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CPC NOVO COMENTADO - arts. 926 ao 946

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS – CCJS
CAMPUS DE SOUSA – PARAÍBA
DISCIPLINA: PROCESSO CIVIL II
PROFESSORA: FRANCISCO PEREIRA
ALUNA: JÚLIA HEIZA DE OLIVEIRA ESPÍNOLA
5° PERIODO MANHÃ
TRABALHO REFERENTE AOS COMENTÁRIOS DOS ARTIGOS 926 AO 946
Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la =estável, íntegra e coerente.
§ 1º Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento interno, os tribunais editarão enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência dominante.
§ 2º Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua criação.
O dispositivo comprova que o CPC/2015 valoriza o sistema de precedentes. A lei estimula os tribunais a uniformizarem a sua jurisprudência, e a mantê-la estável, íntegra e coerente, para que as ações e os recursos a serem julgados respeitem as teses anteriormente consolidadas, evitando que cada órgão do tribunal tenha entendimento distinto sobre determinadas questões, o que semearia a instabilidade jurídica. A melhor forma de manter a jurisprudência estável, íntegra e coerente é através da aprovação de súmulas, que retratam a consolidação do entendimento do tribunal a respeito de matérias reiteradamente discutidas, que foram pacificadas em termos de julgamento, pelo menos de modo predominante. As súmulas aprovadas pelos tribunais não têm necessariamente efeito vinculante, mas servem como orientação para os demais órgãos que integram o Poder Judiciário local, com a intenção de que os julgamentos sejam democráticos, uniformes e justos. A consolidação do entendimento jurisprudencial, por reiteradas decisões proferidas sobre a mesma matéria num mesmo sentido ou pela aprovação de súmula, não impede que esse entendimento seja revisto e modificado. Contudo, ao fazê-lo, o tribunal deve respeitar o sistema de precedentes, fazendo uso do precedente anteriormente consolidado como base, como premissa, para chegar à outra conclusão, leia-se, para revisá-lo e modificá-lo, se for o caso.
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:
I – As decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;
II – Os enunciados de súmula vinculante;
III – Os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos;
IV – Os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;
V – A orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.
§ 1º Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no art. 489, § 1º, quando decidirem com fundamento neste artigo.
§ 2º A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula ou em julgamento de casos repetitivos poderá ser precedida de audiências públicas e da participação de pessoas, órgãos ou entidades que possam contribuir para a rediscussão da tese.
§ 3º Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação dos efeitos da alteração no interesse social e no da segurança jurídica.
§ 4º A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência pacificada ou de tese adotada em julgamento de casos repetitivos observará a necessidade de fundamentação adequada e específica, considerando os princípios da segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia.
§ 5º Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-os por questão jurídica decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede mundial de computadores.
O dispositivo reforça a ideia basilar de valorização de precedentes jurisprudenciais. Como base neles, os juízes que atuam no 1º grau de jurisdição e os tribunais podem, exemplificativamente: (a) julgar liminarmente improcedente o pedido, com fundamento no art. 332, quando constarem que contraria enunciado de súmula do STF ou do STJ, acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ em julgamento de recursos repetitivos, entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência ou enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local; (b) negar provimento a recurso que for contrário a súmula do STF, do STJ ou do próprio tribunal, a acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ em julgamento de recursos repetitivos, a entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência (alíneas a, b e c do inciso IV do art. 932); (c) dar provimento a recurso se a decisão recorrida for contrária a súmula do STF, do STJ ou do próprio tribunal, a acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ em julgamento de recursos repetitivos, a entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência (alíneas a, b e c do inciso V do art. 932).
Art. 928. Para os fins deste Código, considera-se julgamento de casos repetitivos a decisão proferida em: 
I – Incidente de resolução de demandas repetitivas;
II – Recursos especial e extraordinário repetitivos.
Parágrafo único. O julgamento de casos repetitivos tem por objeto questão de direito material ou processual.
