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percepção e memoria

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA 
CAMPUS TIJUCA
CURSO DE PSICOLOGIA 
PERCEPÇÃO E MEMÓRIA
Professora: Célia Anselme
ATIVIDADE EXTRA CLASSE 
POR
CAROLINE RITA TEJEDA
(20141110189)
Rio de Janeiro
2018.2
 A narrativa do filme Mera consciência, de 1997, percorre a história de um presidente que em pleito de eleições é acusado por assédio sexual. O presidenciável oponente vê neste fato uma oportunidade e ameaça divulgar a história nas mídias. A equipe do Presidente, visando eminente risco para a reputação dele, então articula uma fake news para distrair os olhares de seus eleitores. Assim, após divulgado o escândalo de cunho sexual do presidente, os assessores anunciaram uma guerra fictícia entre Estados Unidos e a Albânia. O filme se detém a evidenciar as manobras utilizadas para dar veracidade a mentira criada para formação da opinião pública.
 Seguindo as orientações dadas para a realização deste trabalho, na tentativa de evidenciar três cenas do filme nas quais a realidade percebida pelas pessoas, foi manipulada a fim de despertar um determinado comportamento e explicar que tipo de manipulação foi feita e o comportamento desencadeado, referirei as seguintes cenas:
 O anúncio dos telejornais sobre a Guerra na Albânia com imagens hollywoodianas de uma menina com um gatinho em suas mãos tentando escapar de represálias terroristas. Neste caso, a percepção dos cidadãos foi manipulada porque aos olhos estavam dois acontecimentos. Um falso, a guerra encomendada, e um verdadeiro, o estupro de uma escoteira na sala oval. Aqui, impressionar e envolver a sociedade com as notícias do conflito evidencia a tentativa de driblar os olhares ao feito imoral do presidente para que este não viesse a afetar as eleições.
 Outra cena que evidencia o feito manipulatório é a que são divulgados depoimentos falsos de albaneses que então sofrendo com o conflito. Neste os supostos estrangeiros agradecem pelo apoio, assistência e solidariedade do então presidente aos que estão sofrendo na Albânia, o que aumenta a credibilidade moral do presidenciável diante dos olhos da sociedade e assim distorcendo, mais uma vez, a percepção das pessoas acerca da reputação do candidato estuprador.
 Podemos destacar também a cena em que assessores jogam sapatos velhos em árvores, fios, pelo país a fora. Neste o desejo é levar as pessoas a sensação de apoio social ao herói criado. O herói era um militar americano que foi capturado pelos oponentes. Ele era conhecido como sapato velho e por isso a simbolização dos sapatos pendurados por aí. Nesse contexto, desencadeou-se o apoio popular e as evidencias disto foram as pessoas usando camisetas que elevavam o “sapato velho” e a cena de jogadores de basquete jogando os sapatos ao fim de uma partida.
 Fica evidente no filme, que para apagar a memória negativa do presidente como estuprador cria-se a saída da falsa memória social. Ainda visando as orientações desta atividade, elencarei três cenas nas quais foram criadas falsas memórias.
 A equipe engajada no processo de marketing pessoal do presidente cria uma música com a ajuda de um compositor que é real na vida da população. Esta música é inserida a um disco gravado na Biblioteca do Congresso, Secção de Música Popular, 1930 para que as pessoas pensem que é uma música já existente e muito antiga. Afirma-se o êxito desse feito com a cena de um casal recolhido em seu quarto, que ao ouvir a música emitida pela TV, tem a sensação de tê-la escutado anteriormente.
 Com esse mesmo objetivo de estabelecer relação da ficção com a memória afetiva da sociedade o produtor busca a criação do Herói da Guerra que dialoga com os valores tradicionais. “Um herói. Minha nossa, não acredito. Em que estava pensando? Tivemos uma guerra, mas esquecemos do herói. Não existem guerras sem heróis. [...] Ele foi deixado, abandonado como um sapato velho!”. (MERA COINCIDÊNCIA, 1997)
 Por fim, e ainda circundando a idéia de tradição, a cena onde constrói-se um memorial para os que foram abalados com esta guerra. Deixando assim um legado que irá fazer a manutenção da memória social.

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