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4 CENTRO UNIVERSITÁRIO METODISTA IZABELA HENDRIX ESTÁGIO SUPERVISIONADO IV GESTÃO EDUCACIONAL Mariana dos Santos Gomes BELO HORIZONTE OUTUBRO 2010 5 CENTRO UNIVERSITÁRIO METODISTA IZABELA HENDRIX Mariana dos Santos Gomes ESTÁGIO SUPERVISIONADO Registros realizados referente ao Estágio Supervisionado, do 5º período de Pedagogia, habilitação para Gestão Educacional. BELO HORIZONTE OUTUBRO 2010 ��������� ��� ��� �� ���� ���� ������������ � CURSO DE PEDAGOGIA 6 ESTÁGIO SUPERVISIONADO FICHA DE IDENTIFICAÇÃO Aluno(a): Mariana dos Santos Gomes Período: 5º (Quinto) Disciplina: ESTÁGIO SUPERVISIONADO IV Endereço do (a) aluno (a) Reside na Rua Hum Nº 110, apartamento nº 103 Bloco H Telefone: (31) 3496-2451 Celular: (31) 8403-1217 e-mail ; marianasantos2@yahoo.com.br Bairro: Arvoredo II CEP.:32113-500 Cidade: Contagem Estado: Minas Gerais Realizará as atividades do ESTÁGIO SUPERVISIONADO III no turno da Tarde, no estabelecimento de ensino: Escola Municipal José Madureira Horta situado na: Rua Joaquim Raymundo Braga nº 40 / Cep: 31.555-380 Telefone: 3277-7972 Cidade: Belo Horizonte Estado: Minas Gerais Nome do Diretor do estabelecimento concedente do estágio: Isa Teatini 7 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO-----------------------------------------------------------------------04 2. IDENTIFICAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO: ESTRUTURA FÍSICA DA INSTITUIÇÃO------------------------------------------------------------------------05 3. CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR----------------------------07 4. GRÊMIO ESTUDANTIL-----------------------------------------------------------10 5. GESTÃO EDUCACIONAL DA UNIDADE ESCOLAR--------------------11 6. PROJETOS DA INSTIUIÇÃO---------------------------------------------------12 7. PROPOSTA PEDAGÓGICA DA UNIDADE ESCOLAR------------------24 8. RELATÓRIO DAS SESSÕES DE ESTÁGIO--------------------------------26 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS------------------------------------------------------32 10. ANEXOS-------------------------------------------------------------------------------33 8 INTRODUÇÃO: Segundo orientações do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix1: “O estágio caracteriza-se pelo conjunto de diretrizes e estratégias que expressam e orientam a prática pedagógica de todos os envolvidos com a dinâmica do curso de Pedagogia. Não se restringe à mera organização de campo de estágio, mas a adoção, por parte dos atores envolvidos (coordenadores, professores, acadêmicos e comunidade), em um processo contínuo de reflexão sobre a identidade do curso e o comprometimento com a qualidade e a eficácia de suas ações. Pretende-se que os alunos\as – estagiários, tenham a possibilidade de exercitar sua capacidade de ler a realidade, detectar as necessidades e, em um processo de reflexão coletiva possam encaminhar alternativas e propostas. Neste sentido, pensa-se numa prática não apenas na perspectiva do fazer, mas do pensar e decidir de forma contextualizada.O estágio é campo de conhecimento e espaço de formação, propicia aproximação à realidade na qual poderá vir a atuar. A observação pela observação toma lugar para a pesquisa do cotidiano escolar que será orientada no espaço da prática pedagógica e articulada com as disciplinas do curso. Nesta proposta de estágio a prática pedagógica, também tem por objetivo a construção de um diagnóstico e pesquisa da realidade observada. Resultados estes que deverão ser discutidos e ampliados com outros profissionais e órgãos responsáveis pela educação e pela criança (CONSELHOS 1 Texto escrito pela professora Keila Teixeira e extraído do Caderno de estágio do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix elaborado em Março de 2009. 