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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA DA COMPUTAÇÃO DINÂMICA DE ROBÔS DE BASE FIXA ALEXI LALLAS PEREIRA RIBEIRO JOSÉ PEDRO PEREIRA JUNIOR LORENA TAVARES DA SILVA DE CARVALHO SÃO LUÍS - MA 2017 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA DA COMPUTAÇÃO ALEXI LALLAS PEREIRA RIBEIRO JOSÉ PEDRO PEREIRA JUNIOR LORENA TAVARES DA SILVA DE CARVALHO DINÂMICA DE ROBÔS DE BASE FIXA Trabalho apresentado ao curso de Bacharelado em Engenharia da Computação na Universidade Estadual do Maranhão como terceira nota da disciplina de Robótica, cursada no segundo semestre de 2017. SÃO LUÍS - MA 2017 3 RESUMO Este documento tem como objetivo relatar informações de forma a descrever, categorizar as características de um robô. Sendo abordado de forma histórica e teórica o avanço da tecnologia com o passar dos anos e abordando a evolução do ser humano associado a necessidade de desenvolver ferramentas para seu auxilio no dia a dia. Com o investimento em pesquisas, a tecnologia junto da ciência, se aprimorou de forma a tornar possível o “upgrade” dessas ferramentas que acabaram se tornando máquinas mais elaboradas para serem utilizadas principalmente meio de produção industrial. Chamados de Robôs, essas máquinas, possuem diversas configurações e estruturas para as mais diferentes aplicações não somente para a indústria, mas a para uso doméstico também. Com o intuito de orientar, tais particularidades e características serão abordadas de forma acadêmica com o fim de auxiliar na compreensão dos diferentes tipos de robôs, além da abordagem cinemática com foco nos robôs de base fixa. 4 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 5 1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................................... 6 1.1 O robô ......................................................................................................................................................................... 6 1.1.1 A estrutura ....................................................................................................................................................... 6 1.1.2 Elos ...................................................................................................................................................................... 6 1.1.2 Tipos de junta ................................................................................................................................................. 7 1.2 Classificação dos robôs ........................................................................................................................................ 7 1.2.1 Robô cartesiano ............................................................................................................................................. 7 1.2.2 Robô cilíndrico ............................................................................................................................................... 8 1.2.3 Robô de Coordenadas Esféricas .............................................................................................................. 9 1.2.4 Robô Articulado ............................................................................................................................................. 9 1.2.5 Robô SCARA ................................................................................................................................................. 10 2. DESENVOLVIMENTO ..................................................................................................... 10 2.1 Cinemática Direta ............................................................................................................................................... 10 2.2 Orientação da garra ........................................................................................................................................... 13 2.3 Orientação da garra em função das juntas ............................................................................................... 