Buscar

Resumo Psicologia Institucional BLEGER

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Resumo Psicologia Institucional BLEGER – Temas Básicos de Psicologia Institucional, Marlene Guirado 
- Afirma que toda a atuação do psicólogo nas instituições deve ser política, entendendo tal política como as relações de poder dentro das instituições; 
- Para o autor há a necessidade da psicologia se inserir na realidade social por meio do estudo de grupos, de instituições e das comunidades, uma vez que a dimensão psicológica está presente onde quer que o ser humano intervenha; 
-Nega a possibilidade do conhecimento objetivo, devido a relação do observador/observado. Se o meu objeto de estudo é a conduta humana, esta é sempre entendida como uma relação e supõe uma subjetividade; 
- É o interior da intersubjetividade que se pesquisa em psicologia; 
- A investigação se dá pela transferência, a qual é a repetição de sentimentos e fantasias do sujeito a ser conhecido na relação com o seu conhecedor, e pela contratransferência, que é mais um fator para levantamento de hipóteses sobre o campo de relação; 
- O instrumento de trabalho do entrevistador nesse campo de estudo é ele mesmo, com o cuidado de se distanciar e diferenciar do grupo para apontar e interpretar as oscilações do campo que se criam; 
- Para Bleger a Psicologia tem que sair dos consultórios e dos limites terapêuticos para abarcar a realidade cotidiana, neste movimento o psicólogo será sempre uma intervenção investigadora. 
A psicologia fora do setting terapêutico dos consultórios: 
- Uma psicologia que deve se desenvolver junto à população, proporcionando condições de vida e a saúde a nível dos grupos básicos de interação, como a família, a escola, o trabalho e atividades comunitárias; 
- Se ocupa com o trabalho psicológico, nas situações comuns da vida das pessoas, em torno das “tarefas diárias e ordinárias, promovendo o bem estar”;
- Essas tarefas diárias seriam da rotina e do crescimento humano como os hábitos de alimentação, escolaridade, fases características como a infância, puberdade, velhice. Mas também pode ser sobre em situações críticas como doença, acidentes, imigração e gravidez; 
A psicologia institucional: 
- Bleger caracteriza a psicologia institucional como uma forma de intervenção psicológica com significação social, que exige uma postura investigadora do profissional;
- A psicologia institucional é uma de fazer a psicologia enquanto ciência e enquanto profissão;
A prática do psicólogo institucional: 
- Não trata-se de um profissional aplicador de teste, o qual perde a noção e visão do todo das relações que se inserem; 
- O profissional deve ser por contrato de trabalho um assessor ou consultor (não pode estar no organograma da empresa). Para garantir uma autonomia no trabalho e não prejudicar o manejo técnico das situações que venham se desenhar no decorrer das intervenções;
- O objetivo do psicólogo deverá ser a promoção da saúde e do bem-estar dos integrantes da instituição. Neste sentido, ele será um técnico da relação interpessoal, dos vínculos humanos, etc. NUNCA ELE DECIDIRÁ OU RESOLVERÁ OS PORBLEMAS DAS INSTITUIÇÕES, NEM DE EXECUTAR AS AÇÕES DECIDIDAS NOS GRUPOS; sendo isto papel dos próprios organismos das instituições;
Princípios da ação do psicólogo: (Enquadres que devem ser estabelecidos desde os primeiros contatos com a instituição) 
1 – Atitude clínica: É o manejo que o psicólogo deve ter, por um lado, identificando-se com os acontecimentos ou pessoas dos grupos, instituições, entre outros. Por outro lado, mantendo uma distância para que não seja implicado nos acontecimentos que devem ser estudados. 
 2 – Esclarecimento da função profissional do psicólogo como consultor ou assessor, estipulando um tempo de atuação, honorários, independência profissional, não aceitando exigências quanto soluções ou prazos; 
3 – Esclarecimento dos limites e do caráter de sua tarefa profissional, não realizando nenhuma tarefa com grupos que não aceitarem; 
4 – Esclarecimento dos resultados, dirigindo-se a apenas quem está dentro do contexto institucional e dentro da tarefa profissional; 
5 – O que diz respeito a um determinado grupo será tratado apenas com ele, de maneira alguma o psicólogo pressionado por uma dependência econômica deve apresentar alguma informação, relatório aos supervisores se o grupo, a qual as informações pertencem, oporem-se a isso; 
6 – Limitar os contatos extraprofissionais ou excluí-los, lembrando que é extremamente importante que o profissional não comente nada sobre a tarefa ou o curso da mesma;
7 – Quanto a relação entre os grupos, é importante não tomar partido profissionalmente por nenhum setor ou posição da instituição; 
8 – Quanto ao lugar ou à natureza da atividade profissional do psicólogo, deve sempre limitar-se ao assessoramento, não assumindo papéis de diretora, administrativa nem executiva, pois ele ajuda a compreender e problematizar os problemas existentes. Além disso, não é possível tratar problemas pessoais de forma individual ou grupal, pois deve-se centrar o trab0alho psicológico na tarefa ou função que se realiza e em como se realiza;
9 – Não fomentar uma dependência em seu trabalho, uma contratransferência que dificulte as soluções; 
10 – Não se sentir onipotente, o sabe tudo. Entendendo que sua função é de um estudo científico dos problemas, para transmitir-se o conhecido, num dado momento; 
11 – Uma instituição não deve ser considerada sadia quando não existe conflito, apenas quando a instituição assume e explicita seus conflitos, assim como busca meios para mediá-los, é que a instituição pode ser saudável; 
12 – O manejo de informação depende do timming. É muito importante que o psicólogo não informe, mas que leve ao grupo compreender os fatores, problematizar as situações, proporcionar o insight do próprio grupo. 
