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Campo Grande - MS 2017 JAYD DOS SANTOS DAMIÃO OS DESAFIOS DAS ORGANIZAÇÕES CONTRA O ASSÉDIO MORAL Campo Grande – MS 2017 NOME DO(S) AUTOR(ES) EM ORDEM ALFABÉTICA OS DESAFIOS DAS ORGANIZAÇÕES CONTRA O ASSÉDIO MORAL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Anhanguera, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Administração. Orientador: Isabela Santos JAYD DOS SANTOS DAMIÃO OS DESAFIOS DAS ORGANIZAÇÕES CONTRA O ASSÉDIO MORAL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Anhanguera, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Administração. Orientador online: Isabella Santos Orientador presencial: André Queiroz Aprovado em: __/__/____ BANCA EXAMINADORA Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a) Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a) Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a) Dedico este trabalho a Jhullia e Joaquim. AGRADECIMENTOS A Deus primeiramente a quem sempre recorri em momentos difíceis, me dando saúde e inspiração solucionar desafios impostos no decorrer dessa trajetória. A minha progenitora que superou muitos obstáculos para me educar, e ao apoio que me ofereceu durante toda a vida, o amor incondicional que sustentou minha jornada. A meus queridos filhos Jhullia e Joaquim pela compreensão, em especial a minha amada filha que é minha parceira, pois muitas vezes pude contar com a copreensão, para cumprir de maneira eficiente o caminho percorrido até o momento. As minhas grandes amigas Luciana Caldeira e Monique Gregorio que sempre me motivaram a realização deste sonho. Ao corpo docente desta instituição que sempre se colocaram a disposição para que o andamento dessa jornada discorresse da melhor maneira. RESUMO O presente trabalho tem por problema estudado a analise dos desafios enfrentados pelas organizações contra o assédio moral, visto que o fenômeno é conhecido desde a escravidão e mesmo com os avanços globais e tecnológicos nos dias de hoje pode se perceber tal ação, a pesquisa se baseia por metodologia a literatura, para tanto será conceituado clima organizacional, os elementos responsáveis que podem favorecer ou não para tornar o clima dentro da organização agradável e cooperativo. No terceiro capitulo será apresentada o assédio moral bem como os sujeitos envolvidos, métodos utilizados no ambiente de trabalho e quais a motivações para a prática, essa que têm alcançado destaques nos últimos anos, mesmo percebendo que o fenômeno ocorre há muito tempo, pesquisas realizadas anteriormente mostram consequências alarmantes para a saúde dos indivíduos e para aos resultados das organizações onde pode se perceber o assédio moral. No quarto capitulo será descrito propostas que previnam ou mesmo acabem com tal pratica que pode ser caracterizada também como psicoterror dentro das organizações fornecendo sugestões que possam amenizar ou mesmo extinguir o assédio moral. Palavras-chave: Desafios Contra o Assédio Moral; Clima Organizacional; Assédio Moral; Ações preventivas e de combate. ABSTRACT The present work has as problem studied the analysis of the challenges faced by the organizations against the bullying, since the phenomenon is known from the slavery and even with the global and technological advances in the present day one can perceive such action, the research is based By methodology the literature, so that the organizational climate will be conceptualized, the responsible elements that can favor or not to make the climate within the organization pleasant and cooperative. In the third chapter will be presented moral harassment as well as the subjects involved, methods used in the work environment and what motivations for practice, which have achieved highlights in recent years, even realizing that the phenomenon occurs a long time ago, Show alarming consequences for the health of individuals and for the results of organizations where harassment can be perceived. In the fourth chapter will be described proposals that prevent or even end this practice that can also be characterized as psychoterror within the organizations providing suggestions that may lessen or even extinguish the bullying. Key-words: Challenges Against Moral Harassment; Organizational Climate; Moral Harassment; Preventive and combat actions. LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Repercussões da Humilhação na saúde segundo o sexo ................... 29 Tabela 2 – As principais causas de estresse ........................................................... 39 LISTA DE QUADROS QUADRO 1: Efeitos da combinação de fatores higiênicos e motivacionais no trabalho ..................................................................................................................... 21 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CO Clima Organizacional CLT Conciliação das Leis de Trabalho SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13 PROBLEMA DE PESQUISA ............................................................................................................................................. 14 OBJETIVOS DO TRABALHO ............................................................................................................................................ 14 2 CLIMA ORGANIZACIONAL .............................................................................. 15 2.1. CULTURA ORGANIZACIONAL ............................................................................................................................ 15 2.2.1. Componentes da Cultura Organizacional ...................................................................................... 15 2.2. CLIMA ORGANIZACIONAL ................................................................................................................................ 16 2.3. TIPOS DE CLIMA ORGANIZACIONAL ................................................................................................................... 17 2.4. CLIMA ORGANIZACIONAL X CULTURA ORGANIZACIONAL ........................................................................................ 18 2.5. AVALIAÇÃO DO CLIMA ORGANIZACIONAL ........................................................................................................... 19 2.6. MOTIVAÇÃO ................................................................................................................................................ 19 2.6.1. Teorias motivacionais .................................................................................................................... 20 2.7. LIDERANÇA .................................................................................................................................................. 22 2.7.1 Tipos de liderança .......................................................................................................................... 23 2.8. Comunicação .................................................................................................................................24 2.9. CONFLITOS .................................................................................................................................................. 24 3 O ASSÉDIO MORAL ......................................................................................... 27 3.1 O ASSÉDIO MORAL ORGANIZACIONAL ............................................................................................................... 29 3.2. TIPOS E MÉTODOS DE ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO ......................................................................................... 32 3.3. MOTIVOS OU CAUSAS DO ASSÉDIO MORAL E SUJEITOS DO ASSÉDIO ......................................................................... 35 3.3.1. O agressor ...................................................................................................................................... 36 3.3.2. A vitima .......................................................................................................................................... 36 3.3.3. Os espectadores ............................................................................................................................ 39 3.4. CONDUTAS QUE NÃO CONFIGURAM ASSÉDIO MORAL ........................................................................................... 40 4 AÇÕES PREVENTIVAS CONTRA O ASSEDIO MORAL ................................. 42 4.1. CONSEQUÊNCIAS DE ASSÉDIO MORAL PARA AS ORGANIZAÇÕES .............................................................................. 42 4.1.1. Absenteísmo e rotatividade .......................................................................................................... 43 4.1.2. Previdência e despesas com processos ......................................................................................... 43 4.2. AÇÕES PREVENTIVAS CONTRA O ASSÉDIO MORAL ................................................................................................ 43 4.2.1. Políticas sindicais de prevenção do assédio moral ........................................................................ 44 4.2.2. Ações organizacionais de prevenção ............................................................................................. 