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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL Área Do Conhecimento De Ciências Da Vida Curso De Farmácia Toxicologia Docente: Leandro Tasso DIETILAMIDA ÁCIDO LISÉRGICO (LSD) Acadêmica: Patricia Consalter 1 HISTÓRICO Sintetizado pelo químico suíço Albert Hoffman em 1938, que após ingerir 250 μg de LSD, experimentou várias alterações subjetivas por muitas horas, descobrindo os efeitos alucinógenos da droga. A substância é derivada da ergotamina, um alcaloide proveniente da cravagem-do-centeio, do fungo Clavices purpúrea. Vasoconstritor, que age sobre receptores adrenérgicos do tipo alfa, apresenta propriedades alucinógenas. 2 HISTÓRICO Inicialmente, pensava-se na possibilidade de usos terapêuticos para o LSD, mas devido aos seus potentes efeitos alucinógenos, logo se tornou uma droga de abuso (GRAEFF, 1989). As aplicações terapêuticas destes alcaloides foram inicialmente empregadas na ginecologia para diminuição do sangramento pós-parto pela ação da ergotamina (ROMÃO et al., 2011; RANG et al., 2011). Nos anos 60 teve uma explosão de consumo. Usuários buscavam “novas formas de expandir a mente” e “aumentar o estado de consciência”. 3 NOMENCLATURA LSD é a sigla de Lysergsäurediethylamid (alemã). Nome químico: 9,10-didehidro-N,N-dietil-6-metilergolina-8β- carboxamida Outros nomes: LSD, LSD-25, dietilamida do ácido d-lisérgico, N,N-dietil-d-lisergamida IUPAC:(6aR,9R)-N,N-diethyl-7-methyl-4,6,6a,7,8,9 hexahydroindolo- [4,3- fg] quinoline- 9-carboxamide 4 Fórmula molecular C20H25N3O Massa molar 323,4g/mol SINÔNIMOS › LSD 25 › Ácido › Microponto › Doce › Papel › Trips 5 Popeye ESTRUTURA QUÍMICA 6 Núcleo indol, leva a agir em receptores serotonínicos ESTRUTURA QUÍMICA 7 Forma ativa Isômeros PROPRIEDADES › A dietilamida do ácido lisérgico é sintetizada a partir da cravagem de um fungo do centeio (Claviceps purpurea) fazendo primeiramente Ácido Lisérgico obtido a partir da hidrolise catalítica da ergotamina (substancia obtida no fungo) então é feita uma adição redutiva de Dietilamina no ácido formando Dietilamida do Acido Lisérgico (LSD). › Encontrada em forma de pó ou líquido, inodoro, branco e/ou incolor. › Potente alucinógeno. 8 PROPRIEDADES As substâncias que provocam alucinações podem ser divididas em três grupos: 1° se refere a substâncias que podem provocar alucinações somente em altas doses (como álcool, metais e hidrocarbonetos) 2°são substâncias consideradas delirantes (como atropina, fenciclidina e triexifenidila) 3°são substâncias alucinógenas (dietilamida do ácido lisérgico (LSD), a dimetiltriptamina (DMT) e o 2-5-dimetoxi-4- metilanfetamina (DOM), a mescalina e a psilocina. 9(CAZENAVE, 1996) “Psicodélico" e “Psicotomimético" PROPRIEDADES FARMACOCINÉTICAS › Rapidamente absorvida no trato gastrintestinal, se liga fortemente às proteínas plasmáticas, é distribuída nos tecidos, aparecendo em altos níveis no cérebro. › Início da ação ocorre dentro de 15-60 minutos, com efeitos persistindo por 8 horas ou mais. › A meia-vida do LSD é estimada em 175 minutos. › DL50:12000 µg › Metabolismo: hepático › Excreção: renal 10 MECANISMO DE AÇÃO Envolve três fases: 1° Antagonizando a serotonina, 2° Reduzindo a atividade do sistema rafe, 3°Agindo como agonista do receptor serotonínico pós-sináptico. A droga age mais especificamente nos neurônios piramidais da camada V do córtex somatosensorial. Há também a ação nos neurônios do tálamo. 11 Principais Receptores Afetados: Serotoninérgicos 5-HT2 VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Oral, Absorção sublingual, Injetado, Inalado. Alucinógeno semi sintético (substância que produz alucinações). 12 VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Tabletes de gelatina, líquidos, encapsulados e na forma de micro pontos. 13 Mais popular!!! Uma solução de LSD é aplicada em papéis adsorventes. DOSAGEM › Medidas em microgramas (µg), › O nível de dose que irá produzir um efeito alucinógeno em humanos é considerado ser 20 a 30 µg, com os efeitos da droga se tornando marcadamente mais evidentes com dosagens mais altas 14(STOLL,1947) SINAIS E EFEITOS CLÍNICOS Físicos: Tremores nas mãos e nos pés, calafrios, sudorese, aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, aumento da temperatura, náuseas e vômitos e dilatação das pupilas. Psíquicos: Alucinações auditivas e visuais, sensibilidade sensorial, confusão, pensamento desordenado, perda do controle emocional, euforia alternada com angústia, dificuldade de concentração. *Não apresenta dependência química e nem tolerância. 