Fundamentos Históricos da Enfermagem - Slides de Aula - Unidade I

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Profa. Ma. Carolina Cardili
UNIDADE I
Fundamentos Históricos
de Enfermagem
 Construção da identidade profissional.
 Reflexões sobre a prática do cuidado.
 História da profissionalização da Enfermagem no Brasil e no mundo.
 Teorias de Enfermagem.
 Processo de Enfermagem. 
Apresentação da disciplina
Fonte: http://www.ncfansw.org/wpcontent/uploads/2014/01/Picture1.jpg
 Divisão em períodos
1. O cuidar 
1.1 Dimensão histórica no mundo: evolução, prática contemporânea
 Poucos registros, preservação da raça (instinto de preservação).
 Início da agricultura e do comércio: organização social e de gênero no trabalho.
 Homens: caça e guerra (funções patriarcais).
 Mulheres: cuidado de velhos, crianças e doentes (responsável pelo cuidado em 
saúde).
 Práticas de saúde: ações que garantiam a sobrevivência 
e o poder na estrutura social.
Práticas de saúde instintivas 
Fonte: https://thefailedcritic.files.wordpress.com/2015/02/croods.jpg
 Práticas de saúde são associadas à prática religiosa.
 Influência da religião no Estado.
 Doença associada a demônios causadores dos males do corpo e do espírito.
 Sacerdote é mediador entre Deus e o homem.
 Funções integradas (médico-farmacêutico-enfermeiro).
 Doentes colocados próximos a santuários.
Práticas de saúde mágico-sacerdotais (século V a.C.)
Fonte: 
https://produto.mercadolivre.com.br/
MLB-715538012-indio-americano-
curandeiro-mod-50017-_JM
 Cura é um jogo entre a natureza e a doença. Catarse-banhos-sono-dietas-
exercícios-poções.
 O cuidado/cura era paga por donativos de cidades/enfermos.
 Templo usado como santuário para tratamento e escola.
 Trabalho intelectual mais valorizado que trabalho manual.
 Participação de mulheres de castas elevadas
nas atividades do templo com os sacerdotes.
Práticas mágico-sacerdotais (século V a.C.)
Fonte: 
https://en.wikipedia.org/wiki/Ascl
epeion#/media/File:Patients_sle
eping_in_the_temple_of_Aescul
apius_at_Epidaurus._Wellcome
_V0018154.jpg
 Transformações nas cidades gregas após guerras.
 Desqualificação da onipresença dos deuses, eliminam
o maravilhoso e sobrenatural e defendem o 
encadeamento das causas e dos acontecimentos.
 Progresso na Filosofia e nas Ciências.
 Busca das relações do homem com a natureza. 
→ Práticas voltam-se para os homens.
Práticas de saúde baseiam-se:
experiência + conhecimento +
raciocínio causa-efeito.
Práticas de saúde no alvorecer da ciência 
Fonte: https://www.escherinhetpaleis.nl/showpiece/hand-with-reflecting-sphere/?lang=en
 Hipócrates: método indutivo (indutivo, inspeção 
e observação).
 Romanos: destaque nas obras pública: preocupação 
com higiene, saneamento, drenagem de pântanos e 
ventilação das casas. 
 Hindus: exigiam qualidades como asseio, 
habilidade, inteligência, pureza e dedicação.
 Escolas médicas versus Enfermagem difusa 
e empírica (feiticeiro-sacerdote-mulher apta).
Práticas de saúde no alvorecer da ciência 
Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Hippocrates
 Fervor religioso – servir aos pobres e aos doentes.
 Período cristão, queda do Império Romano e sociedade feudal.
 Guerras, catástrofes naturais e epidemias na Europa.
 Retomada das superstições e das crendices – ascensão da Igreja cristã. 
 Conhecimentos de saúde vinculados ao clero – construções de hospitais próximos 
a mosteiros e Igrejas, sob direção religiosa em oposição aos templos pagãos. 
 Ligação de prática de saúde aos mosteiros.
 Hospitais inicialmente destinados aos estrangeiros,
pobres, enfermos, vítimas de epidemias e guerras.
 Ordem e reparação dos pecados e salvação da alma 
tanto para os cuidadores quanto para enfermos.
