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RESUMO PROC TRAB

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DOS PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Protecionismo processual ao trabalhador
	Alguns autores denominam esse princípio como protetor visto sob o aspecto processual ou instrumental, princípio da proteção temperada, princípio da compensação de desigualdades, princípio da isonomia sob o aspecto real ou substancial, considerando que o trabalhador, como regra, é o litigante mais fraco no Processo do Trabalho.
	Ele tem a finalidade de assegurar-lhe algumas prerrogativas processuais para compensar eventuais entraves ao procurar a Justiça do Trabalho, devido à sua hipossuficiência econômica e, muitas vezes, à dificuldade em provar suas alegações, pois, via de regra, os documentos da relação de emprego ficam na posse do empregador.
Informalidade
	Embora o procedimento seja, de certo modo, informal, não significa que determinadas formalidades não devam ser observadas, inclusive sobre a documentação do procedimento, pois o procedimento escrito é uma garantia da seriedade do processo.
Conciliação
	Tradicionalmente, a Justiça do Trabalho é a justiça da conciliação. Por mandamento do art. 764 da CLT, os Juízes do Trabalho devem envidar seus bons ofícios e persuasão para tentar obter a conciliação.
	A CLT determina que a conciliação seja tentada, obrigatoriamente, em dois momentos: antes da defesa, conforme o art. 846 da CLT, e após as razões finais (art. 850 da CLT).
Celeridade
	Embora não seja uma característica exclusiva do Direito Processual do Trabalho, nele essa característica se mostra mais acentuada, uma vez que o trabalhador postula um crédito de natureza alimentar.
Simplicidade
	Não há como negar que o Processo do Trabalho é mais simples e menos burocrático do que o Processo Civil.
Oralidade
	O princípio da oralidade constitui um conjunto de regras destinadas a simplificar o procedimento, priorizando a palavra falada, com um significativo aumento dos poderes do juiz na direção do processo, imprimindo maior celeridade ao procedimento e efetividade da jurisdição, destacando o caráter publicista do processo.
Majoração dos poderes do juiz do trabalho na direção do processo
	O art. 765 da CLT possibilita ao Juiz do Trabalho maiores poderes na direção do processo, podendo, ex officio, determinar qualquer diligência processual para formar seu convencimento em busca da verdade, inclusive são amplos os poderes instrutórios do Juiz do Trabalho.
Função social do processo do trabalho
	Em razão do caráter publicista do processo do trabalho e do relevante interesse social envolvido na satisfação do crédito trabalhista, a doutrina moderna tem defendido a existência do princípio da função social do processo trabalhista.
	Desse modo, o Juiz do Trabalho deve direcionar o processo para que caminhe de forma célere, justa e confiável, assegurando às partes igualdade de oportunidades, dando a cada um o que é seu por direito, bem como que os atos processuais sejam praticados de forma razoável e previsível, garantindo a efetividade processual, mas preservando, sempre, a dignidade da pessoa humana tanto do autor como do réu, em prestígio da supremacia do interesse público. Nesse sentido, dispõe o art. 8º da CLT.
Princípio da subsidiariedade
	O art. 769 da CLT disciplina os requisitos para aplicação subsidiária do Direito Processual Comum ao Processo do Trabalho, com a seguinte redação: “Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título”.
Conforme a redação do referido dispositivo legal, são requisitos para a aplicação do Código de Processo Civil ao Processo do Trabalho:
a) omissão da CLT: quando a CLT e as legislações processuais trabalhistas extravagantes (Leis ns. 5.584/70 e 7.701/88) não disciplinam a matéria;
b) compatibilidade com os princípios que regem o processo do trabalho. Vale dizer: a norma do CPC, além de ser compatível com as regras que regem o Processo do Trabalho, deve ser compatível com os princípios que norteiam o Direito Processual do Trabalho, máxime o acesso do trabalhador à Justiça.
DAS FORMAS DE SOLUÇÃO DOS CONFLITOS TRABALHISTAS
a) Autotutela: é o meio mais primitivo de resolução dos conflitos em que uma das partes, com utilização da força, impõe sua vontade sobre a parte mais fraca. Nessa modalidade, há ausência do Estado na solução do conflito, sendo uma espécie de vingança privada.
Hoje, nas legislações, ainda há resquícios da autotutela em alguns códigos, como a legítima defesa da posse no Código Civil, ou o estado de necessidade e legítima defesa na esfera penal.
Na esfera do conflito coletivo de trabalho, temos como exemplo de autotutela a greve e o locaute, sendo este vedado no ordenamento jurídico brasileiro pelo art. 17 da Lei n. 7.783/89. Na esfera individual, temos o direito de resistência do empregado às alterações contratuais lesivas (arts. 468 e 483 da CLT) e o poder disciplinar do empregador.
b) Autocomposição: é modalidade de solução dos conflitos coletivos de trabalho pelas próprias partes interessadas sem a intervenção de um terceiro que irá ajudá-las ou até propor a solução do conflito. Como exemplos temos: a negociação coletiva para os conflitos coletivos e o acordo ou a transação para os conflitos individuais.
Na esfera do Direito Coletivo do Trabalho, temos como instrumentos típicos de autocomposição os acordos e convenções coletivas, que são produto de um instituto maior — a negociação coletiva.
c) Heterocomposição: exterioriza-se pelo ingresso de um agente externo e desinteressado ao litígio, o qual irá solucioná-lo e sua decisão será imposta às partes de forma coercitiva. Como exemplos temos a decisão judicial (dissídios individuais e coletivos) e a arbitragem.
A heterocomposição, sob a modalidade da decisão judicial (Poder Judiciário), tem sido o meio, por excelência, de solução do conflito trabalhista, pois o Brasil, de cultura romano-germânica, não tem tradição de resolução dos conflitos pela via da negociação nem da arbitragem.
d) Mediação e conciliação: mediação é a forma de solução dos conflitos por meio da qual o mediador se insere entre as partes, procurando aproximá-las para que elas próprias cheguem a uma solução consensual.
A conciliação é a forma de solução do conflito trabalhista, mediante o ingresso do conciliador entre as partes, o qual as aproximará buscando a solução por meio de concessões recíprocas.
Das comissões de conciliação prévia
As comissões de conciliação prévia são órgãos criados no âmbito dos sindicatos ou das empresas, com a finalidade de resolução do conflito individual trabalhista por meio da autocomposição. Trata-se de um meio alternativo, extrajudicial, de solução do conflito a fim de propiciar maior celeridade à resolução da lide, sem a burocracia do Poder Judiciário Trabalhista.
Diante da presença de conciliadores, os empregados e os empregadores poderão, consensualmente, colocar fim ao conflito.
A criação das comissões de conciliação prévia é facultativa, podem ser criadas no âmbito das empresas ou dos sindicatos e terão o mesmo número de representantes dos empregados e dos empregadores, conforme disciplina o art. 625-A da CLT.
As Comissões de Conciliação Prévia têm dez dias para tentar a conciliação a partir da provocação do interessado (art. 625-F da CLT). Se o referido prazo for ultrapassado, será fornecida certidão ao reclamante, que pode ingressar com a reclamação trabalhista.
O prazo prescricional será suspenso a partir da provocação da Comissão de Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo que lhe resta, a partir da tentativa frustrada de conciliação ou quando o prazo de dez dias para realização da audiência se esgotar (art. 625-G da CLT).
Diante do referido dispositivo legal, há entendimentos na doutrina e jurisprudência de que a passagem do conflito individual trabalhista pela Comissão de Conciliação Prévia é um pressuposto processual ou uma condição da ação os quais devem ser preenchidos no ajuizamentoda ação trabalhista. Vale ressaltar: se não houver a tentativa de conciliação perante a Comissão de Conciliação Prévia, deverá o Juiz do Trabalho a requerimento, ou ex officio, extinguir o processo, sem resolução de mérito, nos termos do art. 267 do CPC.
O Supremo Tribunal Federal, recentemente, em controle concentrado de constitucionalidade (ADIs ns. 2.139 e 2.160), fixou entendimento no sentido de não ser obrigatória a submissão do litígio trabalhista à Comissão de Conciliação Prévia como condição de ingresso na Justiça do Trabalho, em razão do que dispõe o art. 5º, XXXV, da CF, conforme notícia publicada no site do STF em 13.5.2009.
Diante da decisão do Supremo Tribunal Federal, a passagem pela Comissão de Conciliação Prévia é faculdade do trabalhador.
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO
Para um aparelhamento da atividade jurisdicional melhor, a jurisdição foi separada em partes, ou seja, em matérias. Desse modo, cada ramo do Poder Judiciário julgará determinadas matérias, a fim de que a atividade jurisdicional de aplicação do direito possa ser efetivada com eficiência e qualidade. Assim, todo Juiz possui jurisdição, mas nem todo Juiz possui competência.