45 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 49 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 50 13 INTRODUÇÃO O trabalho está associado às necessidades humanas não apenas relacionados aos salários, mas principalmente a socialização e ao reconhecimento de suas atribuições. As empresas que oferecem apenas salários têm desvantagens perante a concorrência que oferece aos colaboradores benefícios, reconhecimentos e carreiras. Além desses benefícios às organizações de maior sucesso oferecem um ambiente de trabalho sadio com gestores com inteligência emocional e capacitado, são essas as empresas que saem na frente, pois todos sonham fazer parte de uma organização onde temos prazer em trabalhar. Infelizmente o ambiente citado acima esbarra no assédio moral uma prática antiga, percebida desde a necessidade do ser humano em se relacionar com as pessoas, em sociedade e no trabalho onde o assédio é mais disseminado e se arrasta ate os dias atuais, evoluindo junto com as organizações. A pressão no ambiente de trabalho através de buscas como o aumento dos lucros, a perfeição, por meio de atitudes abusivas desrespeitando a integridade física e mental dos indivíduos, essas ações produz clima de terror e pavor nos indivíduos assediados, estabelecendo perdas nas relações de trabalho. O assédio moral compreendido pelo comportamento abusivo de poder por parte do empregador ou de quem lhe faça as vezes que denomine autoridade de cargo, esse age de maneira desrespeitosa, agressiva e discriminatória contra o subordinado, desencadeado consequências danosas à dignidade, a integridade emocional e física perante as constantes violências. Este estudo justifica se pela necessidade em reconhecer a conduta que caracteriza o assédio e buscar direcionamentos que possam auxiliar as organizações em minimizar ou impedir tal conduta. Em tempos de crise e escassez de oferta de postos de trabalho; o temor do desemprego dá a liberdade para a maior ocorrência de tal prática, pois a cultura organizacional de empresas onde há a incidência de assedio demonstra que os funcionários são responsáveis em manter seus empregos. A pesquisa descritiva de cunho literário onde serão investigados os fenômenos humanos ou naturais que procura descobrir, com a maior exatidão da 14 regularidade com que um fato ocorre, as relações com os outros funcionários, sua natureza e características. A pesquisa literária apoia se nas principais bibliografias de autores da área de Comportamento Organizacional, Éticos Organizacionais desenvolvidos pelos autores Barreto (2003), Chiavenato (1994, 2004, 2010, 2014), Hirigoyen (2002 e 2011), Passos (2014), Robbins (2010), Vecchio (2015), outras fontes utilizadas para revisão do tema foram feitas em revistas, artigos, documentários, relatórios e periódicos. Problema de Pesquisa Quais os desafios das organizações contra o assédio moral? Objetivos do Trabalho Geral: Analisar os desafios das organizações contra o assédio moral. Específicos: Conceituar Clima organizacional; Descrever o que é assedio moral no ambiente de trabalho; Apontar ações que combatam o assédio moral dentro das organizações. 15 CLIMA ORGANIZACIONAL Neste capitulo serão apresentados conceitos da Cultura Organizacional, Clima Organizacional, Motivações, Liderança, Comunicação e Conflitos. 2.1. Cultura organizacional Para que possamos definir clima organizacional devemos antes conceituar a cultura organizacional, pois a cultura são normas que definem como os integrantes das organizações devem agir entre si, já o clima relaciona se com as percepções que os indivíduos têm da organização. Robbins define cultura organizacional como: A cultura organizacional se refere a um sistema de valores compartilhados pelos membros de uma organização que a diferencia das demais. [...] A cultura organizacional se refere a maneira pela qual os funcionários percebem as características da cultura da empresa, e não ao fato de eles gostarem ou não delas. (ROBBINS, 2010, p.501) Toda organização tem sua cultura própria que a diferencia das demais, tornando a produtividade eficiente e focada nos objetivos da mesma. 1.2.1. Componentes da Cultura Organizacional Por ser uma tarefa complexa, não são todos os componentes que são absorvidos para que possam observados devem ser divididos, pois alguns componentes podem ser observados diretamente como as estruturas físicas, linguagem, rituais e cerimônias, historiam e lendas, já outros não se revelam com tanta facilidade sendo de difícil analise como valores compartilhados e pressupostos compartilhados. Os valores são conceitos e crenças que criam referencias culturais de um grupo determinando padrões de comportamento. Compreendem crenças, preconceitos, ideologia, e todos os tipos de atitudes e julgamentos compartilhados pelos integrantes da organização, a respeito de qualquer elemento interno ou externo. (MAXIMINIANO, 2012, p. 317) Rituais e cerimônias são praticas que tem a finalidade de objetivar os valores da empresa tornando a cultura sólida. São sequencias repetitivas de atividades que 16 expressam e reforçam os valores fundamentais da organização. (ROBBINS, 2010, p. 513). Mitossão interpretações de fatos que não ocorreram com a intenção de manter certos valores históricos. Histórias e mitos são elementos das tradições orais passados para as novas gerações, de maneira a perpetuar a cultura dominante. (MAXIMINIANO, 2012, p. 317). Os pressupostos compartilhados são percepções inconscientes dadas como certas de comportamentos ideais. A cultura organizacional pode ser usada pela administração como recurso para atingir os objetivos da empresa, podendo ser explicita ou implícita. Explicita quando são facilmente perceptíveis através de seu código de ética, seus princípios e políticas da organização. Já a cultura organizacional implícita é disseminada através de palavras tanto escritas quanto verbais, não coincidindo com a cultura formal. Segundo Chiavenato A cultura organizacional representa as normas informais e não escritas que orientam o comportamento dos membros de uma organização no dia a dia e que direcionam suas ações para o alcance dos objetivos organizacionais. (CHIAVENATO, 1999, p. 138). A cultura orienta o comportamento de cada indivíduo dentro da organização através de seus pressupostos básicos compartilhados indicando como o grupo resolve problemas de integração interna, dos membros que já estão inseridos e dos novos os guiando na maneira de como lidar e resolver problemas. 2.2. Clima organizacional O clima organizacional esta intimamente ligada à forma com que os funcionários interpretam e agem nas organizações com suas crenças, valores e normas formando a atmosfera psicológica que se faz quando o individuo entra em um ambiente, e que faz com que as pessoas sintam ou não vontade de permanecer no lugar, contudo Chiavenato descreve clima organizacional: Refere se ao ambiente psicológico interno que existe entre os participantes da empresa. Esta internamente relacionada como grau de motivação de seus participantes. É a qualidade ou a propriedade do ambiente organizacional que é percebida ou experimentada pelos participantes da 17 empresa e que influenciam seu comportamento. (CHIAVENATO, 2014, p.335). O CO sendo um ambiente agradável de fácil convivência é mais provável que a satisfação dos funcionários esteja efetivada nos ambitos pessoais e profissional. Na medida em que o ambiente organizacional permite a satisfação das necessidades individuais de seus participantes o clima organizacional tende a mostrar se favorável e positivo. (CHIAVENATO, 2014, p.335) As organizações que mantém um CO benéfico podem agregar em seu quadro funcionários motivados, e desenvolvem talentos tanto para o crescimento da organização quanto o desenvolvimento pessoal do individuo. 2.3. Tipos de Clima Organizacional Podemos definir o CO como positivo, o prejudicado e ruim: Positivo onde os colaboradores sentem se motivados, satisfeitos e comprometidos com a organização. O CO prejudicado são caracterizados por conflitos entre colaboradores dos níveis mais baixos como entre os níveis mais elevados do quadro de funcionários, prejudicando a organização tanto em questões financeira quanto de relacionamentos. [...] quando a frustra a satisfação das necessidades dos participantes, tende a mostrar se desfavorável e negativo. (CHAVENATO, 2014, p. 335). Nas comunicações, rivalidades entre colaboradores tornando o ambiente de difícil convivência. Já o que caracteriza um clima ruim é a alta rotatividade. Absenteísmo são os atrasos, as faltas justificadas ou não, e tem por objetivo mensurar o tempo que o empregado na comparece ao trabalho. Chiavenato afirma que as causas ou consequências ligadas ao absenteísmo esta ligado diretamente à motivação do trabalhador. As causas e consequências das ausências foram intensamente estudadas. A pesquisa mostra que o absenteísmo é afetado pela capacidade profissional dos empregados e pela sua motivação para o trabalho, alem de fatores internos e externo ao trabalho. (CHIAVENATO, 1999, p. 68). 