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Cristao-e-a-sexualidade

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O Cristão e a Sexualidade 
 
Tradução: Camila Rebeca Almeida 
Revisão: André Aloísio Oliveira da Silva & William Teixeira 
eBook: João Fernandes
Este eBook foi distribuído gratuítamente pelo 
Ministério Fiel, Ministério Ligonier e Voltemos ao Evangelho.
O ministério Ligonier, fundado pelo pastor R.C. Sproul, tem 
como objetivo principal apresentar fielmente a verdade das 
Escrituras, através de cursos, materiais de estudo e diversos 
recursos multimídia, a fim de que pessoas possam crescer no 
conhecimento de Deus e em Sua santidade.
LIGONIER.ORG/PT
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CRISTÃO E A SEXUALIDADE
PROVIDÊNCIA E CONTENTAMENTO
R. C. Sproul
Blaise Pascal, o famoso filósofo e matemático francês, obser-vou que os seres humanos são criaturas de profundo parado-
xo. Nós nos adequamos tanto à profunda miséria quanto à tremen-
da grandeza, muitas vezes ao mesmo tempo. Tudo o que precisamos 
fazer é examinar as manchetes para ver se esse é o caso. Quantas 
vezes as celebridades que fizeram um grande bem por meio de fi-
lantropia são flagradas em escândalos?
A grandeza humana é encontrada, em parte, em nossa capacidade 
de contemplarmos a nós mesmos, de refletirmos sobre as nossas 
origens, nosso destino e nosso lugar no universo. No entanto, tal 
contemplação tem um lado negativo, e esse é o seu potencial para 
nos causar dor. Podemos nos considerar miseráveis quando pensa-
mos em uma vida que é melhor do que a que desfrutamos agora e 
reconhecemos que somos incapazes de alcançá-la. Talvez pensemos 
em uma vida livre da doença e da dor, mas sabemos que a agonia 
física e a morte são certas. Ricos e pobres sabem que uma vida de 
maior riqueza é possível, mas se frustram quando essa riqueza é 
inalcançável. Doentes ou saudáveis, pobres ou ricos, bem-sucedi-
dos ou fracassados — todos somos capazes de ficar irritados quan-
do uma vida melhor continua fora do nosso alcance.
As Escrituras prescrevem apenas um remédio para essa frustração: 
contentamento.
O contentamento bíblico é uma virtude espiritual que encontra-
mos exemplificada pelo apóstolo Paulo. Ele afirma, por exemplo: 
“aprendi a viver contente em toda e qualquer situação” (Filipenses 
4.11). Não importa a condição da sua saúde, riqueza ou sucesso, 
Paulo achou possível estar contente com a sua vida.
Na época de Paulo, duas proeminentes escolas da filosofia grega 
concordavam que nosso objetivo deveria ser encontrar contenta-
mento, mas elas tinham maneiras muito diferentes de alcança-lo. 
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O primeiro, o estoicismo, dizia que a imperturbabilidade era o ca-
minho para o contentamento. Os estoicos criam que os seres hu-
manos não tinham controle real sobre as suas circunstâncias exter-
nas, estando sujeitas aos caprichos do destino. O único lugar que 
poderiam ter qualquer controle era em suas atitudes pessoais. Não 
podemos controlar o que nos acontece, eles diziam, mas podemos 
controlar o que pensamos sobre isso. Assim, os estoicos se exerci-
tavam para alcançar a imperturbabilidade, um sentimento interior 
de paz que os deixaria despreocupados, não obstante o que lhes 
acontecesse.
Os epicureus eram mais proativos em sua busca do contentamento, 
procurando encontrar um equilíbrio adequado entre o prazer e a 
dor. Seu objetivo era minimizar a dor e maximizar o prazer. Ain-
da assim, mesmo alcançar um objetivo neste campo pode resultar 
em frustração. Podemos nunca obter o prazer desejado, ou, tendo 
obtido tal prazer, podemos perceber que este não traz o que pensá-
vamos.
Paulo não era um estoico nem um epicureu. O epicurismo conduz fi-
nalmente a um pessimismo definitivo: não podemos obter ou man-
ter o prazer que buscamos; então, qual é o ponto? A doutrina apos-
tólica da ressurreição e da renovação da criação não permite esse 
pessimismo. A criação “será redimida do cativeiro da corrupção, 
para a liberdade da glória dos filhos de Deus” (Romanos 8.18-25; 
veja 1 Coríntios 15). Paulo também rejeitou a resignação passiva do 
estoicismo, pois ele não era fatalista. Paulo se esforçou ativamente 
em direção a seus objetivos e nos convocou a operarmos a nossa 
salvação com temor e tremor, crendo que Deus opera em nós e atra-
vés de nós para realizar os seus propósitos (Filipenses 2.12).
Para o apóstolo, o verdadeiro contentamento não era complacência 
e nem uma condição, nesse lado da glória, que não pudesse admitir 
sentimentos de descontentamento e insatisfação. Afinal, Paulo fre-
quentemente expressa tais sentimentos em suas epístolas quando 
considera os pecados da igreja e as suas próprias falhas. Ele não 
descansou em suas vitórias, mas trabalhou zelosamente para resol-
ver problemas tanto pessoal quanto pastoralmente.
O contentamento de Paulo dizia respeito às suas circunstâncias 
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CRISTÃO E A SEXUALIDADE
pessoais e ao estado da sua condição humana. Se ele sofria necessi-
dade ou desfrutava de prosperidade material, ele tinha “aprendido” 
a se contentar aonde quer que Deus o colocasse (Filipenses 4.12). 
Observe que isso foi algo que ele aprendeu. Não era um dom natu-
ral, mas algo que ele teve que ser ensinado.
Qual era o segredo do contentamento que ele havia aprendido? 
Paulo nos diz em Filipenses 4.13: “Tudo posso naquele que me for-
talece”.
Resumindo, o contentamento do apóstolo estava fundamentado 
em sua união com Cristo e em sua teologia. Ele via a teologia não 
como uma disciplina teórica ou abstrata, mas como a chave para 
entender a própria vida. Seu contentamento com a sua condição 
na vida repousava em seu conhecimento do caráter e das ações de 
Deus. Paulo estava satisfeito porque sabia que a sua condição era 
ordenada pelo seu Criador. Ele entendeu que Deus trazia tanto 
prazer quanto dor em sua vida para um bom propósito (Romanos 
8.28). Paulo sabia que, desde que o Senhor ordenou sabiamente 
a sua vida, poderia encontrar força no Senhor para todas as cir-
cunstâncias. Paulo entendeu que estava cumprindo o propósito de 
Deus, estivesse experimentando abundância ou humilhação. A sub-
missão ao governo soberano de Deus sobre a sua vida foi a chave 
para seu contentamento.
Enquanto continuamos a lutar contra os desejos da carne, pode-
mos ser tentados a crer que Deus nos deve uma condição melhor do 
que a que desfrutamos atualmente. Crer em algo assim é pecado e 
conduz à uma grande miséria, que só é superada pela confiança na 
graça providencial e sustentadora do Senhor. Nós encontraremos o 
verdadeiro contentamento somente enquanto nós recebemos essa 
graça e andamos nela.