9 TUTELARES, SUPERINTÊNCIA DE ENSINO, CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO, dentre outros). Assim a prática pedagógica do Centro Universitário Izabela Hendrix, assume uma perspectiva não somente de diagnóstico e pesquisa, mas de compromisso social com a infância. Os registros destas discussões, diálogos, construção coletiva do conhecimento, pretende ser sob a forma de seminários, relatórios e jornais periódicos, com artigos do aluno\a, profissionais envolvidos no debate sobre a infância. Desta forma, pretende-se fazer deste instrumento, um elemento de informação, reflexão e de denúncia sobre a situação da infância, das instituições infantis. Com esta proposta, vislumbra-se a possibilidade de romper visões esvaziadas de significados, buscando dar significado a prática pedagógica, na medida em que os estagiários terão a oportunidade de interpretar a realidade e que as instituições e a infância serão vistas por um olhar mais humanizado, consagrando uma aproximação da Universidade, num movimento de abertura, criando alternativas para a qualificação do trabalho junto às crianças de zero a seis anos.” Os registros que aqui seguem, foram realizados a partir de observações e práticas realizadas dentro do espaço escolar, junto à coordenação do prédio anexo da escola Municipal José Madureira Horta, situada no Bairro Santa Amélia, na Região da Pampulha. Portaria A porta de entrada da escola é o local onde os amigos encontram-se e despedem-se. Para segurança de todos, a escola mantém sempre um porteiro de plantão. A entrada e a saída dos alunos só são permitidas com a presença dos pais ou responsáveis. 10 Estrutura Física da Instituição Biblioteca A Biblioteca oferece a infra - estrutura necessária para a formação de bons leitores. Neste espaço, aberto aos alunos, pais e familiares, são desenvolvidas pesquisas e projetos de trabalhos escolares, buscando o prazer e o incentivo à leitura. Quadra Jogos, brincadeiras e modalidades esportivas são atividades que promovem o conhecimento do corpo e a superação de limitações. Na quadra, os alunos participam dos momentos de brincadeiras de rua, pegador e rodas. Um espaço para o resgate das tradições infantis, valorizando a importância do trabalho em equipe e o prazer de fazer novas amizades. Sala de Atendimento Espaço reservado para reuniões e encontros com os pais ou responsáveis e com os alunos. 11 Parque No parquinho, as crianças têm um espaço, especialmente projetado para auxiliar o desenvolvimento psicomotor e a convivência social com os colegas. O parque foi criado, com o intuito de oferecer um espaço lúdico para integração das crianças, mas com uma finalidade educativa com segurança e conforto. Salas de Aula São espaços organizados para facilitar o processo de aprendizado e convivência saudável entre os alunos. Aqui, o professor tem papel fundamental na relação que estabelece com os alunos. Secretaria Sala idealizada para atender às necessidades administrativas e burocráticas da escola e resolver os problemas do cotidiano de pais e alunos. Caracterização da Unidade Escolar / Apresentação da Instituição A Escola Municipal José Madureira Horta surgiu de um feliz engano cometido por um desenhista, ao projetar a planta estrutural do bairro Santa Amélia. No lugar onde seria uma áreaverde, entre as ruas Quinze e Dezesseis, o desenhista colocou uma placa com as palavras Grupo Escolar. O prefeito da época, Senhor Souza Lima, no anseio de ampliar o número de escolas em Belo Horizonte, mandou que construíssem escolas em todos os lugares onde houvesse a palavra escola na planta. Com isso, criou-se o Grupo Escolar José Madureira Horta, inaugurada em março de 1971. Para os moradores do bairro, esse fato foi um grande prêmio, pois a área verde era insuficiente à instalação 12 de um parque e a escola deu um grande impulso na educação de crianças e adolescentes da região. A primeira direção da escola era composta por Ana Maria de Morais e Sá e sua vice-diretora , Maria de Lourdes Santos Portugal, empossadas em 11 de julho de 1971. Elas estiveram no cargo por 5 anos. Nessa gestão, a escola recebeu o prêmio de melhor Clube Agrícola de Belo Horizonte; foi implantado o programa Mobral, que objetivava alfabetizar adultos; criou-se o CEAP (Centro Educacional de