Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
82 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade III Unidade III 5 PAÍSES NÓRDICOS Os países nórdicos constituem uma região da Europa setentrional e do Atlântico Norte composta de Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia e das regiões autônomas das ilhas Faroé, arquipélago da Áland e Groenlândia. Não há como negar que a culinária escandinava é profundamente marcada pelo frio, que define a vida de seus habitantes durante muitos meses do ano. A gastronomia dessas terras segue o ritmo dos produtos de inverno (batata, repolho e nabo, por exemplo) e das técnicas que prolongam sua conservação durante essa longa estação. Com relação à carne, as preferências mudam de um país a outro (os suecos, por exemplo, elegem o boi e o porco; os noruegueses, a rena e o cordeiro), mas todos partilham o gosto pela carne picada: grandes almôndegas, pequenos bolinhos de carne picada, almôndegas ligeiramente esmagadas e pastéis de carne. Mas também se utilizam peças inteiras de carne. A seguir, os alimentos mais comuns nos países nórdicos: Kokta grönsaker: legumes cozidos. Bröd: pães. Rökt fisk kridat med örter: peixe defumado com ervas. Rökt kött med äppelsås; carne defumada com molho de maçã. Grillat revbenspjäll med honung och senap: costela de porco grelhada com mel e mostarda. Frukt: frutas. Nötter: nozes. Ägg och lax: ovo e salmão. Olika såser: molhos diversos. 83 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II Lembrete A gastronomia dessas terras segue o ritmo dos produtos de inverno (batata, repolho e nabo, por exemplo) e das técnicas que prolongam sua conservação durante essa longa estação. 6 PRATOS DOS PAÍSES NÓRDICOS 6.1 Dinamarca Figura 16 – Copenhague, Dinamarca Lindas e variadas paisagens, infinitos lagos e ilhas, além de belíssimas montanhas, um enorme gosto pelo ar livre e inúmeras atividades para praticar são algumas das características e atrativos da Dinamarca. Popularmente conhecida como o “país do conto de fadas” por ser o país natal de Hans Christian Andersen (escritor e poeta dinamarquês), a Dinamarca é uma das mais antigas monarquias do planeta. A gastronomia da Dinamarca, assim como a de outros países escandinavos (como a Suécia e Noruega) e do norte da Europa em geral (Alemanha, por exemplo), é composta de pratos pesados, ricos em gordura e carboidratos, devido à sua tradição agrícola e, claro, ao clima frio, que traz invernos rigorosos e longos. Há algum tempo, os produtos importados eram demasiadamente raros, o que originou hábitos gastronômicos baseados em produtos locais como cereais, lacticínios, carne de porco, peixe, maçãs, ameixas, cenouras, batatas, cebolas, cerveja e pão. Uma das especialidades da cultura gastronômica dinamarquesa é a mesa fria, um buffet com uma farta variedade de pratos frios e quentes: peixes, carnes, verduras, legumes, pão etc. Outra especialidade, considerada como o prato nacional, é o smørrebrød, um sanduíche aberto. Trata‑se de pão branco ou integral, untado com manteiga dinamarquesa e adornado com carne defumada, peixe, verdura e queijo. As bebidas mais apreciadas são a cerveja dinamarquesa e a snaps, a tradicional aguardente. 84 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade III Famosa e tradicional pela sua carne de porco, pelos laticínios e também pela sua confeitaria, na Dinamarca, o dia tem início com um pequeno almoço à base de pão, queijo e café (ou leite). O almoço é tradicionalmente composto de smørrebrød, que equivale praticamente a uma refeição. É geralmente servido com salada, queijo ou algum tipo de fruta. O chá da tarde serve de pretexto para que os dinamarqueses se deliciem com bolinhos, tortas, bolos amanteigados e biscoitos, muitos deles de renome e conhecidos internacionalmente. A fartura é confirmada com a refeição principal dos dinamarqueses, feita no início da noite e, geralmente, composta de mais de dois pratos. O porco, o peixe, o frango e a vitela são extremamente apreciados e a sobremesa é, normalmente, à base de frutas, como é o caso do frugtkage, uma torta dinamarquesa à base de maçãs. Observação A Dinamarca foi eleita como a nação mais feliz do mundo em 2013 e se mantém no pódio desde então, ocupando as primeiras posições do ranking World Happiness Report até hoje. O relatório, feito pela ONU, analisa dados como: PIB per capita, expectativa de vida, apoio social, generosidade, confiança e liberdade para fazer escolhas na vida. 6.1.1 Rolinhos de salmão com presunto As fatias de salmão e presunto devem ser extremamente finas. Uma apresentação bem feita é a chave dessa preparação. Lembre‑se de manter um padrão. Ingredientes Alho em pó quanto baste 100 g de champignons Farinha de trigo quanto baste Manteiga quanto baste Massa folhada quanto baste Pimenta quanto baste 200 g de presunto Sal quanto baste 85 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II 200 g de salmão defumado Sumo de limão quanto baste 200 ml de vinho branco 1 laranja‑pera Modo de preparo 1. Enrolar uma fatia de salmão defumado muito fina com uma fatia de presunto igualmente fina, deixando o presunto na parte de dentro, prenda com um palito. Fazer o mesmo com todas as fatias de presunto e de salmão defumado e dispor os rolinhos numa travessa grande. 