Há certo consenso na doutrina processual brasileira de que os critérios da competência são:
a) Competência em razão da matéria: nessa espécie é determinante a natureza da relação jurídica controvertida para aferição da competência. Na Justiça do Trabalho, a competência material vem disciplinada no art. 114 da CF e também no art. 652 da CLT. As competências em razão da matéria, da pessoa e funcional são absolutas. Portanto, o Juiz delas poderá conhecer de ofício, não havendo preclusão para a parte ou para o Juiz, podendo a parte invocá-la antes do trânsito em julgado da decisão.
b) Competência em razão da pessoa: esse critério leva em consideração a qualidade das partes envolvidas na relação jurídica controvertida.
c) Competência em razão do lugar: leva em consideração o limite territorial da competência do órgão jurisdicional. A competência em razão do território é relativa, devendo a parte invocá-la por meio de exceção de incompetência. Caso não invocada pela parte no momento processual oportuno, prorroga-se a competência (art. 114 do CPC).
d) Em razão do valor da causa: a competência em razão do valor leva em consideração o montante pecuniário da pretensão, ou seja, o valor do pedido. Ela é relativa à luz do Código de Processo Civil. No Processo do Trabalho, o valor dos pedidos serve para determinar o rito processual: se até dois salários mínimos, o rito será sumário (Lei n. 5.584/70); de 2 a 40 salários mínimos, o rito será sumaríssimo (Lei n. 9.957/2000) e rito ordinário (acima de 40 salários mínimos).
e) Competência funcional: também denominada competência em razão da hierarquia dos órgãos judiciários ou competência interna ou funcional. No Processo do Trabalho, a competência funcional vem disciplinada na CLT e também nos Regimentos Internos dos TRT’s e TST.Competência da justiça do trabalho
ENTES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS
Analisando o texto trazido pela Emenda Constitucional n. 45/2004, estampado no inciso I do art. 114 da Constituição Federal de 1988, observa-se que nenhuma ressalva foi consignada, o que levou ao entendimento de que a nova competência abrangeria tanto os servidores públicos (no caso, os estatutários, em que o regime é institucional, perfazendo relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo) quanto os empregados públicos (os celetistas sob regime contratual).
Na época, o Ministro Nelson Jobim concedeu liminar, que posteriormente foi referendada pelo Plenário do STF em 5 de abril de 2006, no sentido de que a Justiça do Trabalho é incompetente para processar e julgar as ações que envolvam qualquer relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo. Foi dada uma interpretação conforme a Constituição.
Objetivamente, a Justiça do Trabalho somente detém a competência para processar e julgar as ações envolvendo relação jurídica celetista.
Dessa forma, são competentes:
 • a Justiça Federal: no caso de servidores públicos federais;
 • a Justiça Estadual: no caso servidores públicos estaduais ou município
Nessa linha de raciocínio, nos casos de contratação por tempo determinado para atender necessidade temporária de excepcional interesse público prevista no art. 37, IX, da Constituição Federal de 1988, o TST decidiu cancelar a sua Orientação Jurisprudencial 205 da SDI-1, que advogava a tese da competência da Justiça do Trabalho nos casos de desvirtuamento da mencionada contratação (falsos temporários):
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
IX – a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;
“OJ 205 da SDI-1/TST. COMPETÊNCIA MATERIAL. JUSTIÇA DO TRABALHO. ENTE PÚBLICO. CONTRATAÇÃO IRREGULAR. REGIME ESPECIAL. DESVIRTUAMENTO (cancelada) – Res. 156/2009, DEJT divulgado em 27, 28 e 29.04.2009
I – Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalho dirimir dissídio individual entre trabalhador e ente público se há controvérsia acerca do vínculo empregatício.
II – A simples presença de lei que disciplina a contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público (art. 37, inciso IX, da CF/1988) não é o bastante para deslocar a competência da Justiça do Trabalho se se alega desvirtuamento em tal contratação, mediante a prestação de serviços à Administração para atendimento de necessidade permanente e não para acudir a situação transitória e emergencial”.
Nesses casos, a competência para processar e julgar essas ações será da JUSTIÇA COMUM
MANDADO DE SEGURANÇA, HABEAS CORPUS E HABEAS DATA, QUANDO O ATO QUESTIONADO ENVOLVER MATÉRIA SUJEITA À SUA JURISDIÇÃO (ART. 114, IV, DA CF)
O inciso IV do art. 114 da Constituição Federal de 1988 estabelece que a Justiça do Trabalho tem competência para processar e julgar mandado de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição.
Mandado de segurança
Segundo o art. 1º da Lei n. 12.016, de 7 de agosto de 2009, o mandado de segurança tem por escopo: “proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça”.
Conforme doutrina abalizada, podemos definir direito líquido e certo como o manifesto na sua existência, delimitado na sua extensão e apto a ser exercido no momento da impetração
Uma das grandes novidades da Reforma do Judiciário é a possibilidade de impetração de mandado de segurança perante a Vara do Trabalho (primeiro grau de jurisdição).
Com a ampliação da competência material da Justiça do Trabalho, a ilegalidade ou o abuso de poder de atos de outras autoridades, além das judiciárias trabalhistas, passaram a ser suscetíveis de mandado de segurança no primeiro grau de jurisdição. Podemos exemplificar o raciocínio esposado:
 • contra ato de auditor fiscal do trabalho ou de delegado do trabalho, em decorrência de aplicação de multas durante a fiscalização das relações de trabalho (art. 114, VII, da Constituição); na interdição de estabelecimento ou setor, de máquina ou equipamento, no embargo a obra (art. 161 da CLT);
 • contra ato de procurador do trabalho em inquéritos civis públicos ou outros procedimentos administrativos;
 • contra ato de oficial de cartório que nega registro sindical etc.
Ademais, a doutrina vem sustentandoo cabimento de mandado de segurança na Justiça do Trabalho em relação aos atos praticados por juízes do trabalho em matéria administrativa, mesmo não atinentes à relação de trabalho.
Vale dizer, se o ato for emanado de autoridade administrativa dos Poderes Executivo e Legislativo, ou qualquer outra autoridade pública, ainda que eventualmente representante legal do empregador, a competência não será da JT, ante o disposto no art. 114 da CF, mas da Justiça Comum, federal ou estadual, salvo nas hipóteses previstas nos seus incisos I e VII, como já salientado alhures. Nesse sentido, a Súmula n. 195 do extinto TRF: ‘O mandado de segurança não é o meio processual idôneo para dirimir litígios trabalhistas’.
Sobre a competência funcional do mandado de segurança na Justiça do Trabalho, podemos elencar as seguintes regras:
1ª) Vara do Trabalho – atos de auditores fiscais do trabalho; de delegados do trabalho; de procuradores do trabalho; e de oficiais de cartório.
2ª) Tribunal Regional do Trabalho – atos de juiz do trabalho, titular ou substituto, da Vara do Trabalho; de juiz de direito investido de jurisdição trabalhista; do próprio Tribunal ou qualquer dos seus órgãos colegiados ou monocráticos.
3ª) Tribunal Superior do Trabalho – atos do Presidente ou de qualquer Ministro do Tribunal.
Vale ressaltar que se o ato impugnado for decisão de órgão do TRT, a competência originária para apreciar e julgar o mandado de segurança é do próprio TRT, cabendo recurso ordinário para o TST, que terá, por consequência, competência derivada.
Habeas corpus
Habeas corpus tem por escopo a tutela do direito de ir e vir, conforme prevê o art. 5º, LXVIII, da CF, “sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”.
No contexto da nova competência material da Justiça do Trabalho, outro ponto relevante é o habeas corpus, que passa a ser julgado pela Justiça Especializada. Anteriormente, havia muita controvérsia doutrinária e jurisprudencial, e o STF entendia que era da competência do Tribunal Regional Federal – TRF processar e julgar o habeas corpus em face de ato praticado por juiz do trabalho.
Nessa linha de raciocínio, o grande exemplo era a prisão civil do depositário infiel, determinada pelo magistrado do trabalho, na execução trabalhista, de acordo com o art. 5º, inciso LXVII, da Constituição.
Todavia, a recente Súmula Vinculante n. 25 do Supremo Tribunal Federal estabelece ser ilícita a prisão civil do depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito. Esse entendimento é pautado no caráter supralegal atribuído aos tratados internacionais sobre direitos humanos ratificados pela República Federativa do Brasil antes do advento da Emenda Constitucional n. 45, de 2004, em especial o Pacto de São José da Costa Rica (Convenção Americana sobre Direitos Humanos).
Dessa forma, será cabível o referido remédio constitucional na Justiça do Trabalho sempre quando houver restrição da liberdade de locomoção do empregado ou trabalhador por parte do empregador ou tomador dos serviços, como nos casos de servidão por dívida e movimento grevista.
Classificação dos atos processuais
Os atos das partes estão previstos nos arts. 158 a 161 do CPC, in verbis:
“Art. 158 do CPC. Os atos das partes, consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade, produzem imediatamente a constituição, a modificação ou a extinção de direitos processuais.
Parágrafo único. A desistência da ação só produzirá efeito depois de homologada por sentença.