 O nascimento do hospital.
Práticas de saúde monástico-medievais 
Hôtel-Dieu, fundado pelo Bispo Saint-Landry em 651, Paris 
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Hôtel-Dieu_de_Paris#/media/File:Hotel-
Dieu_de_Paris_(2007).jpg
 Início da prática de Enfermagem realizada por mulheres para a caridade, leiga e 
desvinculada de conhecimento científico.
 Treinamentos de enfermagens em conventos mantidos sobre regras rígidas sobre 
a moral e a conduta.
 Ensino essencialmente prático e não sistematizado para mulheres virgens e viúvas 
como fundadoras dos monastérios femininos e importantes damas da sociedade 
(abnegadas mulheres).
Práticas de saúde monástico-medievais 
 Predominavam fazeres caseiros, manuais, transmitidos por informações acerca de 
práticas vivenciadas com conotações místicas e sob indução de sentimento de 
amor ao próximo e caridade cristã.
 Abnegação, espírito de serviço, obediência, caridade.
 Enfermagem como sacerdócio, não como prática profissional.
Práticas de saúde monástico-medievais 
 Enfraquecimento do sistema feudal e progresso das cidades. 
 Retomada do comércio com o Oriente → Peste Negra.
 Descoberta da América, Cruzadas, Inquisição, Reforma.
 Renascimento – desenvolvimento das Artes e das Ciências.
Tipografia e imprensa – intelectual leigo.
Experimentação – anatomia, fisiologia e cirurgia.
 Surgimento e multiplicação das Universidades.
Professores eclesiásticos e não cristãos.
Alunos: nobres e ricos 
(ascensão social e intelectual).
Práticas de saúde pós-monásticas 
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Lição_de_Anatomia_do_Dr._Tulp
 Leigos vão assumindo práticas (assistência) de saúde
Médicos Ricos e nobres
Cirurgiões e técnicos Artesãos e burgueses
Curandeiros e barbeiros Pobres
 Status do clero passado aos médicos, reforçando a sua hegemonia.
 A exigência de formação universitária para médicos reforça status social.
 Enfermagem: presa nos hospitais, empírica e desarticulada, sofrendo efeitos da 
Reforma (fechamento dos hospitais, substituição assalariados) e da Inquisição 
(caça bruxas, filósofos/cientistas, curandeiras).
 Religiosas expulsas de hospitais, substituídas por 
mulheres de baixo nível moral e social – Miss Sarah 
Gamp, desprestígio da Enfermagem (séculos XVI e XVII).
Práticas de saúde pós-monásticas 
Miss Sarah Gamp
Fonte: https://www.britannica.com/topic/Sairey-
Gamp/media/943498/186367
 Novas relações sociais e econômicas, Revolução Francesa, guerras, Revolução 
Industrial, Capitalismo Industrial.
 Revolução científica e tecnológica melhorou hábitos de higiene, mas, de modo 
geral, hábitos de vida capitalistas não representavam uma melhora da saúde na 
sociedade consumidora; surgimento de novas doenças (tuberculose, desnutrição, 
acidentes, intoxicações, aumento da mortalidade infantil).
 Evolução da medicina e sua articulação com a esfera produtiva – saúde como 
meio de fortalecer poder econômico.
 Hierarquização, mecanismos disciplinares, inspeção.
 Reorganização do novo hospital, especialização 
do trabalho.
 Reorganização hospitalar e o surgimento da 
Enfermagem Moderna.
Práticas de saúde no mundo moderno
 Luísa de Marillac e padre Vicente de Paulo 
levaram a confraria da alta nobreza de Paris 
aos leitos dos doentes do Hôtel Dieu. 
 12 de maio de 1820 – nascimento de Florence 
Nightingale, “Dia internacional da Enfermagem”.
 Aristocracia, passou três meses no Instituto de 
Diaconisas de Kaiserswerth/Alemanha; conheceu e 
apreendeu o trabalho desenvolvido pelas Irmãs 
de Caridade de São Vicente de Paulo em Paris, 
no Hôtel Dieu.
Enfermagem moderna e Florence Nightingale
Fonte: 
https://www.flor
ence-
nightingale.co.u
k/collections/en
quiries-and-
research/?v=19
d3326f3137
 Guerra da Crimeia – 1854, Florence e uma equipe 
de 38 enfermeiras. 