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3 MANEIRAS PELAS QUAIS O 
EVANGELHO MUDA O CASAMENTO
Erik Raymond
Quando um novo líder é nomeado em uma organização, a mu-
dança é inevitável. O novo chefe definirá a política, estabelecerá 
o tom e refletirá uma atitude em sua organização. O mesmo é 
verdade quanto aos nossos casamentos. O novo líder a quem me 
refiro aqui não é um novo marido, mas sim o verdadeiro marido, o 
Senhor Jesus Cristo.
Pelas Escrituras, nós sabemos que um casamento cristão nunca é 
simplesmente uma união de duas pessoas, mas duas pessoas uni-
das em Jesus Cristo. Esta é outra maneira de dizer que Jesus é a 
nossa cabeça, o Senhor e o que concede vida ao nosso casamento. 
Quando um homem e uma mulher abraçam a verdade do evan-
gelho, seja na conversão ou na santificação, sempre há mudanças 
correspondentes relacionadas a Jesus ser o cabeça do casamento. 
Abaixo estão três das mudanças mais comuns que Cristo opera em 
um casamento enquanto o governa por meio do evangelho.
1. Do egoísmo ao serviço
Cada pecado flui do reservatório do eu. Nós abandonamos Deus 
e os outros em favor de nós mesmos. Isso é desastroso e doloro-
so. Em nenhum lugar essa inversão é mais evidente e prejudicial 
do que no casamento. Porém, quando o evangelho alcança o lar, 
há nítidas mudanças nesse contexto. A esposa irritável se torna 
paciente e bondosa com seu marido porque Jesus foi paciente e 
bondoso com ela. O marido autocentrado encontra maisalegria 
em aprender sobre os interesses da sua esposa do que sobre a his-
tória dos seus atletas favoritos. Isso é porque ele percebe que ela 
foi feita por Deus e para Deus, bem como a verdade que o Espírito 
continua a operar poderosamente mais de Cristo na vida da sua 
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CRISTÃO E A SEXUALIDADE
esposa. Isso é atraente e animador de uma forma que dribles e 
gols nunca podem ser. O evangelho alcança o lar e afasta os nossos 
corações de nós mesmos (egoísmo) em direção ao nosso cônjuge 
(serviço).
2. Da preguiça ao comprometimento
Se você não acha que a preguiça é um problema na América, con-
sidere o fato de que temos uma cadeira chamada “Rapaz pregui-
çoso”, que é adaptada e comercializada para o homem americano. 
E ela vende! A preguiça, assim como o egoísmo, é inclinada para o 
eu, mas recebe as suas instruções de ação a partir do comando do 
conforto. Nós desejamos a comodidade e nos recusamos a fazer 
qualquer coisa difícil porque poderia ser desconfortável. A pregui-
ça se relaciona principalmente sobre a preservação e promoção da 
percepção de conforto pessoal. E a preguiça mente muito. Sabe-
mos que há um problema em nosso casamento, mas também sabe-
mos que isso exige uma mudança, talvez até mesmo uma mudança 
dolorosa. Então, o que acontece? A preguiça diz: “Oh, eu farei 
isso em outro momento”. Ou a preguiça diz convincentemente: 
“Isso não é tão ruim. Eu ficarei bem”. Mas isso é a preguiça falan-
do e não Jesus, o governador das nossas vidas. Sem dúvida, você 
pode imaginar como isso poderia minar o plano de Jesus para o 
crescimento e mudança em você e seu casamento. Mas quando o 
evangelho da graça alcança o lar, nos tornamos comprometidos 
em nosso casamento. Não somos mais espectadores passivos 
esperando manter uma cultura de conforto e segurança através da 
mediocridade disfarçada. Em vez disso, nos aproximamos do que 
Jesus é: buscamos a semelhança com Cristo por meio de, dolorosa-
mente, mortificar o pecado.
3. Da justiça própria à humildade
A justiça própria é aquela mentalidade diabólica de que possuímos 
mérito em nós mesmos que nos recomenda diante de Deus e dos 
homens. Enquanto o egoísmo ama se retrair para o eu, a justiça 
própria ama se gloriar do eu. Em sua essência, isso se opõe ao 
evangelho que gira em torno da nossa necessidade e recebimento 
da justiça imputada de Cristo. A justiça própria em um casamento 
é tão sutil quanto uma sobrancelha erguida, enquanto a humilda-
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de é tão perceptível quanto a feição alegre. Durante uma discus-
são, uma esposa pode comunicar algumas preocupações ao seu 
marido. Se ele é justo em si mesmo, pode começar a contradizê-la 
com “dura” evidência. Se as coisas ficarem difíceis, seu ousado ad-
vogado interior articulará poderosamente a sua inocência enquan-
to também apresenta acusações contra sua esposa. A justiça pró-
pria no casamento está sempre na defensiva porque percebemos 
que sempre estamos sob ataque. Isso deve ser contrastado com o 
evangelho que nos ensina que já fomos suficientemente atacados, 
criticados e julgados. A cruz é o veredito. Nós somos culpados. 
Mas a beleza do evangelho é que, enquanto éramos infinitamente 
pecaminosos, também fomos profundamente amados. Isso pro-
duz humildade e segurança. Quando o evangelho alcança o lar em 
um casamento, nós silenciaremos mais rapidamente nossos advo-
gados internos, enquanto desfrutamos a verdade do evangelho. É 
somente aqui que nós podemos, humildemente, crescer juntos na 
semelhança de Cristo.
Quando o evangelho vem ao lar e ao casamento há uma mudança 
definitiva no modo de funcionamento, tom e atitude. O casa-
mento começa a ter as características do seu líder. No caso do 
evangelho, não pode haver melhor líder e nenhuma mudança mais 
importante para nós e nosso casamento.
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CRISTÃO E A SEXUALIDADE
O REMÉDIO DO EVANGELHO PARA A 
HOMOSSEXUALIDADE
John Freeman
A Bíblia revela que o sexo foi criado por Deus e é bom. Foi ideia 
dele. Logo as primeiras palavras de Deus registradas e dirigidas à 
humanidade encapsulam os ensinamentos da Bíblia sobre o sexo: 
“Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra” (Gênesis 1.28). 
Este mandamento positivo demonstra que o sexo foi designado 
para glorificar a Deus, fortalecer o vínculo entre marido e mulher, 
ser experimentado exclusivamente entre um homem e uma mu-
lher no relacionamento conjugal e propagar a raça humana.
Neste lado da queda, o sexo e a sexualidade são distorcidos em 
graus menores ou maiores. No entanto, hoje existe a controvér-
sia intensa sobre a homossexualidade nos círculos evangélicos e, 
cada vez mais, nas igrejas reformadas também. Não somente a 
homossexualidade é frequentemente apresentada como boa, mas 
também é apresentada como algo a ser buscado com a bênção de 
Deus. É alarmante que a aceitação do comportamento homossexu-
al entre evangélicos professos esteja aumentando. Nós ouvimos de 
algumas pessoas que o tipo de relações homossexuais que vemos 
hoje (amorosas, monogâmicas) não são abordadas nas Escrituras. 
Embora essa tendência pareça continuar, essas visões revisionistas 
devem ser rejeitadas pelos seguidores de Jesus Cristo.