Classifica-se os atos das partes da seguinte forma:
a) atos postulatórios: são aqueles pelos quais as partes postulam pronunciamento do juiz, seja quanto ao processo, seja quanto ao mérito;
b) atos dispositivos: são aqueles que consistem em declarações de vontade destinadas a dispor da tutela jurisdicional, dando-lhe existência ou modificando-lhe as condições. São atos normalmente chamados de negócios processuais, pois, ao praticá-los, as partes regulam o próprio comportamento em relação à tutela jurisdicional. Com efeito, os atos dispositivos das partes recebem a seguinte classificação:
b.1) atos dispositivos unilaterais: são aqueles em que a manifestação de vontade é de uma única parte. Exemplo: desistência da ação ou do recurso;
b.2) atos dispositivos concordantes: são aqueles consistentes em declarações de vontade de uma parte a que adere à parte contrária, mesmo por omissão. Exemplos: ato de prorrogação de competência, desistência da ação após a contestação ou decorrido o prazo para resposta do réu;
b.3) atos dispositivos contratuais: são aqueles consistentes em declarações bilaterais expressas de vontade. Exemplos: conciliação, transação;
c) atos instrutórios: são aqueles que se destinam a convencer o juiz da verdade, apresentando-se sob a forma de alegações e de atos probatórios. Representam um dos momentos mais importantes do processo, que é a formação do livre convencimento motivado do magistrado;
d) atos reais: são aqueles que se manifestam pela coisa, não por palavras. Exemplos: apresentação de documento, preparo do recurso, pagamento de custas etc.
Os atos do juiz são os seguintes:
a) despachos: são os atos de mera movimentação e andamento processual, sem conteúdo decisório, pautados no princípio do impulso oficial. Exemplos: despachos de citação, de intimação, de vistas etc.
b) decisões interlocutórias: são os atos do juiz que, no curso do processo, resolvem questão incidente. Em outras palavras, são atos com conteúdo decisório que resolvem questões incidentais, sem resultar no fim do procedimento. Exemplos: atos do juiz que deferem ou indeferem liminares no curso do processo, que indeferem oitiva de testemunhas tempestivamente arroladas, que acolhem ou rejeitam exceção de incompetência relativa etc.;
c) sentenças: é o ato do juiz que implica algumas das situações previstas nos arts. 267 ou 269 do CPC. O art. 267 do CPC traz as hipóteses de sentenças terminativas ou processuais, que não adentram no mérito, apenas resolvendo questões essencialmente processuais. Já o art. 269 do CPC traz as hipóteses de sentenças definitivas ou de mérito, pois adentram no mérito.
Formas de comunicação dos atos processuais trabalhistas
O Código de Processo Civil apresenta como formas tradicionais de comunicação dos atos processuais a citação e a intimação.
De acordo com o art. 213 deste Código, citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado a fim de se defender.
Assim, a citação é direcionada ao réu, na jurisdição contenciosa, ou ao interessado, na jurisdição voluntária, graciosa ou administrativa. Tem por objetivo precípuo a observância do princípio constitucional da ampla defesa.
E a intimação, nos termos do art. 234 do CPC, é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa.
Portanto, a intimação é direcionada a alguém do processo (autor, réu, auxiliar da justiça, testemunha etc.), cujo objetivo é dar ciência de algum ato processual já praticado ou a ser praticado, respeitando-se o princípio constitucional do contraditório, que traduz duas ideias: ciência e participação.
Em contrapartida, a CLT utilizou indistintamente a nomenclatura notificação ora como intimação, ora como citação. A opção do legislador foi demonstrar a autonomia do processo do trabalho em relação ao processo civil. Outra justificativa é a origem da Justiça do Trabalho, que era um órgão administrativo vinculado ao Poder Judiciário.
As formas de comunicação dos atos processuais trabalhistas estão previstas nos arts. 841 e 774, parágrafo único, da CLT
Nesse passo, conforme dispõe o art. 841, caput, da CLT, a regra é a notificação postal (por Correio) – notificação inicial postal automática do reclamado. O diretor ou outro servidor da Secretaria da Vara, no prazo de 48 horas do recebimento e protocolo da reclamação, remeterá a cópia da exordial ao reclamado (contrafé),via postal. Este será notificado para comparecimento em audiência, que será a primeira desimpedida na pauta do juiz, depois de cinco dias. Nessa audiência, o reclamado terá a oportunidade de apresentar a sua defesa.
Com efeito, segundo o art. 774, parágrafo único, da CLT, no caso de não ser encontrado o destinatário ou de recusa de recebimento, o Correio ficará obrigado, sob pena de responsabilidade do servidor, a devolver a notificação ao tribunal de origem, no prazo de 48 horas.
Em contrapartida, conforme o art. 841, § 2º, da CLT, o reclamante será notificado da data marcada para a audiência no ato da apresentação da reclamação, de forma postal ou editalícia.
Para finalizar, segundo prevê o art. 841, § 1º, da CLT, se o reclamado criar embaraços ao recebimento da notificação postal, ou não for encontrado, far-se-á a notificação por edital, mediante jornal oficial ou aquele que publicar o expediente forense, ou, na falta, afixando-se na sede da Vara ou Juízo.
PRAZOS PROCESSUAIS
I) Quanto à origem de fixação – os prazos processuais são classificados em:
a) Prazos legais: são aqueles fixados pelo ordenamento jurídico vigente. Exemplos: prazo de 8 dias para razões e contrarrazões dos recursos trabalhistas (art. 6º da Lei n. 5.584/70); prazo de 48 horas para que o executado pague ou garanta o juízo, sob pena de penhora (art. 880 da CLT) etc.;
b) Prazos judiciais: são aqueles fixados pelos juízes. Exemplos: prazo de 48 horas para apresentação da carta de preposição; prazo de 5 dias para manifestação sobre um documento etc.;
c) Prazos convencionais: são aqueles acordados pelas próprias partes. Exemplo: prazo de suspensão do processo por até 6 meses (art. 265, II e § 3º do CPC).
No âmbito desse critério de classificação, estabelecem os arts. 177 e 185 do CPC:
“Art. 177. Os atos processuais realizar-se-ão nos prazos prescritos em lei. Quando esta for omissa, o juiz determinará os prazos, tendo em conta a complexidade da causa”.
“Art. 185. Não havendo preceito legal nem assinação pelo juiz, será de 5 (cinco) dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte”.
II) Quanto à natureza – os prazos processuais são classificados em:
a) Prazos dilatórios: são os prazos que podem ser prorrogados ou reduzidos pelo juiz, atendendo solicitação das partes, de comum acordo. Vale ressaltar que os prazos convencionais são dilatórios. Exemplos: as partes podem solicitar ao juiz dilação do prazo para tentativa de conciliação, ou para a apresentação de algum documento ou informação.
1º) a dilação deverá ser requerida antes do vencimento do prazo; e
2º) a prorrogação deverá ser fundamentada em motivo legítimo.
b) Prazos peremptórios (fatais): são aqueles que não podem ser prorrogados por convenção das partes, devendo ser observados peremptoriamente. Os prazos peremptórios estão previstos em normas cogentes, imperativas ou de ordem pública, de observância obrigatória. O art. 182 do CPC disciplina os prazos peremptórios:
“É defeso às partes, ainda que todas estejam de acordo, reduzir ou prorrogar os prazos peremptórios. O juiz poderá, nas comarcas onde for difícil o transporte, prorrogar quaisquer prazos, mas nunca por mais de 60 (sessenta) dias.
Parágrafo único. Em caso de calamidade pública, poderá ser excedido o limite previsto neste artigo para a prorrogação de prazos”.
Todavia, é oportuno consignar que a regra da impossibilidade de prorrogação dos prazos peremptórios não é absoluta, pois há duas exceções:
1ª) comarcas onde for difícil o transporte: ainda que os prazos sejam peremptórios, eles poderão ser prorrogados pelo juiz por até 60 dias;
2ª) calamidade pública: o juiz poderá prorrogar os prazos pelo tempo que for necessário, ainda que eles sejam peremptórios.
Contagem de prazos processuais trabalhistas
– dia do início do prazo processual: dia da ciência ou conhecimento do ato processual a ser praticado, dia este em que a notificação será feita pessoalmente; além disso, inicia-se também o prazo a partir do dia do recebimento da notificação ou do dia da publicação da notificação.
– dia do início da contagem do prazo processual: dá-se a partir do primeiro dia útil seguinte ao dia do início do prazo; portanto, lembre-se de que os prazos estabelecidos na CLT contam-se com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento.
– se o dia do início do prazo, ou dia do início da contagem do prazo cair em dia não útil, também haverá a prorrogação para o primeiro dia útil subsequente.
– se o vencimento cair em dia não útil, haverá a prorrogação para o primeiro dia útil subsequente.
– segundo o art. 184, § 1º, do CPC, considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se o vencimento cair em dia em que for determinado o fechamento do fórum ou o expediente forense for encerrado antes da hora normal.
– de acordo com as Súmulas 1 do TST e 310 do STF, quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial será contado da segunda-feira imediata.
– segundo o art. 178 do CPC, o prazo, estabelecido pela lei ou pelo juiz, é contínuo, não se interrompendo nos feriados;
– não havendo preceito legal nem assinalação pelo juiz, de acordo com o art. 185 do CPC, será de cinco dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte.
Observação: Lei de Informatização do Processo Judicial – “Processo Virtual” (Lei n. 11.419, de 19-12- 2006), que disciplina o uso de meio eletrônico na tramitação de processos judiciais, comunicação de atos e transmissão de peças processuais:
– consideram-se realizados os atos processuais por meio eletrônico no dia e hora do seu envio ao sistema do Poder Judiciário, devendo-se fornecer protocolo eletrônico (art. 3º);
– quando a petição eletrônica for enviada para atender prazo processual, serão consideradas tempestivas aquelas que forem transmitidas até as 24 (vinte e quatro) horas do seu último dia (art. 4º, § 3º);
– considera-se como data de publicação o primeiro dia útil seguinte ao dia da disponibilização da informação no Diário de Justiça eletrônico;
– finalmente, os prazos processuais terão início no primeiro dia útil que seguir ao considerado como data de publicação.