14 2.4 Cinemática Inversa ............................................................................................................................................. 15 2.5 Cinemática Diferencial ...................................................................................................................................... 16 3. DINAMICA ....................................................................................................................... 17 3.1 Tensor de inercia ................................................................................................................................................ 17 3.2 Energia Cinética ................................................................................................................................................... 18 3.3 Energia Potencial ................................................................................................................................................ 19 3.4 Método de Lagrange-Euler ............................................................................................................................. 19 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 20 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 21 5 INTRODUÇÃO A convivência em comunidade é uma forma de sobrevivência que o ser humano adotou para atravessar as eras, com isso o compartilhamento de informações é algo inevitável e isso acarretou com que ele idealizasse ferramentas capazes de auxiliar a atravessar as dificuldades de cada período, em que passou. Sendo assim, os estudiosos tem o intuito de classificar, avaliar a evolução do ser humano em relação comparativa a diversas civilizações através de como ele conseguiu se portar, evoluir em sua comunidade com o conhecimento ali adquirido e de como a evolução da tecnologia em cada civilização se deu, e por isso podem ser notadas diferentes estruturas arquitetônicas únicas em diversas partes do mundo, a forma de convivência conforme o meio e os ali envolvidos, criam uma comunidade com características únicas. Com o passar dos anos, o ser humano foi vendo a possibilidade de criar artifícios capazes de auxiliar em diversas tarefas e dependendo da situação, substituir plenamente o seu esforço. Levando em conta esse pensamento, a evolução tecnológica propiciou que certas dessas ferramentas fossem criadas e substituindo aos poucos funções antes apenas realizadas pelo ser humano, por máquinas. Uma revolução é dada por uma alteração de forma que afete diversos meios e proporcione uma verdadeira mudança, levando em consideração esse conceito um bom caso foi durante a criação da máquina a vapor, a Revolução Industrial proporcionou um grande avanço de progresso relacionado à automação de processos produtivos com a produção se tornando em larga escala e o desenvolvimento de meios de transporte teve um grande impacto sociocultural na época.Por volta do século XX as formas de produção consistiam em máquinas que iriam realizar o trabalho repetitivo e maçante que antes o ser humano realizava na confecção de peças, produtos com características únicas, aumentando consequentemente a produtividade, esse modelo de produção em massa ficou conhecido como Fordismo, nome derivado de seu idealizador Henry Ford. O grande investimento constante que vem sendo aplicados em robôs industriais no processo produtivo é proveniente de principalmente da necessidade que o mercado tem de se obter sistemas de produção cada vez mais automatizados e dinâmicos, focando um maior nível de produção tendo menos funcionários, ou seja, um maior lucro. Devido as características de flexibilidade de programação e adaptação a sistemas integrados de manufatura, o robô industrial tornou-se um elemento importante neste contexto. 