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Direito Previdenciario II - Resumo Esquematizado

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Direito Previdenciário II
I – Regime Geral da Previdência Social
Características:
Contributivo
Compulsório
Necessidade de filiação prévia
Limitado
Do ponto de vista subjetivo (referente ao sujeito): atinge apenas quem está filiado.
Do ponto de vista objetivo (referente ao objeto): assegura apenas em questões que afetam o trabalho.
Conceito
O fundamento básico encontra-se no artigo 201 da CF. O RGPS é um seguro social destinado aos trabalhadores. É obrigatório a todo trabalhador se filiar e contribuir, e então ele será assegurado contra os riscos do trabalho.
II – Regime Próprio dos Servidores Públicos
Conceito
É um regime compulsório destinado ao Servidor Público de cargo efetivo estatutário (Estatuto do Servidor Público), regido basicamente pelo art. 40 da CF, gerido pelo órgão que a lei especificar, em âmbito municipal, estadual ou federal.
Servidores Públicos não assegurados pelo Regime próprio da Previdência Social:
Servidor público em comissão
Contratados temporariamente
Contratados no regime da CLT (empregados públicos)
Servidores Estatutários municipais de municípios que não possuem o Regime Próprio da Previdência Social
III – Previdência Complementar
Conceito
É o regime previdenciário destinado a qualquer pessoa, especificado no art. 202 da CF. É regida pela lei complementar 109/01
A previdência complementar pode ser:
Aberta: quando é vendida por uma empresa para qualquer pessoa (ex. Previdência do Bradesco)
Fechada: criada por uma entidade para atender um grupo especifico de pessoas (ex. Previdência “Previ.”, destinada apenas aos funcionários do Banco do Brasil).
IV – Quadro Comparativo
	REGIME
	A QUEM SE DESTINA
	CONSTITUIÇÃO
	ÓRGÃO REGULAMENTADOR
	LEI QUE REGE
	R.G.P.S
	Trabalhador
	Art. 201
	INSS
	Lei 8.212/91
	R.P.S.P
	Servidor público
	Art. 40
	Depende*
	Lei 8.112/90
	P. Compl.
	Qualquer pessoa
	Art. 202
	Entidade fechada da P.C.
Entidade aberta da P.C 
	
