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Doenças cardiovasculares

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03/09/2018
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Prof. Daniela Barbieri Hauschild
27 de agosto de 2018
Doenças cardiovasculares
Curso de Nutrição
Unidade São José
DISCIPLINA FISIOPATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA II
Plano Programático
 Contextualização 
 Dislipidemia e aterosclerose
 Hipertensão arterial 
 Síndrome metabólica
 Infarto Agudo do Miocárdio e angina 
 Acidente vascular cerebral
 Insuficiência cardíaca
Fisiopatologia e Dietoterapia 2 Doenças Cardiovasculares
INFARTO AGUDO DO 
MIOCÁRDIO
Infarto agudo do miocárdio
Anderson; Morrow (2017); Pesaro et al (2004)
Definição
Evento de necrose miocárdica causada por uma síndrome 
isquêmica instável
Morte de cardiomiócitos causada por isquemia prolongada 
Foco de necrose do tecido cardíaco
em consequência de baixa perfusão tecidual
• Infarto Transmural: obstrução arterial promove necrose de toda a
região por ele irrigada.
• Infarto Não-transmural: necrose envolve o subendocárdio,
miocárdio intramural ou ambos, sem afetar toda a espessura da
parede ventricular.
Infarto agudo do miocárdio
Anderson; Morrow (2017)
Diagnóstico e avaliação clínica
• Avaliação clínica:
Desconforto torácico típico de tipo-isquêmico ou dispneia,
náusea, fraqueza não explicada ou uma combinação
Pelo menos 20% dos casos de IAM são silenciosos
(assintomáticos) e/ou atípicos (com esses sintomas, sem dor
significativa).
 IAM: sinais de atividade simpática – taquicardia e hipertensão
 IAM: sinais de atividade parassimpática – bradicardia e
hipotensão
• Ecocardiograma (ECG)
• Testes bioquímicos:
Creatinoquinase MB (CK-MB)
Troponina.
Infarto agudo do miocárdio
Anderson; Morrow (2017)
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Infarto agudo do miocárdio
Fisiopatologia
Anderson; Morrow (2017)
Infarto agudo do miocárdio
Fisiopatologia
Infarto agudo do miocárdio
Fisiopatologia
Infarto agudo do miocárdio
Fisiopatologia
Infarto agudo do miocárdio
Referencia
Tratamento
• Imediato: O tratamento imediato inclui oxigênio, antianginosos,
drogas antiplaquetárias e anticoagulantes.
• Depois da recuperação, iniciar ou continuar as drogas
antiplaquetárias, betabloqueadores, inibidores de ECA e
estatinas.
• Repouso alimentar nas primeiras 4 a 12 horas
Em caso de pacientes hemodinamicamente estáveis, porém
com incapacidade de se alimentar por via oral, instituir
suporte nutricional por via enteral utilizando baixa
velocidade de infusão e fórmulas apropriadas para o quadro
clínico/metabólico
• Consistência líquida e/ou pastosa
• Evitar temperaturas extremas
• Pequenos volumes
Infarto agudo do miocárdio
Terapia Nutricional
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• Considerar:
Vômitos e náuseas freqüentes nas primeiras 24 horas após IAM
Necessidade de repouso absoluto em leito no primeiro dia após
o evento e repouso relativo durante os dois a três dias após o
evento
Infarto agudo do miocárdio
Terapia Nutricional
Infarto agudo do miocárdio
Diretriz da sociedade brasileira de cardiologia sobre tratamento do IAM com supradesnível do segmento ST, 2015
Terapia Nutricional
• Recomenda-se a dieta da American Heart Association para 
prevenção após-IAM:
Ingestão reduzida de gorduras saturadas e colesterol;
Opções de terapêutica dietética para melhorar redução de LDL
(esteróis [2 g/dia] e aumento de fibra solúvel [10-25 g/dia]);
Redução de peso;
Aumento de atividade física regular;
Restrição calórica variável (de acordo com o IMC) -> ajustada
para perda de 7 a 10% do peso, de 6 a 12 meses.