A Palavra de Deus é firme em sua visão negativa da homossexu-
alidade e do desejo sexual pelo mesmo sexo. A Bíblia é o padrão 
infalível pelo qual devemos ver a homossexualidade e entender 
o remédio do evangelho para isso. Infelizmente, a confiabilidade 
da Bíblia nessa área tem sido questionada atualmente por muitos 
que reivindicam a fé cristã. Os cristãos que veem a Escritura como 
autoritativa e inspirada não devem aceitar esta visão diluída da 
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Palavra de Deus. A Bíblia revela a posição de Deus a respeito dos 
problemas do coração humano, sendo a homossexualidade um 
dentre muitos.
Como os cristãos devem pensar sobre a homossexualidade? Nós 
precisamos compreendê-la de três maneiras. Primeiramente, a 
homossexualidade nas Escrituras é sempre mencionada em ter-
mos de uma ação, algo feito fisicamente com outra pessoa ou um 
padrão de pensamento interno e ativo da mente e do coração. 
A palavra grega mais usada para descrever a homossexualidade 
no Novo Testamento é arsenokoitēs, que se refere a um homem 
deitado com outro homem. Portanto, sempre que é mencionada, é 
sempre definida em termos de uma atividade, um comportamento 
ou uma pessoa que se envolve nesse comportamento do coração e 
corpo.
Em segundo lugar, a homossexualidade é chamada de pecado em 
todas as passagens onde é mencionada. É proibida e é expressa-
mente considerada como contrária à vontade de Deus. As Escri-
turas afirmam isso claramente em Gênesis 19.4-9; Levítico 18.22, 
20.13; 1 Timóteo 1.9-10 e Judas 7. Romanos 1.24-27 também 
descreve a atividade da paixão e da luxúria centradas no coração, 
bem como o comportamento. Isto se refere a homens e mulheres. 
O comportamento é listado em 1 Coríntios 6.9-11, onde também 
aprendemos que esta foi a história de alguns cristãos na igreja 
primitiva. Entre os que tinham experimentado a salvação havia 
ex-praticantes da homossexualidade.
Portanto, não só o comportamento homossexual do corpo e do 
coração é definido como pecado, mas também é retratado como 
consequência e efeito da queda. Referindo-se à realidade do sexo 
ilícito, Levítico 18.6-19 lista mais de uma dúzia de formas de pe-
cado sexual, incluindo a homossexualidade e o sexo com animais. 
Novamente, a gravidade do pecado sexual, particularmente da 
homossexualidade, é fortemente declarada em Romanos 1.24-26, 
usando frases vívidas e terríveis como “concupiscências de seu 
próprio coração”, “paixões infames” e ter uma “disposição mental 
reprovável”. Isso em adição aos versículos em Judas que falam de 
“transformar em libertinagem a graça de nosso Deus” e de pessoas 
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CRISTÃO E A SEXUALIDADE
que “havendo-se entregado à prostituição... seguindo após outra 
carne”. Esta última designação está especificamenteligada ao que 
aconteceu em Sodoma e Gomorra.
Mas, Deus realmente deve comunicar que o mau uso do sexo 
nas formas acima mencionadas (e, por inferência, os desejos que 
levam a esse mau uso) é proibido e considerado como pecado? É 
claro. Nossos desejos, especialmente os nossos desejos sexuais, 
nunca são neutros. Ver o desejo pelo mesmo sexo como neutro, 
especialmente quando esse desejo objetifica a outra pessoa sexual-
mente ou vê a pessoa meramente como um objeto de paixão sexu-
al, é entender mal a profundidade e a complexidade do pecado. Na 
Escritura, o coração é muitas vezes visto como o centro dos nossos 
desejos. Em Marcos 7.21, Jesus descreve o coração como o centro 
de toda imoralidade sexual e sensualidade. Essas inclinações são 
retratadas como coisas vis que vêm do interior. Ele está falando 
sobre desejo, seja o objeto desse desejo alguém do sexo oposto 
ou do mesmo sexo. Tiago 1.14-15 nos diz que somos atraídos e 
seduzidos por nossos desejos e que o desejo dá à luz o pecado. O 
desejo não é uma parte neutra do nosso ser, mas uma parte muito 
ativa dele.
Certamente essas perspectivas da Escritura são amplamente 
rejeitadas. Há um fator essencial na tentativa de legitimar a ho-
mossexualidade biblicamente. Em termos simples, na cultura de 
hoje, nossa sociologia está cada vez mais interpretando, definindo 
e determinando a nossa teologia. O que quero dizer com isso? 
Houve um tempo em que os crentes rotineiramente olhavam para 
a Bíblia, tanto para saber como pensar sobre as questões da vida 
quanto para encontrar soluções para os dilemas que enfrentavam, 
incluindo questões relacionadas ao sexo e à sexualidade. Isso não é 
mais assim. Hoje, o impacto e a influência da rede social de alguém 
e da experiência com amigos e familiares substituíram o que a 
Bíblia poderia dizer sobre esse assunto. Outro termo para enten-
der esta transferência de autoridade e credibilidade para longe da 
Palavra de Deus em direção à experiência pessoal é a acomodação 
cultural. Hoje, parece que muitas pessoas acreditam que as Escri-
turas devem se curvar às nossas experiências ou às dos outros.
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Devemos também notar que a homossexualidade nunca é descri-
ta na Escritura como uma condição ou estado de existência. Ao 
contrário da ideia moderna de uma “orientação” homossexual 
inata — um termo usado frequentemente nos últimos vinte e 
cinco anos ou mais — esse conceito não é encontrado na Escritu-
ra. É assumido na Bíblia que podemos nos tornar inclinados ou 
“orientados” para qualquer coisa a que continuamente entregamos 
as nossas mentes e corações. Faça algo em pensamento ou em ação 
muitas vezes e por um período bastante longo, e isso se tornará 
enraizado em nós.
Contudo, precisamos ter cuidado com o pensamento simplista 
aqui, especialmente quando refletimos em nossa responsabili-
dade — algo que muitos não acreditam que têm quando se trata 
dos seus desejos pelo mesmo sexo ou do seu comportamento. 
Nós somos o produto das interações complexas de muitos fatores 
durante muitos anos. Por que alguns são propensos a qualquer 
número de persuasões psicossociais, incluindo ira, depressão ou 
dependência química? Eis a resposta: nem sempre escolhemos as 
nossas lutas ou tentações, embora assumamos a responsabilidade 
pelo que fazemos com elas. Elas se desenvolvem em nós através de 
uma interação complexa de temperamento, influências internas e 
externas, e de nossos próprios eus desejosos, arruinados e peca-
minosos.
Nós facilmente e por natureza cooperamos com essas influências 
de modo que os hábitos do coração e o comportamento se tornem 
fortes e dominantes. Em certo sentido, somos a soma de milhares 
de pequenas decisões que tomamos. Nós temos cooperado com os 
nossos desejos cultivados. Assim, apesar dos fatores externos que 
podem ter estado envolvidos no desenvolvimento daquelas tenta-
ções que achamos particularmente atraentes, ainda assim somos 
responsáveis por ter vidas piedosas, inclusive na área da sexuali-
dade.
