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COMISSÔES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO

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INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ
CAMPUS – PALMAS/PR
ANDRÉ RICARDO ANDRADE DE OLIVEIRA
ELTON DALLAGNOL
FELIPE ZANOELLO
JULIANA FERREIRA DA ROCHA
KEYLA MOREIRA
	
COMISSÔES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO
PALMAS - PR
2014
COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO
	
As comissões parlamentares de inquérito – CPI’s nascem com o objetivo de investigar determinados assuntos de interesse público, estando previstas no Art. 58, § 3º da Carta Magna de nosso ordenamento jurídico, tendo “poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas” (Grifo nosso).
Assim; qualquer uma das casas – SENADO FEDERAL e CAMARA DOS DEPUTADOS - podem organizar CPI’s para investigação, podendo elas ocorrerem em conjunto ou separadamente, tendo suas garantias Constitucionais reservadas no disposto constitucional citado anteriormente, estabelecendo que as investigações não são irrestritas possuindo determinados limites, tendo como prerrogativas formalizadas no texto constitucional para sua instauração:
a) Aprovação de 1/3 de seus membros; 
b) Apuração de fato determinado;
c) Prazo pré-determinado; 
c) Conclusões encaminhadas ao Ministério Público, se necessário. 
Kanayama atenta para características que podem levar as CPI’s à Inconstitucionalidade em caso de inobservância, destacando-se: a prisão preventiva e atos que ferem tanto a liberdade individual quanto a privação de bens patrimoniais, haja vista que ferem o princípio da legalidade, pois somente o poder judiciário detém prerrogativas para determinar tais atos. Destacando que sua função principal é de “investigar”, “examinar”, buscar informações, e não de buscar resultados materiais, os quais dependem de autorização judicial.
Não podemos deixar de citar a legitimidade e eficácia em relação aos trabalhos das Comissões, uma vez que se limitem aos seus requisitos formais e materiais.
Barroso, em “Comissões Parlamentares de Inquérito e suas competências”, nos mostra que, conforme o Art. 49 da Constituição Federal, é competência exclusiva do Congresso Nacional a fiscalização e controle da Administração Executiva, direta ou indireta, sendo permanente a função investigatória. Ele também reforça os limites Constitucionais e seus requisitos de forma, tempo e substância, e conclui que as CPI’s são um valioso instrumento fiscalizador do legislativo, tendo funções de investigar atos do Poder Público e fatos relevantes ao mesmo, não devendo utilizar-se de ferramentas e prerrogativas destinadas ao Judiciário, devem sim, recorrerem ao judiciário no que constam tais atos como a privação patrimonial ou liberdade, mesmo que preventiva, através de requerimento e instrução com os elementos adequados.
Por outro lado, as CPIs são temporárias, conduzidas em um prazo de 120 dias, podendo ser prorrogadas para mais 60 dias mediante aprovação do Plenário para conclusão de seus trabalhos, o prazo é contado em dias corridos. Também poderão ser conduzidas durante os recessos Parlamentares pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, a qual será composta por 11 Senadores e 11 Deputados, conforme consta no Artigo 10 da Resolução 01 de 1970 – CN.
O período de instauração de uma CPI, até seu termino, é conceituado como “Prazo Certo”, que, de acordo com o entendimento do Professor Alexandre Kimura, relatado por Edimar Gomes da Silva, significa que, “o funcionamento da Comissão Parlamentar de Inquérito não pode se prolongar irrestritamente no tempo”. 
Embora a norma constitucional não estipule prazo certo para o termino da CPI, está deverá encerrar seus trabalhos até o final da legislatura – Art. 5º, § 2º da lei 1.579/52: “a incumbência da Comissão Parlamentar de Inquérito, termina com a sessão legislativa em que tiver sido outorgada, salvo deliberação da respectiva Câmara, prorrogando-a dentro do legislatura em curso” (Sessão Legislativa: período de reuniões que se estende por um ano, com dois intervalos - recessos).
Esse prazo determinado (Prazo Certo), pode ser entendido como uma garantia conferida, e também uma ágil prestação preventiva, imposta ao investigado pela sua conduta, pois, conforme ponderações de Edimar Gomes da Silva,
A finalidade do prazo determinado, é não permitir que a CPI, utilize-se deste expediente, para perseguir opositores pelo tempo que abusivamente quiserem, utilizando-se de poderes próprios das autoridades judiciárias. A dilatação por mais tempo do acima recomendado, torna intempestiva a finalidade e a própria conclusão da investigação, que requer medidas e providencias imediatas para que não haja demora na sanção a ser imposta aos possíveis culpados, assim como sua finalidade não se torne vaga, sem finalidade legislativa.