Infarto agudo do miocárdio
Diretriz da sociedade brasileira de cardiologia sobre tratamento do IAM com supradesnível do segmento ST, 2015
Terapia Nutricional
IMC (kg/m2) Redução kcal/dia
Possível perda de 
peso semanal (g)
25 a 27 500-1.000 454 a 908,4
>27 1.000-1.500 908,4 a 1.806,8
Tabela - Valores energéticos para perda de peso, de acordo com o IMC.
Infarto agudo do miocárdio
Diretriz da sociedade brasileira de cardiologia sobre tratamento do IAM com supradesnível do segmento ST, 2015
Terapia Nutricional
Tabela - Recomendação de macronutrientes
Componente Recomendação
Gorduras 25-35% VET*
saturadas <7% VET
monoinsaturadas até 20% VET
poli-insaturadas até 10% VET
Proteínas ± 15% VET
Carboidratos 60-50% VET*
Fibras 20-30 g/dia
Colesterol dietético <200 mg/dia
Infarto agudo do miocárdio
Angina
• Síndrome clínica caracterizada por dor ou desconforto em tórax,
epigástrio, mandíbula, ombro, dorso ou membros superiores,
desencadeada ou agravada com atividade física ou estresse
emocional, com duração de 30” a 15’, atenuada pelo repouso
e/ou nitrato, cujas características não se alteram no período de 2
meses
Infarto agudo do miocárdio
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Infarto agudo do miocárdio
Angina
• Estável
• Instável: relacionada ao infarto agudo do miocárdio
• Tratamento:
Recomenda-se repouso
Evitar o stress
Refeições pouco volumosas, que não demandem muito
esforço digestivo
Acidente vascular cerebral
Acidente vascular cerebral
Definição
• Sinônimo = Acidente vascular encefálico (AVE)
• Principal causa de incapacidade no mundo: ~70% não retorna ao
trabalho após um AVC e 50% ficam dependentes de outras
pessoas
• AVC vem crescendo cada vez mais entre os jovens: 10% com
menos de 55 anos
• Organização Mundial de AVC (World Stroke Organization) prevê
que uma a cada seis pessoas no mundo terá um AVC ao longo de
sua vida.
Sociedade brasileira de doenças cerebrovasculares
Acidente vascular cerebral
Definição
• Desenvolvimento rápido de sinais clínicos de distúrbios focais
e/ou globais da função cerebral, com sintomas de duração igual
ou superior a 24 horas, de origem vascular, provocando
alterações nos planos cognitivo e sensório--motor, de acordo com
a área e a extensão da lesão
• AVC isquêmico: obstrução ou redução brusca do fluxo sanguíneo
em uma artéria cerebral causando falta de circulação no seu
território vascular 85% dos casos
• AVC hemorrágico: causado pela ruptura espontânea (não
traumática) de um vaso, com extravazamento de sangue para o
interior do cérebro (hemorragia intracerebral), para o sistema
ventricular (hemorragia intraventricular) e/ou espaço
subaracnóideo (hemorragia subaracnóide)  principal fatorde
risco: hipertensão arterial
Sociedade brasileira de doenças cerebrovasculares; Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com AVC (2013)
Acidente vascular cerebral
Definição
Sociedade brasileira de doenças cerebrovasculares
Acidente vascular cerebral
Definição: isquêmico
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Acidente vascular cerebral
Definição: hemorrágico
Subtipode AVC de pior prognóstico
Acidente vascular cerebral
Manifestações clínicas
Acidente vascular cerebral
Manifestações clínicas
• Início súbito de qualquer dos sintomas abaixo:
 Fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna,
especialmente em um lado do corpo
Confusão, alteração da fala ou compreensão
Alteração na visão (em um ou ambos os olhos)
Alteração do equilíbrio, coordenação , tontura ou alteração no
andar
Dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente
Sociedade brasileira de doenças cerebrovasculares
Tratamento: meta dos 30 minutos
Acidente vascular cerebral
Tratamento
• Atendimento inicial
• Tratamento clínico
• Tratamento cirúrgico
• Cuidados intensivos
• Complicações
• Reabilitação e prevenção secundária
Sociedade brasileira de doenças cerebrovasculares
Acidente vascular cerebral
Tratamento: isquêmico
• Início entre seis e 24 horas do início dos sintomas
• Trombólise Endovenosa: se indicado
• Usualmente: mantem-se o paciente em jejum por 24 horas pelo
risco de hemorragia e necessidade de intervenção cirúrgica de
urgência
• Após as 24 horas do tratamento trombolítico, o tratamento do
AVCsegue as mesmas orientações do paciente que não recebeu
trombólise, isto é, antiagregante plaquetário ou anticoagulação.