Finalmente, precisamos entender que Deus oferece perdão, um 
testemunho limpo e restauração por meio de Jesus Cristo para 
todos os pecadores arrependidos, incluindo aqueles que têm um 
histórico de comportamento homossexual e outros pecados. Ele 
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CRISTÃO E A SEXUALIDADE
não somente nos perdoa por sermos propensos a abusar do seu 
dom do sexo e sexualidade, mas a sua graça verdadeiramente nos 
educa “para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, 
vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente” (Tito 
2.11-12). Isso não significa necessariamente que podemos fingir 
que não usamos o sexo como parte de nossa história ou que os 
desejos sexuais ilícitos não continuarão a nos incomodar ou ser 
uma fonte de tentação, mas isso significa que a graça de Deus nos 
dá poder para viver de modo transformado como seguidores de 
Jesus Cristo. Ele nos capacita a resistir à tentação e a viver para 
sua glória.
Cristo é mediador dessa graça e capacita os crentes; mas a igreja, o 
corpo de Cristo, também desempenha um papel crucial. Ouvi um 
pastor dizer: “O arrependimento mata aquilo que está me matan-
do, sem matar a mim mesmo”. Eu não conheço alguém que possa 
fazer isso sozinho. Aprender a andar em obediência e a mortificar 
o nosso pecado e nossa natureza pecaminosa nunca é algo a ser 
tentado sozinho ou isoladamente. A mudança bíblica é uma ativi-
dade comunitária. O chamado da igreja é oferecer apoio e encora-
jamento àqueles que experimentam atrações pelo mesmo sexo e 
outras tentações sexuais. Caminhar com aqueles que são tentados 
dessa maneira significa que ajudamos a suportar os fardos das 
suas lutas e tentações, oferecendo amizade e companheirismo, e 
ajudando-os a crer pela primeira vez ou crer novamente no evan-
gelho todos os dias. Isso é o que Cristo faz por nós e é o que preci-
samos fazer por outros que estão lidando com o pecado sexual. Ao 
fazer isso, também seremos lembrados de que nós também somos 
perdoados por nossas transgressões.
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MINISTRANDO AOS ABUSADOS E AOS 
ABUSADORES
Sean Michael Lucas
Esse é um cenário de pesadelo para todos os envolvidos: um ho-
mem liga para o seu pastor em lágrimas e solicita uma reunião o 
mais rápido possível. Trinta minutos depois, ele está no escritório 
do pastor, confessando que sua esposa o pegou tocando sua filha 
de 13 anos de forma sexual. Ele parece completamente perturba-
do, até que o pastor exorta o homem a ligar para o disque-denún-
cia de abuso infantil e denunciar a si mesmo. Então, o agressor 
começa a se proteger: “Isso não destruirá a minha família? Isso 
não me custará o meu trabalho? Isso não destruirá a minha re-
putação?”. O homem se recusa e sai do escritório. Duas semanas 
depois, toda a sua família muda de estado para um local desconhe-
cido.
O que o pastor deve fazer? Muitas vezes, o pastor não faz nada, 
ainda que muitos estados tenham leis de denúncia de abuso sexual 
que exijam que clérigos denunciem este tipo de abuso mesmo 
quando a prerrogativa de pastor-confessor tenha sido invocada. 
Da mesma forma, a liderança da igreja não faz nada, argumentan-
do que a família fugiu para outro estado, além do alcance da sua 
antiga congregação. E o resultado é que um abusador sexual se 
livra do seu pecado e crime e continuará a cometer esse pecado até 
que finalmente seja pego pelas autoridades.
Pense na criança envolvida, o que a igreja está dizendo em relação 
a ela neste caso? Pense sobre a esposa e os outros filhos; no pró-
prio homem e em sua alma imortal; na nova comunidade para a 
qual ele se mudou com sua família, o que a igreja está dizendo em 
relação a esses envolvidos? Pense na igreja e no evangelho, o que a 
igreja está dizendo no que diz respeito a estes?
Em cada caso em que a igreja não enfrenta o pecado, e especial-
16
CRISTÃO E A SEXUALIDADE
mente os pecados sexuais disruptivos, estamos dizendo algo 
muitosimples: amamos a nós mesmos, nosso conforto e nossa 
reputação mais do que a Deus, o evangelho e os outros. Isso é o 
que acontece quando não vemos mal algum.
É claro que existem inúmeras outras situações em que nossas igre-
jas e nossa liderança relevam o mal:
• Quando o eminente apoiador financeiro deixa a sua mulher por 
outra e a igreja não lhe disciplina, permitindo que ele “renuncie” à 
sua membresia;
• Quando o cardiologista ameaça sua esposa com uma arma, 
depois diz que “estava apenas brincando”, e não sofre nenhuma 
consequência;
• Quando a mãe de meia-idade, tendo três filhos, decide deixar seu 
marido, sua casa e sua igreja simplesmente porque ela não está 
feliz e ninguém entra em contato com ela.
Em cada uma dessas formas e em inúmeras outras, quando a 
igreja não consegue lidar com os indivíduos com disciplina forma-
tiva, corretiva, graciosa e amorosa, provocamos dano espiritual e 
realmente traímos o evangelho.
Então, o que faremos sobre isso? Como nossas igrejas podem bri-
lhar como luzes no meio de situações reconhecidamente difíceis, 
complexas e confusas? Como passamos de ser pessoas que não 
veem mal algum e amam nosso próprio conforto a pessoas que 
amam a Cristo e seu povo, independentemente do custo para nós?
Planeje com antecedência
As igrejas muitas vezes não fazem a coisa certa — tanto eclesiás-
tica quanto civilmente — porque não pensaram com antecedência 
em como proceder em situações específicas. Não podemos esperar 
até que o cenário de pesadelo ocorra. Se o fizermos, teremos certe-
za de lidar com isso da forma inadequada. Antes, precisamos ante-
cipadamente ter procedimentos claros e escritos a serem seguidos.
Para as igrejas presbiterianas, há um sentido em que isso já foi 
determinado para nós. Na igreja Presbiteriana na América, por 
exemplo, temos o livro de ordem da igreja, que estabelece um pro-
cesso disciplinar. Para as igrejas independentes que não têm regras 
de disciplina denominacional é necessário que haja um processo 
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claro e escrito de disciplina eclesiástica. Independentemente do 
contexto denominacional, como líderes eclesiásticos, devemos es-
tar determinados a seguir o processo — não importa quem esteja 
envolvido (Mateus 18.15-20; 1 Timóteo 5.21).
Entretanto, devemos admitir que talvez precisemos de outros 
protocolos para ajudar a orientar respostas a situações específicas. 
Por exemplo, quando há suspeita ou confirmação de abuso infan-
til, os líderes da igreja precisam ter e seguir diretrizes específicas 
para denunciar o caso às autoridades civis competentes. Para 
desenvolver tais protocolos, será necessário trabalhar com um ad-
vogado local para garantir que a igreja cumpra as leis estaduais de 
denúncia. Ter esse protocolo escrito retira os achismos da denún-
cia. Em muitos estados, a exigência é que os líderes eclesiásticos 
relatem o assunto assim que ele é descoberto, e então permitam 
que as autoridades competentes investiguem e determinem se 
um crime foi cometido. Cooperar com o estado nestas questões é 
apropriado e bíblico (Romanos 13.1-7).
Seja firme, mas amável
O apóstolo Paulo nos exorta a restaurar os pecadores com brandu-
ra (Gálatas 6.1). Tal mansidão não é oposta à firmeza e à determi-
nação; pelo contrário, isso decorre de reconhecer que nós também 
somos pecadores. Esse reconhecimento deve nos preservar de uma 
justiça própria jactanciosa ou de uma ira arrogante. Esteja certo 
de que com pecados como o abuso infantil, há uma ira justa que 
é apropriada contra o pecado e seus efeitos a longo prazo. Ainda 
assim, é a bondade de Deus que leva ao arrependimento (Roma-
nos 2.4). Mesmo enquanto tratamos amável e firmemente com 
aqueles que cometem o crime, estamos buscando o seu arrependi-
mento e restauração final.