O Ministro Gilmar Ferreira Mendes, no livro Curso de Direito Constitucional, expõe que, “a Suprema Corte brasileira, atenta que a CPI oferece constante potencial de interferência sobre direitos fundamentais dos investigados, por isso, a regulação do seu tempo deveria ser objeto de lei, e não de resolução”. Tal determinação do prazo gera um desemparelhamento entre o Regimento da Câmara dos Deputados que estabelece prazo de até 180 dias para a instauração da CPI, e a lei 1.579/52, no artigo 5, parágrafo 2, já informada anteriormente. 
Nossa Constituição dispõe sobre os poderes investigativos da CPI que são próprios das autoridades judiciais (art. 58, § 3), também previstos no art 2. da lei 1.579/52; como atenta Gilmar Mendes, é previsto poder para as Comissões Parlamentares determinarem as diligências que reportarem necessárias, convocar Ministros de Estado, tomar o depoimento de qualquer autoridade, ouvir os indiciados e testemunhas, estas sob compromisso, requisitar informações e documentos de órgãos públicos, transportar-se para qualquer lugar em que considere necessário estar. Complementa o Min. Celso de Mello em voto proferido no MS 23.452-1/RJ: “as Comissões Parlamentares de Inquérito não possuem mais poderes do que aqueles que lhes são outorgados pela Constituição e pelas leis da República”.
Por esta razão, é vedada as Comissões qualquer espécie de prisão, ressalvada a possibilidade de prisão em flagrante por falso testemunho, bem como, determinar medidas cautelares, anulação de atos do poder executivo, entre outras restrições, pois as CPI’s tem função apenas de investigar e produzir provas acerca do motivo que desencadeou sua ação, não podem julgar ou processar, muito menos impor pena. 
	Quanto às testemunhas e indiciados, explica Gilmar Mendes: “o primeiro dever de quem é convocado, de modo hábil, para depor numa CPI é o de a ela se apresentar. O segundo dever é de dizer a verdade e não calar fato relevante que lhe seja indagado”. O depoente, que pode ser o investigado ou a testemunha, tem direito ao silêncio, sempre que implicar em autoincriminação (RTJ 163/626), ainda sobre o tema, explana: “O privilégio contra a autoincriminação consiste na faculdade de o interrogado silenciar, para evitar reconhecer o cometimento de infração penal”, sendo que o silêncio do mesmo, não pode ser interpretado em seu desfavor. Do mesmo modo, se o depoente for injustamente atingido em sua honra ou imagem, poderá pleitear judicialmente, indenização por danos morais ou materiais (CF Art 5º, X). 
As testemunhas, após a convocação, são obrigadas a comparecer, tendo a Comissão poder de requisição de força policial para trazê-las se necessário. As intimações serão de acordo com as prescrições estabelecidas na legislação penal (art. 3º, lei 1.579/52).
Quanto à possibilidade de instauração de Comissão Parlamentar de Inquérito em âmbito federal, estadual e municipal, verifica-se que há, sim, a possibilidade de CPI’s nestes âmbitos, porém, de formas distintas; cada órgão (congresso nacional, assembleias legislativas e câmaras municipais) será competente para fiscalizar sobre as leis que produziu, sob alçada de sua jurisdição:
Câmara de Deputados e Senado podem realizar investigações relacionadas à questões da esfera federal do governo. 
Assembleias LegislativasEstaduais poderão instaurar CPIs que tenham por relação questões ligadas ao âmbito estadual. 
Câmaras Legislativas Municipais fiscalizarão questões relacionadas aos interesses municipais.
Kanayama, em seu livro, comenta sucintamente sobre tais possibilidades: 
“A investigação é atividade necessária, não apenas para controle do Estado, mas também para auxiliar a elaboração legislativa. Contudo, não pode mais ser considerada simplesmente uma atividade ínsita ao Poder Legislativo, que dispensaria previsão constitucional e legal. Na vigência do Estado de Direito é preciso que a norma jurídica permita expressamente esse poder investigativo, respeitando-se o princípio da legalidade. Isso se aplica para âmbito federal, estadual e municipal. Cada pessoa política deverá ter a sua organização quanto à faculdade de investigação.” (Kanayama, Rodrigo Luís,. COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO – Limites às Restrições aos Direitos Fundamentais. Editora Fórum, 2011, Belo Horizonte, pág. 231.).
Sendo assim, podemos verificar que, cada casa de produção legislativa, pode realizar comissão de inquérito para fiscalizar sobre tais matérias legislativas abrangidas por cada uma delas, não podendo, em hipótese alguma, interferir em jurisdições que fogem da alçada de sua competência.