Ministério da Saúde. Manual de rotinas para atenção ao AVC. 2013
Acidente vascular cerebral
Tratamento: hemorrágico
Sociedade brasileira de doenças cerebrovasculares
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Acidente vascular cerebral
Terapia nutricional
• Prevenção primária: modificações de estilo de vida
• Desnutrição é considerada mau prognóstico: esforços devem ser
dirigidos para manutenção e/ou recuperação do estado
nutricional
• Dificuldade de alimentação são determinados pela extensão do
acidente vascular disfagia é um preditor de mortalidade
• Suplementação oral e/ou nutrição enteral pode ser necessária
temporariamente até a recuperação das funções da deglutição
Acidente vascular cerebral
Terapia nutricional
• Disfagia: distúrbio transitório ou persistente de deglutição
• Sinais sugestivos de disfagia: perda de peso, modificações no tipo
de dieta utilizada, ingestão de menor quantidade de alimento,
aumento do tempo gasto nas refeições, diminuição do prazer de
se alimentar e isolamento social
• Plano nutricional: objetivo de reduzir os fatores de risco para um
novo evento
Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com AVC (2013)
Acidente vascular cerebral
Terapia nutricional: disfagia
• Consistência dos alimentos deve ser adaptada à tolerância e
aceitação do paciente parecer do fonoaudiólogo
• Espessastes alimentares podem ser utilizados: são capazes de
conferir aos alimentos diferentes consistências (néctar, mel,
pudim)
• Orientações:
• Adicionar espessantes
• Preferir consistência pastosa
• Fracionar em 6x/dia
• Administrar água em pequenos goles, com uma colher, para
evitar a bronco aspiração
• Evitar alimentos com textura seca
Waitzberg et al. (2013)
Acidente vascular cerebral
Terapia nutricional: disfagia
• Aumentar o aporte energético:
Adicionar leite ou creme de leite em sopas, purês e mingau
Adicionar leite em pó no leite, iogurte, sopas, purê, pudim
• Para engrossar:
Espessantes comerciais
Fécula de batata, batata amassada
Flocos de cereais, como milho, arroz, aveia, maisena
Bater frutas em consistência de purê
Waitzberg et al. (2013)
Acidente vascular cerebral
Terapia nutricional: disfagia
• Para engrossar:
Waitzberg et al. (2013)
Ingredientes (g) Néctar (1-2%) Mel (3-4%) Pudim (5-7%)
Maisena 2-4 6 10-14
Farinha de aveia 2-4 6 10-14
Fubá 2-4 6 1-14
Acidente vascular cerebral
Terapia nutricional: disfagia
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INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Insuficiência cardíaca
Costa; Nasakato; Vieira (2009)
Definição
• Síndrome clínica caracterizada pela falência da função cardíaca e
congestão circulatória, devido ao desenvolvimento ou progressão
do remodelamento do ventrículo
• Incapacidade do coração em ejetar quantidade suficiente de
sangue para atender às necessidades metabólicas dos diferentes
tecidos
• Síndrome clínica em que a anormalidade estrutural ou funcional
torna o coração incapaz de bombear o sangue em quantidades
proporcionais às necessidades do organismo
Insuficiência cardíaca
Epidemiologia
• Problemas de saúde pública devido alta prevalência e
mortalidade altos custos
• Países desenvolvidos – prevalência de 1 a 2%
• Brasil – poucos dados, mas estima-se que a prevalência deva 
multiplicar até 2025
Costa; Nasakato; Vieira (2009)
Insuficiência cardíaca
Etiologia
• Principal fator de risco: doença isquêmica do coração
• Hipertensão arterial, diabetes, dislipidemia, fumo e obesidade
• Doença de Chagas
• Doença reumática
Costa; Nasakato; Vieira (2009)
Insuficiência cardíaca
Fisiopatologia
Insuficiência cardíaca
Moreira (2007)
Fisiopatologia
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Insuficiência cardíaca
Fisiopatologia
Insuficiência cardíaca congestiva (ICC): É a incapacidade do
coração de bombear sangue suficiente para satisfazer às
necessidades de oxigênio e nutrientes por parte dos tecidos.