 Organizou um hospital de 4000 soldados internados, 
baixando a mortalidade local de 40% para 2%. Escola de Enfermagem no Hospital Saint Thomas. 
 Nurses e ladies nurses.
Florence Nightingale, “A dama da lâmpada”
Fonte: https://www.florence-
nightingale.co.uk/collections/enquiries-and-
research/?v=19d3326f3137
Diagrama das causas de mortalidade durante a Guerra da Crimeia
Fonte: 
https://www.atlasobscura.
com/articles/florence-
nightingale-infographic
 Assistam ao filme!!
 Leiam o livro Notas sobre 
Enfermagem.
Florence Nightingale 
Fonte: https://www.atlasobscura.com/articles/florence-nightingale-infographic
https://www.florence-nightingale.co.uk/collections/enquiries-and-
research/?v=19d3326f3137
Leia as afirmativas e assinale a afirmação correta:
I. As práticas de saúde instintivas apresentam poucos registros e tinham como 
principal cuidado a preservação da raça por meio do cuidado materno com 
crianças e idosos e a busca de caças e guerras como função patriarcal.
II. No período mágico-sacerdotal, as práticas de saúde são associadas às 
religiosas. As doenças são associadas a demônios causadores dos males do 
corpo e do espírito.
III. No período do alvorecer da ciência, as práticas de saúde baseavam-se na 
experiência, conhecimento e raciocínio causa-efeito do adoecimento.
Interatividade
a) I e II são corretas.
b) I e III são corretas.
c) I, II e III estão corretas.
d) Apenas I é correta.
e) Apenas III é correta.
Interatividade
 Cuidado baseado mais na intuição e no espírito de servir do que em ganhos 
materiais ou até sociais, mesmo porque não havia qualquer tipo de instrução 
formal capaz de qualificar o trabalho do cuidador.
 Personagens que prestaram cuidados baseando-se em um saber constituído pela 
prática, e não pela formação profissional. 
 Período republicano – enfermagem profissional como elemento no processo de 
tratamento e cura.
 Desenvolvimento de novos modelos de prestação de serviços na área da saúde.
 Surgimento do novo perfil de enfermeiros, a partir da 
qualificação e da sistematização dos conhecimentos e 
das técnicas praticados nessa área.
Dimensão histórica brasileira: evolução, prática contemporânea 
brasileira
Reais ou ficcionais, autoridades e mesmo a literatura lhes atribuem o título de 
enfermeiro ou enfermeira, como os casos de:
 Francisca de Sande;
 Frei Fabiano de Cristo;
 Padre José de Anchieta;
 Anna Nery; 
 Procópio José Gomes Valongo, 
personagem do conto O Enfermeiro, de
Machado de Assis.
Dimensão histórica brasileira: evolução, prática contemporânea 
brasileira – precursores da enfermagem brasileira
Fonte:
http://www.misba.org.br/heroi/ana-justina-ferreira-
neri/https://baudevime.files.wordpress.com/2013/10/o-efermeiro_machado.gif
 Primeiro hospital brasileiro foi a Santa Casa de Misericórdia de Santos, 1543, por 
Brás Cubas – enfermos eram cuidados por religiosos da Companhia de Jesus 
ou da Ordem dos Jesuítas.
 Jesuítas realizavam trabalhos de enfermagem, fazendo-se auxiliar por índios e 
africanos escravizados, a quem ensinavam como ajudar enfermos e outros 
trabalhos em torno do cuidado (limpeza, ordem ...).
Santas Casas
Fonte: 
http://selosdobrasil.forumeir
os.com/t7917-quiz-de-
domingo-xxvi-santa-casa-
de-misericordia-de-santos
 Outras Santas Casas se sucederam, como as de Salvador, Rio de Janeiro, São 
Paulo e Vitória, todas no século 16.
 Grande parte dos serviços foi entregue, em geral, a religiosos, especialmente 
Filhas da Caridade, de São Vicente de Paulo, 1852.
Santas Casas
Fonte: http://www.filhasdacaridade.com.br
 Guerra do Paraguai (1864-1870).