18 As ações de motivação de e satisfação devem medir a assiduidade e rotatividade dos colaboradores e serem constantes para que sejam os menores possíveis O alto índice de rotatividade pode ser um fator que determina um clima organizacional ruim gerando custos financeiros e econômicos com o desligamento, entrevistas, reposição do posto de trabalho, treinamento. A rotatividade é caracterizada pela saída e entrada de colaboradores quando essas esse fluxo é feito constantemente pode ser um sinal de algo errado. Chiavenato cita: A rotatividade não é uma causa, mas o efeito de algumas variáveis internas ou externas. [...] Dentre as variáveis internas estão a política de salários e de benefícios que a organização oferece, o estilo gerencial, as oportunidades de crescimento interno, o desenho de cargo, o relacionamento humano, as condições físicas e psicológicas de trabalho. (CHIAVENATO, 1999, p. 70). A cultura organizacional e o clima organizacional são responsáveis por essas variáveis de rotatividade. Considerando que a organização atribui valor ao capital humano dentro dela através das variáveis apresenta se como importante ferramenta para a motivação e satisfação dos integrantes que nela prestam seus serviços. 2.4. Clima Organizacional X cultura organizacional O clima organizacional reflete a cultura organizacional, e é influenciado pela maneira como os indivíduos relacionam se dentro das organizações sendo elas positiva ou negativa a satisfação e o desempenho dependem de um clima organizacional bom e uma cultura organizacional forte. Segundo Chiavenato, o clima influencia a maneira como cada pessoa sente e percebe sua empresa, seu trabalho, seus superiores e colegas e como reagem e se comportam nesse contexto. (CHIAVENATO, 2014, p. 336). O clima organizacional influencia e é influenciado pelos indivíduos dentro das empresas devido as variáveis dos colaboradores em suas motivações, satisfações, ele pode variar conforme as variáveis, assumindo suas motivações ou frustrações. Já a cultura organizacional precisa de tempo, e as mudanças são profundas e 19 de difícil percepção, pois a cultura é vista como a identidade da empresa, e quando ocorrem mudanças sejam elas estruturais, de liderança dentre outras, a melhor ferramenta a ser utilizada é a comunicação que informa, desfaz conflitos de interesse, de grupos ou individuais. 2.5. Avaliação do clima Organizacional As organizações precisam dos indivíduos para atingir seus objetivos, e nos tempos atuais com a grande valorização do capital humano faz se necessário medir a satisfação e a motivação os colaboradores dentro das organizações. Essa avaliação implica no rendimento do indivíduo como no lucro das organizações. Um dos critérios de avaliação para a certificação da empresa é satisfação e motivação dos colaboradores da empresa. (LUZ, 2006, p.1). A pesquisa do clima organizacional é importante, pois tem o objetivo de mensurar a satisfação dos funcionários suas percepções sendo negativas ou positivas, alem de analisar o estado de saúde das organizações. A avaliação permite a promover ações de melhoria no ambiente organizacional, no desenvolvimento pessoal e profissional do colaborador, desenvolve ações gerenciais eficazes, alinha o clima organizacional com a cultura, e foca no cliente interno e externo trazendo maior rentabilidade para as organizações. 2.6. Motivação A motivação é um dos fatores que influenciam no comportamento organizacional, Gil afirma O comportamento humano é motivado pelo desejo e atingir algum objetivo. (GIL, 2013, p. 202). Apesar de motivação estar associada a formas de recompensanas organizações podemos afirmar que a motivação e autoestima dos colaboradores não esta ligado somente a essas prerrogativas, os elogios, reconhecimento das tarefas bem desenvolvidas tornam os colaboradores se sentir melhor. Gil nas Teorias dos fatores higiênicos e motivacionais compreende: Os primeiros referem se aos fatores necessários para ajudar os empregados a seu ambiente, tais como o pagamento e condições de 20 trabalho, Esses fatores não são suficientes para promover a motivação. mas precisam ser pelo menos a satisfatórios para não desmotivar as pessoas. Os últimos referem se a fatores tais como responsabilidade e reconhecimento e são os que realmente promovem a motivação. (GIL, 2013, p. 202). Esses fatores dependem da satisfação do trabalho, mostra ainda que o aumento de salário é valido, porem para que os colaboradores trabalhem motivados faz se necessárias outras ações. Segundo o modelo de comportamento explica que os motivos determinam o comportamento Maximiniano (2012), afirma É o modelo que fornece uma explicação fácil para o entendimento das ações individuais. O modelo baseia se em três hipóteses principais: Todo comportamento é motivado; O comportamento é orientado pela a realização de algum objetivo; O comportamento que procura realizar algum objetivo pode ser perturbado por conflito, frustração ou ansiedade; Comportamento: Qualquer ação ou manifestação observável das competências e características individuais, como falar, pensar, escrever, decidir ou não fazer nada é comportamento; Motivação: O comportamento é sempre motivado por alguma causa interna ao próprio individuo (motivos internos) ou alguma causa externa, do ambiente (motivos externos). Motivação, neste modelo, é sinônimo de relação de causa efeito no comportamento das pessoas. Motivação não significa entusiasmo ou disposição elevada; significa apenas que todo comportamento sempre tem uma causa; Objetivo. é o resultado que o comportamento procura alcançar. Pode ser atender a uma necessidade, comprar um carro novo, a felicidade, entrar na universidade, ganhar uma promoção, descansar. A realização do objetivo pode ser impossibilidade por três obstáculos: frustração, conflito e ansiedade. (MAXININIANO, 2012, p.189). Nesse modelo o autor afirma que todos os indivíduos são iguais, são influenciados e tem objetivos por esse motivo são motivados. Não é possível manter as pessoas motivadas sempre, o gestor deve desenvolver ações para que os colaboradores sintam se motivados. Gil reconhece que o processo de motivação não é uma tarefa fácil: As pessoas, por sua vez, por serem diferentes entre si, interagem com a própria personalidade e motivação de formas diferentes. Por tudo isso, motivar pessoas no trabalho constitui tarefas das mais difíceis. (GIL, 2013, p. 210). Para que os gestores desenvolvam a tarefa da melhor maneira é desenvolver o espírito de equipe sem que favoreça nenhum individuo. 2.6.1. Teorias Motivacionais 21 As principais teorias motivacionais são as de Maslow que se divide em cinco necessidades fisiológicas, de segurança, sociais, de estima e auto realização como cita Maximiniano: Necessidade fisiológicas ou básicas. Necessidades de alimento, abrigo (proteção contra a natureza), repouso, exercícios, sexo e outras necessidades orgânicas; Necessidades de segurança. Necessidades de proteção contra ameaças [...]; Necessidades sociais. Necessidades de amizades, afeto, interação e aceitação dentro do grupo e da sociedade; Necessidades de estima. Necessidades de autoestima e estima por parte dos outros; Necessidades de autorrealização. Necessidades de utilizar o potencial de aptidões e habilidades, autodesenvolvimento e realização pessoal. (MAXIMINIANO,2012, p. 196). Maslow classifica as duas primeiras necessidades primarias e as outras três como necessidades secundarias, todas com o mesmo grau de importância. Para que seja alcançado um novo estagio motivacional a necessidade anterior deve estar satisfeita pela ordem. A teoria dos Dois Fatores de Herzberg, o qual estudou os dois fatores motivacionais e higiênicos dos funcionários dentro das organizações. Maximiniano elucida a motivação resulta de fatores que podem ser divididos em duas categorias: Quadro 1: Efeitos da combinação de fatores higiênicos e motivacionais no trabalho Totalmente ausente totalmente presentes FATORES HIGIÊNICOS AUSENTES Salários baixos Não há benefícios Condições de trabalho precário Equipes sem sintonia FATORES HIGIÊNICOS PRESENTES Salários e benefícios satisfatórios Ambiente físico de trabalho agradável Ambiente humano amigável. 22 Totalmente ausentes Totalmente presentes FATORES MOTIVACIONAIS AUSENTES Trabalho sem desafio; Não há oportunidade de avanço; Não oferecem programas de capacitação; Não há recompensas pelo desempenho. Ausência de fatores motivacionais e higiênicos é a pior situação, que se aceita na absoluta falta de alternativas. O desempenho só pode ser resultante do senso de responsabilidade ou do receio da perda do emprego. Exemplos atividades realizadas por imigrantes ilegais, ou por pessoas sem qualificações profissionais. Satisfação com as condições de trabalho, mas insatisfação com o trabalho em si, devido a falta de desafios ou, em outros extremos, a tensão inerente. O desempenho pode tender a mediocridade precoce ou a problemas de conduta. FATORES MOTIVACIONAIS PRESENTES Trabalho que envolve desafio, responsabilidade e tomada de decisão; Possibilidades de crescimento na carreira; Reconhecimento pelo desempenho. A ausência de fatores higiênicos com presença de fatores motivacionais é exemplificada pelos missionários e socorristas voluntários que trabalham em condições de extrema penúria. O desempenho é resultante da motivação inerente a tarefa. Numa empresa, essa situação compromete o desempenho. Motivação com o trabalho e insatisfação com as condições formam a melhor combinação possível. Em tese, pode se esperar os melhores níveis de desempenho quando o trabalho se encontra nessa situação. Fonte: Maxininiano, 2012, p. 201 Comparando as duas teorias apresentadas constatam se que as necessidades higiênicas mencionada na teoria dos dois fatores de Herznberg se igualam as necessidades primarias apresentada por Maslow, assim como as necessidades motivacionais da teoria dos dois fatores relacionam se às necessidades secundarias de Maslow. Faz se necessário que as organizações mantenham seus colaboradores motivados, pois na troca de necessidades as empresas precisam dos funcionários para atingir seus objetivos e os indivíduos precisam das organizações e seu emprego para suprir suas necessidades e objetivos pessoais. 