2. Temperar com sumo de limão e uma pitada de alho em pó. 3. À parte, preparar o molho: saltear os cogumelos cortados em manteiga e junte vinho branco. Temperar com sal e pimenta e deixar apurar durante 5 minutos em fogo brando. Cobrir os rolinhos cuidadosamente com esse molho. 4. Cortar pequenas estrelas de massa folhada descongelada e colocá‑las num tabuleiro untado com manteiga, polvilhado com farinha, e levá‑las ao forno até dourarem e aumentarem de volume. 5. Deixar esfriar e decorar com uma ou duas estrelas cada um dos rolinhos de salmão e presunto. 6.1.2 Salmão dinamarquês O salmão dinamarquês é um prato muito tradicional na Dinamarca. Não há cocção em fogo ou forno, porém é importante respeitar o período de 72 horas com viradas periódicas. Ingredientes 45 g de açúcar Aneto quanto baste 15 g de mostarda 86 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade III 300 g de nata Sal quanto baste 1 salmão 10 ml de sumo de limão Modo de preparo 1. Abrir o salmão ao meio, no sentido do comprimento, para retirar a espinha. 2. Misturar o sal com o açúcar. Com esse preparado, cobrir as duas metades do salmão, salpique com o aneto e sobreponha‑as. 3. Embrulhar o peixe, colocá‑lo num recipiente e levar ao refrigerador por 72 horas, virando‑o periodicamente. 4. Terminando esse tempo, desembrulhá‑lo e salpicá‑lo com mais um pouco de aneto. 5. Misturar o restante dos ingredientes e mexer bem até obter um creme. Servir com o salmão. Observação O salmão fresco não deve ter um cheiro de peixe intenso. A carne deve ser úmida e firme e ligeiramente elástica ao toque, além da cor extremamente viva. Esses detalhes diferenciam os peixes frescos. 6.1.3 Molho dinamarquês (para fondue) A preparação pode ser consumida como fondue, acompanhada de pães e torradas. Uma variação é a utilização como molho (em massas, por exemplo) aumentando a proporção de leite. Ingredientes 2 dentes de alho 2 cebolas 87 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II 150 ml de leite 30 g de manteiga 100 g de queijo fundido 240 ml de vinho branco seco Modo de preparo 1. Picar as cebolas e os dentes de alho e refogá‑los na manteiga até dourar.2. Juntar cuidadosamente o vinho e o leite, mexendo sempre. 3. Juntar o queijo e deixe derreter, mexendo periodicamente. Temperar com sal e pimenta. Servir ainda quente. 6.1.4 Morangos com requeijão e baunilha Sobremesa tradicional na Dinamarca, comumente servida após almoços e jantares. Lembre‑se de que morangos são extremamente delicados, os que serão utilizados na decoração devem ser cortados apenas no momento de servir. Ingredientes 45 g de açúcar 75 g de avelãs 10 ml de essência de baunilha 1 laranja 100 ml de leite integral 750 g de morango 2 ovos 500 g de requeijão 88 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade III Modo de preparo 1. Lavar os morangos, escorra‑os e retirar as folhas e pés. 2. Separar cerca de 200 g, que deve ser reservado para enfeitar, e cortar o resto em pedaços. 3. Bater bem as gemas com o açúcar. Misturar o requeijão. Bater as claras em picos médios, juntamente com o sal, e deitar por cima da mistura das gemas com o requeijão. 4. Bater as natas com a essência de baunilha. Raspar a casca da laranja e espremer o sumo. Incorporar as natas e as claras batidas ao creme de requeijão. Misturar o sumo de laranja, os morangos cortados e o creme de requeijão. 5. Levar ao refrigerador durante cerca de 2 horas. 6. Picar as avelãs e, no momento de servir, guarneça o creme com os morangos inteiros e polvilhe com a raspa da laranja e as avelãs picadas. 6.1.5 Tarte dinamarquesa de maçã (frugtkage) Essa torta, por ser um prato muito tradicional, deve respeitar a receita e evitar variações, apesar de possíveis. Quaisquer variações farão com que a preparação seja outra, sem a nomenclatura de frugtkage. Ingredientes 200 g de açúcar 20 g de gelatina em pó sem sabor 200 g de geleia de morango 1 kg de maçã 100 g de manteiga 300 g de nata 250 g de pão processado 500 g de requeijão 89 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II Modo de preparo 1. Descascar, lavar, eliminar as sementes e corte as maçãs em pedaços pequenos e levar para cozinhar com 4 colheres de sopa de água e 1/3 do açúcar, mexendo para não grudar, até obter um purê. 2. Passar o purê, peneirando, para um recipiente que aguente temperaturas elevadas. Polvilhar a gelatina em pó sobre o purê de maçã. Colocar o recipiente dentro de uma panela com água quente e mexer por 2 ou 3 minutos, para dissolver a gelatina. Deixar esfriar. 