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COLUNA LOMBAR Profª. Esp. Patrícia Henrique Silva Métodos e Técnicas de Avaliação II PLT Cáp. 9 ANATOMIA APLICADA 10 (cinco pares) articulações facetárias (apofisárias ou zigoapofisárias). Articulações diartrodiais compostas por facetas (sup. e inf.) Surportam 20-25% da carga axial – Disco normal Suportam 70% da carga axial – Disco degenerado Provêm 40% das forças rotacionais e de cisalhamento. Lesão/Degeneração/Trauma no segmento móvel (art. facetária e disco): Espondilose (degeneração discal) Espondilólise (defeito na parte interarticular do arco) Espondilolistese (deslocamento anterior de uma vértebra sobre outra) Retrolistese (deslocamento posterior de uma vértebra sobre outra) ANATOMIA APLICADA Facetas sobre o arco vertebral. Facetas de L5-S1 propensas a anomalias ou tropismo. Processos transversos ao mesmo nível dos processos espinhosos. Art. facetárias controlam os movimentos da coluna. Congruência máxima da coluna lombar: extensão. ↑ extensão - ↑ sustentação de peso. Repouso: ½ entre extensão-flexão. Flexão lateral e rotação – limitadas. S1: une-se a L5 tornando-se móvel (lombarização), forma 6ª vértebra lombar. ANATOMIA APLICADA Ligamentos: Longitudinal, anterior e posterior Amarelo Supra-espinal Intertransverso Iliomlombar (exclusivo da lombar e pelve) – estabiliza L5 com o ílio REVISÃO “A lombalgia (dor lombar) é uma das grandes aflições humanas” Coluna lombar Provê suporte para porção superior do corpo, Transmite o peso para a pelve e os membros inferiores. REVISÃO Lombalgia Mecânica Dor na região lombar e nádegas (3 a 4 dias) Hérnia de Disco Esforço em flexão e irradiação para os MMII Estreitamento do Canal (Artroscópio) Dor noturna, ciatalgia, melhora ao sentar. Claudicação Reumático Exacerbação matinal, secreção do cortisol. ANATOMIA APLICADA Discos Intervertebrais 20-25% do comprimento da coluna Amortecimento, distribuição e absorção da carga sobre a coluna. Manter as vértebras unidas e permitir movimento entre os ossos. Unidade funcional segmentar Permitir emergências das raízes nervosas (forames intervertebrais) Envelhecimento: ↓ comprimento espinal, degeneração discal, perda das propriedades hidrófilas do disco. ANATOMIA APLICADA Discos Intervertebrais > porção avascular Periferia recebe suprimento sanguíneo. Acompanha o formato da vértebra (corpo). Anel fibroso Porção externa do disco, constituída por fibrocartilagem (grande número de células cartilaginosas). 20 anéis entrecruzados para aumentar a resistência e permitir movimentos de torção. Inervado por poucas fibras do n. sinovertebral. 3 zonal: externa, intermediária e interna. ANATOMIA APLICADA Discos Intervertebrais Núcleo pulposo Nascimento – grande capacidade de reter água, composto por tecido mucóide hidrófilo. Composto por 85-90% de água e mucopolissacarídeos. Envelhecimento - ↓ capacidade de reter água, alterações degenerativas no disco, composto por fibrocartilagem. HÉRNIA DE DISCO Deslocamento da substância interna do disco (núcleo pulposo). Locais mais móveis e que suportam mais carga. Ocorre devido a degeneração discal, consequente ↓ da capacidade de suporte a carga axial. Protrusão: deslocamento posterior do disco (núcleo pulposo) sem ruptura do anel fibroso. Prolapso: deslocamento posterior do disco (núcleo pulposo) com ruptura parcial do anel fibroso. Extrusão: ruptura do anel fibroso e deslocamento de parte do núcleo pulposo, para o interior do espaço epidural. Sequestro: presença de fragmento do anel fibroso e do núcleo pulposo fora do próprio disco. HÉRNIA DE DISCO LOMBALGIA MECÂNICA 2ª > causa da consulta médica. Acomete cerca de 85-90% da população. Dor referida para a região das costas, nádegas e coxas. Flexão: dor. Extensão: alívio. Rigidez matinal frequente. Dor ao iniciar os