2.7. Liderança A liderança tem se tornado cada vez mais importante dentro da organização, o líder devem desenvolver atividades para que os funcionários gerem lucro para a organização, e o bem estar de todos. Atingindo os objetivos da empresa e dos colaboradores. Maximiniano conceitua Liderança: 23 Liderança é o processo de conduzir as ações ou influenciar o comportamento e mentalidade de outras pessoas. Proximidade física ou temporal não é importante no processo. [...] Liderança é a realização de metas por meio da direção de colaboradores. A pessoa que comanda com sucesso seus colaboradores para finalidades especificas é líder. Um grande líder tem essa capacidade diaapós dia, ano após na, em uma grande variedade de situações. (MAXIMINIANO, 2012, p. 206) O líder quando é respeitado e admirado tem a capacidade de desenvolver a vontade de colaborar nos seus liderados, estimulando um melhor comportamento e motivando os indivíduos e os desenvolvendo para eu atinjam os melhores resultados esperados pelas empresas. 2.7.1 Tipos de liderança Os lideres são capazes de exercer atividades, o poder e autoridades sobre os indivíduos, seu objetivo nas relações interpessoais nas relações de trabalho é manter a saúde das relações entre os seus liderados. Gil (2013) demonstra os quatro tipos de liderança segundo a Universidade estadual de Ohio: Empobrecido: Pouca preocupação com as pessoas e pouca com a produção. O líder abdica do seu papel de liderança; Clube de campo: muita preocupação com as pessoas e pouca com a produção; Autoritário: muita preocupação com a produção e pouca com as pessoas. Democrático: muita preocupação tanto com as pessoas quanto com a produção. Meio termo: preocupação media tanto com a produtividade quanto com as pessoas. Podemos ainda definir o líder autocrata que se define no individuo que concentra o poder de decisão. Já a liderança democrática é tomada decisões descentralizadas com o apoio da equipe, colocando os dois tipos de liderança em situações opostas. O líder pode exercer sobre os indivíduos acontece através do poder ou da autoridade, os lideres exercem influencias diferentes sobre seus liderados nem sempre aquele que tem o poder exerce a autoridade que é desenvolvida através da admiração e respeito. 24 2.8. Comunicação Para que a organização tenha um clima organizacional adequado faz se necessário que na empresa o processo de comunicação deve ser clara e objetiva, sendo no seu processo eliminado todos os ruídos. A comunicação tem quatro funções básicas dentro da organização, o controle, a motivação, expressão emocional e informações. Segundo Robbins a comunicação age no controle do comportamento das pessoas de diversas maneiras. As organizações possuem hierarquias e orientações formais que podem ser seguidas pelos funcionários. A comunicação também facilita a motivação por estabelecer aos funcionários o que deve ser feito, qual a qualidade de seu desempenho e como melhora-lo caso se estiver abaixo do esperado. A comunicação, portanto, possibilita a expressão emocional de sentimento e satisfação de necessidades sociais. A função final da comunicação é facilitar a tomada de decisão. (ROBBINS, 2010, p. 326) A gestores pode usar a comunicação como um fator motivador utilizando o feedback para medir a satisfação e opinião de seus colaboradores, alem da função da comunicação tem de informar. 2.9. Conflitos As organizações passam todos os dias por conflitos, e somam esforços para amenizar ou mesmo extinguir tais ações dentro das empresas, Conforme Ferreira conceitua conflito como: Conflito vem do latim conflictu, embate dos que lutam; discussão acompanhada de injúrias e ameaças; desavença; guerra, combate, colisão, choque; o elemento básico determinante da ação dramática, a qual se desenvolve em função da oposição e luta entre diferentes forças. (Ferreira, 1996, p. 363) O pensamento administrativo tem se preocupado profundamente com os problemas de obter cooperação e sanar conflitos. O conflito não é casual nem acidental, mas é inerente a vida organizacional. (CHIAVENATO, 1994, p. 394). 25 Ocorre conflito – um processo de oposição e confronto que pode ocorrer entre indivíduos ou grupos nas organizações – quando as partes exercem poder na busca de metas ou objetivos valorizados e obstruem o progresso de uma ou mais das outras metas (WAGNER, 2006, p. 283). O conflito envolve o uso do poder durante o confronto que cada indivíduo defende seus interesses e demonstra resistência pelas partes. Não podemos afirmar que o processo de conflito nas organizações é bom ou ruim, por mais que elas tragam desgaste para as pessoas e para o clima organizacional, segundo Vecchio a percepção de conflito mudou ao logo dos anos: A visão anterior baseava se em considerar como prejudicial e desnecessário. Sua existência era encarado como sinal de que algo estava errado. [...] De acordo com a visão tradicional, o conflito não tem uma finalidade proveitosa, porque afasta a atenção dos gerentes e esgota as energias e recursos. Consequentemente ele deve ser evitado. [...] Hoje, o conflito é encarado como inevitável em todas as organizações e, muitas vezes necessário para assegurar desempenho elevado. Não se nega que ele possa ser prejudicial em alguns casos, porem, a ênfase esta no reconhecimento de que certas formas de conflito podem ser uteis para alcançar metas desejadas. (VECCHIO, 2015, p. 231) Pressupõe se que na visão tradicional o conflito deveria ser investigado e eliminado. Já uma visão moderna afirma as organizações podem tirar proveito das situações, pois certo grau de conflito podem impulsionar a produtividade e fazer com que surjam novas ideias. O conflito pode desenvolver nos indivíduos sentimentos negativos, estresse, dificuldades de relacionamentos interpessoais, depressão dentro outras emoções individuais e coletivas. 26 27 O ASSÉDIO MORAL NAS ORGANIZAÇÕES No Brasil não há uma lei especifica que define o assédio moral, porem a conduta são julgadas e classificadas com amparo preditas no artigo 483 da CLT (Consolidação das Leis do trabalho), muitos dos julgamentos foram reconhecidos em favor das vitimas que foram indenizados malfeitos sofridos. Com tudo alguns estados como Pernambuco com a Lei estadual nº 13.314 de 15 de outubro de 2007, a qual foi a primeira lei a ser promulgada em todo o Brasil. Em São Paulo a lei nº 12.250 de 9 de fevereiro de 2006 que veda o assédio moral no âmbito da administração publica. O assédio moral é um fato que ocorre há muito tempo em varias organizações, suas características são a exposição constrangedora e ou humilhante do funcionário em período longo, Oliveira declara: Assédio moral é uma manipulação perversa, terrorismo, psicológico, caracterizando-se por uma conduta abusiva, de natureza psicológica, que atenta contra a dignidade psíquica, de forma repetitiva e prolongada, e que expõe ao trabalhador a situações humilhantes e constrangedoras, capazes de causar ofensas à personalidade, à dignidade ou a integridade psíquica, e que tenha por efeito excluir a posição do empregado no emprego ou deteriorar o ambiente de trabalho, durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções. (OLIVEIRA, 1998, p. 24-32). Ainda assédio moral pode ser compreendido a soma de comportamentos praticada, muitas vezes por estão em posição hierárquica superior a vitima, de maneira que o ato o agrida. Em outra percepção o superior permite que outras pessoas com nível hierárquico igual a vitima o ataquem com o alvo de ofender, humilhar, desestruturando toda a cultura organizacional. Diante desta afirmação não podemos conceituar a empresa como causadora de tal pratica, pois o fenômeno muitas vezes é silencioso e em momentos desatentos dos quais se tornam quase imperceptíveis aos outros funcionários. Passos afirma: Apesar de ser um fenômeno antigo, tornou se mais acentuado na sociedade atual como consequência do estimulo ou no mínimo da banalização das injustiças e dos maus tratos que as pessoas são submetidas, em especial nas organizações produtivas, que estão preocupadas com o lucro econômico em detrimento do crescimento e dobem estar dos seres humanos. (PASSOS, 2011, p 127) 28 O processo do fenômeno é formado por repetições de vexames e humilhações, dando inicio a sequelas de danos psíquicos de uma pessoa afetando o bem estar mental. A prática de assédio é identificada como a pior forma de estresse social. O assédio moral muda de uma forma visível o