Lei 109/01
*A entidade que rege o Regime Próprio do Servidor Público depende do âmbito do servidor. Para os municipais será a autarquia responsável dentro do seu município (caso exista). Para os estaduais será a autarquia responsável de seu Estado. E para os federais será o local onde o servidor trabalha (ex. Tribunal Regional Federal da 3º região para os juízes federais da 3º região)
V – Beneficiário
Conceito
Toda pessoa natural que se vincula ao sistema previdenciário, tornando-se apta para o exercício de direitos e o cumprimento de obrigações perante esse sistema.
Toda pessoa que tem a possibilidade jurídica de requerer prestações do INSS.
Toda pessoa que está coberta pelo sistema previdenciário
Toda pessoa que pode requerer benefícios do INSS
Tipos de beneficiários do Regime Geral da Previdência Social
Segurados
Beneficiários do RGPS que se vinculam ao sistema por exercer atividade profissional remunerada ou por contribuir voluntariamente
É obrigatório àquele que exerce atividade profissional remunerada (empregado; empregado doméstico; trabalhador avulso; segurado especial; contribuinte individual)
O segurado especial é o trabalhador rural que vive de sua própria subsistência (regime de economia familiar). Ele só contribui para o Sistema previdenciário quando comercializa o excedente de sua produção. Ele recebe benefícios em valor fixo, a menos que contribua também facultativamente.
É facultativo aquele que contribui voluntariamente
Dependentes
Beneficiários do RGPS que se vinculam ao sistema pelo fato de manter laços de família e dependência econômica com o beneficiário segurado.
Este vínculo é acessório, pois depende da manutenção do vinculo entre o beneficiário segurado e o sistema.
VI – dependentes
Objetivo
O regime previdenciário existe para assegurar o trabalhador, mas ele também alcança seus dependentes, ou seja, o núcleo familiar mais próximo, para assim poder atingir o objetivo de assegurar a seguridade social.
Art. 16, lei 8.213/91 - Há três classes de dependentes, que estão enumerados de forma preferencial para receber o beneficio:
1º - Dependente preferencial: não precisa provar dependência econômica, apenas o vínculo familiar. (cônjuge, companheiro, filho) – a divisão de pensão é per capita.
Cônjuge – detém contrato de matrimônio
Companheiro – união estável –p. 3º, art. 226, CF (homoafetiva reconhecida pelo STF)
Filho – menor de 21 anos não emancipado; invalido ou portador de deficiência mental ou intelectual independente da idade. (equipara-se a filho o enteado e o tutelado, se provarem dependência econômica)
2º - dependentes secundários: pais, desde que provem dependência econômica. Não há necessidade de ser dependência absoluta, mas precisa ser habitual, necessária e relevante.
3º - dependência terciária: Irmãos, desde que comprovem a dependência econômica, nos mesmos parâmetros que os dependentes secundários, e desde que seja menor de 21 anos não emancipado ou invalido, deficiente mental ou intelectual independente da idade.
VII – Vinculo com o RGPS
Como se vincula ao RGPS
Inicialmente se dá pela filiação e pela inscrição.
Filiação: é o vínculo abstrato que se estabelece entre o segurado e o RGPS e que torna aquele potencialmente apto para o exercício de direitos e o cumprimento de obrigações perante o sistema.
Inscrição: é o ato de cadastramento do segurado perante o sistema. A inscrição regulariza a filiação.
Observações
A inscrição e a filiação não são atos que necessariamente coincidem cronologicamente.
A filiação se dá automaticamente quando o sujeito começa a trabalhar. A partir disso esse sujeito torna-se um segurado da previdência social, mesmo que ainda não esteja inscrito e portanto não esteja contribuindo.
Quando o trabalhador está filiado porém não está inscrito, isto significa que sua filiação, apesar de válida, não está regularizada. O trabalhador continua sendo segurado da previdência e sua inscrição poderá ser feita posteriormente com a regularização tendo efeito retroativo. Isso ocorre porque responsabilidade de inscrever o trabalhador é do empregador.
Quando o trabalhador se inscreve depois de já estar filiado ele deverá pagar o equivalente ao tempo de contribuição acrescido de juros de mora e multa de mora.
VIII – Período de graça (art. 15, lei 8.213/91)
Conceito
É o período que o segurado mantem o vinculo com a previdência social mesmo não trabalhando ou pagando a contribuição.
Regras
O período de graça do segurado facultativo dura 6 meses
O período de graça do segurado obrigatório dura 12 meses e pode ser prorrogado nas seguintes hipóteses:
Prorrogação de mais 12 meses quando o segurado contribui a pelo menos 120 contribuições sem nunca ter perdido o caráter de segurado.
Prorrogação de mais 12 meses para os desempregados (quem não trabalha, mas está procurando trabalho)
Quando o sujeito deixa o período de graça e retorna ao status de segurado obrigatório comum, ele não será cobrado de nenhuma forma pelo tempo que esteve assegurado sem contribuir.
IX – Extinção do vinculo de segurado (art. 15, parágrafo 4º da lei 8.213/91)
Como se dá a extinção
Em regra a extinção se dá quando acaba o período de graça do assegurado. Porém existem algumas regras e observações a serem seguidas.
O sujeito, quando está no período de graça, poderá retornar ao status de contribuinte se pagar a contribuição do mês seguinte ao término do seu período de graça. Esse pagamento pode ser feito até o dia 15 do próximo mês, e caso o dia 15 não seja dia útil, poderá ser feito até o primeiro dia útil após o dia 15. 
Ex. A última contribuição foi feita em março de 2014, e supondo que o sujeito não teve nenhuma prorrogação em seu período de graça, seu período de graça acabará em março de 2015. O sujeito poderá continuar como segurado se pagar a contribuição de abril de 2015, pagamento este que poderá ser feito até o dia 15 de maio de 2015 (se o dia 15 não for dia útil o pagamento poderá ser feito até o primeiro dia útil depois do dia 15).

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