3. Numa frigideira grande, aquecer a manteiga e deixá‑la no fogo até começar a dourar. Reduzir a chama e adicionar aos poucos, mexendo, o pão ralado e metade do açúcar restante. Deixar cozinhar durante 10‑15 minutos, mexendo sempre, até dourar. 4. Dispor metade dessa mistura numa forma de bolo de fundo falso, apertando até ficar homogêneo e cobrir todo o fundo da forma (esta será a base da tarte). Assim que a massa esfriar, deitar a mistura de maçã por cima. Levar ao refrigerador até solidificar. 5. Espalhar a geleia sobre a camada de maçã e, sobre esta, a restante massa de pão ralado. Pressionar bem, tal como fez com a massa anterior. 6. Levar a forma ao congelador, por mais 30 minutos, ou até ficar bem sólido. Passado esse tempo, retirar cuidadosamente a torta da forma, transferindo‑a para uma travessa. 7. Bater as natas com o restante açúcar até atingir ponto de chantilly e espalhá‑las sobre a torta. 8. Decorar com frutas silvestres lavadas ou qualquer outra fruta da época. Variações: o recheio pode ver variado, substituindo parte das maçãs por igual quantidade de frutas vermelhas de sabor acentuado – como framboesas e amoras comuns ou silvestres, por exemplo. Escolha uma geleia que combine com a fruta escolhida, se preferir, passe a geleia pela peneira, para remover as sementes. Saiba mais Você pode conhecer um pouco mais sobre a Dinamarca e como vivem as pessoas mais felizes do mundo no livro: RUSSELL, H. O segredo da Dinamarca. São Paulo: LeYa/Casa da Palavra, 2016. 90 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade III 6.2 Noruega Figura 17 – Trondheim: cidade na Noruega A gastronomia da Noruega, assim como a da Dinamarca e de quase todos os escandinavos, cultiva extremamente o peixe e suas derivações. O mais tradicional e conhecido prato escandinavo é o smörgåsbord, que consiste de um buffet de frios, pães, arenque (pequenos peixes gordurosos), salmão defumado, caviar e outras preparações. Outro prato muito apreciado é o moket fish, peixe defumado com creme ou nata. O bacalhau também faz parte da gastronomia da Noruega e é extremamente comum no cardápio norueguês. Deve‑se aos noruegueses o início da industrialização e consumo do bacalhau no mundo. Há registros de existirem fábricas para comercialização de bacalhau na Noruega desde o século IX. Os pioneiros teriam sido os vikings, grandes navegadores que, não tendo sal, secavam o peixe ao ar livre até que endurecessem e pudessem ser consumidos aos pedaços nas longas viagens pelos oceanos. Apesar disso, o hábito de comer bacalhau veio para o Brasil com os portugueses já na época do descobrimento. Mas foi com a vinda da corte portuguesa, no início do século XIX, que esse hábito alimentar começou a se difundir. Foi registrada, nessa época, a primeira exportação oficial de bacalhau da Noruega para o Brasil, por volta do ano 1843. Atualmente o bacalhau está totalmente incorporado à cultura brasileira, apesar do preço elevado. No ano de 1851, desembarcaram, no sul do Brasil, os primeiros imigrantes noruegueses. Tinham como objetivo superar as dificuldades financeiras que assolavam a Europa do século XIX. Inicialmente eles rumavam para a Califórnia em uma barca hamburguesa, mas no caminho sofreram avarias, ficando impossibilitados de seguir viagem. No Rio de Janeiro, seus ocupantes subiram a bordo de outra embarcação onde, junto com outros imigrantes trazidos pela Sociedade Colonizadora de Hamburgo, chegaram às terras do sul do país. Observação A caça e consumo de carne de baleia é permitida no país. Estima‑se que 600 baleias são mortas por ano para o consumo humano. Se você for a um restaurante japonês, é possível comer um sushi de baleia por exemplo. Outras carnes exóticas para nós, mas comuns na Noruega, são as carnes de alce, rena e veado. 91 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II 6.2.1 Salada norueguesa A salada norueguesa é um prato leve e muito comum na Noruega. Lembre‑se de que o bacalhau é um ingrediente naturalmente salgado, atente‑se para dessalgá‑lo ou procure pelos já dessalgados no mercado. Ingredientes 800 g de bacalhau norueguês 1 maço de salsa 10 g de alho Azeite quanto baste Sal quanto baste Pimenta‑do‑reino quanto baste Modo de preparo 1. Deixar o bacalhau de molho por 12 horas, escorrer e cozinhar em bastante água. Depois de cozido, escorrer, retirar a pele e as espinhas, e picá‑lo finamente. 2. Colocar o bacalhau em uma saladeira e deixar amornar. Enquanto isso, picar o alho e a salsa. 