Insuficiência cardíaca
Insuficiência Cardíaca Congestiva
Insuficiência cardíaca
Fisiopatologia
Lado direito
II Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Aguda 2009/2011
DIREITO ESQUERDO
EDEMA
Insuficiência cardíaca
Fisiopatologia
Lado esquerdo
II Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Aguda 2009/2011
EDEMA DE PULMÃO
DIREITO ESQUERDO
Insuficiência cardíaca
Classificação
• Aguda: início rápido ou mudança clínica dos sinais e sintomas de
insuficiência cardíaca, resultando na necessidade urgente de
terapia. Pode ser uma condição nova ou devido à piora de uma IC
pré-existente (IC crônica descompensada)
• Crônica: final comum da maioria das doenças que acometem o
coração, sendo um dos mais importantes desafios clínicos atuais
na área da saúde
• Diretrizes:
II Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Aguda 2009/2011
III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica 2009
Atualização da Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica -
2012
Insuficiência cardíaca
II Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Aguda 2009/2011
Insuficiência Cardíaca Aguda
• Pode ser uma condição nova ou devido à piora de uma IC pré-
existente (IC crônica descompensada)
• Usualmente caracterizada por congestão pulmonar. Em alguns
pacientes, no entanto, a apresentação clínica dominante pode ser
de baixo débito com hipoperfusão tecidual
• Definições:
 Congestão: acumulação excessiva ou anormal de um fluido
 Congestão pulmonar: acúmulo de fluido nos pulmões
diminuindo a eficiência das trocas gasosas = insuficiência
respiratória
 Perfusão tecidual: produto do fluxo capilar pelo conteúdo de
nutrientes e de oxigênio oferecidos aos tecidos  depende de
fluxo sanguíneo e conteúdo de oxigênio
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Insuficiência cardíaca
Insuficiência Cardíaca Aguda
• Lesão inicial no músculo cardíaco  perda progressiva de massa
muscular ou prejuízo na habilidade de gerar força e manter sua
função contrátil
• Inicialmente podem ser assintomáticos: mecanismos adaptativos
• À longo prazo acontece remodelamento muscular 
deterioração da disfunção cardíaca
Costa; Nasakato; Vieira (2009)
Insuficiência cardíaca
Insuficiência Cardíaca Crônica
• Síndrome clínica complexa de caráter sistêmico, definida como
disfunção cardíaca que ocasiona inadequado suprimento
sanguíneo para atender necessidades metabólicas tissulares, na
presença de retorno venoso normal
• Brasil: principal etiologia é a cardiopatia isquêmica crônica
associada à hipertensão arterial
• É a causa mais frequente de internação por doença cardiovascular
III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica 2009
Insuficiência cardíaca
Insuficiência Cardíaca Crônica
• Mecanismo responsável pelos sintomas e sinais clínicos pode ser
decorrente da disfunção sistólica, diastólica ou de ambas,
acometendo um ou ambos os ventrículos
III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica 2009
Insuficiência cardíaca
Insuficiência Cardíaca Crônica
• Inapropriada perfusão tecidual
• Início: se manifesta durante o exercício, e
com a progressão da doença ele diminui
no esforço até ser observado sua
redução no repouso
Débito 
Cardíaco
• Aumento da demanda dos tecidos ou da
capacidade de transportar oxigênio
• Exemplo: anemia
Débito 
Cardíaco
III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica 2009
Insuficiência cardíaca
Insuficiência Cardíaca Crônica: classificação
• Baseado na intensidade de sintomas em 4 classes propostas pela
New York Heart Association:
• Classe I - ausência de sintomas (dispneia) durante atividades
cotidianas. A limitação para esforços é semelhante à esperada em
indivíduos normais;
• Classe II - sintomas desencadeados por atividades cotidianas;
• Classe III- sintomas desencadeados em atividades menos
intensas que as cotidianas ou pequenos esforços;
• Classe IV - sintomas em repouso.