Porém, muitas vezes falhamos em demonstrar compaixão similar 
para com as vítimas. As igrejas regularmente noticiam falhar ao 
lidar com compaixão com as mulheres que se divorciam dos seus 
maridos que são flagrados vendo pornografia infantil; ou rele-
varem quando casos de abuso infantil são descobertos. Outras 
igrejas confessam que se recusam a defender as mulheres que são 
fisicamente maltratadas por seus maridos ou que as crianças que 
18
CRISTÃO E A SEXUALIDADE
são abusadas sexualmente por seus pais passam despercebidas. 
Onde está a compaixão por essas vítimas? Como igrejas, devemos 
ser determinados a demonstrar compaixão àqueles contra quem 
o pecado foi cometido por sermos determinados a fazer com eles 
como desejamos que os outros façam conosco (Mateus 7.12).
Lidere e se envolva com o evangelho
Tanto o autor quanto a vítima do pecado precisam da mesma 
coisa: o evangelho de Jesus. Aqueles que cometem pecados sexuais 
— seja imoralidade sexual, adultério ou mesmo abuso sexual — 
precisam ouvir o evangelho. A suma da disciplina é confrontar o 
pecador com as demandas de Cristo, exigir o arrependimento, mas 
também buscar novos padrões de obediência que só podem ocor-
rer quando o pecador corre diariamente para Cristo.
Muitas vezes, aqueles que cometem pecados complicados e he-
diondos acreditam que seus pecados são muito grandes para 
que sejam perdoados. Eles precisam ser lembrados de que “não 
há pecado tão grande, que possa trazer condenação àqueles que 
verdadeiramente se arrependem” (Confissão de Fé de Westmins-
ter 15.4). Tal arrependimento genuíno provém da “apreensão da 
misericórdia [de Deus] em Cristo para com aqueles que se arre-
pendem” (CFW 15.2). Quão grande é a misericórdia de Deus em 
Cristo? Tão grande que ele enviou seu Filho unigênito para morrer 
pelos pecadores, e que essa morte é suficiente para perdoar todos 
os nossos pecados, mesmo os mais hediondos.
As vítimas também precisam do evangelho de Jesus: que Jesus é 
um Salvador que não esmaga a cana quebrada ou apaga a torcida 
que fumega (Mateus 12.20); que ele se identifica com o ferido e 
quebrantado e concede liberdade aos oprimidos pelo pecado (Lu-
cas 4.17-21); e que Ele também perguntou “por quê?”, quando a 
dor e o desamparo de Deus foram esmagadores (Mateus 27.46).
Mas as vítimas do pecado também precisam saber que Jesus faz 
mais do que se identificar conosco em nossas dores, ele realmente 
fez algo sobre isso. Através da sua ressurreição, ele é capaz de dar 
nova vida e nova esperança no presente e no futuro. Há poder 
para prosseguir em meio a dor que eles conhecem. Além disso, o 
evangelho nos fornece a base para o perdão, sabendo que nós tam-
19
bém cometemos pecados hediondos contra Deus (Efésios 4.32).
Esteja preparado para um longo caminho
Essa é realmente a coisa mais difícil de todas. Como líderes no 
ministério, gostamos de acreditar que quando intervimos, traba-
lhamos em um processo disciplinar e nos envolvemos com o evan-
gelho, nós “consertamos” a situação. Mas isso não funciona assim. 
Especialmente em situações em que há uma denúncia significativa 
— como em um relacionamento adúltero de longo prazo, divórcio 
ou abuso sexual — pode levar meses e anos de aplicação do evan-
gelho para que vejamos cura e esperança.
Tais situações geralmente envolvem apoio financeiro (se o crimi-
noso arrependido perde o seu emprego, se houver um divórcio), 
aconselhamento ou terapia de longo prazo (que podem ou não 
ser cobertos pelo seguro) ou reuniões contínuas e regulares de 
prestação de contas. Essas coisas custam tempo, esforço e energia 
emocional aos pastores e líderes no ministério.
E, ainda assim, Deus, por meio do seu Espírito, não apenas nos 
sustenta para amar dessas maneiras, mas também nos aponta 
para o objetivo final de tudo: “[Cristo,] o qual nós anunciamos, 
advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a 
sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em 
Cristo” (Colossenses 1.28). Ver pecadores recuperados, vítimas 
restauradas e os dois em caminho seguro para o céu — o que mais 
um pastor ou uma igreja desejariam?20
CRISTÃO E A SEXUALIDADE
MINISTRANDO AOS QUE INCORRERAM 
EM PECADOS SEXUAIS
Rosaria Butterfield
Ir a Cristo é o teste decisivo da realidade, pois nos faz enfrentar o 
fato de que nosso pecado é nosso maior problema. Todos os dias, 
um crente deve enfrentar a realidade de que o pecado original nos 
distorce, o pecado atual nos distrai e o pecado interior nos mani-
pula. Essa distorção, distração e manipulação criam uma distância 
entre nós e nosso Deus. Nós estamos em uma guerra, e quanto 
mais cedo a percebermos, melhor.
O sofrimento sexual vem com cargas de vergonha, pois o pecado 
sexual é em si mesmo destrutivo: nos persegue, nos aprisiona 
e nos seduz para fazermos a sua vontade. O pecado sexual não 
descansará até que tenha capturado seu objeto. Quando a nossa 
consciência nos condena, às vezes, tentamos lutar. Mas quando a 
vergonha impõe o isolamento, nos escondemos exatamente das 
pessoas e recursos de que precisamos. Nós ficamos apreensivos 
por isso, até que Satanás prometa enganosamente que o doce 
alívio virá apenas ao entretermos aquele olhar lascivo, clicarmos 
no link da Internet ou apagarmos as luzes de nossos quartos e 
corações, abraçando o semelhante portador da imagem divina que 
Deus nos proíbe abraçar.
Nós, ovelhas sexualmente feridas, sacrificaremos casamentos fiéis, 
filhos preciosos, ministérios frutíferos, trabalho produtivo e repu-
tações imaculadas pelo prazer sexual imediato e ilícito.
Podemos orar sinceramente pela libertação de um pecado sexual 
em particular, apenas para sermos enganados quando sua falsifi-
cação nos seduzir. Quando oramos pela libertação do pecado por 
meio do sangue expiatório de Cristo, isso significa que eu conheço 
a verdadeira natureza do pecado, não que eu já não sinto sua atra-
21
ção. Se você deseja ser forte do seu próprio jeito, Deus não respon-
derá a você. Deus quer que você seja forte no Cristo ressurreto.
