0 e XB → 1 ou XA → 0. Obs.: A representa o solvente e B o soluto. 𝑑𝑝𝐴 𝑑𝑋𝐵 = -p°A pB = bB KB As Propriedades das Soluções Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado 37 O que foi considerado até agora: -Mistura de gases ideais : não existe interação entre componentes -mistura de líquidos ideal : existe interação entre moléculas mas, em média as forças de interação entre A e B são semelhantes às interações A-A e B-B. -Soluções reais: as interações entre A-A, A-B e B-B são diferentes O tipo de interações em soluções reais definem se a mistura resultará em: - miscibilidade total - Imiscibilidade total - miscibilidade parcial As Propriedades das Soluções Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado 37 ∆misG=nRT (XA lnXA +XB ln XB) ∆misS=nR (XA lnXA +XB ln XB) ∆misH= 0 Para soluções reais as propriedades termodinâmicas são apresentadas em termos de funções de excesso (YE) Na maior parte dos casos, a energia de interação entre A-A, B-B e A-B são todas diferentes. Para uma mistura ideal Funções de excesso Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado 37 𝑆𝐸 = ∆misS - ∆misS ideal ∆misG=nRT(XA lnXA +XB ln XB + βXAXB) 𝐻𝐸= ∆misH = nβRTXAXB β é uma medida da energia das interações A-B em relação as interações A-A e B-B. Funções de excesso para uma mistura real 𝐺𝐸= 𝐺𝐸 Propriedade em excesso é a diferença entre o valor de uma propriedade para uma solução real e o valor da mesma propriedade para uma solução ideal. Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado 34 Endotérmico Exotérmico Para > 2 pode gerar separação de fase Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Propriedades coligativas: São as propriedades que as soluções apresentam em função da quantidade de partículas não voláteis dissolvidas em relação a um solvente volátil. O abaixamento da pressão de vapor do solvente; O abaixamento da temperatura de fusão; A elevação da temperatura de ebulição; A pressão osmótica. 34 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Soluções de soluto não volátil Redução do ponto de congelação, ∆Tf Elevação do ponto de ebulição, ∆TE Pressão Osmótica mKT ff mKT EE mRT m – molalidade (molkg-1) Kf e KE – Constantes molals de redução do ponto de fusão e de elevação do ponto de ebulição, respsctivamente. 35 A * xlnRTAA Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Soluções de soluto não volátil Solubilidade 36 A * xlnRTAA Agora vamos considerar µA o potencial químico do soluto A 𝑙𝑛 𝑥𝐵 = 𝜇𝐵 ∗ 𝑠 − 𝜇𝐵 ∗ 𝑙 𝑅𝑇 = ∆𝑓𝑢𝑠𝐺 𝑅𝑇 0 𝑙𝑛𝑥𝐵 𝑑 𝑙𝑛 𝑥𝐵 = 1 𝑅 𝑇𝑓 𝑇 ∆𝑓𝑢𝑠𝐻 𝑇2 dT 𝑙𝑛 𝑥𝐵 = ∆𝑓𝑢𝑠𝐻 𝑅 1 𝑇𝑓 − 1 𝑇 Lei de Raoult – Afastamento do comportamento (a) Comportamento ideal (b) Comportamento real Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado 37 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado 37 Xa 10 P re ss ão d e v ap o r o AP Xa 10 P re ss ão d e v ap o r o AP Se A-B maior que A-A e B-B re´(A)< re(A) Linha de Henry acima da de Raoult Se A-B menor que A-A e B-B re´(A)> re(A) Linha de Henry abaixo da de Raoult Atividade e coeficiente de atividade Solução ideal A * xlnRTAA Solução real A* ln RTAA α é a atividade, “uma espécie de fração molar efetiva disponível para uma reação”. * * ln A A AA p p RT * A A p p Atividade do solvente Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado 37 Obs.: Essa definição é válida para quase toda a totalidade dos casos que interessam a metalurgia, uma vez que o comportamento da fase gasosa é muito próximo do ideal. Exemplo: Quando se afirma que a atividade do Mn em uma liga líquida Fe-Mn é igual a 1/3, significaque a pressão de vapor do Mn é igual a 1/3 da pressão de vapor do Mn(l) puro, e que a tendência do Mn nesta liga para reagir com o