Para melhor compreensão do leitor, passamos destacar alguns exemplos práticos de contagem de prazos:
•   Exemplo 1: o reclamado foi notificado, via postal, para a prática de determinado ato, sendo a notificação expedida e postada no dia 07.07.2006 (sexta-feira). Nesse caso, considerando que a Súmula 16 do TST informa que se presume recebida a notificação 48 horas após a sua postagem (sendo levados em conta somente os dias úteis), supõe-se que o reclamado recebeu a notificação postal no dia 11.07.2006 (terça-feira – início do prazo), começando a contagem do prazo no dia 12.07.2006 (quarta-feira);
•   Exemplo 2: o reclamado foi notificado, via publicação no Diário Oficial para prática de determinado ato no dia 07.07.2006 (sexta-feira). Nesse caso, o início do prazo ocorre no próprio dia 07.07.2006 (sexta-feira), e o início da sua contagemcomeçará a correr do primeiro dia útil seguinte ao da publicação, ou seja, 10.07.2006 (segunda-feira);
•   Exemplo 3: o reclamado foi notificado, via postal, para a prática de determinado ato, sendo a notificação expedida e postada no dia 06.07.2006 (quinta-feira). Nesse caso, considerando a Súmula 16 do TST, presume-se que o mesmo recebeu a notificação postal no dia 10.07.2006 (segunda-feira – início do prazo), principiando-se a contagem do prazono dia 11.07.2006 (terça-feira);
•   Exemplo 4: o reclamado foi notificado, via postal, para a prática de determinado ato no dia 08.07.2006 (sábado). Nesse caso, o início do prazo ocorrerá no dia 10.07.2006 (segunda-feira), iniciando-se a contagem do prazo no dia 11.07.2006(terça-feira) (ver Súmula 262, I, TST).
Prática de atos processuais pelo sistema do fac-símile
Destacam-se as concernentes à contagem de prazos processuais, tendo em vista que a utilização do sistemado fax não exime a parte da juntada posterior dos originais. Com efeito, são regras que disciplinam a contagem do prazo para a apresentação posterior dos originais:
1ª) os originais deverão ser apresentados no prazo de 5 dias da data do término do prazo do ato processual, e não da data da recepção do material;
2ª) o prazo de 5 dias para a apresentação dos originais tem o seu dies a quo (termo inicial) coincidente com o primeiro dia seguinte ao término do prazo do ato processual. Assim, não há a necessidade do primeiro dia seguinte ser útil, de forma que o dies a quo poderá coincidir com dia não útil, ou seja, sábado, domingo ou feriado. O fundamento é de que a parte tem ciência do seu ônus processual; no caso, da apresentação posterior dos originais ao utilizar o sistema do fax, não havendo, por isso, necessidade de ser intimada;
3ª) se o ato processual a ser praticado não está sujeito a prazo, os originais deverão ser entregues, necessariamente, até 5 dias da data da recepção do material.
Outrossim, as pessoas jurídicas de direito público (União, Estados, Municípios, Distrito Federal, Autarquias e Fundações Públicas) têm prazo em quádruplo para contestar (em função de que entre o recebimento da notificação e a audiência deverá decorrer o prazo de 20 dias) e em dobro para recurso, mediante regra explícita no Decreto-lei 779/1969 (art. 1.°, II e III).
Também o Ministério Público do Trabalho possui o prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer, na última hipótese, seja na qualidade de órgão agente (autor da ação) ou órgão interveniente (custos legis), conforme previsão explícita no art. 188 do CPC, de aplicação subsidiária ao processo do trabalho.
Prática de atos processuais por meios eletrônicos
Art. 3º Consideram-se realizados os atos processuais por meio eletrônico no dia e hora do seu envio ao sistema do Poder Judiciário, do que deverá ser fornecido protocolo eletrônico.
Parágrafo único. Quando a petição eletrônica for enviada para atender prazo processual, serão consideradas tempestivas as transmitidas até as 24 (vinte e quatro) horas do seu último dia.
Art. 4º Os tribunais poderão criar Diário da Justiça eletrônico, disponibilizado em sítio da rede mundial de computadores, para publicação de atos judiciais e administrativos próprios e dos órgãos a eles subordinados, bem como comunicações em geral.
§ 3º Considera-se como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico.
§ 4º Os prazos processuais terão início no primeiro dia útil que seguir ao considerado como data da publicação.
Art. 5º As intimações serão feitas por meio eletrônico em portal próprio aos que se cadastrarem na forma do art. 2º desta Lei, dispensando-se a publicação no órgão oficial, inclusive eletrônico.
§ 1º Considerar-se-á realizada a intimação no dia em que o intimando efetivar a consulta eletrônica ao teor da intimação, certificando-se nos autos a sua realização.
§ 2º Na hipótese do § 1º deste artigo, nos casos em que a consulta se dê em dia não útil, a intimação será considerada como realizada no primeiro dia útil seguinte.
§ 3º A consulta referida nos §§ 1º e 2º deste artigo deverá ser feita em até 10 (dez) dias corridos contados da data do envio da intimação, sob pena de considerar-se a intimação automaticamente realizada na data do término desse prazo.
§ 4º Em caráter informativo, poderá ser efetivada remessa de correspondência eletrônica, comunicando o envio da intimação e a abertura automática do prazo processual nos termos do § 3º deste artigo, aos que manifestarem interesse por esse serviço.
§ 5º Nos casos urgentes em que a intimação feita na forma deste artigo possa causar prejuízo a quaisquer das partes ou nos casos em que for evidenciada qualquer tentativa de burla ao sistema, o ato processual deverá ser realizado por outro meio que atinja a sua finalidade, conforme determinado pelo juiz.
§ 6º As intimações feitas na forma deste artigo, inclusive da Fazenda Pública, serão consideradas pessoais para todos os efeitos legais.
Art. 6º Observadas as formas e as cautelas do art. 5º desta Lei, as citações, inclusive da Fazenda Pública, excetuadas as dos Direitos Processuais Criminal e Infracional, poderão ser feitas por meio eletrônico, desde que a íntegra dos autos seja acessível ao citando.
NULIDADES PROCESSUAIS TRABALHISTAS
A nulidade processual pode ser conceituada como o instituto jurídico que representa a privação dos efeitos jurídicos de um ato processual.
Se um ato processual é eivado de nulidade, não produz efeitos jurídicos. Assim, a nulidade processual representa a privação dos efeitos de um ato jurídico.
Vícios ou defeitos dos atos processuais
A doutrina classifica os vícios ou defeitos dos atos processuais da seguinte forma:
I) Inexistência: ocorre nas hipóteses em que o vício processual é tão grave que o ato não chega sequer a existir no mundo jurídico.
	Um grande exemplo de ato inexistente é a sentença prolatada por alguém que não tenha regular investidura na Magistratura.
II) Invalidades: consubstanciam vícios processuais verificados no plano da validade do ato jurídico. Representa um gênero, sendo espécies as nulidades absolutas e as nulidades relativas (anulabilidades). Estudaremos cada espécie:
a) Nulidades absolutas: são as invalidades caracterizadas pela violação de normas de ordem pública. São objeções processuais, ou seja, matérias de ordem pública, que devem 	ser conhecidas de ofício pelo juiz em qualquer tempo e grau de jurisdição. Exemplo: 	incompetência absoluta, com previsão no art. 113, caput, do CPC
b) Nulidades relativas (anulabilidades): são as invalidades por violação de normas que não sejam de ordem pública, ou seja, normas de interesse das partes. E, diante das nulidades absolutas, representam vícios processuais menos graves, uma vez que não podem ser conhecidas de ofício pelo juiz, dependendo de alegação da parte. Exemplos: 	incompetência relativa, com previsão do art. 112 do CPC e da Súmula 33 do STJ. 	Vejamos:
As nulidades no processo do trabalho seguem alguns princípios básicos. São eles:
a) Princípio da transcendência ou do prejuízo: o eixo central da declaração das nulidades, tanto no Direito Processual Civil como no Processual do Trabalho, é a existência de prejuízo (pas de nullité san grief).
b) Princípio da instrumentalidade das formas: o princípio da instrumentalidade das formas, também chamado pela doutrina de princípio da finalidade, tem por objetivo conservar os atos processuais praticados de forma diversa da prescrita na lei, mas que atingiram sua finalidade e produziram os efeitos processuais previstos na lei. 
c) Princípio da convalidação: pelo presente princípio, se as nulidades não forem invocadas no momento processual oportuno, haverá a convalidação do ato inválido, também chamada pela doutrina de preclusão de se invocar a nulidade.
Em contrapartida, somente a nulidade relativa, ou seja, a que interessa apenas à parte, deve ser invocada no momento processual oportuno, já a nulidade absoluta pode ser invocada a qualquer tempo, inclusive de ofício, não estando abrangida pelo princípio da convalidação (ver art. 795 da CLT).
d) Princípio do saneamento das nulidades: o presente princípio também é denominado pela doutrina princípio da economia processual, pois visa aproveitar ao máximo a relação jurídica processual, renovando os atos processuais defeituosos, sem a necessidade de extinção prematura do processo (ver art. 796 da CLT).
e) Interesse: esse princípio está previsto no art. 796, b, da CLT. Somente terá interesse de postular a declaração da nulidade a parte que foi prejudicada, mas que não deu causa a ela.