15 SINAIS E EFEITOS CLÍNICOS › Algumas vezes o usuário, após utilizar por várias vezes o LSD, pode desenvolver “flashbacks” nos quais os sintomas psíquicos observados quando o usuário utilizou a droga se repetem mesmo sem fazer uso da substância. › Pesquisadores acreditam que isso pode ser desencadeado por uso de álcool e maconha. 16 AMOSTRAS BIOLÓGICAS › SANGUE OU PLASMA › URINA › HUMOR VÍTREO 17 METABÓLITOS : iso-LSD N-desmetil-LSD 2-oxo-3-hidroxi-LSD AMOSTRA BIOLÓGICA › Estudos não demonstraram perda significativa na concentração de LSD a 25 °C por até quatro semanas. › O LSD pode ser quantificado como parte de um programa de testes de abuso de drogas. 18 URINA Metabolito: 2-oxo-3-hidroxi-LSD AMOSTRA BIOLÓGICA › Confirmar um diagnóstico de envenenamento em vítimas hospitalizadas › Em sangue total para auxiliar na investigação forense de um tráfico, violação criminal ou um caso de morte súbita. › Tanto o fármaco original quanto seu metabólito principal são instáveis em biofluidos quando expostos a condições de luz, calor ou alcalino. 19 Plasma ou Soro Protegidas da luz; Armazenados na menor temperatura possível; Analisados rapidamente. LSD: Sobrevida é de 5,1 horas com pico de concentração em 3 horas. ANÁLISE LABORATORIAL Testes químicos Pela formação de cor azul quando em solução aquosa se encontram o azul de p-dimetilaminobenzaldeído e ácido sulfúrico. A cor pode ser determinada por colorimetria ou espetrofotometria . Cromatografia gasosa associada a espectrometria de massa com monitorização de ions específico : Permite a determinação de LSD, iso-LSD, N-desmetil-LSD e 2-oxo-3-hidroxi- LSD no humor vítreo, determinação de LSD (ng/mL) no soro. Cromatografia líquida de alta-performance acoplada a espectrometria de massa: Pode ser usada para determinação de LSD, iso-LSD (produto da síntese elícita de LSD a partir de ácido lisérgico), N-desmetil-LSD e 2-oxo-3-hidroxi- LSD em amostras de sangue e urina. Não aplicável a determinações no humor vítreo. 20 ANÁLISE LABORATORIAL 21 Cromatografia de imuno afinidade acoplada a eletrospray- espectrometria de massa: Permite detecção específica; revela-se útil na determinação quantitativa de LSD e do seu metabolito N-desmetil-LSD em amostras de urina . Cromatografia em camada fina (TLC): Útil para identificação e separação. LSD apresenta fator de retenção de 0,6. ELISA (enzyme-linked immunosorbant assay) Radioimunoensaio (RIA) HPLC com detecção fluorescente: A determinação de LSD presente em amostras de soro e de cabelo pode ser realizada por HPLC com detector de fluorescência com determinação da taxa de incorporação por comparação da quantidade presente no sangue e no cabelo. ANÁLISE LABORATORIAL 22 A análise de um composto compreende cinco etapas: (1) a introdução da amostra, (2) a ionização da amostra, (3) a análise da amostra através de um separador de massas que separa os íons pelo sua razão m/v, (4) a detecção da amostra, (5) o processador que converte o sinal elétrico em dados, proporcionando o espectro correspondente(PAVIA et al., 2010; SILVERSTEIN et al., 2006). (1) (2) (3) (4) (5) ANÁLISE LABORATORIAL 23 O LSD é vendido ilegalmente na forma de selos, que variam em cores e impressões, sendo que esta forma de apresentação é conveniente para a implementação de análises através da EASI-MS, uma vez que o ingrediente ativo adsorvido no papel é facilmente encontrado nos espectros na forma de molécula protonada - LSD ([M+H]+: m/z 324), conforme observado na figura (ROMÃO et al., 2011). 24 O pico molecular do LSD protonado é o 324 Não está inserida na lista de substâncias psicotrópicas controladas falsos positivos LSD é fortemente fluorescente, vai brilhar em branco-azulado luz UV. TRATAMENTO Dentre as principais complicações ocasionadas pelo uso da droga, destaca-se o desenvolvimento de quadros psicóticos, que podem ser rápidos ou prolongados. Além disso, podem ocorrer depressão e um aumento dos sintomas de quadros psicológicos já estabelecidos. › Clínicas de recuperação para dependentes químicos. › Atendimento com psicólogo ou psiquiatra. › Tratamento com medicamentos para ansiedade e depressão. 