 Brasil – 150 mil soldados brasileiros. 
 Morreram 50 mil.
 Paraguai – morte de 60% da população.
 Posição social de poder e prestígio.
 Viuvez: marco de saudade ou desdobramento 
para caridade como atividade religiosa, Leite (1993) enviou carta ao presidente da 
província oferecendo-se para cuidar de soldados e feridos de guerra, uma vez que 
seus filhos lutavam no Paraguai. 
 Apelo afetivo e pessoal.
Anna Nery
Fonte: http://munean.cofen.gov.br/sobre/anna-nery/
 Partiu para a guerra, em 1865, com um exército de voluntários, mesmo não tendo 
resposta oficial à sua solicitação.
 Noções de cuidados hospitalares com Irmãs de Caridade São Vicente de Paulo. 
 1870 – homenageada pelos soldados.
 Melhora da aceitação dos brasileiros quanto à cruenta Guerra.
 Criação de orfanato.
Anna Nery
Fonte: 
https://www.obrasileirinho.
com.br/primeira-
enfermeira-do-brasil-
entra-para-o-livro-dos-
herois-da-patria/
Anna Nery e as órfãs
Fonte: 
http://www.misba.org.br/hero
i/ana-justina-ferreira-neri/
 Nomeada enfermeira.
 Nessa época, no Brasil, chamava-se de enfermeira todas as mulheres que se 
dedicassem ao cuidado de doentes.
 O pedido de Anna Nery favorecia politicamente a imagem da Guerra – despertar 
patriotismo em outros brasileiros e alistamento voluntário.
 Não comparar Anna Nery com Florence Nightingale.
 Necessidade de elevar status social da enfermeira do século XX .
 Anna Nery – destaque social, boas condições socioeconômicas, 
formação moral e comportamento disciplinado. 
Anna Nery
Fonte: https://www.florence-
nightingale.co.uk/collections/enquiries-and-
research/?v=19d3326f3137
http://www.misba.org.br/heroi/ana-justina-ferreira-neri/ 
https://baudevime.files.wordpress.com/2013/10/o-
efermeiro_machado.gif
 O Imperador D. Pedro II condecora-a com a Medalha Humanitária e a Medalha da 
Campanha do Paraguai e concede-lhe uma pensão vitalícia. 
 Aclamada pelo povo.
 As senhoras baianas oferecem-lhe uma coroa dourada gravada “À heroína da 
caridade as baianas agradecidas”.
 Morre no Rio de Janeiro, em 20 de maio de 1880, com 66 anos.
 Em 1923, em plena República, é dado o 
nome de Anna Nery à primeira escola 
oficial brasileira de Enfermagem.
Anna Nery
Fonte: http://www.misba.org.br/heroi/ana-justina-ferreira-
neri/https://baudevime.files.wordpress.com/2013/10/o-
efermeiro_machado.gif
 Retoma a gestão das suas fazendas e reinicia as suas ações sociais, mas dessa 
vez sem os sobressaltos da guerra.
 1875 – criação de enfermaria no Rio de Janeiro, mas 
como já existiam hospitais, solicitação à Corte de 
recursos financeiros negada.
Anna Nery – uma personagem muito festejada, mas pouco 
conhecida (Mott)
Fonte: 
http://biografiaecuriosid
ade.blogspot.com/2012/
08/biografia-de-ana-
neri.html
 Em 1960, foi instituída oficialmente, no Brasil, pelo presidente da República, 
Juscelino Kubistchek, a Semana da Enfermagem, marcando-se seu início em 12 
de maio, data de nascimento de Florence Nightingale e terminando em 20 de maio, 
data da morte de Anna Nery.
Semana da Enfermagem no Brasil
Fonte: 
http://www.ancientpages.com/201
6/05/12/on-this-day-in-history-
lady-with-the-lamp-florence-
nightingale-was-born-on-may-12-
1820/
http://www.bahiana.edu.br/herois/
heroi.aspx?id=Mg==
 Decadência.
 Ressurgida por Florence Nightingale (1820/1910). 
 Assistência à saúde transferida para instituições hospitalares, consideradas o 
ambiente mais seguro e apropriado para a prestação dos serviços aos 
que deles necessitavam.