comportamento do assediado, o mesmo mostra se desmotivado, se permite abater, esse tipo de comportamento é contagioso, o aterramento de afastamento ou substituição se torna público, igualmente a angústia do não processo de ascensão dentro da organização colocando o individuo em condição de sofredor, após fatos relatados outros problemas pessoais começam a aparecer com a saúde abalada por doenças psicossomáticas. (GUEDES 2003, p. 143). Sua incidência existe desde os primórdios nos locais de trabalho, (Hirigoyen, 2002, p. 65) relata: embora o assédio no trabalho seja uma coisa tão antiga quanto o próprio trabalho. Outra característica do assedio moral são através de gestos, comportamento abusivo, e constrangedores. Pode se estabelecer algumas ações que levam a tipificação do assédio moral; são eles: humilhar habitualmente, difamar, menosprezar, inferiorizar, desprezar, ridicularizar, estigmatizar. (GUEDES, 2003, p. 35). Com as constantes mudanças e novas tecnologias, as organizações sofrem a todo o momento modificações, o colaborador deve se adaptar o mais rápido possível a essas mudanças, negam o fato que pessoas têm diferentes níveis de aprendizado, umas são mais lentas no aprendizado já outras desenvolvem o trabalho com agilidade, as pessoas que são mais demoradas podem parecer estar perdendo tempo e podendo diminuir a produção, elas são as vítimas mais fáceis para o agressor. O desafio das empresas perante os abusos de poder e preconceitos disseminados no ambiente de trabalho. Para prevenir ou mesmo extinguir tais ações é necessário que haja uma comunicação eficiente como instrumento de conscientização e prevenção de atitudes tão destrutivas. Vecchio afirma: A comunicação verdadeira ou precisa, muitas vezes, é difícil de realizar, por exigir uma sequencia complexa de passos: geração de ideias, codificação, transmissão por diversos canais, decodificação, compreensão e resposta. [...] existem, em cada passo, obstáculos potenciais para a comunicação bem sucedida, que podem ser descritos como ruídos, barreiras e filtros, e 29 tem o potencial de impedir ou alterar o processo de comunicação. (VECCHIO, 2015, p. 292). 3.1 O assédio moral organizacional O convívio dos indivíduos no trabalho trazem discussões em vários âmbitos profissionais, o fenômeno que ocorre nessas relações cria um amplo debate da importância de entender o significado de tais condutas nas relações de emprego. Doutrinas que conceituam a prática expondo os indivíduos dessas relações. A conduta e as atitudes negativas adotadas pelo agressor em relação a vitima caracterizado por palavras, atos dentre outros acarreta prejuízos físicos e emocionais ao individuo assediado, em uma pesquisa feita por Barreto com 2072 (dois mil e setenta e dois) colaboradores entre 1996 e 1997, demonstra as consequências das agressões sofridas por eles: Tabela 1: Repercussões da humilhação na saúde segundo o sexo: Queixas/ Sintomas/ Diagnóstico Mulheres (%) Homens (%) Irritação 90 70 Dores generalizadas e esporádicas 80 80 Raiva 56 100 Vontade de vingar-se 50 100 Alterações do sono 69,6 63,6 Medo exagerado 100 23 Sensação de piora de dores pré-existentes 89 32 Manifestações depressivas 60 70 Palpitações, tremores 80 40 Tristeza 100 9,3 Sensação de inutilidade 72 40 Mágoas 100 2,4 Vontade de chorar por tudo 100 - Sentimento de revolta 17 100 Pensamento de suicídio 16,2 100 Vergonha dos filhos 10,7 100 Pensamentos confusos 56 36 Indignação 7 100 Aumento da pressão arterial 40 51,6 Desespero/ preocupação 70 8,5 Diminuição da libido 60 15 Omissão da humilhação aos familiares 2,2 90 Cefaleia 40 33,2 Desencadeamento da vontade de beber 5 63 Enjoos, distúrbios digestivos. 40 15 Sensação de que foi enganado traído 16,6 42 Sensação de que foi desvalorizado 11,3 40 Decepção, desânimo 13,6 35 30 Vontade de ficar só 2,6 48 Insegurança 13,6 30 Sentimento de desamparo 30 5,3 Falta de ar (dispneia) 10 30 Dores no pescoço 26,3 3,2 Dores constantes 19,2 10 Tonturas 22,3 3,2 Falta de apetite 13,3 2,1 Tentativa de suicídio - 18,3 Dores no peito - 9 Fonte: BARRETO, 2003, p. 217 e 218. O quadro demonstra a ocorrência sofrida pelos indivíduos e é clara a manifestação do mesmo sobre as mulheres e as consequências do ato em sua saúde, porem apresenta que aos homens é atribuída a tentativa de suicídio expondo o perigo eminente à vida do individuo. As violências de assedio não são problemas específicos de relações interpessoais no trabalho ou dentro das organizações, por tanto as termologias para relacionar tais violências que podem ocorrem em relações familiares, relações sociais podem ser elencadas como: bullying, mobbing, assédio, assédio moral, terror psicológico, psico-terror, abuso emocional, comportamento hostis, agressão no local do exercício profissional, comportamentos agressivos. Segundo o artigo 145 do Decreto – Lei 2.848 de1940 o Código Penal Brasileiro, é crime: Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou fazer o que ele não manda. (BRASIL, 1940). Em 2005 foi instituído o Projeto de Lei 4.742, de 23 de maio de 2001, sugere a elaboração do artigo 146-A: Inclui como Assédio Moral no trabalho a desqualificação por meio de palavras, gestos ou atitudes, a autoestima, a segurança ou a imagem do servidor publica ou empregado em razão de vinculo hierárquico funcional ou laboral. (BRASIL, 2005). O projeto representou um avanço para o assunto, ainda necessita que seja convertido em Lei, teve sua ultima atualização no mês de março de 2017. O conceito segundo o dicionário Aurélio 2004 para assediar, 2. perseguir com insistência; 3. Importunar, molestar com perguntas ou pretensões insistentes. No ano de 2000, Barreto no Brasil introduziu o tema assédio moral, e o amadureceu através dos seus estudos, os quais deram inicio a discussões dos 31 métodos no ambiente de trabalho. Para Barreto, o assédio moral é classificado como um fenômeno antigo a violência do trabalhador ocorre da maneira: [...] a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situação humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício das suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigidas a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vitima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego. (BARRETO, 2003, p. 85). As situações vexaminosas e constrangedoras durante a jornada de trabalho, onde prevalecem às condutas negativas por parte do agressor desestabilizam o funcionário em relação no ambiente de trabalho. Através da Lei Municipal nº 13.288, do ano de 2002, de São Paulo/SP, conceitua: Parágrafo Único - Para fins do disposto nesta lei considera-se assédio moral todo tipo de ação, gesto ou palavra que atinja, pela repetição, a auto-estima e a segurança do individuo, fazendo-o duvidar de si e de sua competência, implicando em dano ao ambiente detrabalho, à evolução da carreira profissional ou à estabilidade do vínculo empregatício do funcionário, tais como: marcar tarefas com prazos impossíveis; passar alguém de uma área de responsabilidade para funções triviais; tomar crédito de ideias de outros; ignorar ou excluir um funcionário só se dirigindo a ele através de terceiros; sonegar informações de forma insistente; espalhar rumores maliciosos; criticar com persistência; subestimar esforços. (Lei, 13.228/2 de 2002, SP). Marie-france ainda conceitua o problema social do assedio moral como complexo, a violência dolosa extremamente destrutiva, pois a cada agressão sofrida tem efeito destruidor, os ataques são isolados porem o resultado acumulativo das perturbações sofridas pelo assediado caracteriza a agressão. O assédio moral é dado como um fenômeno que pode manter se por tempo indeterminado, a violência pode estender se por muitos anos. Segundo Passos: No assédio, o individuo que é visado. Ele passa a ser maltratado, sem saber por quê, iniciando um processo de suposições e busca de resposta, em que quase sempre não conta com o apoio dos colegas, que, por conveniência ou por medo, omitem se do processo.Ainda existem os maldosos, que confirmam nada estar acontecendo e que tudo não passa da imaginação fantasiosa do agredido. Em tais situações a omissão torna se cumplicidade, colocando o omisso na mesma situação de responsabilidade de quem efetivamente pratica ou praticou o ato perverso. (PASSOS, 2011, p 127). 