O dispositivo define o que se entende por julgamento de casos repetitivos em matéria de precedentes judiciais. No caso do inciso I, a formação do precedente dar-se-á no julgamento de casos repetitivos perante os Tribunais Regionais Federais e os Tribunais de Justiça, por meio do IRDR (art. 976). No caso do inciso II, o precedente vinculante surgirá mediante observância do procedimento previsto no art. 1.036 e seguintes, instaurado perante os tribunais superiores (STF e STJ). Trata-se de técnicas de obtenção de decisão-paradigma, que poderá envolver matéria processual ou de direito material.
Art. 929. Os autos serão registrados no protocolo do tribunal no dia de sua entrada, cabendo à secretaria ordená-los, com imediata distribuição.
Parágrafo único. A critério do tribunal, os serviços de protocolo poderão ser descentralizados, mediante delegação a ofícios de justiça de primeiro grau.
O registro e a distribuição dos autos no tribunal devem observar os princípios da publicidade e do juiz natural, para garantir a transparência das relações processuais, evitando dirigismos que possam comprometer o critério de sorteio do relator. Além disso, os tribunais podem descentralizar o sistema de protocolo, para que a interposição de recursos e o protocolo de outras petições ocorram fora das suas dependências, sem eliminar a possibilidade de protocolo em departamento situado no interior dos tribunais.
Art. 930. Far-se-á a distribuição de acordo com o regimento interno do tribunal, observando-se a alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade.
A publicidade é garantida através da participação e da fiscalização exercida pelo interessado junto ao departamento encarregado da distribuição; a alternatividade garante a distribuição igualitária dos trabalhos no interior do tribunal no benefício das partes e dos órgãos que integram a estrutura do Poder Judiciário, enquanto o sorteio eletrônico respeita o princípio do juiz natural, evitando o dirigismo da distribuição, que pode comprometer a transparência das relações processuais.
Parágrafo único. O primeiro recurso protocolado no tribunal tornará prevento o relator para eventual recurso subsequente interposto no mesmo processo ou em processo conexo.
A prevenção do relator é importante para evitar julgamentos contraditórios em dois ou mais processos conexos ou em recursos interpostos no mesmo processo. Contudo, entendemos que a prevenção só se justifica se os recursos ou os processos estiverem pendentes de julgamento, o que significa dizer que, se um deles já foi julgado, a distribuição do outro recurso ou do outro processo deve ser aleatória, observando-se a alternatividade, o sorteio eletrônicoe a publicidade.
Art. 931. Distribuídos, os autos serão imediatamente conclusos ao relator, que, em 30 (trinta) dias, depois de elaborar o voto, restituí-los-á, com relatório, à secretaria.
Como todo e qualquer prazo fixado para a prática de atos por parte dos magistrados, o previsto no dispositivo é impróprio. Desse modo, a fluência do prazo sem a prática do ato esperado (encaminhamento dos autos à secretaria, após elaboração do seu voto) não acarreta consequência processual. Após o recebimento do recurso, o relator pode praticar um dentre três atos: (a) não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida, sendo frequente a negativa de seguimento fundada na alegação do não preenchimento de um dos requisitos de admissibilidade (tempestividade, legitimidade, preparo etc.); (b) processar regularmente o recurso, em princípio reconhecendo o preenchimento dos requisitos de admissibilidade, determinando o encaminhamento dos autos ao representante do Ministério Público, se for o caso, elaborando relatório ou praticando outro ato, a depender das normas contidas no Regimento Interno do tribunal; (c) negar ou dar provimento ao recurso monocraticamente, nas situações listadas nos incisos IV e V do art. 932, respectivamente.
Art. 932. Incumbe ao relator:
I – Dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes;
II – Apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal;
A decisão proferida pelo relator que versar sobre tutela provisória pode ser atacada pela interposição do recurso de agravo interno, no prazo de 15 (quinze) dias úteis e com fundamento no art. 1.021.