3. Polvilhar o bacalhau com sal e pimenta‑do‑reino a gosto, regar com azeite, juntar a salsa e o alho e misturar tudo delicadamente. Lembrete Os noruegueses são os responsáveis pelo início da industrialização e do consumo do bacalhau no mundo. Há registros de existirem fábricas para sua comercialização na Noruega desde o século IX. 6.2.2 Bavaroise de frutas silvestres Apesar de o nome remeter à região da Baviera, no sul da Alemanha, não é clara a origem do creme bávaro, também conhecido como crème bavaroise ou apenas bavaroise ou bavarois. 92 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade III Ingredientes400 g de frutas silvestres 300 g de açúcar 3 unidades de gelatina incolor em folhas 400 g de nata Modo de preparo 1. Levar o açúcar para ferver numa panela com 200 ml de água. 2. Triturar as frutas silvestres já bem lavadas para obter um purê, reservando alguns inteiros para decorar. 3. Quando a calda começar a ficar no ponto, juntar a gelatina, previamente demolhada, em água fria e escorrida. 4. Assim que a gelatina estiver bem dissolvida, acrescentar o purê e retirar do fogo. Deixar esfriar e juntar as natas batidas, envolvendo‑as e não batendo, para incorporar. 5. Deitar a mistura numa forma de pudim passada por água fria, levá‑la à geladeira. 6. Passadas pelo menos 2 horas, desenformar e enfeitar com chantilly e frutas silvestres. 6.2.3 Donuts Donut, ou rosquinha, é um pequeno bolo em forma de rosca, popular nos Estados Unidos e de origem incerta. Consiste numa massa açucarada frita, que pode ser coberta com diversos tipos de coberturas doces, coloridas ou não, e também com chocolate. 93 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II Figura 18 – Donut Ingredientes 15 ml de vinagre de vinho branco 15 g de bicarbonato de sódio 40 g de fermento químico 5 g de sal 100 g de gordura vegetal hidrogenada 60 g de farinha de trigo 360 g de açúcar 700 ml de leite 395 g de leite condensado 5 ovos Modo de preparo 1. Bater bem os ovos (de preferência com a batedeira). Juntar o açúcar e a gordura vegetal, misturando bem com a batedeira. 2. Num recipiente à parte, juntar o bicarbonato com o vinagre, e incorporar essa mistura à mistura de ovos. 3. Peneirar a farinha, o sal e o fermento em uma tigela. Incorporar 1/3 dessa mistura de farinha à mistura de ovos, juntando‑lhe seguidamente metade do líquido e mexer 94 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade III bem. Juntar metade da farinha restante, incorporando cuidadosamente. Juntar o líquido restante e mexer bem. 4. Finalmente acrescentar a farinha restante. Fazer anéis de massa e levar os donuts ao congelador durante 1 hora. 5. Fritar os donuts em óleo quente (180 ºC). 6. Pode rechear, passar por uma calda de açúcar para que fiquem glaceados ou servi‑los simples. 6.2.4 Presunto gratinado com molho de uvas O presunto é uma preparação forte e de sabor único. Pode também acompanhar o prato com abóbora ou batatas doces fritas. Ingredientes 30 g de mel 1 kg de presunto cru 200 g de geleia de laranja 200 g de uva sem semente Modo de preparo 1. Colocar o presunto em uma panela grande para poder ser assado. 2. Misturar a geleia de laranja com o mel. 3. Assar o presunto, regando‑o com a geleia, durante 40 minutos; retirar, juntando as uvas ensopadas em água morna. 4. Servir o presunto com o molho; o presunto pode ser acompanhado de abóbora ou batatas doces fritas. 95 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II 6.2.5 Sopa de castanhas Hoje a castanha está intimamente ligada às comemorações, consumida normalmente assada ou cozida. Apesar de a planta se encontrar em declínio, devido à concorrência de outras espécies florestais, à doença da tinta e ao abandono dos campos, o seu fruto ainda é uma exportação agrícola portuguesa importante (aproximadamente 4% da produção mundial). Ingredientes 30 g de aipo em pó 5 g de alho em pó 15 g de manteiga 150 g de cogumelos frescos 50 ml de vinho madeira 50 ml de vinho do Porto 250 ml de caldo de galinha 750 g de castanhas (tipo portuguesas) 50 ml de brandy 1 maço de cebolinha 300 g de nata Sal quanto baste Pimenta quanto baste Modo de preparo 1. Cozer ½ quilo de castanhas peladas e reduzir a purê com a água da cozedura. 2. Refogar a manteiga, a cebola picada, o alho e o aipo em pó até as cebolas ficarem translúcidas, juntar os cogumelos e deixar cozinhar durante 10 minutos em fogo brando. 96 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade III 3. Misturar o brandy com o vinho Madeira e o vinho do Porto. Juntar ao preparado anterior, colocar fogo para flambar e depois o caldo de galinha, deixando ferver. 4. Juntar os restantes 250 gramas de castanhas peladas e mexer bem. 5. Reduzir o fogo e deixar cozinhar durante 35‑40 minutos. Depois de cozido, retirar o preparado do fogo e reduzir a sopa a purê. 6. Colocar novamente na panela, adicionar metade das natas e deixar ferver. 