32 3.2. Tipos e métodos de assédio moral no trabalho. A violência plurifacetada existe as modalidades verticais (empregados e chefes contra subordinados), e a modalidade horizontal (colegas de trabalho em mesmo grau hierárquico), o mobbing que é caracterizado de baixo para cima (subordinado que rebelam e intimidam um superior, empregando sabotagens nas atividades do de trabalho do mesmo). As formas de assédio moral não são incomuns, porem pode se considerar as relações de poder do agressor sobre vitima o tipo mais clássico de assédio moral caracterizado por ações desumanas e nocivas a vitima, em todas as formas sua finalidade é a desmoralização, punição traz danos à integridade física, psíquica e moral. As varias maneiras de assediar o individuo não são incomuns, porem pode se considerar as relações de poder do agressor sobre vitima o tipo mais clássico de assédio moral caracterizado por ações desumanas e nocivas a vitima, em todas as maneiras de pisco terror tem a finalidade é a desestabilidade emocional, desmoralização social, punição dentre outros, isso traz danos à integridade física, psíquica e moral. As características do assédio no trabalho são desenvolvidas são verticalizadas descendentes o mais comum o qual é praticado pela chefia sobre o subordinado desqualificando a função e a atividade desenvolvida pelo subalterno. O assédio vertical horizontal é caracterizado pelo subordinado ou grupo de funcionários que assedia seu superior. O assédio moral horizontal é apresentado pelo grupo a um individuo ou a um grupo de colegas de trabalho, tal prática causa danos a todos inclusive a organização. É perceptível que em todos os métodos de assédio moral são visíveis a relação de poder do assediador, tendo como principais estímulos a inveja, ciúmes e rivalidade. Hirigoyen justifica: Na vertical descendente, este geralmente vem de um superior para o subordinado e apresentando consequências muito mais graves à saúde do trabalhador do que o assédio horizontal, que apresenta o assédio por parte de colegas. (HIRIGOYEN, 2002, p. 112). 33 A forma horizontal apresenta se quando colegas de uma mesma posição hierárquica assediam o colega de trabalho, por motivos de poder ou mesmo por pensarem que a vitima tem habilidades superior a do agressor. Hirigoyen descreve: Na forma horizontal, aparece com mais frequência quando existe uma disputa interna por uma promoção ou até mesmo a obtenção de um mesmo cargo, (HIRIGOYEN 2002, p.114). Detalhando os métodos e as atitudes do agressor onde determina quatro grupos distintos, das atitudes mais duvidosas as mais simples de serem evidencia que é proposital a degradação das condições de exercício da função são sabotagens a atividades que o indivíduo faz, o assediador não fornece informações da tarefa deixando em duvida a vitima quanto às atividades que devem ser desenvolvidas. Alkimim elucida ofensas feitas pelo superior tem o objetivo de eliminar a vitima O assédio moral cometido por superior hierárquico, em regra tem por objetivo eliminar do ambiente de trabalho o empregado que por alguma característica represente uma ameaça ao superior, no que tange ao seu cargo ou desempenho do mesmo, também o empregado que não se adapta, por qualquer fator, ä organização produtiva, ou que esteja doente ou debilitado. (ALKIMIM, 2008, p. 65). A pressão psicológica desenvolvida pelo superior mostra hostilidades aos direitos do colaborado. A vitima passa a se sentir diminuída, chegando a acreditar que não existe saída se não aceitar o que foi imposto ao pelo agressor. A Ferreira continua: Promovido pelo superior hierárquico é evidenciado por privar a vitima de informações úteis, não lhe comunicando às reuniões que serão realizadas, ou, ainda não lhe passando o serviço que deveria fazer, deixando o empregado, alvo do assédio moral, ocioso no trabalho. (FERREIRA, 2004, p. 65). Os métodos ofensivos podem identificar vestígios que indicam o assédio moral através de isolamento expluindo a vítima do convívio social dentro da organização, a falta de espaço para expor suas ideias e sugestões. Assim Guimarães e Rimoli apresenta: Intimidar, diminuir, humilhar, amedrontar e consumir emocionalmente e intelectualmente a vítima, com o objetivo de eliminá-la da organização ou 34 satisfazer a necessidade insaciável de agredir, controlar e destruir que é apresentada pelo assediador, que aproveita a situação organizacional particular (reorganização, redução de custos, burocratização, mudanças drásticas, etc), para canalizar uma série de impulsos e tendências psicopáticas (GUIMARÃES e RIMOLI, 2006, p. 186). Desta forma os sinais de desrespeito tornam se visíveis e progressivos, pois à medida que o autor ou autores das agressões tomam consciência que a vitima não procurou medidas para que sejam interrompidas tais agressões à tendência é que o agressor faça mais duras e expondo a vitima ao ridículo, essas ações podem chegar até mesmo a agressões físicas e sexuais, Guedes observa se nos grupos seguintes outras agressões mais graves: O terror psicológico reúne em si mesmo uma série de prejuízos na esfera existencial da pessoa que trabalha, tanto podendo ser a causa direta ou a com causa de graves lesões à saúde da vítima. O rebaixamento de função ou a mortificante inatividade, a derrisão, o assédio sexual, as sanções disciplinares injustas, as visitas fiscais reiteradas, a vigilância abusiva, a sujeição humilhante e discriminatória, a solidão proveniente da segregação e do isolamento físico ou decorrente do comportamento indiferente ou de franca rejeição dos colegas, atingem em cheio a espontaneidade - a mais elementar expressão da liberdade humana - e com isso a pluralidade, a diversidade, a esperança e a alegria de viver, provocando a depressão e o desgaste psicofísico. (GUEDES, 2003, p. 17) Os métodos citados acima a acometem excessivamente a vitima, e normalmente são banalizados pelo agressor, que emprega a violência verbal, tornando a conduta visível à organização, fazendo com que o individuo sinta se ainda mais menosprezado e desacreditado por todos neutralizando a reação da vitima. Passos apresentao assédio moral misto, onde a vitima sofre tanto pelo superior quanto pelos colegas: São assédios mistos, que ocorrem de forma consciente por parte dos dois tipos de assediadores ou por omissão dos chefes e dirigentes, pois a partir do momento que ele toma consciência da situação e não procura resolvê-la, tornasse coautor, embora existam casos que ele participa efetivamente. (PASSOS, 2011, p. 130). Mesmo sendo uma atitude perversa do autor do assédio moral podendo ser disseminado por indivíduos e grupos que podem não ser perversos, mas desenvolvem ações e comportamentos baseado pelo modelo de gestão e são alimentados pela inveja, desejo de poder e perversidade. 35 3.3. Motivos ou causas do assédio moral e sujeitos do assédio Os motivos da agressão gratuita, podemos elenca múltiplas razões, o assédio moral especialmente da liderança sobre os subordinados quando ocorre algum problema grave ou mesmo quando o trabalho realizado necessita atingir metas e requer um nível emocional estável para lidar com a pressão decorrente no dia a dia da empresa, além dessas podem ser estimulado por várias outras razões como vulnerabilidade da vitima, o desejo de demitir o funcionário forçando com que o individuo solicite a sua saída, pois cria um ambiente insuportável onde o colaborador desenvolva as atividades, Passos discorre algumas: [...] dentre outros, o autoritarismo, o abuso de poder, a insegurança, e a necessidade de autovalorização do agressor; [...]. Nos casos de assédio horizontal PASSOS afirma: [...] normalmente acontecem quando existe disputa de poder. [...]. Com menos frequência, porem também possível, é o assédio praticado por um empregado sobre o chefe. [...] quando ocorre fusões ou compra, venda de empresas [...] um novo chefe com quem o grupo não simpatizou, por acha-lo antipático intruso, usurpador etc. (PASSOS, 2011, p.130). O autor ainda afirma o assédio moral tem, portanto um motivo sutil: inveja, medo, intolerância, preconceito, insegurança; em todos os pano de fundo é não conseguir aceitar as particularidades das pessoas. (PASSOS, 2011, p. 132). Além dos motivos citados acima podemos relacionar um motivo mais comum é quando a empresa deseja que o mesmo se demita por não suportar a pressão e o ambiente desagradável que o funcionário percebe nesses casos Passos diz: Muitas empresas, na impossibilidade de demitir em empregado, por exemplo, por não lhe ser conveniente político e economicamente, preferem deixá-lo no emprego, pagar seu salário rigorosamente, mas não lhe dar ocupação. Essa é uma situação extremamente humilhante, pois, no mínimo, dispõe sobre a competência do trabalhador. (PASSOS, 2011. p. 130 e 131). Em alguns casos o assediado é colocado em isolamento já em outros são feitas agressões indiretas que são negligenciadas pelos lideres e organização e são caracterizadas por fofocas, olhares de desprezo, negam informações essenciais para o desenvolvimento de atividades importantes para a empresa, essas agressões são mais fáceis de serem disseminadas, pois o assediador tem a possibilidade de negar tal pratica. Já as agressões diretas são feitas em público e não tem o cuidado de ser escondida. 36 3.3.1. O agressor Os sujeitos do assédio moral são classificados como agressor e assediado, empregado e empregador ou mesmo superior hierárquico, essas figuras não tem posições definidas, pois, suas ocupações podem ser vertical, horizontal ou mista e suas causas dependem do cargo ocupado, do nível de responsabilidade do agressor. Hirigoyen afirma: Apresentam total falta de interesse e de empatia para com os outros, mas desejam que os outros se interessem por eles. Tudo lhes é devido. Criticam todo mundo, mas não admitem o menor questionamento ou a menor censura. Diante deste mundo tão poderoso a vítima está forçosamente em um mundo cheio de falhas. Mostrar as dos outros é uma maneira de não ver as próprias falhas, de defender-se contra uma angústia de cunho psicótico. (Hirigoyen, 2004, p. 144) A partir desta contextualização as estratégias de defesa são indispensáveis para a proteção psíquica do individuo, por outro lado à violência perfaz alienações a violência moral através do poder do agressor, Hirigoyen também classifica o agressor: [...] Apresenta uma total falta de interesse, e de empatia para com os outros, mas desejam que os outros se interessem por ele. Tudo lhes é devido. Criticam todo mundo, mas não admitem o menor questionamento ou a menor censura. (HIRIGOYEN, 2002,p. 144). Conclui se com a afirmação da autora que o individuo agressor é uma pessoa extremamente egocêntrica e tem como principais características o descaso com as pessoas, não reconhece o esforço praticado pelo próximo para atingir os objetivos da organização, tem o comportamento hostilizado e é alheio a atitudes de acolhimento, motivação dos colaboradores e reconhecimento. 