oxigênio e formar um óxido é igual a 1/3 da pressão de vapor do Mn(l) puro, e que a tendência do Mn nesta liga para reagir com o oxigênio, por exemplo, e formar um óxido é igual a 1/3 da tendência que o Mn puro teria. Atividade do solvente: soluções muito diluídas αA → xA quando xA → 1 Coeficiente de atividade (γ): AAx γA → 1 quando xA → 1 A A * lnxln RTRTAA Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado 38 Atividade do soluto B B BB RT p RT xln K ln * B* Solução ideal Solução real Bln RTBB pB = XB pB° pB = αB pB° Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado 39 Exemplos “reais” : Solução de cobre-zinco, líquida, a 1065 °C, γ°Zn = 0,28. Solução de ferro-cobre, líquida, a 1550 °C, γ°Fe = 9,8. Lei de Raout Lei de Henry Não-ideal 0 Fração Molar 1αB= γ°B XBγ°B → Coeficiente de atividade Raoutiano em diluição infinita. αB= KB XB 𝑝°𝐵 Associação das Leis de Raout e Henry KA= γ°Ap°A KB= γ°Bp°B Atividade de íons em solução ln lnln lnln RTG RTRTG RTRTG reaissoluçõesPara G ideaissoluçõesPara idealidealideal m idealidealideal m idealidealideal m idealidealideal m O desvio da idealidade está contido no termo RTln(+ -). Define-se (±) = (+ -) 0,5 (média geométrica). Reflete o fato que não é possível separar desvio da não idealidade. (±) é o coeficiente de atividade médio para íons monovalentes. Portanto, µ+ = µ+ ideal + RTln(±) e µ- = µ- ideal + RTln(±). Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado 40 Atividade de íons em solução Geralmente para um composto MpXq que se dissolve em p cátions e q ânions, define-se o coeficiente de atividade como: (γ±) = (γ + γ -) 1/s em que s = p + q O potencial químico, µi, se torna µi = µi ideal + RTln(γ ±) e G se torna G = p µ+ + q µ- Novamente a não idealidade é compartilhada. Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado 41 Belo Horizonte 42 Estimando (±) - Teoria de Debye-Hückel Interações coulombianas implicam a atração entre íons de cargas opostas. Em soluções, se encontra uma atmosfera iônica. Peter Debye b b zI iônicaforçaaéI Aáguapara AIzz i i i 2 5.0 2 1 509,0: log zi é a carga dos íons É necessário somar todos íons em solução O sinal da carga é incluído, e.g, zNa+ = +1; zSO 4 2- = -2 Funciona bem para soluções diluídas (b < 1 mmol/kg) Físico-Química Lei de Debye-Hückel estendida (1 mmol/kg <b < 0,1 mol/kg): CI BI AIzz 5,0 5,0 1 log Lei estendida Lei limite Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado 43 Físico-Química Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrio Ocorrências das reações químicas. Extensão das reações químicas. Considere as seguintes reações: Cu(s) + 2HCl(aq) → CuCl2(aq) + H2(g) CNTP Mg(s) + 2HCl(aq) → MgCl2(aq) + H2(g) CNTP MgCl2(aq) + H2(g) → Mg(s) + 2HCl(aq) CNTP 139 As reações ocorrem? Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrio Considere a seguinte reação: H2(g) + I2(g) → 2HI(g) T = 525 °C 140 Estado inicial Estado de equilíbrio Tempo H2 (mol L-1) I2 (mol L-1) HI (mol L-1) Inicial 1000 1000 0 Final 300 300 1300 Ocorre parcialmente! Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrio Considere a seguinte reação: 2HI(g) → H2(g) + I2(g) 141 Tempo HI (mol L-1) I2 (mol L-1) HI (mol L-1) Inicial 2000 0 0 Final 1300 300 300 Ocorre parcialmente! T = 525 °C H2(g) + I2(g) → 2HI(g) Formação de HI 2HI(g) → H2(g) + I2(g) Decomposição de HI Incompleta Reversível Controle termodinâmico Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrio Considere a seguinte reação: 2HI(g) → H2(g) + I2(g) 142 Tempo HI (mol L-1) I2 (mol L-1) HI (mol L-1) Inicial 2000 0 0 Final 1300 300 300 Ocorre parcialmente! T = 525 °C H2(g) + I2(g) → 2HI(g) Formação de HI 2HI(g) → H2(g) + I2(g) Decomposição de HI Incompleta Reversível Controle termodinâmico Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrio 143 H2(g) +I2(g) 2HI(g) Reação em equilíbrio: processo reversível em que a proporção entre as quantidades de reagentes e produtos em uma reação química se mantém constante ao longo do tempo. Equilíbrio químico: Estático ou dinâmico? Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrio 144 Equilíbrio e a Lei da Ação das Massas 2SO2(g) +O2(g) 2SO3(g) Estado de equilíbrio PSO2 (bar) PO2 (bar) PSO3 (bar) K 0,6600 0,3900 0,0840 0,0415 0,0380 0,2200 0,0036 0,0409 0,1100 0,1100 0,0075 0,0423 0,9500 0,8800 0,1800 0,0408 1,4400 1,9800 0,4100 0,0409 Temperatura : 1000 K Keq= (𝑃𝑆𝑂3/𝑃 0)2 (𝑃𝑆𝑂 2 /𝑃0)2(𝑃𝑂 2 /𝑃0) Keq= (𝑃𝑆𝑂 3 )2 (𝑃𝑆𝑂 2 )2(𝑃𝑂 2 ) Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrio 145 Equilíbrio e a Lei da Ação das Massas Para uma reação geral: a expressão da constante de equilíbrio é aA + bB cC + dD Keq= 𝑃𝐶 𝑐 𝑃𝐷 𝑑 𝑃𝐴 𝑎(𝑃𝐵)𝑏 Substância Atividade Forma simplificada Gás ideal aJ = PJ/P° aJ = PJ/P° Soluto em uma solução diluída aJ = [J]/c° aJ = [J] Sólido ou líquido puros aJ = 1 aJ = 1 Para Espécies que não gases: Atividade Química Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrio 146 Considere o seguinte equilíbrio químico: 2SO2(g) +O2(g) 2SO3(g) Estado de equilíbrio SO2 (mol L-1) O2 (mol L-1) SO3 (mol L-1) 0,032 0,016 0,068 Temperatura : 1000 K Volume: 10 L SO3= 0,68 mol SO2= 0,32 mol O2= 0,16 mol Keq= 𝑆𝑂3 2 𝑆𝑂2 2 𝑂2 = 0,068 2 0,032 2 0,016 = 280 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrio A resposta do equilíbrio às condições do sistema: “Quando um sistema em equilíbrio sofre uma perturbação, responde de modo a minimizar o efeito da perturbação”. Henry Louis Le Chatelier 147 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrio 148 Perturbação do equilíbrio Efeito da concentração: 2SO2(g) +O2(g) 2SO3(g) Temperatura : 1000 K Volume: 10 L SO3= 0,68 mol + 1,00 mol SO2= 0,32 mol O2= 0,16 mol Q= 𝑆𝑂3 2 𝑆𝑂2 2 𝑂2 = 0,168 2 0,032 2 0,016 = 1700 Q > Keq Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrio 149 “Após o determinado tempo ocorrerá o reestabelecimento do equilíbrio” 2SO2(g) +O2(g) 2SO3(g) Temperatura : 1000 K Volume: 10 L SO3= 1,46 mol SO2= 0,54 mol O2= 0,27 mol Q = 𝑆𝑂3 2 𝑆𝑂2 2 𝑂2 = 0,146 2 0,054 2 0,027 = 280 = Keq Q = Keq Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrio 150 aA + bB cC + dD Concentração dos reagentes Concentração dos reagentes Deslocamento do equilíbrio Concentração dos produtos Concentração dos produtos Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrio151 Efeito da pressão ou alteração do volume: Formas de alterar a pressão de um sistema gasoso: Adição/remoção de gás (reagentes ou produtos); Adição de um gás inerte à mistura de reação; Mudança do volume do sistema. Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrio 152 Considere o seguinte equilíbrio químico: 2SO2(g) +O2(g) 2SO3(g) Temperatura : 1000 K Volume: 10 L SO3= 0,68 mol SO2= 0,32 mol O2= 0,16 mol pV= nRT p = 𝑛 𝑉 RT V C p V C p 2SO2(g) +O2(g) 2SO3(g) Temperatura : 1000 K Volume: 1,0 L SO3= 0,83 mol SO2= 0,17 mol O2= 0,085 mol Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrio O aumento da pressão desloca o equilíbrio no sentido em que é produzido o menor número de mols de gás. A redução da pressão desloca o equilíbrio no sentido em que é produzido o maior número de mols de gás. Em uma reação gasosa em que não existe variação no número de mols entre reagentes e produtos a variação da pressão não resulta em pertubação do estado de equilíbrio. 