movimentos. Piora com o passar das horas. Melhora ao repouso (deitado). Duração: dias a meses. ANAMNESE Qual é a idade do paciente? Qual é a ocupação? Qual foi o mecanismo da lesão? Quais os locais e limites da dor? Há irradiação da dor? A dor é profunda? Superficial? Queimante? Contínua? A dor está melhorando? Piorando? Existem posturas ou ações específicas que aumentem ou diminuam a dor ou causem dificuldade? Diversas atividades podem causar sobrecargas no disco articular. Alteração média da carga sobre o disco L3 em várias atividades, comparada com a postura ortostática. ANAMNESE A dor é pior pela manhã ou à noite? Que movimentos doem? Está presente parestesia? Qual a atividade ou lazer habitual do paciente? Que atividades agravam ou aliviam a dor? Qual é a posição de dormir do paciente? Que tipo de sapatos o paciente usa? O paciente está utilizando alguma medicação? SINAIS DE ALERTA Tumor ou Infecção Fratura Síndrome da Cauda Equina • Idade > 50 a ou < 20 a • Histórico de CA (dor noturna) • Infecções bacterianas recentes • Sintomas: -febre, - calafrios, - perda de peso, sem justificativa. • Trauma > • Trauma < em idosos ou com osteoporose • Anestesia em sela • Disfunção de esfincter (bexiga) • Déficit neurológico progressivo ou grave em MMII OBSERVAÇÃO Paciente adequadamente despido. Homens: short. Mulheres: sutiã ou top (“aberto na costas”) e short. Observar padrões de movimentos. Em pé, Sentado. Exame das articulações adjacentes. Avaliação postural global; Observação Geral Evidência de dano tecidual, edema, temperatura, hipersensibilidade, estalido ou crepitação. OBSERVAÇÃO Tipo do Corpo OBSERVAÇÃO Marcha INSPEÇÃO Postura Global da Coluna Vertebral O paciente deve ser examinado na posição em pé e depois sentado; O paciente deve ser observado nas vistas anterior, posterior e lateral. Postura: observar obliquidade pélvica e simetria de sustentação de peso; Observar marcas cutâneas ou presença de lesões na pele Tufo de pelos (“barba de fauno”): Espinha bífida oculta Marcas café-com-leite: Neurofibromatose . INSPEÇÃO Postura Global da Coluna Vertebral Observar deformidade em grau ao nível da coluna lombar; Cor e textura da pele, cicatrizes, fístulas, etc. Observar anormalidade dos contornos ósseos e dos tecidos moles; Exame das articulações periféricas: art. sacroilíacas, do quadril, dos joelhos; tornozelos e dos pés. INSPEÇÃO INSPEÇÃO PALPAÇÃO Durante a palpação do quadril e músculos associados, o fisioterapeuta deve observar qualquer dor à palpação, temperatura, espasmo muscular ou outros sinais e sintomas. Face Anterior: Crista Íliaca, EIAS Face Posterior: Crista Ilíaca, EIPS, processos espinhosos e transversos da coluna lombar, Sacro, Cóccix, Crista Íliaca, Túber Isquiático, Nervo Ciático. MOVIMENTO ATIVO O fisioterapeuta deve observar: Quando e onde, durante cada um dos movimentos, ocorre o início de dor; Se o movimento aumenta a intensidade e a qualidade da dor; A quantidade de restrição observável; O padrão de movimento; O ritmo e a qualidade do movimento; O movimento das articulações associadas; Qualquer limitação e sua natureza. MOVIMENTO ATIVO MOVIMENTO PASSIVO O fisioterapeuta deve observar: Quando e onde, durante cada um dos movimentos, ocorre o início de dor; Se o movimento aumenta a intensidade e a qualidadeda dor; O padrão de limitação do movimento; A sensação final do movimento; O movimento das articulações associadas; A amplitude de movimento disponível. MOBILIDADE LOMBO-PÉLVICA MOBILIDADE LOMBO-PÉLVICA GONIOMETRIA Flexão lateral Plano frontal. ADM: 0-38° (CIPRIANO, 2005), 0-15º/20º (MAGEE, 2005) Rotação Plano transversal. ADM: 0-3º/18º (MAGEE, 2005) GONIOMETRIA Flexão Plano sagital. ADM: 0-66° (CIPRIANO, 2005), 0-40º/60º (MAGEE, 2005) Extensão Plano sagital. ADM: 0-42º (CIPRIANO, 2005), 0-20º/35º (MAGEE, 