DAS PARTES E DOS PROCURADORES NA JUSTIÇA DO TRABALHO
No Processo do Trabalho, as partes recebem a denominação de reclamante (demandante) e reclamado (demandado). Tal denominação vem da época em que a Justiça do Trabalho era administrativa, ou seja, não pertencia ao Poder Judiciário.Com a propositura da inicial, são qualificadas as partes e fixados os limites subjetivos da lide (individualizados os polos ativo e passivo da relação jurídica processual), pois a decisão a ser proferida vinculará apenas as partes do processo (art. 472 do CPC).
A capacidade, segundo a doutrina civil, é a aptidão para adquirir direitos e obrigações. Adquirida a personalidade com o nascimento com vida, toda pessoa passa a ser capaz de direitos e obrigações.
Segundo a classificação da doutrina, a capacidade, para fins processuais, subdivide-se em:
a) capacidade de direito ou de ser parte: toda pessoa, desde que tenha adquirido a personalidade, tem capacidade de ser parte, para figurar nos polos ativo ou passivo de uma reclamação trabalhista.
b) capacidade de fato ou ad processum: é a capacidade de estar em juízo sem necessidade de representação ou assistência (é denominada também pela doutrina de legitimatio ad processum), ou seja, de estar em juízo por si só.
Somente têm capacidade para estar em juízo, na Justiça do Trabalho, as pessoas maiores de 18 anos. Os incapazes serão representados e os relativamente incapazes serão assistidos, nos termos da lei civil.
c) capacidade postulatória ou jus postulandi: é a capacidade para postular em juízo, em causa própria ou defendendo terceiros.
Da representação, assistência, sucessão e jus postulandi no processo do trabalho:
Há a representação processual quando alguém vem a juízo, autorizado por lei, a postular em juízo em nome de outrem, defendendo em nome alheio interesse alheio.
Os incapazes serão, absolutamente, representados em juízo, pois não possuem aptidão para praticar, por si mesmos, os atos do processo. O Código Civil brasileiro elenca os incapazes no art. 3º.
Os relativamente incapazes, como possuem mais discernimento, poderão manifestar suas vontades, mas devem estar assistidos em juízo. O assistente não representa o relativamente incapaz, apenas o assiste, auxilia-o para que manifeste sua vontade com mais discernimento. A disposição é constante do art. 4º do CC.
O empregado, por ser pessoa física, deve figurar no polo ativo, e o empregador, pessoa física ou jurídica, deve figurar no polo passivo, podendo, em audiência, ser representados, nos termos do art. 843 da CLT.
Em se tratando de reclamação plúrima — qual seja, vários reclamantes no polo ativo postulando matéria comum (mesmos pedidos que tenham suporte em causa de pedir comum), que não exigir dilação probatória —, a jurisprudência tem admitido que um reclamante compareça em audiência representando os demais ou seja formada uma comissão de reclamantes que representem os demais.
Constituindo o empregador empresa, deverá ser representado por seus sócios ou quem determinar seus estatutos. O art. 12 do CPC, que trata da representação para fins processuais, aplica-se integralmente ao Processo do Trabalho.
Conforme o art. 793 da CLT, o menor de 18 anos será representado na Justiça do Trabalho.
A sucessão das partes configura-se quando há a extinção da pessoa natural pela morte (causa mortis), ou a transferência do direito em que se funda a ação (inter vivos). Há sucessão de empresas quando há a transferência do fundo de comércio para outra empresa ou alteração na sua estrutura jurídica (arts. 10 e 448 da CLT).
Se o reclamante for falecido, o espólio promoverá a reclamação trabalhista representado pelo inventariante.
Se a morte do reclamante ocorrer no curso do processo, o Juiz do Trabalho deverá suspender o processo (art. 265, I, do CPC) e determinar um prazo razoável para habilitação dos sucessores.
Se houver morte do sócio da empresa, não haverá alteração do polo passivo, pois quem nele figura é a empresa.
Não obstante, se o reclamado for pessoa física ou firma individual, haverá sucessão causa mortis no polo passivo, devendo o Juiz suspender o processo para regularização do espólio (art. 265, I, do CPC).
PARTES
Tradicionalmente, conceitua-se como parte aquele que demanda em nome próprio a prestação jurisdicional do Estado, ou mesmo a pessoa em cujo nome é demandada. Em outras palavras, partes são o autor, que demanda a tutela jurisdicional, e o réu, contra quem a atuação é postulada.
Capacidade
A capacidade de ser parte (ou capacidade de direito) diz respeito à possibilidade de a pessoa (física ou jurídica) se apresentar em juízo como autor ou réu, ocupando um dos polos do processo.
Nessa esteira, a capacidade para ser parte exige a “personalidade civil”, que em relação à pessoa natural ou física inicia-se com o seu nascimento com vida (art. 2.° do CC), muito embora a lei ponha a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
Quanto à pessoa jurídica, a sua “personalidade civil” inicia-se com a inscrição dos atos constitutivos no respectivo registro (art. 45 do CC) – Junta Comercial, órgão de classe (exemplificadamente, a OAB, no caso de sociedade de advogados) etc.
Confere-se ainda a capacidade para ser parte aos denominados “entes despersonalizados”, como a massa falida, o condomínio, o espólio, as sociedades e os órgãos desprovidos de personalidade jurídica etc.
Portanto, adquirida a capacidade de ser parte, impõe-se verificar se os sujeitos do processo podem praticar os atos processuais pessoalmente, sem o auxílio ou acompanhamento de outras pessoas, ou seja, se possuem capacidade processual plena para se manterem na relação processual sem amparo de qualquer espécie.
Assim, possuindo os sujeitos a capacidade civil plena (capacidade de praticar todos os atos da vida civil e de administrar seus bens), também possuirão a chamada capacidade processual, que é exigida para a prática de atos processuais. Por consequência, não possuem capacidade processual as pessoas arroladas nos arts. 3.° e 4.° do CC, embora tenham capacidade de ser parte. Vejamos:
“Art. 3.° São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:
I – os menores de dezesseis anos;
II – os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos;
III – os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade”.
“Art. 4.° São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer:
I – os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II – os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;
III – os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
IV – os pródigos.”
No direito do trabalho, a capacidade civil plena dos empregados, ou seja, a plena capacidade de, na qualidade de parte, estar em juízo sem a assistência ou representação (maioridade trabalhista), ocorre aos 18 anos (art. 792 da CLT).
Entendemos que em caso de emancipação do menor, nos moldes do Código Civil, não será aplicado o art. 439 da CLT que veda ao menor de 18 anos dar, sem assistência dos seus responsáveis legais, quitação ao empregador pelo recebimento de indenização que lhe for devida.
Jus postulandi
Conforme já abordado no capítulo primeiro desta obra, o princípio do jus postulandi da parte está consubstanciado no art. 791 da CLT, o qual estabelece que os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações.
Nessa esteira, o art. 839, a, da CLT também salienta que a reclamação trabalhista poderá ser apresentada pelos empregados e empregadores, pessoalmente, ou por seus representantes, e pelos sindicatos de classe.
Logo, em função do jus postulandi, reclamante e reclamado poderão atuar sem a presença de advogados, perante os juízos de primeiro grau e Tribunais Regionais. A atuação perante o TST, como se verá abaixo, não segue esta regra.
Representação e assistência
A representação não se confunde com a assistência.
Na representação, o representante age no processo em nome do titular da pretensão defendendo o direito do próprio representado. Em outras palavras, o representante figura no processo em nome e na defesa de interesse de outrem.
A representaçãopode ser legal, como na hipótese de representação de pessoas jurídicas de direito público (art. 12, I e II, do CPC), ou convencional, como ocorre em relação aos representantes indicados pelas pessoas jurídicas de direito privado (art. 12, VI, primeira parte).
No tocante às pessoas físicas, a incapacidade civil absoluta ou relativa é resolvida com a intervenção de um representante ou assistente, respectivamente. As hipóteses de incapacidade absoluta estão previstas no art. 3.° do Código Civil:
“Art. 3.° São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:
I – os menores de dezesseis anos;
II – os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos;
III – os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade”.
Por sua vez, as hipóteses de incapacidade relativa estão previstas no art. 4.° d o Código Civil:
“Art. 4.° São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer:
I – os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II – os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;
III – os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
IV – os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial”.
Nos termos do art. 8.° do CPC, “os incapazes serão representados ou assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na forma da lei civil”.
O Juiz dará curador especial do incapaz que não tiver “representante legal” (art. 9.° do CPC).
No que atine à assistência judicial dos relativamente incapazes, a grande diferença para a representação consiste no fato de que na assistência (ao contrário da representação) o assistente apenas supre a deficiência da declaração de vontade do assistido, sem substituí-la. Em outras palavras, não cabe ao assistente fazer acordo em nome do assistido, mas simplesmente ratificar ou não a declaração de vontade deste.