III – Não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida;
Para domínio das expressões, recorremos à doutrina: “Recurso inadmissível – O recurso será julgado inadmissível quando lhe faltar um ou alguns dos requisitos gerais de admissibilidade do recurso interposto, tais como o não cabimento, deserção, falta de interesse em recorrer etc. O relator poderá então julgar o recurso de forma monocrática, ‘negando-lhe seguimento’. A ausência de um dos requisitos de admissibilidade gera óbice para análise de mérito do recurso, sem, todavia, caracterizar o efeito da substitutividade da decisão. É o caso do recurso interposto sem obedecer ao prazo estipulado na lei. Recurso prejudicado – Nas palavras de Barbosa Moreira, recurso prejudicado é aquele que perde o objeto ‘e, por conseguinte cai no vazio o pedido de reforma ou anulação: v. g., se o juiz a quo reforma in totum a decisão agravada, prejudicado fica o agravo’.
IV – Negar provimento a recurso que for contrário a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
V – Depois de facultada, quando for o caso, a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
VI – Decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado originariamente perante o tribunal;
A decisão monocrática proferida pelo relator, com base na norma, em qualquer das situações previstas nas alíneas que integram o inciso pode ser atacada pelo recurso de agravo interno, no prazo geral de 15 (quinze) dias (art. 1.021).
VII – Determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso;
O MP deve ser intimado para intervir como fiscal da ordem jurídica nas situações previstas no art. 178, ou seja, nos processos que envolvam interesse público ou social, interesse de incapazes e litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.
VIII – exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal.
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível.
O parágrafo que integra a norma é digno de aplausos, na medida em que valoriza o mérito, em detrimento da forma ou de questões processuais menos importantes. Com base nele, o relator pode determinar a juntada de documentos que deveriam ter acompanhado o recurso ou adotar qualquer outra providência necessária para a conclusão da instrução do recurso ou para a completa compreensão da controvérsia.
Art. 933. Se o relator constatar a ocorrência de fato superveniente à decisão recorrida ou a existência de questão apreciável de ofício ainda não examinada que devam ser considerados no julgamento do recurso, intimará as partes para que se manifestem no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 1º Se a constatação ocorrer durante a sessão de julgamento, esse será imediatamente suspenso a fim de que as partes se manifestem especificamente.
§ 2º Se a constatação se der em vista dos autos, deverá o juiz que a solicitou encaminhá-los ao relator, que tomará as providências previstas no caput e, em seguida, solicitará a inclusão do feito em pauta para prosseguimento do julgamento, com submissão integral da nova questão aos julgadores.
A lei processual prioriza o julgamento de mérito, em detrimento da forma ou de questões processuais menos importantes. Por fato superveniente entenda-se o ocorrido após a prolação da decisão atacada, ou o que chegou ao conhecimento das partes e/ou do relator após o mesmo momento processual, como a morte do filho de autora que pleiteia indenização decorrente de acidente que acometeu aquele, fato que pode influir na fixação do valor indenizatório. A não adoção da providência prevista no caput da norma (intimação das partes para que se manifestem no prazo de cinco dias) pode acarretar o reconhecimento da nulidade do julgado proferido no âmbito do tribunal (decisão monocrática ou acórdão), desde que o vício seja suscitado na primeira oportunidade de que a parte dispuser para se manifestar nos autos.
Art. 934. Em seguida, os autos serão apresentados ao presidente, que designará dia para julgamento, ordenando, em todas as hipóteses previstas neste Livro, a publicação da pauta no órgão oficial.
Em decorrência da aplicação prática da norma, os recursos e as ações da competência originária dos tribunais são julgadas sem revisão, técnica que agiliza os julgamentos.
Art. 935. Entre a data de publicação da pauta e a da sessão de julgamento decorrerá, pelo menos, o prazo de 5 (cinco) dias, incluindo-se em nova pauta os processos que não tenham sido julgados, salvo aqueles cujo julgamento tiver sido expressamente adiado para a primeira sessão seguinte.