7. Retificar os temperos e adicionar o purê de castanhas. Adicionar as natas restantes e o vinho do Porto. 8. Servir bem quente, polvilhado com cebolinha picada ou cubinhos de pão frito. 6.2.6 Vinagrete de mostarda Esse vinagrete de mostarda é não só um tempero para saladas como um complemento para receitas de carne e peixe. Quando geralmente se adiciona suco de limão, por conta da acidez, pode‑se substituir pelo vinagrete de mostarda. Ingredientes 1 colher (sopa) de mostarda de Dijon 4 colheres (sopa) de vinagre ¾ de xícara de gotas de óleo de sumo de limão 15 g de sal 15 g de pimenta 100 ml de azeite Suco de limão quanto baste Pimenta quanto baste Sal quanto baste 97 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II Modo de preparo 1. Numa tigela pequena, misturar a mostarda de Dijon, o vinagre de vinho, o sal e a pimenta. 2. Acrescentar aos poucos o óleo, mexendo sempre. 3. Regar com gotas de sumo de limão. Temperar com sal e pimenta a gosto. Saiba mais Você pode conhecer um pouco mais sobre a gastronomia norueguesa e suas principais receitas no livro: FOLHA DE SÃO PAULO. Noruega. São Paulo: Folha de São Paulo, 2016. (Coleção Folha Cozinhas do Mundo). 6.3 Suécia Figura 19 – Estocolmo: capital da Suécia Os suecos, assim como a grande maioria dos escandinavos, adoram refeições práticas, leves e, principalmente, rápidas, seja à base de salgadinhos e petiscos ou os famosos sanduíches abertos. Um dos exemplos mais famosos da sua gastronomia é, sem dúvida, o buffet tradicional, com suas incontáveis combinações de carne, peixe e saladas, que, na maioria das vezes, são acompanhadas de uma farta variedade de pães e biscoitos salgados. 98 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade III Grande parte das receitas mais tradicionais suecas peca pela falta de originalidade. Como exceção, temos a sopa de ervilhas, feita com ervilhas amarelas secas, que há muito tempo foi o prato tradicional das quintas‑feiras ao longo do intenso inverno que enfrentavam. É certo que apenas há pouco tempo, a Suécia se afirmou como um país desenvolvido, sendo um dos países mais pobres da Europa no início do século XX. Figura 20 – Buffet típico sueco Com exceção do conceito de buffet, poucos são os elementos da gastronomia sueca que conseguiram, de fato, ultrapassar fronteiras para além da Escandinávia. A principal razão deve‑se ao fato de os ingredientes utilizados serem apenas encontrados na própria Suécia como, por exemplo, o coração de rena defumado. Ainda assim podemos indicar alguns pratos bastante agradáveis da gastronomia sueca e, iniciando pelas entradas, temos a famosa “tentação de Jansson” (basicamente um gratinado de anchovas), a sopa de ervilhas secas (mencionada anteriormente) e a sopa de salmão à moda sueca. Como acompanhamentos, não poderiam faltar os tradicionais feijões estufados à sueca e as famosas batatas hasselback (batatas ao forno), que acompanham, muitas vezes, o grav lax (fatias de salmão marinadas) ou os rolinhos de couve. Finalmente, mas não menos importantes, as sobremesas. As maisapreciadas pelos suecos são o bolo varmland (um bolo muito vistoso feito à base de suspiros, chocolate e frutas secas, montado em camadas muito bem definidas), variedades suecas do cheesecake e ainda o riz à la malte (doce à base de arroz, natas batidas e laranja), muito apreciado pelos mais novos. Em suma, a gastronomia sueca é extremamente semelhante à da Noruega e Dinamarca. É considerada simples, abundante em pratos com diferentes variedades de peixes, carne de porco, batata e couve. A mais famosa preparação da cozinha sueca é, sem dúvida, o köttbullar, um prato feito de almôndegas (empanadas ou não) regadas, normalmente, com molho à base de creme de leite fresco. 99 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II 6.3.1 Köttbullar O köttbullar é elaborado com carne de vaca e um molho à base de creme de leite fresco, bem apurado e encorpado. Esse tipo de almôndega é muito popular na gastronomia sueca, ele é servido em diversos restaurantes. Almôndegas Ingredientes ¼ de cebola picada em cubos 30 ml de leite 50 g de manteiga 1 ovo grande 50 g farinha de pão Noz‑moscada quanto baste Pimenta‑da‑jamaica quanto baste Sal quanto baste Pimenta‑do‑reino quanto baste 250 g de carne moída de boi 250 g de carne moída de porco Molho 25 g de manteiga 15 g de farinha de trigo 350 ml de caldo de carne 100 g creme de leite fresco 100 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade III 1 pitada de açúcar Sal e pimenta‑do‑reino quanto baste Modo de preparo 1. Em uma frigideira grande, ou paellera, adicionar a manteiga e a cebola. Fritar até que a cebola fique translúcida. 2. Remover apenas a cebola da frigideira e reservar em um bowl. É importante deixar a frigideira reservada, pois será utilizada novamente. 