Em outras palavras, na assistência faz-se necessária a declaração de vontade de ambos (assistente e assistido), enquanto na representação basta a declaração de vontade do representante em substituição a do representado.
O art. 843 da CLT estabelece que na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o reclamado, independentemente do comparecimento de seus representantes legais, salvo nos casos de reclamatórias plúrimas ou ações de cumprimento, quando os empregados poderão fazer-se representar pelo sindicato de sua categoria.
Portanto, mesmo que os advogados compareçam, o reclamante e o reclamado deverão estar presentes pessoalmente à audiência.
LITISCONSÓRCIO
O litisconsórcio é caracterizado pela coexistência de duas ou mais pessoas no polo ativo ou no polo passivo, ou em ambas as posições da relação jurídica.
Quanto à posição – o litisconsórcio pode ser ativo, passivo ou misto.
	O litisconsórcio ativo ocorre quando no polo ativo há a presença de diversos autores litigando em face de um único demandado. 
	No litisconsórcio passivo temos apenas um único autor litigando em face de vários réus. 
	Na seara trabalhista o art. 842 da CLT estabelece que, sendo várias as reclamações e havendo identidade de matéria, poderão ser acumuladas num só processo, desde que se trate de empregados da mesma empresa ou estabelecimento. Esta hipótese, conhecida como reclamatória plúrima, muito comum na Justiça do Trabalho.
Quanto ao poder aglutinador das razões que conduzem à sua formação – o litisconsórcio pode ser necessário ou facultativo.
Litisconsórcio necessário é formado com base em determinação legal, quando a prolação da sentença depender da presença no processo de todas as pessoas legitimadas.
O art. 10, § 1.°, do CPC elenca hipóteses de litisconsórcio passivo necessário, em que a citação de ambos os cônjuges nos casos que indica se torna essencial para a validade do processo.
O litisconsórcio facultativo é a regra geral, na qual a reunião das partes se dá por opção delas, e não por imperativo de lei. Nesta hipótese, não se impõe a formação do litisconsórcio, mas tão somente permite-se a existência do mesmo, podendo a ação ser proposta por vários litigantes ou em face de diversos réus.
Vale destacar que o litisconsórcio facultativo deve sempre ser formado no momento da propositura da ação, não se admitindo a sua formação posterior, o que representaria, se materializado, o desrespeito ao princípio do juiz natural.
Por outro lado, o parágrafo único do art. 46 do CPC estabelece que o juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa.	Essa limitação jamais acontecerá no litisconsórcio necessário.
Quanto ao momento de sua formação – o litisconsórcio pode ser inicial ou originário, ou ulterior ou superveniente.
O litisconsórcio inicial ou originário é o que se forma no momento da apresentação da petição inicial, com vários autores demandando conjuntamente ou mesmo sendo ofertada a ação em face de diversos réus.
Por outro lado, o litisconsórcio pode ocorrer após a distribuição da ação, sendo denominado de ulterior ou superveniente, muito comum no caso de sucessão processual.
Consequências e procedimentos
Estabelece o art. 48 do CPC que, salvo disposição em contrário, os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes distintos, e os atos e as omissões de um não prejudicarão nem beneficiarão os outros.
Já o art. 49 do mesmo CPC dispõe que cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo e todos devem ser intimados dos respectivos atos.
Os artigos acima mencionados revelam que os litisconsortes são vistos de forma individualizada, não sendo um litisconsorte prejudicado pelo insucesso dos demais (produção de uma prova desqualificada, confissão etc.).
Nesta esteira, podemos destacar que:
•   Os efeitos da revelia serão afastados se, havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação – art. 320, I, do CPC;
•   A confissão judicial faz prova contra o confitente, não prejudicando, todavia, os litisconsortes – art. 350 do CPC;
•   Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos – art. 191 do CPC. Todavia, no âmbito do processo do trabalho, este artigo do CPC não é aplicado, uma vez que o mesmo atenta contra o princípio da celeridade processual trabalhista, conforme entendimento consubstanciado na OJ 310 da SDI-I/TST;
•   O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses – art. 509 do CPC (somente no caso de litisconsórcio unitário).
SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL
Ocorre a substituição processual quando a parte, em nome próprio, pleiteia direito alheio, desde que autorizado por lei. Nesse sentido, estabelece o art. 6.° do CPC: “Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei”.
A substituição processual, portanto, confere à parte legitimidade extraordinária, podendo o substituto praticar todos os atos processuais, como a apresentação da petição inicial, da defesa, produção de provas, interposição de recursos etc., não lhe sendo dado, contudo, o direito de transigir, renunciar ou de reconhecer o pedido, uma vez que o direito material não lhe pertence, e sim ao sujeito da lide, ao substituído.
Para o Tribunal Superior do Trabalho, os sindicatos somente poderiam atuar na qualidade de substituto processual, quando houvesse autorização legal para tanto, como ocorria nas ações de cumprimento de sentenças normativas e/ou convenção coletiva ou acordo coletivo (art. 872, parágrafo único, da CLT, c/c a Súmula 286 do TST), nas lides que envolviam delimitação de insalubridade ou periculosidade (art. 195, § 2.°, da CLT e OJ 121, SDI-I/TST), no caso de mandado de segurança coletivo (art. 5.°, LXX, CF/1988) ou mesmo em ações abrangendoaumentos e reajustes em face de aplicação de lei salarial (art. 3.° da Lei 8.073/1990).
SUCESSÃO PROCESSUAL
A sucessão processual consiste na substituição das partes no curso do processo, podendo decorrer de ato inter vivos ou causa mortis.
A sucessão processual não se confunde com a substituição processual, uma vez que na sucessão uma pessoa sucede a outra na relação processual, assumindo a titularidade da ação, seja no polo ativo ou passivo, enquanto na substituição processual, o substituto pleiteia, em nome próprio, direito alheio.
A sucessão processual pode ocorrer tanto em relação ao empregado quanto ao empregador.
A sucessão processual da parte pessoa física se dá com a sua morte. Logo, falecendo o empregado ou o empregador no curso da ação, serão os mesmos substituídos pelo espólio, representado pelo inventariante.
Vale destacar que, na maioria das vezes, em face da insuficiência econômica do obreiro e consequente inexistência de bens, não há inventário do empregado falecido. Nessa hipótese, haverá a habilitação incidente no processo diretamente pelos dependentes habilitados perante a Previdência Social (Lei 6.858/1980, art. 1.°). Caso não haja dependentes inscritos perante a Previdência Social, os sucessores é que serão habilitados.
Caso o empregado venha a falecer antes do ajuizamento da ação, não haverá sucessão processual, mas propositura da ação diretamente pelos sucessores.
Frise-se que, nos termos do art. 483, § 2.°, da CLT, a morte do empregador pessoa física não importa, necessariamente, em extinção do pacto laboral, tendo em vista que a atividade econômica pode continuar a ser desenvolvida pelos herdeiros, facultando-se ao obreiro, neste caso, a permanência no emprego ou mesmo a resilição do contrato.
Todavia, se no curso do processo falecer o empregador pessoa física, deverá o juiz intimar o espólio, como sucessor da parte, que passará a ser representado pelo inventariante.
Em caso de morte de reclamado empregador pessoa física é comum seus herdeiros não terem interesse na habilitação incidente, podendo a habilitação, nesta hipótese, ser requerida pelo próprio reclamante, conforme disposto no art. 1.056, I, do CPC.
DISSÍDIO INDIVIDUAL
PROCEDIMENTO COMUM
Postulação do autor
Reclamação verbal ou escrita
O texto consolidado (art. 840) permite que a reclamação trabalhista seja apresentada de maneira verbal (oral) ou escrita.
Por sua vez, o art. 786 da CLT determina que a reclamação verbal será distribuída antes de sua redução a termo (ato realizado por um servidor da Vara do Trabalho consistente em dar forma escrita à reclamação apresentada oralmente).
Uma vez distribuída a reclamação verbal, o reclamante deverá, salvo motivo de força maior, apresentar-se no prazo de cinco dias, ao cartório ou à secretaria, para reduzi-la a termo, sob pena de perda, pelo prazo de seis meses, do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho (art. 786, parágrafo único, c/c o art. 731 da CLT).
O reclamante que der causa a dois arquivamentos seguidos da reclamação trabalhista pelo seu não comparecimento à audiência também fica impossibilitado, pelo prazo de seis meses, de exercer o direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho (art. 732 da CLT).
A impossibilidade de propor nova reclamação trabalhista no prazo de seis meses, conforme explicitado nas hipóteses acima, é chamado pela doutrina de perempção temporária. Tal limitação somente ocorrerá se for distribuída nesse interregno nova ação envolvendo o mesmo reclamante e reclamado e objeto (pedidos).
Requisitos da petição inicial trabalhista
A inicial trabalhista deverá conter, obrigatoriamente:
Designação da autoridade judiciária a quem for dirigida
Qualificação das partes
Breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio
Pedido
Data e assinatura do subscritor 
Aditamento da petição inicial
Estabelece o art. 294 do CPC que antes da citação o autor poderá aditar o pedido, correndo por sua conta as custas acrescidas em razão dessa iniciativa.
Por outro lado, feita a citação, dispõe o art. 264 do CPC que é defeso ao autor modificar o pedido ou a causa de pedir, sem o consentimento do réu, mantendo-se as mesmas partes, salvo as substituições permitidas por lei.