§ 1º Às partes será permitida vista dos autos em cartório após a publicação da pauta de julgamento.
§ 2º Afixar-se-á a pauta na entrada da sala em que se realizar a sessão de julgamento.
O STJ, na Súmula 117, consolidou o entendimento no sentido de que a inobservância ao prazo acarretaria nulidade do ato, caso as partes não estivessem presentes na sessão. Tal enunciado permanece válido, devendo ser alterado apenas o prazo (de 48 horas para cinco dias) em observância à regra prevista no caput do novo art. 935. Frise-se que a mudança quanto ao prazo assegurará aos advogados maior tempo para a preparação de eventuais sustentações orais e para a revisão do processo. Para tanto, o novo CPC permite vista dos autos em cartório logo após a publicação da pauta de julgamento (art. 935, § 1º).
Art. 936. Ressalvadasas preferências legais e regimentais, os recursos, a remessa necessária e os processos de competência originária serão julgados na seguinte ordem:
I – Aqueles nos quais houver sustentação oral, observada a ordem dos requerimentos;
II – Os requerimentos de preferência apresentados até o início da sessão de julgamento;
III – Aqueles cujo julgamento tenha iniciado em sessão anterior; e
IV – Os demais casos.
A previsão de que os recursos, a remessa necessária e as ações de competência originária dos tribunais em que houver sustentação oral preferem aos demais, na ordem cronológica de julgamento, se afina com as normas regimentais e com a dinâmica forense.
Art. 937. Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o presidente dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua intervenção, ao membro do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) minutos para cada um, a fim de sustentarem suas razões, nas seguintes hipóteses, nos termos da parte final do caput do art. 1.021:
I – No recurso de apelação;
II – No recurso ordinário;
III – No recurso especial;
IV – No recurso extraordinário;
V – Nos embargos de divergência;
VI – Na ação rescisória, no mandado de segurança e na reclamação;
VII – Vetado. 
VIII – No agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias que versem sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência;
IX – Em outras hipóteses previstas em lei ou no regimento interno do tribunal.
Embora o CPC/2015 tenha avançado, sobretudo em permitir a realização de sustentação oral em agravo interno (quando interposto contra decisão proferida pelo relator, nos processos de competência originária identificados no inciso VI), em agravo de instrumento e por videoconferência, entendemos que deveria ter estendido a prerrogativa para permitir a realização de sustentação oral no julgamento de qualquer agravo de instrumento, não apenas nos que versam sobre as tutelas provisórias de urgência ou da evidência. Com as atenções voltadas para o art. 1.015, que relaciona as hipóteses que ensejam a interposição do recurso de agravo de instrumento, percebemos que outras situações igualmente de urgência e importantes estão relacionadas na norma, do ponto de vista jurídico e de repercussão processual, como as decisões interlocutórias que versam sobre o mérito da causa, a rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou o acolhimento do pedido de sua revogação, a rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio, a admissão ou a inadmissão de intervenção de terceiros e o incidente de desconsideração da personalidade jurídica. A importância e a complexidade das matérias a que nos referimos justifica a autorização para a realização da sustentação oral, na busca da qualidade da jurisdição, já que o procurador da parte, conhecedor do processo e das circunstâncias de fato, efetivamente contribui na prestação de esclarecimentos necessários para a formação do convencimento dos julgadores. Não obstante o aparente óbice criado pela norma, partindo da premissa de que o inciso IX ressalva que a sustentação oral pode ser realizada em outras hipóteses previstas em lei ou no regimento interno do tribunal, sugerimos que os tribunais reflitam sobre a questão, preferencialmente para incluir em seus regimentos a permissão de realização da sustentação oral no julgamento de todos os agravos de instrumento, não apenas nos que versam sobre as tutelas provisórias de urgência e da evidência.
§ 1º A sustentação oral no incidente de resolução de demandas repetitivas observará o disposto no art. 984, no que couber.