2SO2(g) + O2(g) 2SO3(g) 2 mols 1 mol 2 mols Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrio 154 Efeito da temperatura: 2SO2(g) +O2(g) 2SO3(g) ∆H = -198 kJ Aumento da temperatura Reações endotérmicas. Redução da temperatura Reações exotérmicas. Obs.: A constante de equilíbrio é alterada com a variação da temperatura. A presença de um catalisador não altera o equilíbrio. Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrio Abordagem Termodinâmica Reações químicas espontâneas – A energia de Gibbs G (T, p) G (T, p) Avanço da reação, ξ dG/dξ < 0 dG/dξ > 0 dG/dξ = 0 µA> µB µB> µA µA= µB Reações exergônicas e endergônicas Se ∆rG < 0, a reação é direta espontânea. Se ∆rG > 0, a reação inversa é espontânea. Se ∆rG = 0, a reação está em equilíbrio. A B 155 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrio A descrição do equilíbrio – Equilíbrio de gases perfeitos A (g) B (g) pRT ln* )ln()ln( ** AABBABr pRTpRTG A B rr p p RTGG ln* Quociente reacional: A B p p Q QRTGG rr ln * 156 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrio No equilíbrio - ∆rG = 0 Para uma reação qualquer: Constante de equilíbrio: equilíbrioA B p p K KRTGG rr ln * reagentes dos atividade produtos dos atividade Q j vQ jj Definição do quociente reacional. 157 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrio Constante de equilíbrio: Nas aplicações elementares, as atividades que figuram na equação acima são frequentemente substituídas por: molalidades, substituindo αj por bj/b*, em que b* = 1,0 mol kg -1. concentrações em quantidade de matéria, substituindo αj por [j]/c*, em que c* = 1,0 mol dm-3. pressões parciais, substituindo j por pj/p*, em que p* = 1,0 bar. equilíbrioj vK jj Definição da constante de equilíbrio. 158 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrio A relação entre as constantes de equilíbrio Constante de equilíbrio (em termos de concentração, mol L-1) em fase gasosa: A + B C + D b BA DC BA DC BA DC KK bb bb K j j v jv j v j j v j j v j j j jj j p RT xj p RT p p K *** J v c j c j K * ][ 159 A relação entre as constantes de equilíbrio: A constante de equilíbrio, Kc é definida por: Segue que Então a relação entre K e Kc Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrio J v c j c j K * ][ J v c j p RTc xKK * * v c p RTc KK * * x Exemplo: N2(g) + 3H2(g) →2NH3(g) ∆v = 2-4 = -2 A 298,15 K, a relação é 22 K 12,03 x K 12,03 x T K T KK cc 2,614K 98,152 K 12,03 x 2 c c K KK 160 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrio Variações na pressão – Aspectos quantitativos Exemplo: Estime o efeito que uma elevação da pressão por um fator de 10 provocará na composição da reação abaixo: Resp.: Aumento de K por um fator de 100. A(g) 2B(g) * 2 pp p K A B 2 * * 22 * 2 1 )/(4 pp ppx px pp p K A B A B 161 N2(g) + 3H2(g) 2NH3(g) Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrio Resposta equilíbrio à temperatura: Reações exotérmicas: a elevação da temperatura favorece os reagentes. Reações endotérmicas: a elevação da temperatura favorece os produtos. A equação de van’t Hoff R H T d Kd RT H dT Kd rr 1 ln ou ln 2 162 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrio Aplicação da equação van’t Hoff : Os dados da tabela seguinte mostram a variação, com a temperatura, da constante de equilíbrio da reação Ag2CO3(s) Ag2O(s) + CO2(g). Calcule a entalpia-padrão da reação de decomposição. T/K 350 400 450 500 K 3,98 x 10-4 1,41 x 10-2 1,86 x 10-1 1,48 T d R H Kd r 1 ln 163 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrio O valor de K em diferentes temperaturas: T d R H Kd r 1 ln 12 12 /1 /1 12 /1 /1 2 1 11 lnln 1 lnln 1 ln 2 1 2 1 TTR H KK T d R H KK T d R H Kd r T T r T T r Exercício: A constante de equilíbrio para a reação abaixo a 298,15 K é 0,15. Estime o seu valor a 398,15 K. N2O4(g) 2NO2(g) Resp.: 15 164 