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8. Semicondutores 8.1 - Desenvolvimentos históricos e propriedades básicas 8.2 - Éxcitons 8.3 – Estatística de portadores em semicondutores intrínsecos 8.4 – Doadores e aceitadores 8.5 – Junções p-n e outros dispositivos 8.6 – Crescimento epitaxial, heteroestruturas, engenharia de gap “Ninguém deve trabalhar em semicondutores, são uma bagunça. Ninguém sabe realmente se semicondutores existem ou não!” (Wolfgang Pauli, 1931) Física Aplicada (exemplo: chip) Prêmio Nobel (2000) Física Fundamental (exemplo: metrologia) Efeito Hall Quântico: Prêmio Nobel (1985) 02000.0988035.137 2 1 e hc Desenvolvimentos Históricos -1731 – Stephen Gray: Condução de eletricidade em sólidos e líquidos -1782 – Alessandro Volta: “Materiais de natureza semicondutora” Volta (1745-1827) Pilha de Volta -1851 – J. W. Hittorf: Medida de vs. T em Cu2S e Ag2S 1000/T Tce /0 Condutividade -1821 – Humphry Davy: “Poder de condução” dos metais diminui com o aumento da temperatura Davy (1778-1829) -1833 – Michael Faraday: Comportamento oposto ao de metais em diversos compostos Faraday (1791-1867) Força magnética em portadores positivos Sentido da corrente convencional Efeito Hall para portadores de carga positivos Força elétrica devido ao acúmulo de cargas Campo magnético -1879 – Edwin Hall: Efeito Hall. Quem são os portadores? B para dentro, I para cima BvF qm Força de Lorentz -1897 – J. J. Thomson: Descoberta do elétron Thomson (1856-1940) -1899-1900 – Riecke e Drude: Modelo de condução eletrônica por metais Drude (1863-1906) m ne D 2 Modelo de Drude -1906 – Koenigsberger: Teoria de “dissociação”. Elétrons se dissociariam dos íons para participar na condução TQenn /0 -1924 – Gudden: Comportamento não reprodutível seria devido à presença não controlada de impurezas Exemplo: Cu2O 1000/T -1928 – Felix Bloch: Equação de Schrödinger em um potencial periódico Teorema de Bloch: )()( rr k rk k n i n ue -1930 – Alan Wilson: Teoria de bandas para semicondutores “intrínsecos” e “extrínsecos”. Impurezas doadoras e aceitadoras - Década de 40: Estudo em silício e germânio, melhores amostras -1926 – Mecânica quântica: Equação de Schrödinger Schrödinger (1887-1961) )()()( 2 22 rrr EV m h - 23/12/1947 – Bardeen, Shockley e Brattain: Descoberta do transistor Bardeen (1908-1991) Shockley (1910-1989) Brattain (1902-1987) Deu no New York Times: “A device called a transistor, which has several applications in radio where a vacuum tube ordinarily is employed, was demonstrated for the first time yesterday at Bell Telephone Laboratories, 463 West Street, where it was invented.” Prêmio Nobel em 1956 O primeiro transistor - 1954 – Bell Labs – Invenção da célula solar de silício - 1958 – Joyce e Kilby – Invenção do circuito integrado Prêmio Nobel em 2000 - 1965 – Lei de Moore: miniaturização - 1958 – Leo Esaki – Aplicação do tunelamento quântico: invenção do diodo-túnel Prêmio Nobel em 1973 Esaki (1925- ) - 1963 – Alferov e Kroemer – Proposta do laser de heteroestruturas semicondutoras, construído em 1969 por Alferov Prêmio Nobel em 2000 Laser azul de InGaN (1998) - Década de 70 – Crescimento epitaxial e “engenharia de gap” - 1980 – Klaus von Klitzing – Efeito Hall Quântico Prêmio Nobel em 1985 2 2 ie h RH - 1982-83 – Störmer, Tsui e Laughlin – Efeito Hall Quântico fracionário Prêmio Nobel em 1998 - 1981 – Binnig e Rohrer – Invenção do STM (scanning tunneling microscope) Prêmio Nobel em 1986 • Desde Séc. XVIII, regularidade e perfeição geométrica sugeriam arranjo periódico • Séc. XX: difração de raios-X (Bragg, Bragg e von Laue) 332211 aaaR nnn Rede de Bravais a1 a2 R R = 2a1 + 2a2 Exemplo: ni inteiros, ai vetores primitivos (não coplanares) Propriedades Básicas Estrutura Cristalina E D C B A Célula de Wigner-Seitz