25 TRATAMENTO › O tratamento pode aliviar os sintomas, fazendo com que o indivíduo possa voltar às suas funções normalmente, mas não traz a cura. A maioria dos pacientes precisa de tratamento por longo período. › Doses baixas de clonidina (0,05-0,075 mg/dia) parece ser a melhor escolha para tratamento. › Antagonistas dos receptores dopaminérgicos. › A administração crônica da sertralina, um antidepressivo inibidor seletivo da recaptura de serotonina (ISRS). 26 TRATAMENTO › Benzodiazepínicos, principalmente clonazepam. › Antipsicóticos. › A clorpromazina parece ser o medicamento mais efetivo para tratar a psicose induzida pelo LSD. O haloperidol, 5 mg intramuscular, também pode ser usado. › Diazepam e flufenazina são relativamente ineficazes. 27 CURIOSIDADES 28Fonte G1 Teste em 12 pacientes com câncer. Esta na 2° fase os testes. CURIOSIDADES 29 Pintora usa LSD e faz quadros por 9 horas para ver o efeito: Ela fez uso de 200μg de LSD e desenhou 10 retratos. Ela esperou entre 15 e 45 minutos para fazer cada desenho. De acordo com o relato, ela teve muita facilidade em se concentrar. CURIOSIDADES › O Delysid® foi a única forma comercializada legalmente do LSD, produzida pela indústria farmacêutica Sandoz. Porém, o abuso de LSD levou a empresa a cortar o fornecimento da droga, que era autorizado apenas para clínicas psiquiátricas (MANGINI,1998). 30 CURIOSIDADES A bula do Delysid® fornecida pela indústria farmacêutica Sandoz, indicava: poderia ser encontrado na forma de tabletes revestidos de açúcar com 25 μg, e ampolas de 1 mL com 100 μg, para administração oral, ou subcutânea e intravenosa, para início de ação mais rápida. Foi indicado para relaxamento mental, ansiedade, estudos da natureza da psicose, tratamento de alcoolismo, entre outros. A administração do Delysid® deveria ser feita somente sob supervisão médica e era indicado 50 mg de clorpromazina como antídoto. 31 REFERENCIAL TEÓRICO CAZENAVE, S. O. S. Alucinógenos. In: OGA, S. Fundamentos de toxicologia. São Paulo: Atheneu, 1996. cap. 49. EBERLIN, Marcos Nogueira. Técnicas modernas em espectrometria de massas e desenvolvimento de novas aplicações em ciências: química, bioquímica, materiais, forense, medicina, alimentos, farmácia e veterinária. 2011. Tese (Doutorado) - Curso de Química, Departamento de Instituto de Química, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2015. GRAEFF, F. G. Abuso e dependência de drogas. Drogas psicotrópicas e seu modo de ação. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: EPU, 1989. cap. 7. GREINER. T, BURCH. N. R, Edelberg R. Psychopathology and psychophysiology of minimal LSD-25 dosage; a preliminary dosage- response spectrum. AMA Arch Neurol Psychiatry. 79 (2): pg208, 1958. MANGINI, M. Treatment of alcoholism using psychedelic drugs: a review of the program of research. Journal of Psychoative Drugs, California, v. 30, n. 4, oct./dec. 1998. 32 REFERENCIAL TEÓRICO PAVIA, D. L.; LAMPMAN, G. M.; KRIZ, G. S.; VYVYAN, J. R. Introdução a Espectroscopia. Tradução de: BARROS, Pedro. 4. ed. São Paulo, 2010. PRADHAN, S. N.; HOLLUSTER, L. E. Abuse of LSD and other hallucinogenic drugs. Drug Abuse: Clinical and Basic Aspects, [S.l.], 1977. RANG, H. P.; M. M. DALE,; J. M. RITTER; FLOWER, R. J.. Rang & Dale - Farmacologia.5.ed. Rio de Janeiro, 2003. ROMÃO, W., EBERLIN, M. N., EBERLIN, L. S. & MALDANER, A. O. Química forense: perspectivas sobre novos métodos analíticos aplicados à documentoscopia, balística e drogas de abuso. Quim. Nova (2011). SKOOG, D.A; WEST, D.M; HOLLER, F.J. & STANLEY, R.C. Fundamentos da Química Analítica, Tradução da 8ª edição norte americana. São Paulo, Ed.Thomson, 2007. Stoll, W.A. Ein neues, in sehr kleinen Mengen wirsames Phantastikum. Schweiz. Arch. Neur. 60,pg.483,1947. 33 UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL Área Do Conhecimento De Ciências Da Vida Curso De Farmácia Toxicologia Docente: Leandro Tasso DIETILAMINA ÁCIDO LISÉRGICO (LSD) Acadêmica: Patricia Consalter 34
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