 Alocação de recursos cada vez maiores, a 
assistência hospitalar tornou-se gradativamente 
mais dispendiosa e menos acessível à população, 
especialmente à rural ou 
mesmo à população urbana 
carente, continuadamente 
desassistida.
Profissionalização da Enfermagem no Brasil. Relembrando, Enfermagem no 
mundo – século XIX
Fonte: https://www.britannica.com/topic/Sairey-
Gamp/media/943498/186367
“...Nurse significava, então, uma mulher vulgar e velha, sempre ignorante e 
frequentemente suja, vestindo roupas sórdidas e embriagando-secom uma 
garrafa de gin, prostituída e sem nenhuma qualificação profissional 
formalizada, acumpliciando-se e envolvendo-se com as piores 
irregularidades...” 
Loyola C. Do Risco ao Bordado. Rio de Janeiro: EEAN, 1998.
Enfermagem no mundo – século XIX
Enfermagem no mundo – século XIX
Fonte: http://www.branchcollective.org/?ps_articles=arlene-young-the-rise-of-
the-victorian-working-lady-the-new-style-nurse-and-the-typewriter-1840-1900
Contexto histórico – séculos XIX-XX
 Brasil – recém-República e pós-abolição da escravatura.
 Rio de Janeiro: capital federal.
 Projeto político-econômico: reforma do porto, saneamento da cidade, 
higienização/reurbanização.
 Crescimento populacional.
 Revolta da Vacina, 1904.
 Projeto político-elitista.
Profissionalização da Enfermagem brasileira
Revolta da Vacina, 1904
Fonte: https://www.infoescola.com/historia/as-charges-da-revolta-da-vacina-ensaio-de-analise-visual/
https://www.infoescola.com/historia/as-charges-da-revolta-da-vacina-ensaio-de-analise-visual/
Referente à figura de Anna Nery, assinale a alternativa incorreta:
a) Partiu para a guerra, em 1865, com um exército de voluntários, mesmo não tendo 
resposta oficial à sua solicitação. Anna Nery se propôs ir à Guerra do Paraguai 
por um apelo afetivo e pessoal. Sua solicitação melhorou a aceitação dos 
brasileiros quanto à cruenta Guerra.
b) Anna Nery foi a primeira enfermeira diplomada do Brasil, daí o nome da primeira 
Escola de Enfermagem do país – Escola de Enfermagem Anna Nery.
Interatividade
c) Anna Nery aprendeu noções de cuidados hospitalares com Irmãs de Caridade 
São Vicente de Paulo.
d) O pedido de Anna Nery em voluntariar-se para guerra favorecia politicamente a 
imagem da Guerra do Paraguai, pois ajudava a despertar o patriotismo em outros 
brasileiros e alistamento voluntário.
e) Podemos dizer que Anna Nery foi uma personagem muito festejada, mas pouco 
conhecida. Ao retornar da guerra, retomou a gestão das suas fazendas e 
reiniciou as suas ações sociais, dessa vez, sem os sobressaltos da guerra. Anna 
Nery solicitou à Corte recursos para a criação de uma 
enfermaria que foram negados em 1875.
Interatividade
“Cuidar é o ato de vida que tem como fim, primeiro e antes de tudo, permitir que a 
vida continue a desenvolver-se e, assim, lutar contra a morte: morte do indivíduo, 
morte do grupo, morte da espécie.”
(Collière MF, 1989)
Dimensão histórica brasileira: evolução, prática contemporânea 
brasileira
Fonte: 
https://br.pinterest.co
m/pin/263531015666
130025/
“A Enfermagem é uma arte; e para realizá-la como arte, requer uma devoção tão 
exclusiva, um preparo tão rigoroso, como a obra de qualquer pintor ou escultor; pois 
o que é o tratar da tela morta ou do frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo, 
o templo do espírito de Deus. É uma das artes; poder-se-ia dizer, a mais bela das 
artes.” Florence Nightingale 
O desenvolvimento do conhecimento de Enfermagem
Padrões de conhecimento e sua importância para o cuidar
Fonte: 
https://www.alamy.com/stoc
k-photo-the-back-of-an-old-
english-ten-pound-note-
with-florence-nightingale-
18569423.html
 Ofício se relacionava a um tipo de serviço prestado à comunidade, sem definição 
de regras.