3. No bowl da cebola, adicionar o leite, o ovo, a farinha de pão, o sal, a pimenta, a noz‑moscada, a pimenta‑da‑jamaica e misturar bem. Em seguida, adicionar as carnes moídas e misturar muito bem até que forme uma massa uniforme. 4. Cobrir a mistura da carne com plástico filme e levar para gelar por 30 minutos. 5. Passado o tempo de pausa, com o auxílio de uma colher medidora, fazer bolinhas de 3‑4 cm de diâmetro. Se a massa ficar muito difícil de trabalhar, molhar a colher e a mão em água para facilitar o trabalho. 6. Na frigideira em que a cebola foi frita, adicionar as almôndegas. Deixar fritar em fogo baixo até que a almôndega fique dourada na parte inferior, virar e mexer delicadamente até que as almôndegas fiquem douradas por completo. Retirar da frigideira e reserve. 7. Na mesma frigideira, em fogo baixo, adicionar a manteiga para o molho e, quando derreter, adicionar a farinha de trigo para formar um roux. Mexer rapidamente para que a farinha cozinhe por 1‑2 minutos. 8. Ainda em fogo baixo, vá adicionando o caldo de carne aos poucos e sempre misturando bem, pois o objetivo é que o molho fique cremoso e liso. 9. Com todo o caldo de carne diluído, aumentar o fogo e adicionar o creme de leite fresco. Misturar bem e deixar a mistura ferver um pouco. 10. Em seguida, adicionar o sal (se necessário), o açúcar e a pimenta‑do‑reino. Deixar cozinhar por 5 minutos. 11. Diminuir o fogo e adicionar as almôndegas à frigideira do molho. Vá misturando com delicadeza e deixar cozinhar por 2‑5 minutos, para que a almôndega fique bem suculenta. 101 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II Observação Os suecos são conhecidos por sua alimentação e hábitos saudáveis. A gastronomia sueca é baseada em peixes e frutos do mar. No topo da lista de comidas mais consumidas pelos suecos, estão peixes com alto teor de vitaminas e baixos níveis de gordura. Mesmo com um esquema de alimentação regrado, eles se permitem saborear doces e há até um dia na semana chamado lördagsgodis para degustar sobremesas, chocolates e doces de todos os tipos. 6.3.2 Pão sueco Na Suécia, come‑se uma grande variedade de pães, desde os macios aos crocantes, principalmente de centeio, mas também de trigo (ou da sua variedade selvagem, a espelta), cevada, de massa escura ou clara, usando muitas vezes farinha integral. Figura 21 – Pão sueco Ingredientes 240 ml de leite desnatado 240 g de farinha de trigo integral 102 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade III 15 ml de suco de limão 15 g de bicarbonato de sódio 30 g de manteiga 60 g de farelo de trigo Modo de preparo 1. Misturar o leite com o suco de limão, o bicarbonato e a margarina. 2. Vá adicionando a farinha de trigo e o farelo de trigo até desgrudar das mãos. 3. Abrir entre 2 plásticos enfarinhados, adicionando farinha de trigo se necessário. 4. Abrir a massa bem fina, cortar em retângulos pequenos e assar em forno médio. 6.3.3 Gravad lax Gravad lax, ou gravlax, (em sueco, “salmão enterrado”); graved laks em dinamarquês; gravlaks em norueguês; graavilohi em finlandês e graflax em islandês. É uma especialidade da culinária escandinava, também difundida em outros países, feita de salmão cru marinado durante alguns dias em uma mistura à base de sal grosso e açúcar. O peixe é servido cortado em fatias mais finas do que o sashimi japonês. Ingredientes 600 g de salmão fresco Pão de centeio quanto baste 75 g de açúcar (para marinada) 150 g de sal grosso 25 g de pimenta‑do‑reino branca 100 ml de óleo 103 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II 1 maço de dill 15 g de mostarda 50 g de açúcar mascavo 50 g de açúcar 100 ml de vinagre branco Modo de preparo 1. Preparar a marinada. Misturar de maneira homogênea o açúcar, o sal e a pimenta‑do‑reino. Lavar e picar o dill. 2. Colocar o filé de salmão numa vasilha funda e cobri‑lo com a marinada. Deixar marinar por 48 horas na geladeira, virando o filé de vez em quando. 3. Secar o peixe com papel absorvente. Cortar os filés em fatias finas. 4. Preparar o molho de mostarda. Misturar cuidadosamente a mostarda, o açúcar mascavo, o açúcar e o vinagre. 5. Cortar o pão em fatias finas. Colocar as fatias de salmão sobre o pão e despejar o molho de mostarda em filete por cima. Essas fatias de pão com cobertura são chamadas de smørrebrød. Observação Os filés de peixe também podem ser dispostos numa travessa e o molho ser servido separadamente. Nesse caso, corte fatias de salmão bem grossas em todo o comprimento do peixe. Corte‑as em fatias transversais no momento de servir. Caso prefira cortar o salmão em fatias finas, coloque‑o por uma hora na geladeira antes de cortá‑lo. A marinada também pode ser preparada sem óleo, ou seja, unicamente com açúcar, sal, pimenta e dill. Essa receita parece ser originária da Suécia, mas é igualmente muito conhecida na Dinamarca e na Noruega. Um copo pequeno de aquavita gelada acompanha muito agradavelmente esse prato e, aliás, os smørrebrød em geral. 