A Consolidação das Leis do Trabalho é omissa em relação à possibilidade de aditamento da petição inicial, permitindo a aplicação subsidiária do Código de Processo Civil, em face do disposto no art. 769 consolidado. No entanto, considerando que o processo do trabalho é dotado de regras e princípios próprios, em que não há citação, mas mera notificação para comparecer a audiência, as normas sobre o aditamento da petição inicial previstas no Código de Processo Civil devem ser adaptadas ao processo laboral.
Neste contexto, a doutrina trabalhista majoritária admite que o aditamento da petição inicial seja requerido até a audiência, antes da apresentação da resposta do réu.
Em outras palavras, nos domínios do processo do trabalho, permitem-se a emenda, a ampliação, a retificação, enfim, o aditamento da petição inicial até a apresentação da defesa pelo reclamado, o que ocorre em audiência.
Indeferimento da petição inicial
Em relação ao indeferimento da petição inicial, o art. 295 do CPC dispõe que:
“Art. 295. A petição inicial será indeferida:
I – quando for inepta;
II – quando a parte for manifestamente ilegítima;
III – quando o autor carecer de interesse processual;
IV – quando o juiz verificar, desde logo, a decadência ou a prescrição (art. 219, § 5.°);
V – quando o tipo de procedimento, escolhido pelo autor, não corresponder à natureza da causa, ou ao valor da ação; caso em que só não será indeferida, se puder adaptar-se ao tipo de procedimento legal;
VI – quando não atendidas as prescrições dos arts. 39, parágrafo único, primeira parte, e 284.
Parágrafo único. Considera-se inepta a petição inicial quando:
I – lhe faltar pedido ou causa de pedir;
II – da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
III – o pedido for juridicamente impossível;
IV – contiver pedidos incompatíveis entre si”.
Nos domínios do processo do trabalho, não é comum o indeferimento liminar da petição inicial pelos magistrados, principalmente pelo fato de que, em regra, o primeiro contato do juiz com a petição inicial ocorre na audiência, não havendo despacho citatório, sendo a notificação para a audiência ato automático realizado pelos servidores da Vara do Trabalho.
Todavia, nada impede que o juiz, antes mesmo da expedição da notificação pela secretaria da Vara, analise e indefira a petição inicial, quando verificar que a peça vestibular não atende aos requisitos previstos no arts. 840, § 1.°, da CLT e 295 do CPC.
Na Justiça do Trabalho, ao contrário do que ocorre na Justiça Comum e na Justiça Federal, o reclamado não é citado para apresentar de imediato a resposta, mas, sim, para comparecer à audiência, onde apresentará sua defesa.
Entre o recebimento da notificação postal e a realização da audiência, o art. 841 consolidado exige um decurso mínimo de cinco dias, tempo necessário para o reclamado preparar sua defesa e documentos que serão apresentados.
Resposta do réu
Inicialmente, cabe destacar que, nos domínios do processo do trabalho, a defesa do reclamado será apresentada em audiência. Com efeito, na Justiça do Trabalho, proposta a inicial trabalhista, o reclamado será notificado, via postal, para comparecer à audiência, onde, querendo, apresentará sua defesa.
Aberta a audiência e não havendo acordo, estabelece o art. 847 consolidado que o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes.
A defesa do reclamado pode tanto ser apresentada verbalmente como por escrito, sendo mais comum que a peça de resistência seja exposta na forma escrita. Uma vez implantado o processo judiciário eletrônico, a defesa escrita deverá ser encaminhada eletronicamente, antes da audiência (art. 22 da Res. 94/2012).
Conforme previsto no Código de Processo Civil (art.297), três são as modalidades de resposta do réu: contestação, exceção e reconvenção.
Cabe ressaltar que o reclamado não é obrigado a se defender. A apresentação da defesa, portanto, constitui-se em faculdade do réu, conforme bem acentua Misael Montenegro Filho, Curso de direito processual civil, p. 359-360, in verbis:
“Não se impõe ao réu a obrigação de se defender. A apresentação ou não da sua defesa constitui uma faculdade, de modo que a omissão do promovido implica a presunção de que não tem interesse pelo objeto do processo contra si movido. A imperfeição processual emerge não da ausência de resposta do réu, mas sim da constatação de não lhe ter sido assegurada a oportunidade para a apresentação da sua contrariedade”.
Contestação
A Consolidação das Leis do Trabalho utilizou o termo “defesa”, não se referindo, especificamente, à contestação (arts. 847 e 848).
A redação da contestação não exige requisitos específicos, como ocorre na petição inicial, sendo conferida ao reclamado liberdade na elaboração da “peça de bloqueio”, quanto à sua forma.
Todavia, o art. 300 do CPC, de aplicação subsidiária ao processo do trabalho, dispõe que compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor.
Esse dispositivo legal consagra, em verdade, dois princípios que devem ser seguidos pelo reclamado ao se defender: princípio da impugnação especificada e princípio da eventualidade.
O princípio da impugnação especificada, portanto, impede que o réu apresente contestação genérica, em que o demandado se limita a indicar que os argumentos do autor não merecem guarida, requerendo, simplesmente, a improcedência dos pedidos contidos na peça vestibular, sem especificar as razões que subsidiam essa conclusão.
Em outras palavras, o réu deverá impugnar, individual e especificamente, todos os pedidos postulados pelo autor, sendo considerada a contestação por negação geral ineficaz, presumindo-se verdadeiros os fatos articulados na petição inicial.
No que atine ao princípio da eventualidade, deverá o réu incluir no bojo da “peça de resistência” todas as matérias de irresignação, vedando-se a denominada “contestação por etapas”. Em outras palavras, o princípio da eventualidade determina que todos os meios de defesa sejam apresentados em uma única oportunidade processual, possibilitando ao magistrado, caso não aceite um deles, possa conhecer dos posteriores. Logo, toda a matéria de defesa deve ser arguida na contestação, sob pena de preclusão.
Revelia
Dispõe o art. 319 do CPC que, se o réu não contestar a ação, reputar-se-ão verdadeiros os fatos afirmados pelo autor.
Por outro lado, estabelece a parte final do art. 844 da CLT que, se o reclamado não comparecer à audiência, importará em revelia, além de confissão, quanto à matéria de fato.
Portanto, a ausência do reclamado em audiência importa na revelia, presumindo-se verdadeiros os fatos alegados pelo demandante (efeito material da revelia), fatos estes que não mais precisarão ser provados, impondo-se o julgamento imediato do mérito da demanda (efeito processual da revelia).
Impende destacar que, nos domínios do processo do trabalho, mesmo que ocorra a revelia, o revel será notificado, via postal, da sentença proferida, conforme previsto no art. 852 da CLT.
Ocorrendo a revelia, o autor não poderá alterar o pedido ou a causa de pedir, nem demandar declaração incidente, salvo se o reclamado for novamente notificado para apresentar resposta (art. 321 do CPC). 
Defesa processual
Na defesa processual (que será sempre indireta), não há a abordagem de questões meritórias, mas apenas de questões processuais, de vícios verificados na inicial, no exercício do direito de ação (condições da ação) ou na própria existência ou no desenvolvimento válido e regular do processo (pressupostos processuais).
A defesa processual, conhecida nos domínios jurídicos como “preliminares”, é classificada pela doutrina em “peremptórias” e “dilatórias”.
A defesa processual peremptória, uma vez acolhida, põe fim ao processo. As dilatórias apenas suspendem ou dilatam o curso do processo, sem extingui-lo, retomando o processo o curso normal após saneado o vício.
Defesa de mérito
Defesa indireta - Na contestação indireta do mérito, também denominada “exceção substancial”, o réu reconhece o fato constitutivo do direito, mas alega um fato extintivo, impeditivo ou modificativo do direito do autor. 
A alegação de fato impeditivo pelo réu é o que provoca a ineficácia dos fatos alegados pelo demandante. 
Já o fato modificativo provoca a alteração dos fatos alegados pelo demandante.
Por último, o fato extintivo extingue a obrigação assumida pelo demandado, não podendo mais esta ser exigida do réu.
Defesa direta de mérito
A defesa direta de mérito ocorre com a negação do fato constitutivo do direito do autor.
No âmbito do processo do trabalho, podemos apresentar os seguintes exemplos de defesa direta do mérito:
•   O reclamante postula reconhecimento de vínculo de emprego, o qual é negado pelo reclamado;
•   O reclamante postula o adicional de transferência e o reclamado contesta alegando que não houve transferência do empregado, uma vez que não houve mudança de domicílio;
•   O reclamante postula horas extras e o reclamado junta cartões de ponto afirmando que o obreiro não laborou em jornada suplementar;
•   O reclamante alega que foi dispensado pela empresa, a qual nega o despedimento do obreiro.
Prescrição
Os prazos prescricionais estão previstos em lei, não podendo ser estipulados pelas partes.
Nos termos do art. 7.°, XXIX, da Constituição Federal e do art. 11, I, da CLT, o prazo de prescrição das verbas trabalhistas é de cinco anos, observados dois anos para a propositura da ação, após a extinção do contrato de trabalho
A prescrição quinquenal conta-se retroativamente da data do ajuizamento da ação e não do término do contrato de trabalho, como determina a Súmula 308, I, do TST
Os prazos prescricionais submetem-se a causas impeditivas, suspensivas e interruptivas.