O prazo para sustentação oral no incidente de resolução de demandas repetitivas é de 30 (trinta) minutos para cada uma das partes do processo originário, para o Ministério Público e para os demais interessados, neste caso, divididos entre todos, sendo exigida inscrição com 2 (dois) dias de antecedência.
§ 2º O procurador que desejar proferir sustentação oral poderá requerer, até o início da sessão, que o processo seja julgado em primeiro lugar, sem prejuízo das preferências legais.
§ 3º Nos processos de competência originária previstos no inciso VI, caberá sustentação oral no agravo interno interposto contra decisão de relator que o extinga.
§ 4º É permitido ao advogado com domicílio profissional em cidade diversa daquela onde está sediado o tribunal realizar sustentação oral por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que o requeira até o dia anterior ao da sessão.
Desejando proferir sustentação oral, poderão os advogados requerer, até o início da sessão, que seja o feito julgado prioritariamente, sem prejuízo das preferências legais. O Presidente do Tribunal, por ato próprio, disciplinará o uso de videoconferência ou de outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, para realização das sustentações orais requeridas até o dia anterior ao da sessão.
Art. 938. A questão preliminar suscitada no julgamento será decidida antes do mérito, deste não se conhecendo caso seja incompatível com a decisão.
§ 1º Constatada a ocorrência de vício sanável, inclusive aquele que possa ser conhecido de ofício, o relator determinará a realização ou a renovação do ato processual, no próprio tribunal ou em primeiro grau de jurisdição, intimadas as partes.
§ 2º Cumprida a diligência de que trata o § 1º, o relator, sempre que possível, prosseguirá no julgamento do recurso.
§ 3º Reconhecida a necessidade de produção de prova, o relator converterá o julgamento em diligência, que se realizará no tribunal ou em primeiro grau de jurisdição, decidindo-se o recurso após a conclusão da instrução.
§ 4º Quando não determinadas pelo relator, as providências indicadas nos §§ 1º e 3º poderão ser determinadas pelo órgão competente para julgamento do recurso.
Como exemplo da aplicação prática da norma, pensemos em autor que juntou documentos aos autos, na audiência de instrução e julgamento, após isso sendo proferida sentença pelo magistrado, sem conceder ao réu o direito de se manifestar sobre os documentos, infringindo o princípio do contraditório e da ampla defesa. Contra a sentença, o vencido interpõe recurso de apelação, suscitando a nulidade do processo como matéria preliminar, o que é reconhecido pelo tribunal. Ao julgar o recurso de apelação, ao invés de determinar o encaminhamento dos autos ao juízo do 1º grau de jurisdição, como consequência do reconhecimento da nulidade, para que a parte se manifestasse sobre os documentos, ato seguido da prolação de nova sentença, o tribunal pode conceder vista dos autos ao réu, para que se manifeste sobre os documentos, providência seguida do julgamento do mérito do recurso.
Art. 939. Se a preliminar for rejeitada ou se a apreciação do mérito for com ela compatível, seguir-se-ão a discussão e o julgamento da matéria principal, sobre a qual deverão se pronunciar os juízes vencidos na preliminar.
O exame das questões de mérito (da culpa em acidente automobilístico, das razões da rescisão contratual etc.) depende da superação da fase de conhecimento do recurso, em que os julgadores avaliam se o recorrente preencheu os requisitos gerais e específicos de admissibilidade. Sendo o caso, o julgamento prossegue, no mesmo órgão colegiado que conheceu o recurso, inclusive com a permissão de que os juízes vencidos nas questões processuais (versando sobre os requisitos de admissibilidade) participem da votação das questões de mérito.
Art. 940. O relator ou outro juiz que não se considerar habilitado a proferir imediatamente seu voto poderá solicitar vista pelo prazo máximo de 10 (dez) dias, após o qual o recurso será reincluído em pauta para julgamento na sessão seguinte à data da devolução.
§ 1º Se os autos não forem devolvidos tempestivamente ou se não for solicitada pelo juiz prorrogação de prazo de no máximo mais 10 (dez) dias, o presidente do órgão fracionário os requisitará para julgamento do recurso na sessão ordinária subsequente,com publicação da pauta em que for incluído.