2005) MIÓTOMOS L1-L2 Flexão do Quadril L3 Extensão do Joelho L4 Dorsiflexão do Tornozelo L5 Extensão do Hálux S1 Flexão Plantar e Eversão do Tornozelo Extensão de Quadril S2 Flexão do Joelho o Aplicar força isométrica sobre a região a ser testada. o Manter por 5”, mínimo. o Bilateral DERMÁTOMOS DERMÁTOMOS REFLEXOS Patelar: L4-L5 Reflexo de Aquiles: S1 TESTES CLÍNICOS ESPECIAIS Teste de Instabilidade Segmentar Procedimento: Paciente DV com as coxas apoiadas a maca e os pés apoiados no chão. Examinador pressiona a coluna lombar do paciente para baixo. Em seguida, peça para o paciente elevar os pés do chão, e pressione novamente a coluna lombar para baixo. Fundamento: Ao elevar as pernas, a musculatura paravertebral contraí, estabilizando a lombar. Teste positivo, se houver dor na coluna lombar durante a pressão com pés fixos ao solo, e ausência da mesma com os pés elevados do chão. Espondilolistese* TESTES CLÍNICOS ESPECIAIS Teste de Instabilidade Segmentar TESTES CLÍNICOS ESPECIAIS Teste de Elevação da Perna Estendida Procedimento: Paciente DD, eleva a perna estendida até o ponto o de dor ou 90º, o que acontecer primeiro. Fundamento: Alonga o nervo ciático e raízes nervosas de L5, S1 e S2. Positivo: Dor acima de 70º - articulação lombar; de 35º a 70º - dor radicular, irritação do nervo ciático (patologia discal ou intradural); de 0º a 35º - comprometimento isquiático extradural (espasmo do piriforme ou lesão sacroiliaca). Teste de Elevação da Perna Estendida TESTES CLÍNICOS ESPECIAIS Teste de Lasègue Procedimento: Paciente DD, flexione o quadril com o joelho fletido. Após realize a extensão da perna. Fundamento: Positivo para radiculopatia do nervo ciático, quando não houver dor com o quadril e joelhos fletidos, e apresentar dor na extensão do joelho. A flexão do quadril e extensão do joelho alonga o nervo ciático provocando irritação. TESTES CLÍNICOS ESPECIAIS Teste de Lasègue TESTES CLÍNICOS ESPECIAIS Teste de Inclinação (Slump Test) Procedimento: Paciente sentado na borda da maca com as mãos atrás das costas. Realiza flexão da coluna torácica e lombar, mantendo os ombros para baixo, solicita a flexão da coluna cervical. Depois estenda o joelho com dorsiflexão do tornozelo. E posterior extensão da coluna cervical. Fundamento: O teste impõe tensão no trato neuromeníngeo. Dor durante o teste pode indicar irritação do trato meníngeo devido a defeito discal. TESTES CLÍNICOS ESPECIAIS Teste de Inclinação (Slump Test) TESTES CLÍNICOS ESPECIAIS Teste de Bragard Procedimento: Paciente DD, eleva a perna até o ponto de dor. Abaixe 5º e dorsiflexiona o pé. Fundamento: Tração do nervo ciático. Dor de 0-35º - irritação extradural, 35-70º - comprometimento intradural (lesão discal). Teste de Sicard Procedimento: Idem Bragard + dorsiflexão do hálux. Fundamento: Idem Bragard. Teste de Turyn Procedimento: Paciente DD, MMII em extensão e dorsiflexão do hálux. TESTES CLÍNICOS ESPECIAIS Manobra de Valsava Procedimento: Paciente sentado, peça para realizar uma força como se estivesse defecando, concentrando na região lombar. Fundamento: Este teste aumenta a pressão intrameníngea. Dor localizada na região lombar pode indicar lesão ocupadora de espaço (defeito discal, massa, osteófito) no canal vertebral ou forame. SINAL DAS PONTAS Não se consegue andar com um dos calcanhares: Compressão da raiz de L5. Não se consegue andar com uma das pontas dos pés: Compressão da raiz de S1. TESTE PARA A SIMULAÇÃO Teste Hoover Paciente DD, o examinador mantém as mãos sobre os calcâneos, e pede ao paciente para elevar uma das pernas em extensão. Se o paciente estiver tentando realizar o teste, o lado contralateral exercerá pressão sobre a mão do examinador, ou se o mesmo apresentar lesão. Se não houver aumento da pressão o paciente pode estar simulando. OBRIGADA!