Exemplo: Rede quadrada Região do espaço mais próxima de um dado ponto da rede de Bravais do que de qualquer outro. Gera o espaço todo por translações dos vetores R A, B, C, D, E: células unitárias A, B, C: células primitivas C: célula de Wigner-Seitz Estrutura cristalina Definida por uma rede de Bravais + base (posições e tipos dos átomos) Estruturas do diamante e zincblende: Rede fcc + base de 2 átomos Cristal a(Å) C 3,57 Si 5,43 Ge 5,66 Cristal a(Å) GaP 5,45 GaAs 5,65 InP 5,87 InAs 6,04 SiC 4,35 Hibridização sp3 e ligações covalentes http://www.sst.nrel.gov/research/cdn.html Semicondutores heteropolares: ligações parcialmente iônicas e parcialmente covalentes Exemplo: SiC Cristal Ionicidade Si 0,00 SiC 0,18 GaAs 0,31 NaCl 0,94 Coesão Cristalina 1a Zona de Brillouin da rede fcc Cálculos de estrutura de bandas Gap Gap Bandas de energia Propriedades elétricas R e si st iv id a d e a T a m b ie n te ( .c m ) 1 0 -6 1 0 -3 1 0 9 1 0 2 2 M e ta is S e m ic o n d u to re s Is o la n te s Ge, com diferentes concentrações de impurezas m ne D 2 Modelo de Drude e- Elétron sofre colisões E • n: densidade eletrônica • : tempo de relaxação • m: massa do elétron Qual a densidade eletrônica? • Sódio tem 11 elétrons por átomo, mas apenas 1 parece participar da condução: apenas elétrons de valência contribuem? • Silício tem 4 elétrons de valência, mas condutividade menor que a do sódio Bandas totalmente ocupadas não contribuem para a condução Semicondutores intrínsecos (puros) f( ) 1 elétrons buracos Distribuição de Fermi-Dirac TkE BgeTn 2 )( Cristal Eg (eV) Si 1,17 Ge 0,744 GaAs 1,52 Para Eg ~ 1 eV, T = Eg/2kB ~ 6000 K Qual a massa do elétron? • Modelo de Drude assume elétron livre, ignora potencial cristalino • Em Mecânica Quântica, um elétron livre (onda plana) teria energia • Elétrons no fundo da banda de condução e buracos no topo da banda de valência têm relação de dispersão aproximadamente parabólica m kh 2 22 Semicondutores intrínsecos (puros) f( ) 1 Distribuição de Fermi-Dirac TkE BgeTn 2 )( Cristal Eg (eV) Si 1,17 Ge 0.744 GaAs 1,52 Para Eg ~ 1 eV, T = Eg/2kB ~ 6000 K elétrons buracos Qual a massa do elétron? • Modelo de Drude assume elétron livre, ignora potencial cristalino • Em Mecânica Quântica, um elétron livre (onda plana) teria energia • Elétrons no fundo da banda de condução e buracos no topo da banda de valência têm relação de dispersão aproximadamente parabólica m kh 2 22 m kh 2 22 m* => massa efetiva • Efeito do potencial efetivo é “alterar a massa” do elétron: elétron responderia aos campos externos como se tivesse uma massa m* (aproximação de massa efetiva) Cristal m*/m (elétron) InSb 0,015 GaAs 0,066 InP 0,073 Propriedades óticas Semicondutores podem ter gap direto ou indireto k E Gap direto k E Gap indireto Ex.: Si,Ge, AlAs Ex.: GaAs, InAs, InP Absorção de luz h • Se h < Eg: não há absorção (transparência!) • Se h > Eg: há absorção (criação de par e-b) Eg GaAs BV BC BV BC • Conservação do momento cristalino: kfóton = kelétron • Tipicamente, h = 1 eV => kfóton = 10 6 m-1 • Dimensões da 1 a ZB ~ 1/a => kZB ~ 10 10 m-1 Transição vertical Gap indireto E0 Eg absorção emissão Transição indireta pode se dar (com menor probabilidade) através da absorção ou emissão de um fônon EMISSÃO DE LUZ GAP DIRETO h E0 Eg O que são estes picos no coeficiente de absorção??? ÉXCITONS • Eg é energia para formar elétron e buraco “distantes” • Par e-b pode se ligar por atração eletrostática: ÉXCITON Eexc Energia de ligação do éxciton Como calcular? 