III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica 2009
Insuficiência cardíaca
Insuficiência Cardíaca Crônica: classificação
• Baseado na progressão:
Estágio A - Inclui pacientes sob risco de desenvolver insuficiência
cardíaca, mas ainda sem doença estrutural perceptível e sem
sintomas atribuíveis à insuficiência cardíaca.
Estágio B - Pacientes que adquiriram lesão estrutural cardíaca, mas
ainda sem sintomas atribuíveis à insuficiência cardíaca.
Estágio C - Pacientes com lesão estrutural cardíaca e sintomas
atuais ou pregressos de insuficiência cardíaca.
Estágio D - Pacientes com sintomas refratários ao tratamento
convencional, e que requerem intervenções especializadas ou
cuidados paliativos.
III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica 2009
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Insuficiência cardíaca
Insuficiência Cardíaca Crônica: tratamento
• Orientação nutricional: parte integrante e indispensável da
terapêutica
III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica 2009
Insuficiência cardíaca
Insuficiência Cardíaca Crônica: tratamento
• Orientação nutricional:
• Maior equilíbrio da doença
• Melhora qualidade funcional e de vida
• Impacto positivo na morbidade e mortalidade
III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica 2009
Insuficiência cardíaca
Avaliação nutricional
Componente essencial na assistência nutricional  para
estabelecer plano nutricional
• Avaliação do consumo alimentar: ingestão de líquidos, energia,
macro e micronutrientes
• Antropometria: peso, estatura, dobras cutâneas, circunferência
muscular do braço
Perda > 10% em 6 meses ou %% em 2 semanas: sinal de
desnutrição
• Bioquímicos: proteínas séricas (albumina), contagem de linfócitos
• Subjetivos: parâmetros da ASG
Costa; Nasakato; Vieira (2009)
Insuficiência cardíaca
Avaliação nutricional
• Monitoramento do peso:
Diário
Redução não planejada > 6% em 6 meses  caquexia
cardíaca
Aumento inesperado ≥ 2kg em 3 dias retenção hídrica
III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica 2009
Insuficiência cardíaca
Caquexia cardíaca
• Doença inflamatória, diferente da desnutrição – mais difícil de ser
revertida
• Caracterizada pela perda de massa muscular
• Prevalência da caquexia cardíaca varia entre 8 e 42%
• Etiologia da caquexia associada à IC é multifatorial e os
mecanismos fisiopatológicos subjacentes não estão bem
estabelecidos:
Redução da ingestão de alimentos, anormalidades
gastrointestinais, ativação imunológica e neuro-hormonal, e
um desequilíbrio entre os processos anabólicos e catabólicos.
Okoshi et al. (2016)
Insuficiência cardíaca
Caquexia cardíaca
• Perda de 5% de perda de peso corporal livre de edema nos 12
meses anteriores (ou um índice de massa corporal < 20 kg/m²)
• E, pelo menos, três dos seguintes critérios:
Diminuição da força muscular
 Fadiga
Anorexia
Baixo índice de massa livre de gordura
Aumento dos marcadores inflamatórios [proteína C-reativa,
 interleucina (IL)-6, anemia (Hb < 12 g/dL)
Baixas concentrações de albumina sérica (< 3,2 g/dL)
Okoshi et al. (2016)
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Insuficiência cardíaca
Caquexia cardíaca
• Segundo DITEN 2011:
“Caquexia cardíaca pode ser sugerida quando da perda de 6% do
peso magro (ausência de edema) em seis meses.”