As pessoas que são sexualmente feridas — você e eu — precisa-
mos conhecer profundamente as seguintes realidades bíblicas se 
quisermos encontrar a liberdade em Cristo e ministrar a outras 
pessoas sexualmente feridas:
O amor de Deus
Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cris-
to morrido por nós, sendo nós ainda pecadores (Romanos 5.8). A 
morte de Cristo é pessoal. É “por nós”. Se você está em Cristo, o 
seu amor expiatório vem com o poder de salvar você do seu peca-
do e de sua culpa. O pecado sexual produz três coisas que afastam 
do amor de Deus. Primeiro, a sua prática ao longo do tempo fere 
a consciência, fazendo-nos entorpecidos e mudos para a beleza da 
santidade. Segundo, porque o pecado sexual desenvolve-se em se-
gredo, isso nos isola da família de Deus. Terceiro, o pecado sexual 
geralmente envolve outra pessoa e, portanto, atrai outra pessoa 
para o pecado, aumentando, assim, a extensão e o dano do pecado. 
Se você sofre sob o fardo do pecado sexual, venha a Jesus, porque 
o jugo dele está firmado no amor de Deus. Deus é amor e ele é por 
você. Ele está intercedendo por você. Ele quer que você conheça o 
seu amor.
O perdão de Deus
Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pe-
los meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava 
dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de 
estio. Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não mais 
ocultei. Disse: confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; 
e tu perdoaste a iniquidade do meu pecado (Salmo 32.3-5). Nós 
vivemos em um mundo que cada vez mais ensina a ideia de que o 
perdão de si mesmo resolve a vergonha. A noção de autoperdão 
vem de uma falsa e deficiente antropologia da personalidade. Nós 
não nos criamos e, portanto, não podemos perdoar a nós mesmos. 
Porque Deus é por você, Ele quer perdoá-lo e restaurá-lo. Ele ama 
um coração quebrantado e contrito.
A cura de Deus por meio de Cristo
22
CRISTÃO E A SEXUALIDADE
Enviou-lhes a sua palavra, e os sarou, e os livrou do que lhes era 
mortal. (Salmo 107.20). Sara os de coração quebrantado e lhes 
pensa as feridas (Salmos 147.3). Por meio do seu sangue, Cristo 
satisfez a justiça de Deus. Nesse supremo ato de amor está a solu-
ção para a persistente culpa do pecado sexual. Pelas pisaduras de 
Jesus nós fomos sarados (Isaías 53.3).
A providência de Deus para a sua dor
Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de 
misericórdias e Deus de toda consolação! É ele que nos conforta 
em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estive-
rem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos 
somos consolados por Deus (2 Coríntios 1.3-4). O pecado sexual 
tem consequências que não podemos controlar e nem mesmo ver 
até que o Espírito Santo tire as escamas dos nossos olhos. O peca-
do sexual é um tirano implacável. O aborto exige a morte de uma 
criança que ainda não nasceu. A homossexualidade exige a con-
denação da ordem de Deus na criação. O adultério exige a traição 
dos votos feitos diante de Deus e a destruição de “uma só carne”. 
A pornografia exige escravos sexuais e joga mulheres e crianças na 
indústria do tráfico sexual. Quando nós, crentes, cometemos pe-
cado sexual, nós cuspimos na face de Deus. Quando, nós, crentes, 
nos arrependemos e abandonamos o pecado sexual, nós somos 
restaurados.
A providência de Deus tem um lugar para a sua dor. Porque você 
(ainda) vê o que outros cegos pelo pecado não podem ver, você é 
uma seta para o próprio Deus. Você vê o sangue em suas mãos, 
você sente a sua penalidade e culpa serem removidas e você traba-
lha como embaixador de Deus.
O povo de Deus
Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel 
e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo 
contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de 
sorte que a possais suportar (1 Coríntios 10.13). Nós, na igreja, 
somos o meio de escape uns dos outros. Deus já proveu um meio 
de escape, através da sua Palavra e seu Espírito, e também através 
do corpo de Cristo e da simples prática da hospitalidade. A porta 
23
aberta de sua casa e de seu coração é o meio de escape de algum 
irmão ou irmã.
Jesus disse: “Em verdade vos digo que ninguém há que tenha 
deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou 
campos por amor de mim e por amor do evangelho, que não rece-
ba, já no presente, o cêntuplo de casas, irmãos, irmãs, mães, filhos 
e campos, com perseguições; e, no mundo por vir, a vida eterna” 
(Marcos 10.29-30).
Jesus fala aqui da família de Deus cujo amor, presença e bondade 
são o que o Senhor usa para recompensar o “cêntuplo” do que você 
precisou deixar para vir a Cristo. O evangelho é custoso. E é digno 
do custo.
Mas esses princípios bíblicos não são anotações para lembrete. 
Você não pode ministrar aos feridos sexualmente até que esteja 
cheio da Palavra de Deus, bebendo longa e firmemente dos seus 
poços profundos. Nossos vizinhos sexualmente feridos não neces-
sitam primeiramente ser educados na visão de mundo cristã; eles 
precisam ser levados à cruz. Antes que possamos fazer isso, nós 
mesmos devemos “nos enriquecer com a Palavra” (emprestando o 
título do livro de A.W. Pink [Enriquecendo-se com a Bíblia – Edito-
ra Fiel]). Nós mesmos devemos saber que, para Deus, o arrependi-
mento é o ponto de partida.
24
CRISTÃO E A SEXUALIDADE
O QUE O FUTURO RESERVA
Denny Burk
O presidente Obama estava correto quando disse que a decisão 
da Suprema Corte sobre o casamento gay caiu como um raio. A 
decisão em Obergefell v. Hodges, que legalizou o casamento gay 
em todo o país, é de fato um divisor de águas na nossa vida nacio-
nal. Embora a maioria dos americanos agora apoiem o casamento 
gay, muitos de nós consideramos essa decisão como uma tragédia 
moral e jurídica.
Do ponto de vista legal, isso envolve cinco juízes não eleitos im-
pondo ao país uma nova definição de casamento. Ojulgamento 
não está firmado em um sólido princípio jurídico, mas nos parece-
res de cinco advogados que arrogam para si mesmos o direito de 
promulgar uma política social. A Suprema Corte não tem o direito 
de redefinir o casamento para todos os cinquenta estados, mas 
isso é exatamente o que fez.
Do ponto de vista moral, a decisão é uma completa subversão 
do bem, do direito e da verdade em relação ao casamento. O 
casamento é a união pactual de um homem e uma mulher para a 
vida. Sua conexão com a procriação e os filhos nos foi revelada na 
natureza, na razão e no senso comum. A Bíblia revela ainda que o 
casamento é um emblema do evangelho — um símbolo do amor 
pactual de Cristo por sua igreja (Efésios 5.31-32).
A decisão do tribunal tenta virar tudo de cabeça para baixo. Em 
consequência, essa decisão fica contra a razão e o senso comum. 
Mais importante ainda, é contra os propósitos daquele que criou o 
casamento desde o princípio (Gênesis 2.24-25).
Uma nova realidade
Embora eu esteja triste com essa decisão, continuo confiante de 
que os cristãos continuarão a dar testemunho da verdade sobre 
o casamento, mesmo que a lei da nossa terra agora esteja contra 
25
nós. Ainda assim, muitos cristãos se perguntam como prosseguir 
nessa nova realidade.
Eu sou um pastor, e essa pergunta é exatamente o que eu ouvi das 
pessoas em minha igreja. Normalmente os nossos membros não 
fazem perguntas quanto ao ensino da Bíblia sobre homossexuali-
dade e casamento. Eles sabem disso. Tampouco eles têm dúvidas 
sobre a obrigação de amar o próximo, buscar o seu bem e ter paz 
com todos (Marcos 12.29-31; Lucas 6.33; Romanos 12.18). Eles 
sabem de tudo isso também.