104 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade III 6.3.4 Bolo varmland Esse bolo vistoso, típico da região que lhe deu o nome, é uma sobremesa muito apreciada pelos suecos. Feito à base de camadas de suspiro com avelãs e cacau, ornamentadas com creme de natas e amêndoas. Ingredientes 20 g de cacau em pó 100 g de açúcar de confeiteiro 150 g de amêndoas 135 g de açúcar 150 g de avelãs 150 g de manteiga 300 g de nata 200 g de cereja em calda 5 ovos Modo de preparo 1. Pré‑aquecer o forno. Untar com bastante manteiga duas formas lisas de fundo falso e polvilhar com farinha. 2. Triturar as avelãs, cortaras amêndoas em lascas e torrar. 3. Separar as gemas das claras e reservar as gemas. Bater as claras em picos médios e adicionar gradualmente o açúcar e as avelãs. 4. Peneirar o cacau e adicionar à massa, mexendo sempre, para que a mistura fique bastante homogênea, quer em cor, quer em textura. 5. Distribuir a massa pelas formas untadas e levar ao forno baixo durante cerca de 40 minutos. Desenformar enquanto ainda estiver morno. 105 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II 6. Aquecer as gemas juntamente com o açúcar de confeiteiro e as natas numa panela e, mexendo sempre, deixar cozinhar em fogo brando até o creme engrossar, sem deixar ferver. 7. Retirar do fogo e continuar a mexer até esfriar. Juntar a manteiga em temperatura ambiente, mexendo sempre, bater muito bem e levar ao refrigerador até ficar firme. 8. Cobrir uma camada de suspiro com o creme, colocar por cima a segunda camada de suspiro e cobrir a parte de cima e os lados com o creme restante. 9. Polvilhar com amêndoa torrada laminada e, se desejar, com cerejas em calda. 6.3.5 Rolinhos suecos À base de carne e enrolado em folhas de couve, essa iguaria é muito semelhante ao famoso charuto árabe. O molho complementa e finaliza essa preparação com perfeição. Ingredientes 50 g de manteiga 150 g de melaço 15 g de sal 125 g de arroz 600 g de carne moída 1 tablete de caldo de carne 5 ml de molho de soja 1 kg de couve galega 100 ml de leite 300 g de nata 300 ml de água 106 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade III 3 ovos Pimenta‑do‑reino quanto baste Modo de preparo 1. Lavar a couve, separar em folhas, escolhendo as que estão em melhores condições. 2. Ferver em água com um pouco de sal e reservar a água da cocção. 3. Retirar as folhas de couve da água – não deixar cozinhar durante muito tempo. 4. Cozinhar o arroz na água da cocção da couve que reservou. À parte, misturar a carne picada com os ovos, o leite, o sal e a pimenta. 5. Deixar esfriar o arroz e juntar ao preparado anterior. 6. Rechear cada folha de couve com o preparado, formando saquinhos. 7. Aquecer a manteiga, acrescentar o melaço e dourar os rolinhos. 8. Colocar os rolos numa forma untada e levar a forno médio por ½ hora. Regar de vez em quando com um pouco de água de cocção da couve, se necessário. 9. Colocar os rolos numa travessa. 10. Dissolver o caldo de carne em 100 ml de água quente e temperar com sal e pimenta. Acrescentar lentamente as natas e o molho de soja, mexendo muito bem. Servir para acompanhar os rolinhos. Resumo Conhecemos a gastronomia de uma região específica da Europa e do Atlântico Norte: Dinamarca, Noruega e Suécia. Vimos que os suecos, assim como a grande maioria dos escandinavos, adoram refeições práticas, leves e, principalmente, rápidas, seja à base de salgadinhos e petiscos ou os famosos sanduíches abertos. A gastronomia da Noruega, assim como a da Dinamarca e de quase todos os escandinavos, cultiva extremamente o peixe e suas 107 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II derivações. Conhecemos o smörgåsbord, tradicional buffet de frios, pães, arenque (pequenos peixes gordurosos), salmão defumado, caviar e outras preparações. Famosa e tradicional pela sua carne de porco, pelos laticínios e também pela sua confeitaria, na Dinamarca, o dia tem início com um pequeno almoço à base de pão, queijo e café (ou leite). O almoço é tradicionalmente composto de smørrebrød, que equivale praticamente a uma refeição. Vale reforçar a diferença entre smørrebrød (sanduíche aberto) e smörgåsbord (um buffet com várias preparações). Exercícios Questão 1. Para Campos (2011), o poema éddico Rígsþula apresenta alguns elementos fundamentais acerca das práticas alimentares vikings, das mais simples às mais complexas, bem como determinadas formas de processamento, preparo e consumo dos alimentos bem como a maneira de apresentar os pratos a serem consumidos. É descrito o caminho percorrido pelo deus Heimdallr e o seu encontro com a bisavó, a avó