Como mencionado anteriormente, as CPI’s podem, tão somente, investigar, praticando apenas os atos previstos em lei, não possuído faculdade para tomar decisões judicias, devendo ser fiscalizadas a fim de evitar eventuais excessos, que venham a ferir os princípios da legalidade e da juridicidade; assim, de acordo com Kanayama, cabe ao prejudicado invocar o Poder Judiciário para evitar abusos e proteger a efetividade de Constituição Federal. 
As ações pertinentes para a defesa de direitos são as constantes nos incisos LXVIII e LXIX do Art. 5º da Constituição Federal de 1988, chamadas de “remédios constitucionais, [...] são direitos - garantia que servem de instrumento para a efetivação da tutela ou proteção dos direitos fundamentais” (SANTOS, p.04 – grifo nosso); consistentes em:
HABEAS-CORPUS: que possui como objeto a liberdade de locomoção, em sentido amplo, como direito de ir, vir e permanecer. Para SOUZA (p. 6), ele pode ser impetrado contra convocação de Comissões Parlamentares de Inquérito “em caráter preventivo, contra ameaça de constrangimento à liberdade de locomoção, materializada na intimação do paciente para depor em CPI”, que pode vir a ser coercitiva, cabendo ainda nos casos em que a testemunha queira garantir seu direito de permanecer em silêncio. 
MANDADO DE SEGURANÇA: constitui-se em ação constitucional para a tutela de direitos individuais, sejam constitucionais ou infraconstitucionais. Pode ser: Preventivo (quando houver o justo receio de sofrer a violação ao direito líquido e certo) ou Repressivo (Contra ilegalidade (ato vinculado) ou abuso de poder (ato discricionário) cometidos por ação ou omissão), podendo o primeiro transformar-se no segundo, caso ocorra a violação no curso do processo.
O Supremo Tribunal Federal vem posicionando-se nestes termos, haja vista que as garantias constitucionais devem ser respeitadas, como citado no julgamento do HC 119941 (julgado em 25/03/2014 e teve como relatora a Ministra: CÁRMEN LÚCIA): é “oponível às Comissões Parlamentares de Inquérito a garantia constitucional contra a autoincriminação e, [...], do direito ao silêncio quanto a perguntas cujas respostas possam resultar em prejuízo dos depoentes [...]”; bem como no MS 27483 (Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, Julgamento: 14/08/2008) que conclui que: as CPI’s não possuem poder jurídico de quebrar sigilo imposto a processo sujeito a segredo de justiça, pois “este é oponível a Comissão Parlamentar de Inquérito, representando expressiva limitação aos seus poderes constitucionais”.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ARAÚJO, Henrique. Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Disponível em <http://www.diariojurista.com/2013/03/comissao-parlamentar-de-inquerito-cpi.html>, acesso em 15/12/2014.
BARROSO, Luís Roberto. COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO E SUAS COMPETÊNCIAS: POLÍTICA, DIREITO E DEVIDO PROCESSO LEGAL. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/revista/Rev_15/LuisRoberto.htm> , acesso em 15/12/2014.
CÂMARA DOS DEPUTADOS (Brasil). Resolução nº 1, de 1970. Diário do Congresso Nacional - Seção 1 - 12/8/1970, Página 3205 (Publicação Original). Disponível em: <HTTP://www2.camara.leg.br/legin/fed/rescon/1970-1979/resolucao-1-11-agosto-1970-497934-publicacaooriginal-1-pl.html>, acesso em 15/12/2014. 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.
KANAYAMA, Rodrigo Luis, COMISSOES PARLAMENTARES DE INQUERITO - Limites às restrições aos Direitos Fundamentais, disponível em: <http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/handle/1884/12288/Limites%20%E0s%20Restri%E7%F5es%20ao%20Direitos%20Fundamentais%20na%20Atividade%20.pdf?sequence=1>, acesso em 15/12/2014. 
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 9 ed. e atual. São Paulo: Saraiva, 2014.
SANTOS, André Alencar dos. DIREITO CONSTITUCIONAL - REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS, disponível em: <http://www.andrealencar.com.br/site/ constitucional/03.%20REMDIOS%20CONSTITUCIONAIS.pdf>, acesso em 15/12/2014.
O Supremo Tribunal Federal e as Comissões Parlamentares de Inquérito. – Brasília: Supremo Tribunal Federal, 2006. Disponível em <http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/publicacaoPublicacaoTematica/anexo/CPI.pdf> , acesso em 15/12/2014.

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