8.2 - Éxcitons Modelo de Mott-Wannier (éxcitons estendidos) • Elétron e buraco interagem através de potencial coulombiano r e rU 2 )( constante dielétrica do material Lembrando do átomo de hidrogênio eV nhn me En 22 4 6,13 2 Para o éxciton: m (massa reduzida); e2 e2 / be mm 111 eV nm Eexcn 22 6,131 Valores típicos: ~ 10, /m ~ 0,1-1,0 Eexc ~ 0,01-0,1 eV 8.3 – Estatística de portadores em semicondutores intrínsecos (Cálculo da densidade de elétrons e buracos como função da temperatura, no quadro negro) Tk ETkm Tn B cBe exp22)( 2/3 2 Tk ETkm Tp B vBb exp22)( 2/3 2 Ec Ev μ Tk E mm Tk np B g be B exp 2 4 23 3 2 “Lei de Ação das Massas” Para semicondutores intrínsecos: Tk E mm Tk nppn B g be B 2 exp 2 2 43 2/3 2 2/1 e b Bgv m m TkEET ln 4 3 2 1 )( 8.4 – Doadores e aceitadores • Para semicondutores puros, n ~ exp (-Eg/2kBT) • Se Eg ~ 1 eV, a T ambiente temos exp (-Eg/2kBT) ~ e -20 ~ 10-9: semicondutores intrínsecos têm condutividade muito baixa a T ambiente • Pode-se aumentar drasticamente por impurezas (“dopagem”) • Exemplo: 1 B para 105 Si aumenta por um fator de 1000! Ge dopado com Sb Impurezas doadoras e aceitadoras Doadores: por exemplo, átomo do grupo V em um cristal do grupo IV => 1 elétron a mais Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si + As e- Aceitadores: por exemplo, átomo do grupo III em um cristal do grupo IV => 1 elétron a menos (1 buraco a mais) Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si - B b+ Energia de ligação: modelo hidrogenóide Energia de ligação (meV) (doadores) P As Sb Teoria Si 45 49 39 30 Ge 12,0 12,7 9,6 9,1 • Novamente, átomo de hidrogênio: • m m* ; e 2 e2/ eV 6,13 2 2 4 me E eV) 6,13( * 2m m Elig BV BC ED Torna-se muito mais fácil ionizar termicamente as impurezas e preencher com elétrons a BC ou com buracos a BV • Impurezas doadoras: material tipo-n, condutividade devido aos elétrons • Impurezas aceitadoras: material tipo-p, condutividade devido aos buracos EA “Raio de Bohr” do estado de impureza • Hidrogênio: angstrons 53,0 2 2 0 me a • Novamente, m m* ; e 2 e2/ angstrons 10050 * * m m a Impureza doadora em GaAs: cálculo tight-binding com 106 átomos • Outros tipos de impurezas: níveis profundos • Estados mais localizados, com energia de ligação maior • Podem ser nocivos às propriedades elétricas Oxigênio e hidrogênio em Si: cálculos ab initio 8.5 – Junções p-n e outros dispositivos Junção pn Polarização direta Polarização reversa z V V0 camada de depleção (10-1000 nm) V+ z V barreira menor, corrente alta z V V- barreira maior, corrente baixa (cálculo detalhado de I(V) no quadro-negro) Curva I-V Junção pn pode ser usada como diodo (retificador de corrente) Fabricação da junção pn 1100 oC LED (light-emitting diode) Diodo formado por materiais de gap direto, operando em polarização direta + - luz • Cor da luz depende da energia do gap: GaP, GaAsP, GaN, etc • Infravermelho (telecomunicações em 1,55 m): InGaAsP Laser de Semicondutor Estrutura básica do diodo, com maior dopagem e cavidade ótica Laser de homojunção Laser de heteroestruturas Células solares Transformação de luz em corrente elétrica pela criação de par elétron-buraco na camada de depleção => gera corrente reversa luz I Silício, silício amorfo, GaAs, CdS, polímeros MOSFET (metal-oxide-semiconductor field-effect transistor) p n n Fonte Dreno Porta óxido canal IFD VFD VP Curva I-V contatos metálicos Lei de Moore 8.6 – Crescimento epitaxial, heteroestruturas, engenharia de gap Combinando materiais: ligas 5. Crescimento Epitaxial, Heteroestruturas e Engenharia de Gap Crescimento epitaxial MBE (molecular beam epitaxy) MOCVD (metalorganic chemical vapor deposition) Heteroestruturas: poços quânticos e super-redes Confinamento quântico em duas dimensões AlAs AlAs GaAs direção do crescimento BV BC Eg (AlAs) Eg (GaAs) GaAs/InGaAs/GaAs BC BV Super-rede: periodicidade artificial Poço quântico Heteroestruturas: pontos quânticos • Confinamento quântico em 0 dimensões • Alguns pontos quânticos são auto-formados (InAs em GaAs) GaAs InAs
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