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrio O valor de K em diferentes temperaturas: T d R H Kd r 1 ln 12 12 /1 /1 12 /1 /1 2 1 11 lnln 1 lnln 1 ln 2 1 2 1 TTR H KK T d R H KK T d R H Kd r T T r T T r Exercício: A constante de equilíbrio para a reação abaixo a 298,15 K é 0,15. Estime o seu valor a 398,15 K. N2O4(g) 2NO2(g) Resp.: 15 165 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrios de Solubilidade e Precipitação 166 Para promover a dissolução de um cristal iônico, o solvente age por meio de dois processos: Sobrepujar a energia do retículo cristalino; Solvatação. M+X-(s) → M+(aq) + X-(aq) ∆sol.H M+(g) + X-(g) ∆L.H ∆solv.H Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues TeixeiraMachado Equilíbrios de Solubilidade e Precipitação 167 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrios de Solubilidade e Precipitação 168 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrios de Solubilidade e Precipitação 169 Íon-dipolo Ligação de hidrogênio dipolo-dipolo Íon-dipolo induzido Dipolo-induzido dipolo dispersão Metanol Água Metanol Clorofórmio Hexano Acetona Hexano Hexano Octano “Semelhante dissolve semelhante” Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrios de Solubilidade e Precipitação 170 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrios de Solubilidade e Precipitação 171 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrios de Solubilidade e Precipitação 172 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrios de Solubilidade e Precipitação Constante do produto de solubilidade Outros exemplos MgF2(s) Mg 2+(aq) + 2 F-(aq) 22 FMgK ps Ca3(PO4)2(s) 3 Ca 2+(aq) + 2 PO4 3-(aq) 234 32 POCaK ps Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrios de Solubilidade e Precipitação 174 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Equilíbrios de Solubilidade e Precipitação 175 Fatores que afetam a solubilidade: Pressão; Temperatura; pH; Natureza do solvente; Efeito do íon comum; Efeito do íon estranho. Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado As Velocidades das Reações Química – Cinética Química Cinética das reações químicas: “A cinética química estuda a velocidade e os mecanismos das reações químicas e quais os fatores que influenciam essa velocidade.” 176 Estabelecimento da estequiometria da reação; Identificação de reações secundárias; Concentrações dos reagentes e produtos em tempos diferentes após o início da reação. 2NaN3(s)→2Na(s) + 3N2(g) Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Cinética 177 Teoria das colisões: “A teoria das colisões, admite que, para uma reação ocorrer, é preciso haver colisões entre as moléculas (ou íons) dos reagentes.” Orientação favorável: Orientação favorável Orientação não favorável Energia da colisão (energia de ativação); Orientação da colisão; Frequência das colisões. Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Cinética 178 Energia de ativação: “Além das colisões terem de ocorrer entre as moléculas com orientação favorável, é preciso que também tenha uma energia mínima, chamada de energia de ativação.” Energía de ativação Caminho da reação Complexo ativado Reagentes H<0 Energía de ativação Caminho da reação Complexo ativado Reagentes H>0 Reação exotérmica Reação endotérmica Produtos Produtos Energia Energia Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Cinética 179 Considere a seguinte reação: H2O2 + 3I - + 2H+ → I3 - + H2O Várias colisões? Reação lenta? Reação ocorre em várias etapas. Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Cinética Fatores que afetam a velocidade de reação: Natureza dos reagentes; Concentração dos reagentes; Temperatura; Catalisador; Superfície de contato. 