6 1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 1.1. O Robô 1.1.1. A Estrutura O manipulador mecânico vai ser a referência para a estrutura do robô em si. É definida pela combinação de alguns elementos estruturais rígidos que podem ser chamados de elos (Link) que são normalmente associados em série, conectados entre si através de articulações denominadas de juntas (Joint), também constituído de sua base e de uma extremidade terminal onde irá se localizar a garra. Figura 1 - Estrutura do Robô de Base Fixa 1.1.2. Elos O elo é composto de uma estrutura rígida para tal que não haja um grau de flexibilidade tão grande caso seja submetida a grandes esforços enquanto realiza uma determinada tarefa, por isso tal estrutura deve ser idealizada mantendo um certo grau de rigidez quanto à flexão e torção. Geralmente os materiais que são utilizados são o alumínio e o aço, mas também é utilizado a fibra de carbono, e plásticos reforçados, será utilizado o material conveniente para determinada situação, analisando o custo benefício. 7 1.1.3. Tipos de Junta Geralmente na robótica são utilizados três tipos principais de juntas na formação cinemática de dois elos sendo eles: juntas de rotação, juntas prismáticas e juntas esféricas. As juntas rotacionais têm como característica a movimentação dos elos ser de forma rotacional; as juntas prismáticas se caracterizam por ter sua atuação de forma linear; já as juntas esféricas que é definida pela junção de três juntas rotacionais com o mesmo ponto de rotação. O uso desses tipos de juntas tem como objetivo tornar mais simples o processo de ligação entre os componentes que fazem partes de uma junta, tendo assim mais flexibilidade para diversas situações, uma outra vantagem é relacionada ao controle da movimentação dos elos, vendo que dependem apenas de uma variável de posicionamento. Em relação aos graus de liberdade, este vai ser correspondente ao número de variáveis independentes da posição de especificação para poder haver a definição de localização das partes do mecanismo determinado, e como o robô industrial é um conjunto de elos e juntas de forma cinemática aberta, o número de juntas vai ser equivalente ao número de graus de liberdade. Figura 2 - Tipos de Junta. 1.2. Classificação dos Robôs 1.2.1. Robô Cartesiano Um robô de coordenadas cartesianas (também chamado de robô linear) é um robô industrial cujos três eixos principais de controle são lineares (ou seja, eles se movem em linha reta ao invés de girar) e estão em ângulo reto entre si. As três juntas deslizantes correspondem a movimento de pulso para cima, para baixo, para frente, para trás. De certa forma essa 8 estrutura mecânica simplifica a solução do braço de controle do robô. Os robôs de coordenadas cartesianas com os membros horizontais onde é suportado em ambas as extremidades são chamados de robôs de pórtico. Figura 3: Robô Cartesiano e do tipo pórtico. 1.2.2. Robô Cilíndrico Esse tipo de robô é composto por uma junta rotacional e de duas juntas prismáticas (RPP), sendo assim seu movimento uma junção linear e rotacional, ou seja, seu movimento se baseia em duas translações e uma rotação, tendo consequentemente sua área de trabalho maior que a dos robôs cartesianos e sua área de atuação cilíndrica. Figura 4 - Área de atuação do robô cilíndrico. 9 1.2.3. Robô de Coordenadas Esféricas Robôs esféricos ou de coordenadas é definido pela movimentação de seus eixos que irão formar um sistema de coordenadas polares, através de duas juntas de rotação e uma prismática (RRP), que irá consequentemente formar a movimentação de uma translação e duas rotações, tendo assim sua área de atuação semelhante à uma esfera. Figura 5 - Robô esférico e sua área de atuação. 1.2.4. Robô Articulado O robô articulado ou antropomórfico, consiste em possuir ao menos três juntas de rotação, onde o eixo de rotação da junta da base irá ser perpendicular às outras duas juntas de rotação que por padrão são simétricas entre si, tal configuração permite uma maior mobilidade dos robôs, tendo uma área de atuação com maior complexidade em relação as outras configurações. Figura 6 - Robô Articulado e sua área de atuação. 10 1.2.5. Robô SCARA É um tipo de robô no qual apresenta duas juntas de rotação em paralelo para que haja um movimento em um plano determinado e uma outra junta prismática perpendicular à este plano (PRR), sendo assim composto de duas rotações e uma translação. A principal vantagem desta configuração é que os atuadores das duas primeiras juntas estão livres de suportar os pesos do próprio manipulador e da carga. Além disso, como os atuadores das duas primeiras juntas podem ser alocados na base do manipulador, eles podem ser relativamente grandes, o que garante altas velocidades de movimento, sendo esta configuração indicada para tarefas de montagem. Figura 7 - Robô SCARA e sua área de atuação. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. Cinemática Direta O mapeamento do espaço das juntas para o espaço cartesiano é feito através da cinemática direta, onde descrevemos os movimentos lineares e de rotação do robô através de matrizes, essas matrizes são concatenadas e gerarão uma matriz geral que reúne todas as variáveis das juntas e as incógnitas que pretendemos encontrar com a cinemática direta: A posição no espaço cartesiano. Para se determinar as matrizes, precisaremos criar nossa tabela com as variáveis das juntas do robô, essa variáveis são chamadas de parâmetros de Denavit- Hartenberg. 11 Figura 8 - Robô cilíndrico e seus eixos em cada junta. A partir da figura 8, facilmente obtemos os valores das variáveis necessárias, esses valores são mostrados na figura 9. Figura 9 - Tabela dos parâmetros de Denavit-Hartenberg. 12 Com as variáveis em mãos, obteremos facilmente as matrizes que descrevem os movimentos das juntas. Primeiro teremos a rotação da primeira junta, representada na [Eq.01]. 1 0 1 cos( 90º ) ( 90º ) 0 0 ( 90º ) cos( 90º ) 0 0 0 0 1 0 0 0 1 sen sen A d [Eq. 01] Logo após teremos um deslocamento linear realizado pela junta prismática, teremos assim a [Eq. 02]. 2 2 1 2 1 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 1 L A d [Eq. 02] E por fim teremos o último movimento linear, que será realizado pela segunda junta prismática, resultandona matriz da [Eq. 03]. 3 2 3 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 1 A d [Eq. 03] Ao multiplicarmos as três matrizes, obteremos a matriz geral R HT que descreve os movimentos do robô, como é mostrado na [Eq. 04]. 1 2 3 0 1 2 cos( 90º ) 0 ( 90º ) 2.cos( 90º ) 3. ( 90º ) ( 90º ) 0 cos( 90º ) 2. ( 90º ) 3.cos( 90º ) . . 0 1 0 1 2 0 0 0 1 R H sen L d sen sen L sen d A A A T d d [Eq. 04] 2.2. Orientação da garra 13 O órgão terminal na robótica é tido como a mão ou ferramenta diretamente conectada ao pulso do robô, podendo ser uma garra, fresa, pincel ou outros. Em nosso estudo usaremos uma garra que possui três graus de liberdade e realiza rotação nos três eixos cartesianos, a garra pode ser vista na figura 10. Figura 10 - Garra do robô manipulador Todas as transformações e rotações realizadas também serão representadas por matrizes. A combinação das três rotações da garra tomando como x,y,z um referencial fixo resultará em três ângulos, que são usualmente chamados de ângulos de Euler, como podemos ver na figura 11. Figura 11 - Ângulos de Euler 14 A combinação que usaremos para nosso estudo será a primeira rotação em z, em seguida em y e por último em x. A combinação dessas rotações resultará na sigla RPY, que suprime os termos ingleses Roll-Pitch-Yaw. Matematicamente a matriz dessas rotações pode ser obtida da seguinte forma: Rot( ) ( ) Rot( , ) Rot( , ) Rot( , )RPY z y x , , , , [Eq. 05] Desenvolvendo a [Eq. 05] teremos a [Eq. 06]: 0 0 ( ) 0 0 0 0 1 C C S C C S S S S C S C S C C C S S S C S S S C RPY S C S C C , , [Eq. 06] Portanto, para se determinar a posição da garra, usaremos a [Eq. 06], tendo como variáveis de entrada, o valor dos ângulos em cada eixo. 2.3. Orientação da garra em função das juntas Agora que já possuímos a matriz geral que relaciona a posição das juntas [Eq. 04] e posição da garra [Eq. 06], multiplicaremos as duas matrizes entre si [Eq. 07]. R H Transformação Transformação T de translação de orientação [Eq. 07] O resultado obtido será a uma matriz com variáveis de ambas as matrizes [Eq. 08]. 0 0 0 1 x yR H z C C S C C S S S S C S C p S C C C S S S C S S S C p T S C S C C p [Eq. 08] 15 Se observarmos a matriz genérica de transformação [Eq. 09], podemos relacionar as equações da garra em função das juntas, da seguinte forma [Eq. 10]. 