§ 2º Quando requisitar os autos na forma do § 1º, se aquele que fez o pedido de vista ainda não se sentir habilitado a votar, o presidente convocará substituto para proferir voto, na forma estabelecida no regimento interno do tribunal.
Iniciado o julgamento no tribunal, é facultado ao membro do órgão colegiado (câmara, turma etc.) que não se sentir habilitado pedir vista dos autos para melhor exame. O prazo máximo é de dez dias, prorrogável por mais dez. Esgotado o prazo, os autos serão devolvidos espontaneamente pelo julgador que pediu a vista ou requisitados pelo presidente do órgão do tribunal e incluídos na pauta da sessão subsequente. Na sessão, quem solicitou a vista pode estar habilitado ou não a votar. Em caso afirmativo, o julgamento tem seguimento. Em caso negativo, procede-se a novo adiamento, e, nesse caso, o presidente convocará substituto para proferir voto, na forma estabelecida no regimento interno do tribunal (§ 2º).
Ressalte-se que a disposição que determina a convocação de substituto para proferir voto caso haja postergação indevida de pedido de vista é novidade na legislação processual e tem por objetivo minimizar o atraso nos julgamentos de processos em que há pedido do julgador para analisar melhor o caso antes de proferir seu voto. A intenção não podia ser melhor. Mas as intenções, por si sós, não são suficientes para mudar a realidade dos fatos. Há julgadores e julgadores. Felizmente, a grande maioria se desdobra para dar vazão ao grande número de feitos.
O mais usual é que os pedidos de vista ocorram em julgamento em que há sustentação oral. É que determinado argumento apresentado da tribuna pode suscitar dúvida na convicção que o julgador havia formado anteriormente. Pode ser que determinado fundamento ou prova não tenha sido contemplado ou examinado com a perspectiva apresentada pelo advogado da parte. Nada impede, no entanto, que se peça vista em feitos em que não há sustentação oral.
Art. 941. Proferidos os votos, o presidente anunciará o resultado do julgamento, designando para redigir o acórdão o relator ou, se vencido este, o autor do primeiro voto vencedor.
§ 1º O voto poderá ser alterado até o momento da proclamação do resultado pelo presidente, salvo aquele já proferido por juiz afastado ou substituído.
§ 2º No julgamento de apelação ou de agravo de instrumento, a decisão será tomada, no órgão colegiado, pelo voto de três juízes.
§ 3º O voto vencido será necessariamente declarado e considerado parte integrante do acórdão para todos os fins legais, inclusive de prequestionamento.
Como modalidade de pronunciamento, o acórdão deve conter relatório, fundamentação e parte dispositiva, fazendo referência ao conteúdo dos votos vencedores, com a ressalva de que os votos vencidos devem ser redigidos pelos juízes que os proferiram, integrando-se ao acórdão, possibilitando perfeita intelecção e a interposição do recurso adequado. Como regra, o acórdão é redigido pelo relator, após o recebimento das notas taquigráficas. Excepcionalmente, a redação do acórdão é atribuída ao juiz que proferiu o primeiro voto vencedor (quando o relator for vencido), ou qualquer outro, que receba a delegação do presidente do órgão fracionário.
Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores.
§ 1º Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma sessão, colhendo-se os votos de outros julgadores que porventura componham o órgão colegiado.
§ 2º Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião do prosseguimento do julgamento.
§ 3º A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente, ao julgamento não unânime proferido em:
I – Ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, devendo, nesse caso, seu prosseguimento ocorrer em órgão de maior composição previsto no regimento interno;
II – Agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o mérito.
§ 4º Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento:
I – Do incidente de assunção de competência e ao de resolução de demandas repetitivas;
II – Da remessa necessária;
III – Não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial.