180 Energia cinética N úm er o de m ol éc ul as Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Cinética 181 Técnicas Experimentais Monitorando a variação da pressão; Espectrofotometria; Condutividade; Medidas de pH; Outras técnicas. Determine como varia a pressão do sistema reacional na decomposição em fase gasosa do pentóxido de dinitrogênio, em volume constante. 2N2O5(g) 4NO2(g) +O2(g) Resp.: 5/2 Pi Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Cinética 182 As Velocidades das Reações “As velocidades das reações dependem da composição e da temperatura da mistura reacional.” Para uma reação geral A + 2B → 3C + D v = −𝑑 𝑅 𝑑𝑡 v = 𝑑 𝑃 𝑑𝑡 v = 𝑑 𝐷 𝑑𝑡 = 1 3 𝑑 𝐶 𝑑𝑡 = - 𝑑 𝐴 𝑑𝑡 = - 1 2 𝑑 𝐵 𝑑𝑡 0 10 20 30 40 50 60 70 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 [N 2O 5] ( m ol L -1 ) Tempo (min) Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Cinética 183 Grau de avanço da reação, ξ υJ é o coeficiente estequiométrico da espécie J. ξ = 𝑛𝐽−𝑛0 𝜐𝐽 v = 1 𝑉 dξ 𝑑𝑡 v = 1 υ𝐽 x 1 𝑉 dnJ 𝑑𝑡 v = 1 υ𝐽 x d[J] 𝑑𝑡 v = 1 υ𝐽 x dσ𝐽 𝑑𝑡 Reações homogêneas Reações heterogêneas Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Cinética 184 Exemplo: A velocidade de variação da concentração em quantidade de matéria dos radicais CH3 na reação abaixo é dada por d[CH3]/dt = -1,20 mol L-1s-1. Qual é (a) a velocidade da reação e (b) a velocidade de formação de CH3CH3? 2 CH3 (g) → CH3CH3 (g) Resp.: (a) 0,60 mol L-1s-1 (b) 0,60 mol L-1s-1 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Cinética 185 Leis da Velocidade e Constantes de Velocidade “A lei da velocidade é uma equação que fornece a velocidade da reação em função das concentrações de todas as espécies presentes na equação química global para a reação num certo instante.” A lei de velocidade é determinada experimentalmente. v = 𝑘 𝐴 𝐵 v = f ( 𝐴 , 𝐵 ,...) ou v = f (𝑝𝐴, 𝑝𝐵,...) Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Cinética 186 Ordem de reação: é a potencia que esta elevada a concentração de determinada espécie (produto ou reagente) na expressão da lei da velocidade. Ordem global: é a soma das ordens individuais. v = 𝑘 𝐴 α 𝐵 β, ... aA + bB + cC → dD + eE + fF v = k [A]α [B]β [C]γ Ordem global da reação: + β + Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Cinética 187 Ordem de uma reação: “A ordem da reação em relação a um reagente indica a dependência existente entre a concentração desse reagente e a velocidade da reação global”. 2 H2 + 2 NO →1 N2 + 2 H2O v = k [H2] [NO] 2 Ordem da reação: 1 +2 = 3 (3ª ordem) Ordem da reação em relação ao H2: 1ª ordem, v = k [H2] Ordem da reação em relação ao NO: 2ª ordem, v = k [NO]2 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Cinética 188 A Determinação da Lei da Velocidade Método do Isolamento: a concentração de todos os reagentes, exceto a de um deles, estão em excesso. Verificando a influencia de A na lei de velocidade: 2 A + 3 B + C → Produtos Experimento [A] (mol L-1) Velocidade (mol L-1min-1) I 1,0 0,20 II 2,0 0,40 III 4,0 0,80 I → III: quadruplicando a [A] → quadruplica a velocidade. II → III: duplicando a [A] → duplica a velocidade. v α [A]1 Físico-Química Prof. Dr. Alan Rodrigues Teixeira Machado Cinética 189 Experimento [B] (mol L-1) Velocidade (mol L-1min-1) I 1,0 0,20 II 2,0 0,80 III 4,0 0,32 Verificando a influencia de B na lei de velocidade: I → III: quadruplicando a [B] → a velocidade fica 16 vezes maior (42). II → III: duplicando a [A] → a velocidade fica 4 vezes maior (42). v α [B]2 Experimento [B] (mol L-1) Velocidade (mol L-1min-1) I 1,0 0,20 II 2,0 0,20 III 4,0 0,20 Independentemente da concentração de C, a velocidade
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