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Resenha-Encontro marcado com a loucura ok

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Universidade Paulista – UNIP
Instituto de Ciências Humanas
Curso de Psicologia - 7º Semestre
Reflexão sobre o livro: 
Encontro marcado com a loucura
Ensinando e aprendendo psicopatologia
Tânia Cociuffo
Disciplina: Psicopatologia Geral
Professora: Andréa Poppe
Aluna:
Ariane Rodrigues R.A: D12147-2
SANTOS
2019
No livro “Encontro marcado com a loucura”, Tânia Cociuffo, nos remete a diversos conflitos internos. A luz das teorias de Freud, Bion, Malanie Klein, entre outros, o livro nos envolve e nos faz um convite a um “mergulho” neste universo chamado Loucura. Aos poucos a loucura vai deixando de ser um mito, para ser uma expressão suscetível de compreensão.
No livro são descritas experiências emocionais, vividas por alunos estagiários em uma instituição manicomial. E nos propõe o pensamento a partir da experiência, com uma proposta de integração da teoria e da prática.
O livro nos remete a um breve resgate histórico para nos fazer entender o processo pelo qual a concepção da loucura já passou. 
Tendo seus primeiros registros na Grécia Antiga, a loucura era uma concepção mítica, atribuída a princípio a ação dos Deuses. Logo após, na concepção medieval, acrescido dos valores do cristianismo, era associada à possessão diabólica. E foi então, no Renascimento que a concepção científica para a loucura sugiu.
Foi com a descoberta da Psicanálise, que a loucura pode finalmente ser ouvida. Freud colocou o paciente como participante ativo do tratamento e firmou a ideia da importância da fala e da escuta.
Segundo Cociuffo, para Melanie Klein, o psicótico é alguém que não conseguiu superar as angustias primitivas da infância e regressou a elas quando sua psicose se tornou manifesta. Segundo a autora a distinção entre a neurose  e a psicose é o caráter regressivo (COCIUFFO, 2001).
Para Bion, o contato com a realidade interna e externa está ligado à consciência. Assim, o modo de lidar com a existência depende do seu funcionamento, da maneira com que o sujeito tolera ou foge do confronto entre seu interior e o mundo externo (COCIUFFO, 2001).
O traço que mais se destaca na personalidade psicótica é a intolerância a frustração. Bion propõe um modelo para que possamos compreender tal teoria: A de um bebê, que tem a expectativa de um seio disponível para sua satisfação. Ao se deparar com o não seio, ou seio ausente, observamos sua capacidade de tolerar a frustração. Se a decisão será fugir ou modificá-la. Quando a capacidade de tolerar a frustração é suficiente, o não seio transforma-se em pensamento e então se desenvolve um aparelho para pensá-lo. Assim os procedimentos necessários para aprender com a experiência acontecem.
Cociuffo nos fala no segundo capítulo, sobre a importância do uso de psicofármacos, o quanto é pertinente o uso em muitos casos, porém, ressalta que, a medicalização de maneira indiscriminada, reduz o psiquismo a apenas o cérebro. O indivíduo, patológico ou não, tem seus sofrimentos psíquicos, suas paixões, sexualidade, subjetividade, fenômenos esses que não podem ser curados com tais substâncias.
Existe uma forma de ensinar psicopatologia diferente, que a autora nos fala, sobre aprender a partir da experiência. É fundamental que o profissional possa estar em condições de acolher o paciente, de dar ouvidos, com paciência e respeito, escutando-o em suas dificuldades e peculiaridades. É neste caso importante, a proximidade e o caráter humano dessa relação (COCIUFFO, 2001).
A autora nos fala da necessidade de formar alunos conscientes da especificidade do lugar que ocupam e que suas limitações são pertinentes a qualquer campo de conhecimento. Devemos ver tal atendimento de uma maneira ampla, por uma perspectiva multidisciplinar, onde os esforços de todos os setores se fazem necessários.
O psicólogo trabalha para além do diagnóstico. Devem-se reconhecer as psicoses e as possibilidades de intervenção, trabalhar no encontro com o sofrimento do outro, e no sentido do mesmo. Tal processo implica na compreensão da realidade psíquica do paciente, sua realidade cultural e realidade econômica da população que habita.
Ao adentrar no quarto capítulo do livro, Cociuffo nos fala do estranhamento dos alunos, da ansiedade e dos preconceitos que permeiam a loucura. Muitos alunos esperam reações agressivas, sentem-se amedrontados, angustiados ou incapazes. Ao ingressar nas aulas práticas, devem-se suspender as teorias. Tal encontro não permite mais que não seja vista a tênue linha entre a normalidade e a loucura. 
. O contato com os pacientes coloca o profissional diante de seus próprios conflitos e frustrações, onde o perigo de projeção é existente e deve-se atentar para que não se projete os próprios conflitos sobre os entrevistados. Não existe a possibilidade de olhar para o outro sem ter o mínimo de referencia do que é a vida mental. Estar a par de suas próprias desorganizações se faz necessário. A autora fala sobre o incentivo para a realização do processo terapêutico desde o inicio do curso e a importância para que os alunos façam a terapia (COCIUFFO, 2001).
A autora nos fala da necessidade de formar alunos conscientes da especificidade do lugar que ocupam e que suas limitações são pertinentes a qualquer campo de conhecimento. Devemos ver tal atendimento de uma maneira ampla, por uma perspectiva multidisciplinar, onde os esforços de todos os setores se fazem necessários
Após o encontro com os pacientes do hospital psiquiátrico os alunos saem de lá com outros olhos, o preconceito vai se dissipando, dando lugar ao olhar humanizado para com o outro.
É na experiência que a preconcepção de saber, de controlar, desmorona. O livro nos fala, sobretudo, da importância de considerar os aspectos emocionais do aprendizado.
Faz-se necessário a singularidade no olhar, o reconhecimento das diferenças, para uma prática que se comprometa com a realidade social e que envolva o diferente e não o excluído.
A revisão e a construção gradativa de um pensamento sobre a saúde mental é continua. Escutar o sintoma e o caso clínico, sim, mas acima de tudo o ser humano que está em nossa presença.
Bibliografia:
COCIUFFO, T. Encontro marcado com a loucura: ensinando e aprendendo psicopatologia. 4° edição. São Paulo: Luc Editora, 2001.

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