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Professor: Carlos Francisco Pecapedra Souza Contato: pecapedra@utfpr.edu.br Resistência dos Materiais I Aula 10 Tensões normais e tangenciais em vigas Objetivos da Aula 1. Tensões normais e tangenciais em vigas 1.1.Introdução; 1.2.Análise preliminar de tensões na flexão simples; 1.3.Deformações em vigas sujeitas à flexão simples; 1.4.Tensões no regime elástico; 1.5.Dimensionamento de elementos. 1.1. Introdução As peças longas, quando submetidas à flexão pura, apresentam tensões normais elevada. Uma barra é sujeita à flexão pura quando submetida à ação de dois momentos iguais e de sentidos contrários, que atuam em um mesmo plano longitudinal. 1.2. Análise preliminar das tensões na flexão Consideremos uma barra prismática que contém um plano de simetria, sujeita à ação de dois momentos M e M’, que atuam no plano de simetria, com intensidades iguais e sentidos opostos. Hipóteses: A barra se flexiona sob a ação dos momentos, mas permanece simétrica em relação ao plano; O momento fletor M é o mesmo em qualquer seção, então a barra se flexiona de maneira uniforme. 1.2. Análise preliminar das tensões na flexão Tomando uma seção transversal qualquer ao longo de uma peça prismática em flexão pura: As componentes 𝞽xy e 𝞽xz são nulas; A distribuição real de tensões na seção transversal é estaticamente indeterminada. (Fx )∑ = 0 → σ x( ) ⋅dA = 0∫ (My )∑ = 0 → z ⋅σ x( ) ⋅dA = 0∫ (Mz )∑ = M → −y ⋅σ x( ) ⋅dA = M∫ Como a seção transversal se mantém plana após a deformação, traçando uma linha normal à tangente de cada uma das seções. Estas normais se interceptarão no ponto C, conhecido como centro de curvatura. A d i stânc ia do centro de curvatura até o eixo neutro é denominado raio de curvatura (𝞺). O q u a l é i n v e r s a m e n t e proporcional a curvatura (k). κ = 1 ρ = dθdx 1.3. Deformação de uma barra simétrica 1.3. Deformação de uma barra simétrica As linhas AB e A’B’, inicialmente retas, se transformam em arcos de circunferência de centro C. 1.3. Deformação de uma barra simétrica As linhas AB e A’B’, inicialmente retas, se transformam em arcos de circunferência de centro C. 1.3. Deformação de uma barra simétrica A intersecção da superfície neutra com uma dada seção transversal da barra é chamada linha neutra ou eixo neutro da seção; 1.3. Deformação de uma barra simétrica A partir das observações anteriores é possível concluir que as deformações unitárias longitudinais são proporcionais a curvatura e variam linearmente em relação a distância y do centro de gravidade. ε x = − y ρ = −κ ⋅ y 1.3. Deformação de uma barra simétrica Lembrando que elementos submetidos a deformações axiais também sofrem deformações transversais as quais são relacionadas mediante o coeficiente de Poisson, portanto: ε x = − y ρ ε y = ε z = −υ ⋅ε x ⎫ ⎬ ⎪ ⎭⎪ ∴ ε y = ε z = υ ⋅ y ρ 1 ρ ' = υ ρ A curvatura anticlástica é dada por: 1.4. Tensão no regime elástico Se o momento fletor M tem valor tal que as tensões normais se mantêm abaixo do limite de proporcionalidade, a lei de Hooke (para o estado uniaxial de tensões) pode ser aplicada. Assim é possível afirmar que as tensões axiais também variam linearmente em relação a distância y do centro de gravidade. σ x = E ⋅ε x = − E ⋅ y ρ = −E ⋅κ ⋅ y Da primeira equação temos: Isso significa que, para barras submetidas à flexão pura (dentro do regime elástico linear) a linha neutra passa pelo centro geométrico da seção. 1.4. Tensão no regime elástico (Fx )∑ = 0 → σ x( ) ⋅dA = 0∫ (My )∑ = 0 → z ⋅σ x( ) ⋅dA = 0∫ (Mz )∑ = M → −y ⋅σ x( ) ⋅dA = M∫ σ x( ) ⋅dA = 0∫ σ x = − E ⋅ y ρ ⎫ ⎬ ⎪ ⎭ ⎪ − E ρ (y) ⋅dA = 0∫ Da terceira equação temos: 1.4. Tensão no regime elástico (Fx )∑ = 0 → σ x( ) ⋅dA = 0∫ (My )∑ = 0 → z ⋅σ x( ) ⋅dA = 0∫ (Mz )∑ = M → −y ⋅σ x( ) ⋅dA = M∫ −y ⋅σ x( ) ⋅dA = M∫ σ x = − E ⋅ y ρ ⎫ ⎬ ⎪ ⎭ ⎪ ∴ − E ρ (y2 ) ⋅dA = M∫ 1 ρ = − ME ⋅ I 1.4. Tensão no regime elástico A tensão axial pode ser obtida pela equação: σ x = − E ⋅ y ρ → 1 ρ = − σ xE ⋅ y 1 ρ = − ME ⋅ I ⎫ ⎬ ⎪⎪ ⎭ ⎪ ⎪ ∴ σ x = − M ⋅ y I Pode ser observado que as tensões máximas atuantes sobre a viga ocorrem nas extremidades, superior e inferior, onde: σ 1 = −M /W1 σ 2 = M /W2 Exemplo 1 - Para a viga biapoiada determine a carga máxima admissível P sabendo que a tensão normal admissível à tração e à compressão são iguais a 140 MPa. 1.1. Exercícios de tensões na flexão simples. Exemplo 2 - Dimensionar a altura da viga esquematizada a seguir, considerando que a tensão resistente última à tração é de 62,1 MPa e a tensão resistente última à compressão é de 54,4 MPa. Para garantir a segurança estrutural foram adotados coeficientes iguais a 4,6 para a tração e 3,6 para a compressão. 1.4. Tensão no regime elástico Exemplo 3 - Considere uma viga biapoiada submetida ao carregamento indicado no esquema estático abaixo (As ações já se encontram devidamente majoradas). Obter a distribuição das tensões normais na seção mais solicitada, considerando 1.4. Tensão no regime elástico PERFIL 1 PERFIL 2 Exemplo 4 - Para a viga em balanço determine, nas seções onde a flexão é pura, os valores das maiores tensões de tração e de compressão. 1.4. Tensão no regime elástico Exemplo 5 - Dimensionar um perfil I (padrão americano) de modo que a viga submetida ao carregamento indicado verifique as condições de segurança estrutural em relação às tensões normais sabendo que é feita de aço onde a 1.4. Tensão no regime elástico tensão de escoamento à tração e compressão são de 250 MPa e o coeficiente de ponderação é de 1,1.
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