 Profissão era uma atividade composta de um corpo de pessoas que obtiveram um 
título conquistado pela formação profissional com vistas a exercer uma mesma 
atividade, organizadas em associações profissionais e dotadas de um código de 
ética e deontologia.
Precursores da Enfermagem brasileira
 1ª Escola Profissional de Enfermeiras(os) do Hospício Nacional dos Alienados, 
1860.
 Administrada pela Santa Casa de Misericórdia = conflito com a classe médica.
 Cuidado cunho religioso e caritativo sem respaldo científico.
 Transferência de vínculo institucional para Estado.
 Restrições às irmãs de caridade culminou em sua saída e 
uma enorme crise.
 Necessidade de mão de obra qualificada.
Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras do Hospício Nacional 
de Alienados
Contratação de enfermeiras francesas religiosas.
Os médicos atuavam como professores e recebiam estudantes com “boas 
qualidades morais” e que se propunham cumprir determinações médicas.
Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras do Hospício Nacional 
de Alienados
 Sistema Ninghtingaleano inglês, considerado puro, implantado por enfermeiras 
inglesas no Hospital Samaritano, em 1895.
 Diferença entre o sistema Nightingale anglo-americano e o sistema 
Nightingale puro.
 Versão americana aloca o ensino em universidades.
 Sistema inglês alocava dentro de hospitais.
Hospital Samaritano
 Escola Prática de Enfermeiras – SP (1914) e RJ (1916), ministrava às mulheres 
instrução teórico-prática à profissão de enfermeiras.
 Não adotou o modelo da Enfermagem moderna.
 Subordinadas ao Ministério da Guerra.
Cruz Vermelha
 Vinculadas a hospitais.
 Pré-requisitos: alfabetizadas, saber fazer as quatro operações, ter atestado de boa 
conduta, certidão de nascimento, idade entre 18-30 anos e atestado médico.
Cruz Vermelha
1ª Grande Guerra – recessão econômica 
 Gripe Espanhola – 2/3 da população do RJ foram atingidos, 13 mil óbitos.
 Péssimas condições sanitárias.
 Pressão midiática.
 Relatório da expedição médico-científica de sanitaristas – “o Brasil é um 
imenso hospital”.
 Saúde e saneamento tornaram-se temas nacionais.
1920 – criação do Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP).
A missão de enfermeiras da Fundação Rockefeller
 Reforma sanitária promovida pelo DNSP, liderada por Carlos Chagas, 1924.
 Chagas – saúde pública na Universidade de Johns Hopkins.
 Projeto de implantar escola de enfermeiras nos moldes modernos norte-
americanos.
 Enfermeira de saúde pública – visita domiciliar.
 Chagas, em acordo com a Fundação Rockefeller, acertou 
a vinda da Missão de Cooperação Técnica para o 
Desenvolvimento da Enfermagem.
A missão de enfermeiras da Fundação Rockefeller
 Etlhel Parsons, líder da missão, chegou ao Brasil em 1921.
Diagnóstico da situação da enfermagem na cidade:
 Escolaridade dos candidatos (não apresentavam padrões mínimos).
 Duração do curso.
 Conteúdos teóricos.
 Restrição ao trabalho nas enfermarias.
 Iniciou treinando as visitadoras com ajuda de mais sete enfermeiras americanas.
A missão de enfermeiras da Fundação Rockefeller
A missão de enfermeiras da Fundação Rockefeller
Ethel Parsons
Fundadora da Escola de 
Enfermeiras do DNSP (RJ), 1923
 Perfil de enfermeira por Miss Parsons – profissional responsável pela reforma 
social da conduta do cidadão em respeito à sua saúde.
 Afasta o lado puramente caritativo e assistencialista.
 A missão supera as expectativas e propõe sólida base para nova 
categoria profissional.
 Criado Serviço de Saúde Pública, um hospital geral e 
uma escola de enfermagem vinculada a ele.
A missão de enfermeiras da Fundação Rockefeller
 Duração do curso – 2 anos e 4 meses e, por fim, 3 anos.
48 horas semanais de atividades mais as aulas teóricas.