A pergunta deles é como viver o que Jesus os chamou para ser 
quando as pessoas os tratam com hostilidade. Eu conversei recen-
temente com uma irmã, membro da igreja, cujo chefe é gay. Cerca 
de metade dos seus colegas de trabalho também são gays. Eles são 
seus amigos, e ela lhes ama. Ela quer manter um relacionamento 
com eles, e ela espera permanecer sendo uma parte das suas vidas. 
Mas ela está preocupada de que as suas crenças cristãs sobre o 
casamento e a sexualidade a afaste deles, uma vez que se tornem 
conhecidas. A última coisa em que ela pensa é travar uma guerra 
cultural ou ganhar um debate com eles. Ela só quer espaço para 
ser amiga deles, mesmo que eles discordem completamente sobre 
essas questões fundamentais.
Eu poderia contar outras histórias de irmãos e irmãs em Cristo 
que não estão apenas preocupados em manter relacionamentos 
com amigos no trabalho, como também em cometerem suicídio 
profissional se suas opiniões cristãs se tornarem conhecidas entre 
seus colegas de trabalho. Mais uma vez, eles não querem travar 
uma guerra cultural com ninguém. Mas eles também não querem 
enfrentar a perda do seu emprego ou uma advertência em seu ar-
quivo dos Recursos Humanos quando eles não forem a uma festa 
na empresa em comemoração pelo colega de trabalho que acaba 
de se casar com um parceiro do mesmo sexo. Eles estão tentando 
descobrir como serem fiéis a Jesus, amigos fiéis e empregados fiéis 
quando essas obrigações parecerem estar em conflito.
Esse é o desafio que estou percebendo entre nossos membros. O 
que eles estão se perguntando é se sua fé cristã será tolerada no 
espaço público. E eu não estou falando sobre qualquer desejo da 
26
CRISTÃO E A SEXUALIDADE
parte deles de se envolverem em proselitismo agressivo e desa-
gradável. Eles estão se perguntando se um pluralismo genuíno 
existirá na América pós-Obergefell, ou se as opiniões cristãs sobre 
sexualidade e casamento serão excluídas da nossa vida nacional.
Sou muito grato por esses queridos irmãos e irmãs em minha igre-
ja. Nenhum deles expressou qualquer pensamento de abandonar o 
ensinamento de Jesus por causa dessas dificuldades. Eles andarão 
com Cristo, não importa o custo. Eu louvo a Deus por isso. Mas 
ainda assim, estou preocupado com eles, e estou orando por eles; 
pois são os atingidos silenciosos na linha da frente de uma guerra 
cultural em que não desejam estar. Eles só desejam seguir Jesus 
em paz. E como as implicações de Obergefell alcançam as suas 
vidas, eu oro para que eles sejam capazes de fazer exatamente isso 
(1 Timóteo 2.2).
Aumento da oposição
Os cristãos estão começando a perceber que o seu lugar na vida 
americana está sendo julgado no tribunal da opinião pública. E 
não está claro se isso acabará bem para a igreja cristã.
No início deste ano, vimos os governadores de Indiana e Arkan-
sas abandonarem os Atos de Restauração da Liberdade Religiosa 
(ARLR) em seus estados. Esse foi um momento de alerta em nossa 
vida nacional que revelou quão profundamente a América mu-
dou suas atitudes sobre a homossexualidade, quão desajustados 
os evangélicos estão com a nova ortodoxia sexual e como muitos 
americanos estão dispostos a punirem os evangélicos por suas 
crenças transgressoras.
Vimos dois governadores republicanos regressando de estados 
com ARLR, o que seria completamente incontroverso há apenas 
dez anos. Vimos uma mídia nacional repudiar de modo arrogante 
a nossa primeira liberdade na Declaração dos Direitos dos Cida-
dãos dos Estados Unidos com citações temíveis ou como “pseudo” 
liberdade religiosa. Vimos políticos após políticos que não quise-
ram ou não foram capazes de defender de modo coerente a liber-
dade religiosa. E vimos incontáveis cabeças falantes denegrirem a 
liberdade religiosa como um eufemismo para intolerância e discri-
minação. O colunista do New York Times, Frank Bruni, escreveu 
27
que os cristãos deveriam ser “obrigados a tirar a homossexualida-
de da sua lista de pecados”. Não é de admirar que Nicholas Kristof 
tenha dito que “os evangélicos constituem um dos poucos grupos 
dos quais é seguro zombar abertamente”.
A liberdade religiosa tomou um golpe épico na vida americana, e 
parece que estamos apenas começando. E o foco do ataque pare-
ce ser os evangélicos. Os evangélicos estão começando a sentir 
desprezo aberto de nossos desprezadores eruditos, que acham a 
nossa antiga fé bizarra e discordante com a América pós-revolução 
sexual. Não há uma “maioria silenciosa” para os cristãos apelarem 
por socorro. Os evangélicos são uma minoria fiel quando se trata 
do nosso compromisso com o ensinamento de Jesus sobre a sexu-
alidade. Não se trata apenas das pessoas não gostarem das nossas 
opiniões. É também que as pessoas não gostam de nós por causa 
das nossas opiniões. De fato, uma pesquisa recente descobriu que 
há mais pessoas que veem as pessoas gays favoravelmente do que 
as que veem os evangélicos favoravelmente.
Recuo ou comprometimento?
Sem dúvida, os cristãos evangélicos enfrentam uma nova realida-
de na América pós-Obergefell. E eles estão se perguntando como 
seguir em frente. Eles ouvem alguns líderes aconselhando recuo e 
desengajamento da cultura. Eles ouvem outros líderes dizendo que 
precisamos nos comprometer com a guerra cultural com o tipo de 
politicagem que marcou a antiga Moral Majority dos anos 1980.
Nenhuma opção realmente captura o que Jesus nos ensinou sobre 
o nosso relacionamento enquanto permanecemos no mundo. João 
17 registra as palavras da oração de Jesus pouco antes de ele ser 
entregue para ser crucificado. Sua oração se concentrou não ape-
nas nos onze discípulos restantes, mas também em todos aqueles 
que creriam nele através do testemunho dos seus discípulos. Em 
suma, Jesus estava orando por nós.
Entre outras coisas, Jesus orou para que estivéssemos no mundo, 
não fôssemos do mundo, por causa do mundo.
1. Jesus orou, “Não peço que os tires do mundo, e sim que os guar-
des do mal... Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os 
enviei ao mundo” (vv. 15, 18). Isso significa que o desengajamento 
28
CRISTÃO E A SEXUALIDADE
do mundo não é uma opção para os cristãos. Jesus nos enviou ao 
mundo sabendo muito bem que enfrentaríamosoposição: “No 
mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o 
mundo” (16.33).
2. Mas estar no mundo não significa ser do mundo. No evangelho 
de João, “mundo” não é uma palavra genérica para o planeta Ter-
ra. É um termo técnico que designa a humanidade em sua queda e 
rebelião contra Deus (veja também 1João 2.15-17). Assim, quan-
do Jesus nos envia ao mundo, ele sabe que está nos enviando para 
um reino de rebelião ativa contra os propósitos do seu Pai. Mas a 
sua expectativa é que nossa presença no mundo seja uma influ-
ência “santificadora”. Por quê? Porque a nossa fidelidade a Jesus e 
sua Palavra “nos santificam” no meio da podridão (João 17.16-17). 