3.3.2. A vitima Passos qualifica os assediados, [...] são as vitimas mais frequentes: mulheres, homossexuais, pessoas mais velhas, sindicalistas, pessoas combativas. (PASSOS, 2011, p.132). As pessoas mais velhas, ou seja, acima de 40 anos, nas empresas também são alvos de assédio, isso não significa que elas sejam pessoas frágeis ou 37 sem qualificação pelo contrario muitas vezes ela se destaca por possuir habilidades que o assediador não possui, em outras situações são pessoas que quase sempre recebem salários maiores, ou que se negam em fazer parte de grupos interpessoais formados dentro da organização, o mesmo pela própria idade a deixar em situação desvantajosa frente as pessoas mais jovem, entendendo assim que elas não tem mais como contribuir de maneira eficiente ao trabalho que lhe foi delegado. Assim elas estão preferindo substituí-las por pessoas mais jovens, mais maleáveis e menos dispendiosas. (PASSOS, 2011, p. 133). Os homossexuais, pela própria opção sexual, por motivos de preconceitos formados pelos indivíduos sofrem o assedio moral, [...] passam a ser alvo de brincadeiras depreciativas, ironias, chacotas sendo, até mesmo, de acenderem a um posto de maior prestígio. (PASSOS, 2011, p. 133). A vitima hostilizada é colocado à prova sua integridade pessoal e profissional, isso ocorre por que o assediador ou pessoas singulares tem dificuldades de lidar com a as diferenças do próximo criando barreiras nas relações interpessoais [...] podem ser preteridos a um emprego e em algum deles, como na área da educação, até serem demitidos. Tudo é feito de forma sutil, sem que o real motivo seja explicitado, pois o preconceito e a discriminação são considerados atos criminosos e passiveis de punição. (PASSOS, 2011, p. 133). Estudos comprovam que as mulheres são as maiores vitimas do assédio em relação aos homens, Passos mostra que essa variável é maior pelos motivos do assédio citados abaixo: Enquanto os homens são perseguidos, por exemplo, porque ganham mais, por terem mais informações, as mulheres o são por serem bonitas, por terem bens, ou por serem sozinhas e com filhos pequenos para criar. Com os homens as brincadeiras preferidas são aquelas que atacam sua virilidade, dentro de uma lógica discutida pela ciência e praticada pelos senso comum, que afirma ser a integridade masculina estribada em dois pilares: a virilidade e o trabalho.[...] Com as mulheres, o assédio tem conotações machistas, refletindo a cultura de muitos países, inclusive o Brasil. No ambiente empresarial ainda vigora a desigualdade de gêneros, de modo que as mulheres são tidas como problemáticas, pois parem, tem filhos pequenos para criar, tem tensão pré-menstrual etc. São motivos alegados para impedi-las de serem aceitassem resalvas no ambiente de trabalho e também para serem perseguidas e descriminadas. (PASSOS, 2011, p. 133). Outra situação que podemos numerar os fatores de vulnerabilidade que 38 mostram se presentes nas praticas de assedio moral como são pessoas que dependem do emprego para sobreviver, se manter ou mesmo quando ela tem a responsabilidade de sustento da família. Pessoas negras são assediadas pela cor da sua pele e pelo corte ou penteado que fazem em seus cabelos, as etnias, os imigrantes ilegais são as mais vulneráveis ao assédio moral. Guedes afirma que as vitimas por não se rende ao autoritarismo do agressor, as torna vulneráveis as perseguições: A vitima do terror psicológico no trabalho não é o empregado desidioso, negligente. Ao contrário, os pesquisadores encontraram como vitimas justamente os empregados com um senso de responsabilidade quase patológico; são pessoas genuínas, de boa fé, a ponto de serem consideradas ingênuas no sentido de que acreditam, nos outros e naquilo que fazem; [...] De um modo geral, a vitima é escolhida justamente por ter algo a mais. E é esse algo mais que o perverso busca roubar, ou simplesmente não se enquadra nos novos padrões de modernização da empresa. (GUEDES, 2003. p.69). Guedes em seu livro Terror Psicológico no trabalho traz uma classificação formal aos tipos de vitima do assédio moral: O distraído: é ele que não se dá conta de que a situação ao seu redor mudou e não está em condições de avaliá-la corretamente e realisticamente. (GUEDES, 2003 p. 65). O prisioneiro: é o tipo de vítima que esta de certa forma tão abalada pelas agressões psicológicas com a autoestima tão baixa e acredita que tais violências dirigidas a ela sejam verdadeiras que não encontra forças ou vontade de se livrar da situação. [...] encontra em si mesma a capacidade de escapar da violência e procurar uma alternativa ao seu lugar de trabalho, permanecendo preso à situação e se deixa arrastar pelo evento, sem reagir. (GUEDES, 2003 p. 65). O paranoico: é pessoas que suas características são mais fortes a insegurança, acredita e vê perigo por toda parte. O severo: são indivíduos metódicos e sistemáticos, atribui regras para tudo e impõe aos demais colegas. O presunçoso: Ele desclassifica os demais e se atribui maior valor do que realmente é. É um clássico modo de fazer que provoque o assédio, enquanto os colegas se sentem quase justificados a tramar contra uma pessoa desse tipo. (GUEDES, 2003 p. 65). O passivo dependente: Por ser o bonzinho que ajuda a todos tem 39 características de um caráter servil espera muito reconhecimento por parte dos colegas, pode despertar a antipatia dos mesmos. Normalmente são pessoas sentimentais e uma vitima potencial. O brincalhão: são pessoas que não tem hora certa para nada confunde e integra momentos de lazer ao trabalho, brinca a todo o momento e com qualquer pessoa. Guedes afirma: [...] sem dúvida, é sempre prazeroso trabalhar com pessoas bem humoradas. O problema surge quando essa pessoa brincalhona, gozadora é estigmatizada, isto é, tornar-se para todos a causa do riso, o palhaço, o bobo. Ninguém o leva a sério e facilmente pode se tornar vítima do assédio moral do tipo horizontal. (GUEDES, 2003 p. 65). O hipocondríaco: as pessoas que usualmente reclamam de todo esforço que desenvolvem para a atividade que lhe foi incumbida, por esse fator provocam nos colegas antipatia por reclamar de mais o qual leva os mesmos a isolar e repulsa do colega que o coloca no isolamento degenerando para o abuso moral. O verdadeiro colega: por ter um caráter honesto, que procura a eficiência continua de seu trabalho e o senso de justiça. [...] por incrível que pareça, o verdadeiro colega pode facilmente tornar-se vítima do abuso moral, justamente pelo seu comportamento honesto, eficiente, disponível, com senso de justiça. (GUEDES, 2003 p. 65). Com as classificações formadas de agressor e vitimas, existe ainda outro sujeito, os espectadores do assédio moral, destaca se por observar sendo passivos ou ativos tornando se coautor da violência. Guedes relata: Os conformistas são espectadores não envolvidos diretamente na ação perversa, mas têm sua personalidade porque fazem nada para frear a violência psicológica desencadeada pelo sujeito perverso, ou muitas vezes, atuam ativamente, favorecendo claramente a ação do agressor. O espectador conformista ativo não age frontalmente, mas lateralmente no confronto com a vitima, não são adversários diretos, eles ajudam o verdadeiro agressor a destruir mais rapidamente a vitima. (GUEDES, 2003. p. 62). 3.3.3. Os espectadores Os espectadores são todas as pessoas que presenciam, convivem ou mesmo são cumplices do assédio moral. Guedes define os espectadores em: 40 [...] conformistas passivos e os conformistas ativos. Os conformistas são espectadores não envolvidos diretamente na ação perversa, mas têm sua responsabilidade porque nada fazem para frear a violência psicológica desencadeada pelo sujeito perverso, ou muitas vezes, atuam ativamente, favorecendo claramente a ação do agressor. (GUEDES, 2005, p. 69). Assim percebe se que o espectador torna se cumplice do ato e tão culpado quanto o autor, pois favorece a ação do perverso mesmo não sento espectador direto, contribui de alguma forma pra que a vitima seja arruinado mais rápido pelo agressor. 