 Currículo assemelhava-se ao padrão para Escolas de Enfermagem da Liga 
Nacional de Educação (1917) – Relatório Goldmark (padronização no ensino de 
Enfermagem – EUA).
 Garantia de moradia, alimentação, vestuário e remuneração mensal. 
 Duas meias folgas por semana, 15 dias de férias no ano.
Escola de Enfermeiras do Departamento Nacional de Saúde Pública 
 Ser enfermeira representava para as mulheres emancipação com honra.
“[...] Era dado o nome de enfermeira a todas as mulheres que se dedicassem ao 
cuidado aos doentes [...]”. Essa frase nos faz refletir sobre a Enfermagem como 
ofício e não profissão. Quantoàs definições de ofício e profissão, leia as afirmativas 
a seguir:
Interatividade
I. Profissão consiste em um domínio de conjunto de conhecimentos adquiridos por 
um longo processo de formação; oferecimento de serviços especializados ao 
público; ser desenvolvida por indivíduos com vocação e regidos por um código 
de ética.
II. A profissão ainda exige a existência de regras para controle do exercício 
profissional elaboradas pelo grupo por entidades que os representem na 
sociedade, remuneração; e gozar de autonomia profissional.
III. Um ofício é uma atividade composta por um corpo de pessoas que obtiveram um 
título conquistado com vistas a exercer uma mesma atividade, organizadas em 
associações profissionais e dotadas de um código de ética 
e deontologia.
IV. Ofício relacionava-se a um tipo de serviço prestado à 
comunidade, sem definição de regras.
Interatividade
Assinale a alternativa correta:
a) I, II e III são corretas.
b) I, II e IV são corretas.
c) I e IV são corretas.
d) Todas as alternativas estão corretas.
e) I e II são corretas.
Interatividade
 A Enfermagem exercida desde a fundação das primeiras Santas Casas tinha um 
cunho essencialmente prático.
 Essa situação perdurou desde a colonização até o início do século XX, ou seja, 
uma Enfermagem exercida em bases puramente empíricas.
 O ensino teórico e o desenvolvimento intelectual da aluna mereciam pouca 
atenção e eram considerados secundários, tendo prioridade o cumprimento das 
tarefas diárias relacionadas com a assistência ao doente e com os trabalhos de 
limpeza e higiene do ambiente.
 Internato.
Desenvolvimento do ensino de Enfermagem
 No Brasil, a profissionalização e o ensino de Enfermagem iniciaram com o Decreto 
791/1890 assinando pelo Chefe de Governo Provisório da República, Marechal 
Deodoro da Fonseca.
 Esse Decreto fixava os objetivos da Escola, currículo, duração do curso, condições 
de inscrição e matrícula, título conferido, garantia de preferência de emprego e 
aposentadoria aos 25 anos. Dos candidatos exigia-se no mínimo saber ler e 
escrever, conhecer aritmética e apresentar atestado de bons costumes.
 Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras do Hospício Nacional de 
Alienados (EPEE).
 Escola de Enfermagem Alfredo Pinto, hoje uma 
unidade da UNIRIO, inspirou-se na Escola de 
Salpetière, na França.
Desenvolvimento do ensino de Enfermagem
 1892 – foi instalado em São Paulo o “Hospital Evangélico” para estrangeiros, hoje, 
Hospital Samaritano – não reconhecido devido fins lucrativos.
 Segunda Guerra – Escola de Enfermagem da Cruz Vermelha – entre 1942 e 1943, 
seus cursos, cujos regulamentos e programas deveriam ser aprovados pela 
Diretoria de Saúde do Exército do Ministério da Guerra. 
 Fiscalização da Escola de Enfermagem da Cruz Vermelha Brasileira pela Diretoria 
de Saúde da Guerra.
 Foi equiparada à Escola de Enfermeiras “Ana Neri”, 
conforme Dec. 20209/31, pelo Dec. 24768/48.
Desenvolvimento do ensino de Enfermagem
 Criação da Escola de Enfermeiras do Departamento Nacional de Saúde Pública 
(Dec. 15799 de 10/12/22) constituiu de fato o início de uma nova era para a 
Enfermagem brasileira.