Embora o legislador infraconstitucional tenha suprimido o recurso de embargos infringentes, manteve a exigência de que o julgamento não unânime não pode ser imediatamente seguido da interposição do recurso especial ou do recurso extraordinário, criando nova técnica, na perspectiva de exaurir o julgamento da apelação, da ação rescisória (quando o resultado for a rescisão da sentença) ou do agravo de instrumento (quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o mérito). Não obstante a necessidade de exaurimento a que nos referimos, diferentemente do recurso de embargos infringentes, que só era admitido para combater acórdão não unânime que reformou, em grau de apelação, a sentença de mérito, ou que julgou procedente ação rescisória, a nova técnica processual não exige que o acórdão não unânime tenha reformado sentença de mérito, o que significa dizer que deve ser adotada ainda que o órgão colegiado tenha reformado sentença terminativa. Sinceramente, antipatizamos com a técnica, por questões de logística, sobretudo pela dificuldade de frequente convocação de outros julgadores, que já integram órgãos colegiados, vale dizer, que já se encontram assoberbados de trabalho jurisdicional.
Art. 943. Os votos, os acórdãos e os demais atos processuais podem ser registrados em documento eletrônico inviolável e assinados eletronicamente, na forma da lei, devendo ser impressos para juntada aos autos do processo quando este não for eletrônico.
§ 1º Todo acórdão conterá ementa.
§ 2º Lavrado o acórdão, sua ementa será publicada no órgão oficial no prazo de 10 (dez) dias.
O acórdão deve ser originalmente lavrado em meio eletrônico, utilizando-se a assinatura digital. Se os autos também forem digitais, é nessa forma que o julgado deve ser juntado.
Ementa é um resumo da matéria tratada no acórdão. Vale salientar que a ausência de ementa não induz nulidade do julgamento, mas pode comprometer a validade da intimação, dificultando, inclusive, a interposição de recurso. Há, no entanto, entendimento divergente no âmbito do STJ, mas bastante antigo.
Art. 944. Não publicado o acórdão no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da sessão de julgamento, as notas taquigráficas o substituirão, para todos os fins legais, independentemente de revisão.
Parágrafo único. No caso do caput, o presidente do tribunal lavrará, de imediato, as conclusões e a ementa, e mandará publicar o acórdão.
O acórdão nada mais é do que a decisão proferida por órgão colegiado do Judiciário. Há diversas hipóteses de julgamento monocrático pelo relator (art. 932, por exemplo), mas a regra é o acórdão, que é composto pelos votos dos julgadores, pela ementa, conclusão e assinatura de todos os juízes que participaram do julgamento ou somente a do presidente do órgão julgador, além da revisão dos diversos textos.
Art. 945. Revogado pela Lei nº 13.256/2016.
§ 1º Revogado pela Lei nº 13.256/2016.
§ 2º Revogado pela Lei nº 13.256/2016.
§ 3º Revogado pela Lei nº 13.256/2016.
§ 4º Revogado pela Lei nº 13.256/2016.
Art. 946. O agravo de instrumento será julgado antes da apelação interposta no mesmo processo.
Parágrafo único. Se ambos os recursos de que trata o caput houverem de ser julgados na mesma sessão, terá precedência o agravo de instrumento.
A norma se explica na medida em que o julgamento do recurso de agravo de instrumento é prejudicial em relação à apelação, já que o provimento daquele pode acarretaro reconhecimento da nulidade da decisão interlocutória pelo recurso de agravo de instrumento e de todos os atos subsequentes, incluindo a sentença, tornando a apelação sem objeto. Em exemplo ilustrativo, com as atenções voltadas para o caso que envolve a interposição do recurso de agravo de instrumento contra a decisão do magistrado que redistribuiu o ônus da prova de modo diverso (§ 1º do art. 373), se o agravo for provido, o tribunal pode declarar a nulidade do pronunciamento e de todos os atos subsequentes, determinando o encaminhamento dos autos ao juízo do 1º grau de jurisdição, para que a prova seja novamente produzida, desta feita sob o ônus da outra parte.

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