0 0 0 1 x x x x y y y yR H z z z z n s a p n s a p T n s a p [Eq. 09] ( ) ( ) cos( ) ( ) ( / cos( )) ( ) cos( ) ( / cos( )) z z z z y y n sen arcsen n s sen arcsen s n sen arcsen n [Eq. 10] Nas equações acima podemos ver as relações entre os ângulos da garra e as juntas do robô manipulador. Portanto para se determinar a posição da garra, podemos apenas inserir as variáveis das juntas do manipulador nas equações acima. 2.4. Cinemática Inversa Embora possamos resolver problemas físicos do mundo real usando o espaço cartesiano, quando trabalhamos com robôs a metodologia muda, pois sairemos do espaço cartesiano para o espaço das juntas, o espaço onde o robô trabalhará, logo a cinemática inversa será o mapeamento do espaço das juntas para o espaço cartesiano. Figura 12 - Robô cilíndrico e seus 3 graus de liberdade Olhando a figura 12, podemos perceber que o robô faz 1 transformação em x, 1 transformação em y, e por fim 1 rotação em torno de z. Também podemos observar três variáveis que queremos descobrir, d, θ e r. 16 Para um ponto ( , , )x y zP P P P no espaço de trabalho do robô percebemos facilmente por inspeção visual que: zP d [Eq. 11] Ao observarmos a figura 12, podemos ver que para qualquer movimento do robô, se forma um triângulo retângulo no plano x,y, nos possibilitando assim aplicar o Teorema de Pitágoras em 2 2 2 x yr P P , logo teremos: 2 2 x yr P P [Eq. 12] Para encontrarmos θ, usaremos os valores de xP e yP : ( ) Tan( ), arctan 2( , ) Cos( ) y y x x P rSen P P P r [Eq. 13] 2.5. Cinemática Diferencial Ao trabalharmos com robôs, descobrimos as posições das garras e juntas, entretanto nos falta algumas variáveis que são problemas cinemáticos de grande importância associado aos robôs, o mapeamento da velocidade e aceleração entre o espaço das juntas e cartesiano. Tais variáveis podem ser descobertas ao descrevermos o problema matematicamente através de uma matriz, sendo essa chamada de matriz Jacobiana. Tomando nossa matriz geral de movimento das juntas [Eq. 04], pegamos apenas a última coluna, a responsável pelas variáveis no espaço cartesiano. O Jacobiano das matrizes é mostrado genericamente na [Eq. 08] 1 1 1 1 2 2 2 2 1 2 1 2 n n m m m n r r r q q q r r r q q qJ r r r q q q [Eq. 14] 17 Aplicando a [Eq. 14] à nossa matriz, teremos: 2. ( 90º ) 3.cos( 90º ) 0 2.cos( 90º ) 3. ( 90º ) 0 0 0 dx L sen d dy L d sen dz [Eq. 15] 3. DINÂMICA Enquanto as equações cinemáticas descrevem o movimento do robô sem levar em consideração das forças e dos momentos que produzem o movimento, as equações dinâmicas descrevem explicitamente a relação entre força e movimento. A dinâmica dos manipuladores estuda a relação entre o movimento dos corpos que formam a cinemática e as forças e torques aplicados nas juntas por meio dos atuadores a esses associados. As equações de movimento são importantes para realização de um projeto de robôs, bem como em simulação e animação, e no projeto de algoritmos de controle. A análise dinâmica pode ser realizada por vários métodos, como modelagem de Euler- Lagrange (L-E), análise de Newton-Euler (N-E), método de d’Alembert (D) e método de Kane. Na Figura 4 tem-se um comparativo entre os métodos citados. Figura 5 -Comparação n-DoFs Primeiramente, veremos alguns conceitos importante para realização da modelagem da dinâmica do robô apresentado no trabalho, como Tensor de Inércia, Energia Cinética e Energia Potencial. 3.1. Tensor de Inércia A momento de inércia mede a distribuição de massa de uma partícula, ou corpo, em torno de um eixo de rotação. Quanto maior for o valor da massa, mais complicado será de 18 fazer ele girar. Um corpo rígido sem vínculos pode girar de maneira livre em três dimensões e dado um referencial inercial qualquer, é importante saber caracterizar a variação da distribuição de massa desse corpo rígido em torno desses eixos. Seja C um corpo rígido de massa m e volume V . Dados um referencial {i}, que pode ou não pertencer ao corpo, e um genérico P = [Px Py Pz] de C em relação à origem da referência, define-se o tensor de inércia do ponto P em relação ao referencial {i}como: xx xy xz i p xy yy yz xz yz zz I I I I I I I I I I [Eq. 16] 2 2 2 2 2 2 (P P )dm (P P )dm (P P )dm y z C x z C x y C I I I e (P P ) (P P ) (P P )dm xy yx x y C xz zx x z C yz zy y z C I I dm I I dm I I [Eq. 17] Os elementos Ixx, Iyy e Izz são chamados de momentos de inércia, enquanto que Ixy, Ixz e Iyz são os produtos de inércia. O tensor de inércia não possui propriedade em ser uma matriz simétrica. 