 Diretor, Carlos Chagas e ao grupo de enfermeiras norte-americanas, trazidos pela 
Fundação Rockefeller, a pedido daquele, para prestarem serviço no 
Departamento. Lideradas por Ethel Parsons e Clara Louise Kienninver.
 Criada a Escola de Enfermeiras do Departamento 
Nacional de Saúde Pública nos moldes das escolas 
americanas que utilizavam o “Sistema Nightingale”.
Desenvolvimento do ensino de Enfermagem
 A missão Parsons durou entre 1921-31.
A escola era organizada e dirigida por enfermeiras. As estudantes:
 Idade entre 20-35 anos.
 Solteira ou legalmente separada.
 Ter cursado escola normal ou equivalente.
 Atestado médico de saúde pública.
 Carta de referência sobre qualidades morais e intelectuais.
 Promoveram divulgação: “A enfermeira moderna: apelo às moças brasileiras”.
Desenvolvimento do ensino de Enfermagem
 Modelo latino x modelo anglo-saxão. 
 Supervalorização da cultura norte-americana e modelos eram impostos às alunas 
quase inatingíveis, autocontrole de suas emoções, atitudes, domínio de 
sentimentos, paixões.
Escola de Enfermeiras do Departamento Nacional de Saúde Pública 
 Avaliação: escrita, oral, técnicos, pontualidade, assiduidade e aparência pessoal.
 Visava à formação assistencial e ideológica segundo o espírito da profissão –
obediência à hierarquia e à disciplina.
 A relação entre professora e aluna – bases paramilitares.
 A fundação Rockefeller oferecia bolsas de estudos de especialização nos EUA 
para as melhores alunas.
Escola de Enfermeiras do Departamento Nacional de Saúde Pública 
 1925 – formou a primeira turma que organizou a Associação Nacional de 
Enfermeiras Diplomadas.
 1926 – a escola passou a se chamar Escola de Enfermeira Anna Nery.
 Ao retornarem dos estudos nos EUA, as enfermeiras brasileiras passaram a 
substituir as norte-americanas nos cargos de chefia.
Escola de Enfermeiras do Departamento Nacional de Saúde Pública 
O governo de Rodrigues Alves coincidiu com a 1ª Guerra Mundial e trouxe um 
quadro de desemprego, redução de salários e elevação do custo de vida agravada 
pela gripe espanhola (1918) que demonstrou que o governo não tinha o controle das 
condições sanitárias no país. Relatório internacional da expedição médico-científica 
de sanitaristas relatava “o Brasil é um imenso hospital”. Dessa forma, as ações de 
saúde e saneamento tornaram-se temas nacionais e, em 1920, ocorre a criação do 
Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP). Referente a esse período no 
Brasil, assinale a alternativa incorreta:
Interatividade
a) A partir dessas necessidades, tem-se como projeto implantar uma escola de 
enfermeiras aos moldes modernos norte-americanos, no Rio de Janeiro, e Carlos 
Chagas, em acordo com a Fundação Rockefeller, acertou a vinda da Missão de 
Cooperação Técnica para o Desenvolvimento da Enfermagem.
b) Etlhel Parsons foi a líder da Missão de Cooperação Técnica para o 
Desenvolvimento da Enfermagem que chegou ao Brasil em 1921 e teve como 
objetivo diagnosticar a situação da Enfermagem na cidade.
c) Os participantes da Missão de Cooperação Técnica 
para o Desenvolvimento da Enfermagem perceberam 
que as candidatas ao curso não apresentavam padrões 
mínimos de escolaridade.
Interatividade
d) Perfil de enfermeira por Miss Parsons era de um profissional responsável pela 
reforma social da conduta do cidadão em respeito à sua saúde. No entanto, Miss 
Parsons ainda não pretendia afastar de seu treinamento o lado puramente 
caritativo e assistencialista da profissão.
e) A escola organizada por Miss Parson era dirigida por enfermeiras. As estudantes 
deveriam ter idade entre 20-35 anos; ser solteiras ou legalmente separadas; ter 
cursado escola normal ou equivalente; atestado médico de saúde pública; e 
apresentar carta de referência sobre qualidades morais e intelectuais.
Interatividade
ATÉ A PRÓXIMA!