13 – O psicólogo deve contar sempre com a presença de resistência. 
* O que indica o grau de patologia das relações é a ausência de conflitos, ou a ausência de recursos para resolvê-los, bem como sua expressão bem na forma de dilema e ambiguidade; 
* Estereotipia, forma rígida e repetitiva para lidar com as ansiedades; o dilema como “forma defensiva extrema dos conflitos”; 
* O conflito é essencial no desenvolvimento das manifestações humanas. Não se trata de eliminar ou mascarar (ambiguidade). Trata-se de permitir à instituição o acesso ao instrumento para sua explicitação e manejo, de forma que se veja diante de problemas a resolver; 
* O enquadre serve como um esquema referencial para a tarefa do psicólogo, permitindo situar os papéis, lugares nas relações grupais, limites, entre outros. 
Hipóteses de Bleger sobre a origem dos processos grupais:
1 – O indivíduos não nasce no isoladamente para vir a desenvolver uma habilidade social, o que existe a princípio é a indiferenciação entre o eu e o outro no ponto de partida para o desenvolvimento; 
- A posição gliscrocária: nascemos vinculados a indiferenciação e no processo de transformação deste vínculo (simbiótico ou sincrético) em uma relação diferenciada, que permite a construção da identidade e do sentido de realidade enquanto sujeitos distintos, de certa medida, do mundo e dos demais. 
2 – Esse vínculo se dá por vias corporais, pré-verbais. Mesmo quando a comunicação seja a principal forma de comunicação, a permanência desta indiferenciação e indiscriminação se dará pelo uso da linguagem não em seu valor simbólico, mas com um valor factual: ela não mobilizará símbolos no interlocutor, mas comportamentos, ações; 
Vínculo sincrético: 
- Vínculo que não há diferenciação entre o eu e o outro, em que os conteúdos internos são massivamente projetados num outro-depositário; Inclui aspectos simbióticos e ambíguos; 
- A presença do outro passa a ser condição de sobrevivência psicológica, na mais completa confusão entre o que são fantasias do sujeito e o que é a realidade desse outro; 
- A identidade do sujeito se dá pelo interjogo do ego sincrético e o ego organizado; 
- No ego sincrético há os impulsos agressivos e libidinosos; 
Ego organizado: 
- Contém os aspectos discriminados,que permitem uma relação normatizada e regulada com o meio, é o ego dos controles superegóicos. 
- Pelo ego organizado podemos nos ver em relação com um outro; 
- A simbiose é um fortíssimo vínculo, mas nunca uma relação; Pois na relação possui dois em interação na realidade intersubjetiva; Já a o vínculo simbiótico o outro se constitui na projeção maciça de conteúdo internos do um. 
Como se dá a passagem do ego sincrético para o organizado: 
- Possível pela clivagem: mecanismo de cisão do ego que permite a coexistência de duas atitudes psíquicas em relação à realidade, uma levando em conta e outra negando; 
- O sincretismo permanece como forma de comunicação na expressão pré-verbal; 
- Para Bleger a identidade do sujeito sempre terá como plano de fundo o sincretismo, perpetuando um certo grau de indiscriminação e ambiguidade; 
O grupo:
- O grupo não será um entidade acima dos indivíduos, mas sim um resultante desta possibilidade de se vincular (pela sociabilidade sincrética) e de se relacionar (pela sociabilidade organizada); 
- A comunicação do grupo é um permanente movimento de indiferenciação com diferenciação;
Identidade e organização:
- A organização é parte da personalidade, porque a personalidade é também organizada. Existe na personalidade aspectos organizados e normatizados. 
- Qualquer mudança que há na organização, enquanto conjunto de grupos com tarefas e objetivos comuns no espaço e no tempo, implica numa mudança da própria personalidade;
- As instituições e organizações são depositárias da sociabilidade sincrética, ou da parte psicótica, e isto explica muito a tendência à burocracia e da resistência à mudança no interior das instituições;
- Bleger afirma que os grupos temem uma regressão a níveis de sociabilidade sincrética, presentes para cada participante, antes mesmo de virem ao grupo, e desde os primeiros momentos de seu encontro com os outros nesse contexto; 
- Só pela clivagem e imobilização desses aspectos é possível acontecer uma comunicação por interação e uma produção organizada do grupo, bem como o trabalho terapêutico com os níveis mais integrados da personalidade do grupo; 
Identidade grupal:
- De um lado, a relação é a condição para um trabalho em comum, pautado por normas e regras (aspectos institucionalizados do grupo); de outro, o vínculo expresso na tendência à anulação de limites e diferenças entre os participantes e as tarefas (identidade grupal sincrética) 
3 configurações grupais: 
a) indivíduos predominantemente simbióticos ou dependentes;
b) indivíduos neuróticos ou normais, que alcançaram uma certa individuação, e que tenderão a desenvolver a sociabilidade por interação. Grupos motivados e produtivos;
c) indivíduos que se esquivam dos vínculos simbióticos, até porque tendem a ele de forma não manifesta; 
Instituição e organização: 
- O grupo é um conjunto de instituições; a instituição é como o nível interativo (corresponde ao ego organizado) do funcionamento grupal; 
- A normatização da conduta para que se atinjam os objetivos explícitos transforma-se num fim em si, exigindo a fidelidade dos integrantes, de maneira que a sua perpetuação enquanto organização torna-se a meta; 
- A organização faz parte da personalidade; que o grupo e a organização são a personalidade de seus integrantes; 
ego sincrético ego organizado (relação) grupo/projeções/personalidade

Outros materiais