3.2. Energia Cinética A energia cinética total de um manipulador é a soma das energias de todos os elos em relação ao referencial inercial {0}, sendo a energia do i-ésimo elo dada por: 0 0 0 0 01 1( P ) ( P ) ( ) ( I ) ( ) 2 2 i i iG G Gi T i i iK m [Eq. 18] Na expressão acima, o primeiro termo é a energia cinética devido à velocidade linear do centro de massa do elo i, 0PGi , e o seguinte termo é a energia devido à velocidade de rotação desde elo. I denota o tensor de inércia do elo i, com respeito ao seu centro de gravidade, em relação ao referencial inercial. Existe informação sobre momentos e produtos de inércia em relação a um referencial fixo ao próprio corpo, cujo tensor será denotado por GiIGi , enquanto que o cálculo da energia deve ser feito em relação à referência inercial. Sendo assim, para obter o tensor 0IGi , é preciso aplicar uma mudança de base em GiIGi , segundo a expressão abaixo, onde 0Ri representa a rotação do elo i em relação ao referencial inercial: 0 0 0( R ) I ( R )i i i G G GT i iI [Eq. 19] 19 3.3. Energia Potencial A energia potencial total do manipulador é a soma das energias de cada elo, sendo a energia do i-ésimo elo é dada por: 0 iT Gi iP m g P [Eq. 20] Onde, g = [0 0 -g]T é o vetor gravitacional. 3.4. Método de Lagrange-Euler Segundo o método de Lagrange-Euler aplica-se os princípios da mecânica Lagrangeana para obtenção das equações do movimento, que dependem da determinação da energia lagrangeana, L, do sistema como função das suas coordenadas generalizadas, as quais no modelamento de robôs são seus graus de liberdade. , d L L T L K P dt q q [Eq. 21] Onde: K = energia cinética; P = energia potencial; T = força generalizada; q = coordenada generalizada. Outra formula usada, para as equações de movimento para um robô com n graus de liberdade é: rT J q B q T [Eq. 22] Onde: J = momento de inércia; B = atrito viscoso do motor; Tr = torque resistente 20 CONCLUSÃO Como foi abordado, os robôs são um grande marco na evolução da tecnologia. O avanço tecnológico acompanhado do conhecimento adquirido de estudiosos possibilitou a idealização de diversas estruturas capazes de auxiliar o homem em atividades mais simples, porém de formas repetitivas até as mais complexas e que exigiam um maior esforço e que de certa forma acabaram impactando principalmente nas formas de produção. Com a sua grande diversidade de estruturas, configurações e tipos, a gama de implementações para as mais variadas situações é excelente para que a cada dia que passe seja possível novas idealizações para então cada vez mais a sociedade se tonar cada vez mais automatizada, e com o avanço dos estudos relacionados a IA, o futuro reserva possibilidades infinitas quanto à implantação e desenvolvimentos de novas máquinas, robôs, aplicações automatizadas para auxilio da evolução da sociedade. 21 REFERENCIAS SANTOS, Vitor M. F. Robótica industrial, apontamentos teóricos, exercícios para aulas práticas e problemas de exame resolvidos. Portugal: Universidade de Aveiro. 2003-2004. DA SILVA, Renato Molina. Introdução à dinâmica e ao controle de manipuladores robóticos. São Paulo: PUC. 2006. ROSÁRIO, João Mauricio. Princípios de Mecatrônica. São Paulo: Prentice Hall, 2005. CINEMÁTICA DIFERENCIAL. Disponível em <https://www.dca.ufrn.br/~pablo/FTP/robotica/cap3.pdf> acesso em 14 dez. 2017. CARRARA, Valdemir, Apostila de Robótica. Universidade de Braz Cubas. 80p. Sistemas Robotizados, Disponível em <http://www.feng.pucrs.br/~fkuhne/files/sistrob_em/notasdeaula/ex4.pdf> acesso em 14 dez. 2017. CINEMÁTICA DIRETA DE ROBÔS MANIPULADORES, Disponível em <http://sites.poli.usp.br/p/eduardo.cabral/Cinem%C3%A1tica%20Direta.pdf> acesso em 14 dez. 2017. Inverse Kinematics, Disponível em <http://www.cs.columbia.edu/~allen/F15/NOTES/invkin.pdf> acesso em: 14 dez. 2017
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