São impeditivas as hipóteses que obstam o início do prazo prescricional. São suspensivas aquelas que levam a paralisação do prazo de prescrição já iniciado e, uma vez terminada a causa suspensiva, o prazo volta a fluir pelo que lhe resta. Por fim, as interruptivas são as que reiniciam o prazo de prescrição.
São causas impeditivas e suspensivas da prescrição as previstas nos arts. 197 a 199 do Código Civil, aplicáveis no Processo do Trabalho:
“Art. 197 do CC. Não corre a prescrição:
I – entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
II – entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
III – entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela.
Art. 198 do CC. Também não corre a prescrição:
I – contra os incapazes de que trata o art. 3.°;
II – contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios;
III – contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.
Art. 199 do CC. Não corre igualmente a prescrição:
I – pendendo condição suspensiva;
II – não estando vencido o prazo;
III – pendendo ação de evicção”.
A CLT prevê expressamente apenas uma hipótese impeditiva do prazo prescricional, em seu art. 440, segundo o qual “contra os menores de 18 (dezoito) anos não corre nenhum prazo de prescrição”. É certo que a regra inserta no art. 440 da CLT tem aplicação restrita ao menor empregado.
Decadência
A decadência, também chamada de caducidade, consiste na perda do próprio direito, em face do seu não exercício no prazo legal, ou mesmo, como conceitua Maurício Godinho Delgado, Curso de direito do trabalho, p. 250, como “perda da possibilidade de obter uma vantagem jurídica e garanti-la judicialmente, em face do não exercício oportuno da correspondente faculdade de obtenção”.
A decadência constitui uma “prejudicial de mérito”, devendo ser utilizada como uma defesa indireta de mérito, podendo tambémser conhecida de ofício pelo juiz.
Acolhida a decadência, o processo será extinto com resolução do mérito, com base no art. 269, IV, do CPC.
Estabelece a Súmula 62 do TST que o prazo de decadência do direito do empregador de ajuizar inquérito em face do empregado que incorre em abandono de emprego (30 dias – art. 853 da CLT) é contado a partir do momento em que o empregado pretendeu seu retorno ao serviço.
A ação rescisória também está sujeita ao prazo decadencial de dois anos, contados do trânsito em julgado da última decisão proferida na causa, conforme previsto no art. 495 do CPC e nas Súmulas 100 do TST e 401 do ST
Exceção
Conforme previsto no art. 304 do CPC, é lícito a qualquer das partes arguir, por meio de exceção, a incompetência relativa, o impedimento e a suspeição do magistrado.
As exceções, a teor do art. 299 do CPC, deverão ser processadas em apenso aos autos principais. Todavia, na seara trabalhista, considerando o princípio da simplicidade que informa o processo do trabalho e o jus postulandidas partes, admite-se que as exceções sejam processadas nos próprios autos da reclamação trabalhista. Além disso, considerando que a decisão que julga a exceção é de cunho interlocutório, não admitindo recurso de imediato salvo quando terminativa do feito (art. 799, § 2.°, da CLT), de fato, torna-se desnecessária a autuação da exceção em separado.
Nessa esteira, a doutrina tem admitido a apresentação da exceção de incompetência como preliminar de contestação:
“No processo civil, as exceções de incompetência, impedimento e suspeição devem ser oferecidas em separado para serem autuadas e ficarem em apenso aos autos (CPC, art. 299); aqui não se processam em separado, posto que apenas são recorríveis quando da sentença final” (grifo nosso) (Valentin Carrion, Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho, 28. ed., Ed. Saraiva, p. 594).
 Incompetência relativa
Estabelece o art. 112 do CPC que a incompetência relativa argui-se por meio de exceção.
Cabe destacar que a incompetência absoluta é arguida, em regra, em preliminar de contestação (art. 301, II, do CPC – defesa processual). Todavia, dispõe o art. 113 do digesto processual civil que a incompetência absoluta deve ser declarada de ofício e pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição, independentemente de exceção.
A exceção de incompetência relativa é a espécie de defesa processual que objetiva o reconhecimento da incompetência relativa do juízo vinculado ao magistrado que conduz a demanda, em razão do valor ou do território (lugar).
Impende destacar que a incompetência relativa não pode ser declarada de ofício (Súmula 33 do STJ), significando dizer que, se o reclamado não invocar a incompetência em razão do lugar (territorial) no prazo da defesa, que na Justiça do Trabalho é apresentada em audiência, será materializado o fenômeno da prorrogação da competência, tornando-se o juízo competente em face da inércia do promovido, operando-se a preclusão temporal.
Logo, proposta a ação trabalhista pelo reclamante perante a Vara do Trabalho incompetente (em razão do lugar) e, não oposta, pelo reclamado, na defesa, a exceção declinatória do foro, prorroga-se a competência da atinente Vara do Trabalho.
Suspeição e impedimento
Nos domínios do processo do trabalho, a oportunidade para opor exceção de suspeição ou impedimento é a primeira vez em que o excipiente tiver de falar nos autos ou em audiência (art. 795 da CLT), após a ciência pela parte do fundamento legal ensejador da suspeição ou impedimento.
O art. 799 da CLT determina que, nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, somente podem ser opostas, com suspensão do feito, as exceções de suspeição ou incompetência, não se referindo o texto consolidado à figura do impedimento.
Reconvenção
Assume a reconvenção natureza jurídica de ação autônoma proposta pelo réu em face do autor, aproveitando-se do mesmo processo. O processo será único, mas englobando duas demandas: a demanda original e a demanda reconvencional.
Não obstante, a reconvenção não é obrigatória, mas sim facultativa, significando dizer que a sua não apresentação não retira do réu a possibilidade de ver reconhecido o seu direito em ação autônoma, como bem destaca Misael Montenegro Filho, em obra já citada neste capítulo (p. 393)
Na reconvenção, que deve ser apresentada em peça distinta, o réu passa a se chamar reconvinte e o autor reconvindo.
A doutrina majoritária admite a reconvenção nos domínios do processo do trabalho, principalmente em função de sua compatibilidade com os dispositivos consolidados, bem como em função dos princípios da celeridade e economia processual, tão defendidos na seara laboral.
Todavia, considerando que não pode o réu, em seu próprio nome, reconvir ao autor, quando este demandar em nome de outrem (art. 315, parágrafo único, do CPC), não se admite a reconvenção da empresa em caso de ação de cumprimento proposta pelo sindicato profissional, na qualidade de substituto processual, pois nessa hipótese estará atuando o sindicato em nome próprio na defesa de direito alheio (dos associados). Também não se admite a reconvenção em sede ação civil pública.
Caso o autor-reconvindo não apresente defesa, será ele considerado revel e confesso quanto à matéria fática. Todavia, considerando as peculiaridades do processo do trabalho, caso seja apresentada reconvenção pelo reclamado, deverá o juiz determinar a suspensão da audiência, designando nova data para o seu prosseguimento, respeitado o quinquídio legal previsto no art. 841 da CLT, para que o reclamante-reconvindo apresente sua defesa, salvo se este abrir mão desse prazo na própria audiência onde foi apresentada a reconvenção.
Vale destacar que ação e reconvenção são institutos distintos, muito embora o andamento de ambas ocorra no mesmo processo.
Portanto, a desistência ou extinção da ação principal não interfere no andamento e julgamento da reconvenção e vice-versa.
Todavia, não havendo desistência ou qualquer causa de extinção de uma delas, julgar-se-ão, na mesma sentença, a ação principal e a reconvenção (art. 318 do CPC). 
PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO
O procedimento sumaríssimo foi instituído pela Lei 9.957/2000 (que acrescentou os arts. 852-A a 852-I à CLT), objetivando tornar o processo do trabalho mais célere, sendo aplicado aos dissídios individuais, cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação (art. 852-A da CLT).
Em relação ao procedimento sumaríssimo, é importante destacar:
Somente é aplicado aos dissídios individuais cujo valor da causa não exceda a 40 salários mínimos na data do ajuizamento da reclamação trabalhista;
Não se aplica aos dissídios coletivos;
Aplica-se às ações plúrimas, desde que o valor total dos pedidos para todos os reclamantes não exceda a 40 salários mínimos;
A administração pública direta, autárquica e fundacional não será submetida ao procedimento sumaríssimo;
O pedido deverá ser certo e determinado, indicando cada parcela o valor correspondente;
Não se fará a citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e endereço do reclamado;
A apreciação do dissídio deverá ocorrer no prazo máximo de 15 dias do seu ajuizamento;
Se o pedido não for liquidado ou não forem indicados o nome e o endereço corretos do reclamado, a reclamação será arquivada e o reclamante será condenado ao pagamento de custas, calculadas sobre o valor da causa, não sendo possível a emenda à inicial;
 As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em audiência única, não sendo possível o magistrado, em regra, partilhar a audiência, como ocorre frequentemente no procedimento ordinário;
 Não haverá duas propostas de conciliação obrigatórias como ocorre no procedimento comum, cabendo apenas ao juiz, na abertura da sessão, esclarecer as partes presentes sobre as vantagens da conciliação (art. 852-E da CLT);
Serão decididos de plano todos os incidentes e exceções que possam interferir no prosseguimento da audiência e

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