e a mãe. Nesses três encontros, o deus provará da hospitalidade e da comida. “4. A bisavó trouxe um pão granulado ou com torrões em forma de cone (ökkvinnhleif), Grosso e pesado, pão de farelo (þrunginnsáðum); E ela colocou no meio da mesa, sopa (soð) em uma tigela; A vitela cozida (kálfrsoðinn) estava muito deliciosa” (CAMPOS, 2011, p. 5). [...] “31. Então Móðir pegou um pano bordado, De linho branco e cobriu a mesa, Logo ela pegou um pão fino (hleifaþunna), De trigo branco (hvítaafhveiti), E colocou sobre o pano da mesa. 32. Depois ela trouxe pratos cobertos com prata, E colocou na mesa, 108 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade III Carne de porco/bacon (fáinfleski), aves assadas (fuglasteikða), Uma jarra com vinho, com as copas ornamentadas, Beberam e falaram, assim acabou o dia” (CAMPOS, 2011, p. 8). Avalie as afirmativas a seguir e indique a alternativa correta: I – O pão é descrito como grosso e pesado, portanto, era levedado, o que reforça o caráter rústico da comida. II – Além do pão, é também servida uma sopa, provavelmente feita com legumes silvestres: cenouras, nabos, beterrabas, alhos‑porós. Os legumes eram cultivados, mas a maioria deles era colhida em um estado selvagem, pois se desenvolviam nas florestas e não necessitavam de cuidados especiais, a não ser o tempo de crescerem e amadurecerem sozinhos no solo silvestre. III – Para acompanhar o pão e a sopa, a bisavó serve a Heimdallr, carne de vitela cozida, uma forma comum de se preparar a carne, que, diferentemente do que é propagado, era também consumida pelos camponeses, não sendo alimento exclusivo da mesa aristocrática. IV – A anfitriã preocupa‑se em oferecer ao hóspede não somente um alimento de excelentes qualidade e sabor, mas também elaborado com bons ingredientes que conferiram ao prato um bom aspecto, independente da forma como o hóspede irá avaliar o sabor. V – A alimentação campesina, apesar das muitas restrições, era saudável e farta, o que nos auxilia a desfazer as falsas imagens propagadas que apresentam a aristocracia alimentando‑se somente de carne assada e vinho, enquanto os camponeses morrem de fome. O poema éddico apresenta outra realidade: a de camponeses que se alimentam de maneira simples, mas rica e saudável, e que são capazes, mesmo com essa rusticidade, de agradar aos deuses e deles ouvir elogios de que a vitela cozida à campesina estava deliciosa. É correto apenas o que se afirma em: A) I, II e IV. B) I, II e V. C) I, III e V. D) II, III e IV. E) II, III e V. Resposta correta: alternativa E. 109 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II Análise das afirmativas I – Afirmativa incorreta. Justificativa: para manter a rusticidade, o pão não era levedado. II – Afirmativa correta. Justificativa: hoje os legumes são cultivados e suas características são aquelas conhecidas ao redor do mundo, perdendo cores e sabores ancestrais. III – Afirmativa correta. Justificativa: a alimentação farta estava presente não só nas mesas das classes mais abastadas, mas também nas dos camponeses. IV – Afirmativa incorreta. Justificativa: há uma preocupação com todos os aspectos sensoriais das preparações, inclusive o sabor. V – Afirmativa correta. Justificativa: existe uma visão errada quanto à alimentação viking, mas é fato que ela era rica e saudável de forma geral. Questão 2. “O Manifesto da Nova Dieta Nórdica é quase uma versão alimentar do Dogma 95, a doutrinacriada pelos cineastas dinamarqueses Lars von Trier e Thomas Vinterberg, para alguns, responsável pelo surgimento de obras de arte cinematográficas nos anos 1990 e, para outros, por uma leva de filmes insuportavelmente chatos. Segundo o manifesto, os cardápios devem privilegiar alimentos produzidos localmente, de forma orgânica e se adaptar às estações. Se a colheita de frutas silvestres ocorre durante o verão nórdico, nada de incluí‑las nos pratos de inverno. ‘[...] Dieta nórdica significa comer o que está próximo de você. É o que fará bem não só a seu organismo, mas para a sustentabilidade do planeta. No Brasil, por que não substituir o trigo usado para fazer pães pela mandioca? É esse o sentido’, diz a dinamarquesa Trine Hahnemann, autora de The nordic diet: using local and organic food to promote a healthy lifestyle, livro que reúne 180 receitas que seguem os princípios do Manifesto” (CARDOSO; GRILLO, 2014). Que características podem ser associadas à culinária nórdica? I – Conservas, uma tradição nórdica. II – O gosto nórdico para carnes. 110 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade III III – Frutas e verduras: pouca diversidade. IV – Um esmero de confeitaria. Assinale a alternativa correta: A) I, II, III e IV. B) I, II e III. C) II e IV. D) I, III e IV. E) III e IV. Resolução desta questão na plataforma.
Compartilhar