DITEN (2011)
Caquexia aumenta a mortalidade de pacientes com ICC
Insuficiência cardíaca
Necessidades nutricionais
• Energia: Excesso de energia pode contribuir para progressão da IC
por meio da glicotoxicidade e lipotoxicidade
 Pacientes graves 20 a 25 kcal/kg
 Pacientes ambulatoriais 25 a 30 kcal/kg
 Caquexia cardíaca 40 a 45 kcal/kg
 Pacientes obesos e sobrepeso: atenção com a perda de peso
pois podem perdem massa muscular
III Diretriz Brasileira de Insuficiência Crônica:
 Pacientes com estado nutricional adequado: 28kcal/kg de
peso
Pacientes nutricionalmente depletados: 32kcal/kg de peso
Peso do paciente sem edemas
Costa; Nasakato; Vieira (2009); III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica 2009
Insuficiência cardíaca
Necessidades nutricionais
• Proteína: 15 a 20%
 Avaliar se paciente com catabolismo
 1,0 a 1,5 g/kg
 Caquexia 1,5 a 2,0 g/kg
• Carboidrato: 50 a 55% - carboidratos integrais com baixa carga
glicêmica, evitando os refinados (açúcar)
• Lipídeos: 30 a 35% - ênfase às gorduras mono e poli-insaturadas
(ômega 3)
Costa; Nasakato; Vieira (2009); III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica 2009
Insuficiência cardíaca
Costa; Nasakato; Vieira (2009);
Terapia nutricional
Objetivos: 
• Preservar a composição corporal ou minimizar efeitos do 
catabolismo
• Manter o estado funcional
• Atingir as necessidades nutricionais
• Reconhecer a caquexia cardíaca
• Contribuir para minimizar a descompensação, progressão e
internações
• Evitar sobrecarga de fluidos e edemas
Insuficiência cardíaca
Costa; Nasakato; Vieira (2009);
Terapia nutricional
• Preferencialmente via oral
• Consistência: normal a pastosa – avaliar padrão de mastigação e
respiração
• Fracionamento: maior fracionamento para evitar saciedade
precoce e plenitude gástrica
Insuficiência cardíaca
Terapia nutricional
• Sódio: 2 a 3g/dia
Atualização de 2012: dieta saudável com adição de até 6 g
de sódio, individualizada conforme as características do
paciente
• Álcool: abstinência
• Líquido: restrição irá depender da condição clínica
 Ingestão usualmente recomendada: 1000 a 1500 mL
 Pacientes graves: restrição hídrica menor que 1000mL pode
ser necessária
III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica 2009
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Insuficiência cardíaca
Terapia nutricional
• Suplemento nutricional:
Pacientes com baixa ingestão
alimentar, má absorção, e em
estado hipermetabólico
Casos de anorexia importante:
indicação de nutrição enteral
provisória
Anticoagulação oral com dicumarínicos (varfarina) devem
evitar a variabilidade de ingestão alimentos ricos em
vitamina K, a exemplo de folhosos (alface, brócolis,
couve, dentre outros).
III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica 2009
Insuficiência cardíaca
Costa; Nasakato; Vieira (2009);
Terapia nutricional
• Impossibilidade de atingir as necessidades: nutrição enteral
• Preferir fórmulas concentradas: 1,5 a 2,0kcal/mL e estrutura 
polimérica
Obrigada!
danielahauschild@yahoo.com.br
Referências
• BERNE, R.M.; LEVY, M.N.; KOEPPEN, B.M.; STANTON, B.A. Fisiologia. 5 ed. Rio de 
Janeiro: Editora Elsevier, 2004.
• FAUCI, A.S.; BRAUNWALD, E.; KASPER, D.L.; HAUSER, S.L.; LONGO, D.L.; 
JAMESON, J.L. Harrison: Medicina Interna. 17 ed. Rio de Janeiro: Editora 
McGraw-Hill, 2008.
• MAHAN, L.K.; ESCOTT-STUMP, S. Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 12 
ed. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2011.
• Sociedade Brasileira de Cardiologia. Atualização da Diretriz Brasileira de 
Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. 
v. 109, n. 2, supl. 1, 2017.
• AMERICAN ASSOCIATION OF CLINICAL ENDOCRINOLOGISTS AND AMERICAN 
COLLEGE OF ENDOCRINOLOGY GUIDELINES FOR MANAGEMENT OF 
DYSLIPIDEMIA AND PREVENTION OF CARDIOVASCULAR DISEASE, 2017
• Sociedade Brasileira de Cardiologia. 7ª DIRETRIZ BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO 
ARTERIALISSN-0066-782X • Volume 107, Nº 3, Supl. 3, Setembro 2016
• SAAD, M.A.N. et al. Prevalência de Síndrome Metabólica em Idosos e 
Concordância entre Quatro Critérios Diagnósticos. Arq Bras Cardiol. 2013; 
[online].ahead print, PP.0-0
• WAIZTBERG, D.L. Nutrição oral, enteral, parenteral na prática clínica? 2009

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