E essa é a questão.
3. Nós estamos no mundo, ainda que não sejamos do mundo, por 
causa do mundo. Jesus diz que envia seus discípulos santificados 
ao mundo para que “o mundo conheça que tu me enviaste e os 
amaste, como também amaste a mim” (v. 23). Em última análise, 
nossa santificação no mundo é para uma missão: mostrar ao mun-
do — em toda sua queda e rebelião — que Deus enviou o seu Filho 
para morrer pelos pecadores.
Sim, nós enfrentamos uma nova realidade como consequência de 
Obergefell. Mas sabemos como avançar nessa nova realidade por-
que Jesus já nos deu as nossas ordens de marcha. Ele nos mostrou 
que a oposição do mundo é a regra, não a exceção. E nós sabemos 
que vamos vencer no final, porque Jesus já venceu (16.33).
29
DEVO ASSISTIR A UM CASAMENTO 
HOMOSSEXUAL?
Kevin DeYoung
Por que um cristão poderia se recusar a assistir, ajudar ou parti-
cipar de uma cerimônia de casamento entre pessoas do mesmo 
sexo? Para simplificar, vamos supor que esta é uma discussão en-
tre cristãos tradicionais que creem — como a igreja sempre acredi-
tou e como a maioria da igreja no mundo ainda acredita — que o 
comportamento homossexual é pecaminoso e que o casamento é 
uma união pactual e conjugal entre um homem e uma mulher.
Com esse comentário de esclarecimento, podemos abordar a 
questão diretamente: Por que um cristão poderia sentir o dever 
de consciência de não assistir ou participar de um casamento gay? 
Não é por causa de fanatismo, medo ou porque não sabemos que 
Jesus esteve com pecadores que nos leva a essa conclusão. É por 
causa do nosso desejo de ser obedientes a Cristo e por causa da na-
tureza do evento do casamento em si.
Uma cerimônia de casamento, na tradição cristã, é antes de tudo 
um culto de adoração. Portanto, se a união que se celebra no culto 
não pode ser biblicamente sancionada como um ato de adoração, 
cremos que o culto dá credibilidade a uma mentira. Não podemos, 
em boa consciência, participar de um culto falso. Eu entendo que 
não soa muito agradável, mas a conclusão segue a premissa, a sa-
ber, que o “casamento” que está sendo celebrado não é de fato um 
casamento e não deve ser celebrado.
Além disso, há muito tempo existe um entendimento de que os 
presentes em uma cerimônia de casamento não são apenas obser-
vadores ocasionais, mas testemunhas que estão concedendo a sua 
aprovação e apoio aos votos que devem ser feitos. É por isso que 
a linguagem tradicional fala sobre se reunir “aqui, diante de Deus, 
e diante desta congregação”. É por isso que um dos modelos de 
30
CRISTÃO E A SEXUALIDADE
casamento na Igreja Presbiteriana na América ainda tem o minis-
tro dizendo:
Se qualquer homem pode mostrar justa causa pela qual eles não 
podem se casar licitamente, que o declare agora, ou então cale-se 
para sempre.
Muito explicitamente, o casamento não é uma festa para amigos e 
familiares. Não é uma mera formalidade cerimonial. É um evento 
divino no qual aqueles reunidos celebram e honram a “celebração 
do matrimônio”.
É por isso que — embora eu queira construir vínculos com uma 
amiga lésbica ou garantir a um membro da família que seja gay 
que eu me importo com ele e quero ter um relacionamento com 
ele — eu não participaria de uma cerimônia de casamento entre 
pessoas do mesmo sexo. Eu não posso ajudar com o meu bolo, 
com minhas flores, ou com a minha presença a tornar solene aqui-
lo que não é santo.
Ao assumir essa posição, muitas vezes eu ouvi coisas como esta 
em resposta:
Mas Jesus convivia com pecadores. Ele não estava preocupado em 
ser contaminado pelo mundo. Ele não queria afastar as pessoas do 
amor de Deus. Ele estava sempre abrindo as portas da misericór-
dia de Deus. Ele nos diria: “Se alguém lhe obriga a assar um bolo, 
asse dois para ele”.
Ok, vamos pensar nessas objeções. Desejo, na verdade, refletir por 
frases, e não apenas com frases de efeito e sentimentalismo vago.
Jesus convivia com pecadores. Verdade, mais ou menos (depende 
do que você entende por “convivia”). Mas Jesus cria que o casa-
mento era entre um homem e uma mulher (Mateus 19.3-9). O 
exemplo de Cristo nos evangelhos nos ensina que não devemos ter 
medo de passar tempo com pecadores. Se um casal gay de vizinhos 
convida você para jantar, não os ignore.
Ele não estava preocupado em ser contaminado pelo mundo. Essa 
não é a questão aqui. Isso não é sobre piolhos ou germes de peca-
do. Nós mesmos temos muitos deles.
Ele não queria afastar as pessoas do amor de Deus. Mas Jesus fez 
isso o tempo todo. Ele agiu de maneiras que poderiam ser involun-
31
tariamente, e com mais frequência deliberadamente, antagônicas 
(Mateus 7.6, 13-27; 11.20-24; 13.10-17; 19.16-30). Jesus afastava 
as pessoas o tempo todo. Isso não é desculpa para que sejamos 
imprudentes e indelicados. Mas isso deveria nos fazer abandonar 
a noção não-bíblica que diz que se alguém se sente magoado por 
suas palavras ou não amado por suas ações, você consequente-
mente foi insensata e pecaminosamente desamoroso. 
Ele estava sempre abrindo as portas da misericórdia de Deus. 
Amém. Continuemos pregando Cristo e pregando como Ele fez: 
convocando todas as pessoas a se arrependerem e crerem no evan-
gelho (Marcos 1.15).
Se alguém lhe obriga a assar um bolo, asse dois para ele. Sem dúvi-
da, esse e é um princípio verdadeiro e belo sobre como os cristãos, 
quando injuriados, não devem revidar. Mas dificilmente isso pode 
significar que fazemos o que as pessoas exigem, não importa os 
nossos direitos (Atos 4.18-20, 16.35-40, 22.22-29) e não importa 
o que seja certo diante de Deus.
Um casamento não é um convite para jantar, uma festa de forma-
tura ou uma comemoração pela aposentadoria. Mesmo em um 
ambiente completamente secular, ainda permanece um significa-
do — e, às vezes, os convites de casamento o expressam — de que 
nossa presença no evento honraria o casal e seu casamento. Seria 
difícil, se não impossível, assistir a um casamento (muito menos 
ajudar ou fornecer a comida principal), sem que a sua presença 
comunique celebração e apoio ao que está acontecendo. E por mais 
doloroso que seja para nós e para aqueles que amamos, celebrar e 
apoiar uniões homossexuais não é algo que Deus ou sua Palavra 
nos permitirá fazer.
32
CRISTÃO E A SEXUALIDADE
APROFUNDE EM SEUS ESTUDOS: 
O que a Bíblia ensina 
sobre a homossexualidade?
Por Kevin DeYoung
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Quando Pecadores 
Dizem “SIM”
Por Dave Harvey
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 Incredulidade
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 Incredulidade
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