3.4. Condutas que não configuram assédio moral Deve ser diferenciado o assédio moral das situações de estresse no trabalho e das más condições de trabalho. O estresse no trabalho pode ser desencadeado por ações licitas do empregador para o empregado na finalidade de reivindicar produtividade e qualidade no trabalho oferecido. Tarefas atrasadas, pressão por parte do empregador, metas a cumprir, falta de organização no setor, são uma das causas do estresse no trabalho, a Exame.com elenca as onze maiores causas de estresse no trabalho em uma pesquisa feita pela empresa de gestão de projetos Wrike com mais de 1400 profissionais do mundo todo mostrou as principais causas de estresse: Tabela 2: As principais causas de estresse Causas do estresse Porcentagem dos entrevistados Desencontros informais 52% Problemas com prioridade de tarefas 51% Metas irreais 49% Mudança de prazos 47% Liderança confusa 44% Atribuições de tarefas pouco claras 44% Distorção das funções 43% Falta de colaboração e coordenação 42% Falta de força e vontade da equipe 37% 41 Pouco envolvimento dos patrocinadores 28% Incerteza do próprio papel no projeto 24% Fonte: exame.abril.com.br 13 out 2015 As más condições de trabalho não são consideradas ações de assédio moral, elas são denominadas com falta de equipamentos, iluminação, espaço físico para que o trabalhador desempenhe suas funções de maneira adequada. Para que o assédio moral seja configurado é necessário a que ocorram praticas repetidas por um período prolongado. 42 AÇÕES PREVENTIVAS CONTRA O ASSEDIO MORAL Neste capítulo abordou se os efeitos do assédio moral para as organizações os desafios enfrentados por elas contra a prática do assédio moral e ações que previnem tais fenômenos. Os efeitos do assédio moral pode ser devastadores tanto para as vitimas como para as organizações. 4.1. Consequências de assédio moral para as organizações As consequências do assédio moral apesar de serem as vitimas as mais prejudicadas não se limitam apenas a elas, a saúde da empresa também torna se vitima, pois prejudica o seu desenvolvimento nos negócios e a eficiência e a eficácia de trabalho doscolaboradores. Guedes elucida as consequências do assédio: De modo geral, verifica-se, no nível de grupo, uma redução na capacidade produtiva e na eficácia; acentuada crítica aos empregadores; elevada taxa de absenteísmo por doenças; tendência do grupo de fazer tempestades em copo d´água, transformando pequenos problemas em gigantescos conflitos; a busca de bodes expiatórios, para mascarar os reais problemas e culpados. (GUEDES, 2005, p. 114). Constata se assim que mesmo que haja os coautores ou espectadores das praticas disseminadas, temem ser as próximas vitimas, pois sentem se ameaçadas pelas experiências presenciadas, com isso alguns efeitos são constatados como a degradação do ambiente de trabalho, a redução da capacidade produtiva, o absenteísmo, a rotatividade, custos com previdência e despesas com processos judiciais dentre outras. Guedes afirma essas consequências: As empresas sofrem consequências com a prática do assédio moral, principalmente no que diz respeito ao aumento de custos que é determinado pelas faltas decorrentes de doenças, substituições e despesas com processos judiciais, além de redução na capacidade produtiva e na eficiência do trabalhador, que poderá ter um rendimento inferior a 60% (GUEDES, 2006, p. 115). Com isso, as empresas perdem na imagem e na eficiência, e existe a possibilidade no aumento de acidentes e doenças no trabalho, reputação e até nas relações com a sociedade, pois a cultura da empresa é fraca e não dissemina o respeito ao próximo. 43 4.1.1. Absenteísmo e rotatividade O absenteísmo é uma dos maiores efeitos do assédio moral, as faltas podem ser justificadas através de atestados ou mesmo atrasos são contabilizados com barreiras a assiduidade. Chiavenato afirma: As causas e consequências foram intensamente estudadas. As pesquisas mostram que o absenteísmo é afetado pela capacidade profissional dos empregados e pela sua motivação para o trabalho, além de fatores internos e externos ao trabalho. [..] A quantidade e duração das ausências estão relacionadas com a satisfação no trabalho. (CHIAVENATO, 1999, p. 69). Assim como a absenteísmo a rotatividade afeta os resultados da organização, a entrada de novos funcionários para a substituição dos postos trazem custos com a o desligamento, com recursos humanos para a nova contratação, custos com treinamento e inclusão do novo colaborador. 4.1.2. Previdência e despesas com processos O assédio moral atinge esferas jurídicas e esfera previdenciária, uma vez que os efeitos imediatos e diretos sobre a saúde mental e física do trabalhador, gerando doenças as quais os afastam das suas atividades laborais. Alkimin aponta gastos como: [...] despesas de saúde por parte do seguro social, hospitalizações, indenizações de desemprego, aposentadorias antecipadas, o que, em se tratando da situação econômica de um país, transforma-se em bilhões. (ALKIMIN, 2005, p. 88-89). O custo econômico para as empresas onde é disseminada tal violência está ligado também a processos indenizatórios que são movidos pela vítima, os custos indenizatórios são repassados aos produtos o ajustando as margens de lucro para ajustar custos jurídicos ou financeiros, fazendo assim a empresa menos competitiva no mercado. 4.2. Ações preventivas contra o assédio moral 44 Com todos os prejuízos que empresas vêm sofrendo ao logo dos anos mostrou se a necessidade de mudanças na estrutura social das organizações fazendo com que seus colaboradores tenham a consequência dos danos causados pela violência tanto para a vitima quanto para a empresa, desta forma há a necessidade de ações de prevenção que impeçam tais ações. Passos afirma: Assim, se pretendemos romper com ele, ou impedir que seja iniciado, são necessárias mudanças na estrutura social e consequentemente organizacionais, em que haja respeito pela diferença e o ser humano seja o centro e finalidade de tudo, em detrimento a raça, classe, gênero etc. (PASSOS, 2014, p. 137). Algumas propostas de prevenção estão sendo utilizadas para que atinjam resultados positivos, as ações necessárias de atitudes efetivas, coletivas e solidárias para impedir o assédio moral e assegurar os direitos humanos dentro das organizações. Dentre os projetos, estão o planejamento e organização do trabalho, levando em consideração a autonomia da função pelo colaborador, facilitando a responsabilidade funcional e profissional, viabilizando ao colaborador a oportunidade de contato com seus superiores e outros, relacionando as atividades individuais aos objetivos da organização para tanto oferecer treinamentos e informações sobre exigência do serviço de acordo com suas atribuições que garantam assim um ambiente de trabalho mais sadio e propício. 4.2.1. Políticas sindicais de prevenção do assédio moral Sindicatos são entidades associadas ao trabalho sua função é garantir o direito dos trabalhadores representado frente as organizações, visando tratar de problemas coletivos das respectivas bases representadas, defendendo seus interesses trabalhistas, com o objetivo proporcionar melhores condições de trabalho. Assim quando a denuncia é feita ao sindicato que tem por responsabilidade de obter esclarecimentos acerca da situação. [...] mas é preciso saber que, quando uma situação de perseguição é comunicada aos sindicatos, o conflito torna-se aberto. (HIRIGOYEN, 2002, p. 196). 45 O assédio moral deve ser reprimido também na esfera criminal, conforme projeto de lei federal de reforma do Código Penal, coordenado pelo deputado federal Inácio Arruda, dentre outros projetos existentes (SANTOS, 2004, p. 8) Em casos mais extremos as ações são denunciadas ao poder judiciário que toma as devidas providencias com procedimentos de negociação, transação, arbitragem, conciliação como explica Hirigoyen: A mediação faz apelo ao compromisso mais do que à força e obriga a que se saia de um processo perverso no qual um impõe ao outro sua vontade. Em situações parecidas com o assédio moral – mas que nada mais são do que falta de habilidade ou comportamentos errados de pessoas ansiosas ou que se deixaram levar pelo grupo – é que a mediação pode dar ao agressor a possibilidade de explicar sua atitude e até mesmo pedir desculpas. É a oportunidade, para ambos protagonistas, de explicar sem subterfúgios o que estão sentindo, de esclarecer as incompreensões eventualmente, reconhecer os próprios erros (HIRIGOYEN, 2006, p. 335). Diante de tais mediações as organizacionais tem um papel importante no consentimento ou desaprovação do assédio moral. Assim para redução dos casos de assédio é fundamental reprimir tal comportamentos/ações. É necessário que nas organizações haja a conscientização das consequências do assédio tanto para os agressores quanto para as vitimas. 4.2.2. Ações organizacionais de prevenção No Brasil por questões culturais, não existem nas organizações políticas de prevenção ao assedio moral, Passos afirma [...] é comum às empresas não levarem a sério o assunto até porque estão pouco acostumadas a valorizarem as questões humanas. (PASSOS, 2014, p. 137). Portanto a necessidade de métodos preventivos ao assédio moral é incontestável, por razões econômicas os investimentos em prevenção diminuem os custos para as organizações, na produtividade e qualidade dos serviços prestados pelos indivíduos. Nas relações sociais melhora no convívio interpessoal, Cintra reconhece: No contexto organizacional, o desenvolvimento interpessoal assume importância significativa. [...]. O contexto atual mostra uma grande complexidade, em que a mudança é uma constante e se reflete
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