Alimentação do Pré-escolar). Outras direções se sucederam: Diretora Maria Aparecida Rotondo e a vice Edna Meyer de Castro, que ficou de novembro de 1976 a março de 1979. Nesse período, a escola passou a se chamar Escola Municipal José Madureira Horta; inaugurou-se a biblioteca que recebeu o nome de Maria da Conceição Madureira Horta, em homenagem à esposa do patrono da Escola. A Diretora Lícia Cléa Lourenço, que tomou posse em março de 1979 e permaneceu por dez anos na direção, trocando apenas suas vice-diretoras, que foram: Edna Meyer, Vera Lúcia Marçal, Vilma Teixeira Machado, Wylse 13 Leie de Lima e Marlene Antônia Marques. Durante sua gestão, em 1985, foram construídas quatro novas salas de aula e a quadra de esportes. Diretora Maria Catarina Nascimento Ladeira e a vice Paulisa Lacerda de Arimatéia Santos, que assumiram a direção após a primeira eleição promovida nas escolas municipais, em 1989. Em seu período de gestão, criou-se o pré- escolar, as salas 14 e 15 e um laboratório. Diretora Raquel Rocha Gavião e a vice Maria Lúcia Alves Jácome Campos. Nessa gestão, que durou até janeiro de 1997, adquiriu-se a casa onde atualmente funciona o Anexo da Escola e fundou-se o Ensino Noturno. Foi também nesse período que implantou-se a Escola Plural. Diretora Marília Cristina Ribeiro Costa e Rosângela da Silva Almeida, no período de 1997 a 2000. Durante sua direção, aconteceu a ampliação e a reforma do prédio Anexo (verba do Orçamento Participativo), da cantina, dos banheiros e a construção do palco, no prédio principal. Diretora Maria Catarina Nascimento Ladeira, que retornou à direção com a vice Adriana Coelho Gonçalves. Nessa gestão realizou-se a primeira celebração de conclusão do 3º ciclo, em 2003. Diretora Denise de Fátima Macedo e Rosângela da Silva Almeida, eleitas para a direção no período de 2005 a 2008. Durante sua gestão, a quadra de esportes foi reformada, juntamente com os vestiários e o depósito de material; construção do banheiro masculino para os professores e o vestiário para as auxiliares de serviço; criação da sala Multimeios, do laboratório de informática, da sala de atendimento pedagógico; reforma da secretaria. A UMEI Alaíde Lisboa tornou-se afiliada da Escola. Tantas mudanças e projetos foram realizados nesses 37 anos que ficaria quase impossível citá-los sem cometer algum esquecimento: bailes tradicionais (Namorados e Primavera); Festival de Danças; Festas Juninas; teatro na Escola; Educação Afetivo-Sexual; Invasores Poéticos; Cantando e Encantando com Rubinho do Vale; Feiras de Cultura; Xadrez; Páscoa Solidária; PROERD; 14 Soletrando; Grêmio Estudantil; Segundo Tempo; Mineiridade; Vereadores Mirins; Sarau; Revista Madureira Horta... Todos visando ao desenvolvimento do ser humano por completo! Até aqui, tudo o que foi feito pode ser resumido com o lema da Escola, sugerido e escolhido pelos alunos: “Escola Municipal José Madureira Horta: EVOLUINDO COM VOCÊ!” (Síntese do texto da professora Maria Helena da Silva, baseado na Revista Madureira Horta – 30 anos, em observações e relatos de experiências.) GRÊMIO ESTUDANTIL FALA SÉRIO (JOVENS DE ATITUDE) O grêmio estudantil é um órgão escolar que tem como função representar os alunos dentro da comunidade e, baseando nisto que em nome dos alunos queremos prestar uma homenagem aos 37 anos da Escola Municipal José Madureira Horta. Abaixo segue o texto escrito por Carlos Henrique (805) – Presidente do grêmio estudantil Fala Sério 15 Simplesmente dizer ''obrigado'', não adiantaria, não expressaria toda a nossa gratidão para com a nossa escola (direção, professores, auxiliares, etc.), pois ''educar'' não é só uma simples palavra, ela tem um significado especial. Segundo o dicionário Aurélio, o significado da palavra educar se resume no ''estímulo, desenvolvimento e aptidões de um indivíduo''; entretanto para nós possui um significado além deste citado, que pode ser resumido na seguinte frase: NOS PREPARAR PARA TORNARMOS VERDADEIROS CIDADÃOS. E hoje vemos através de um espelho a nossa vida descrita toda em um só nome: ESCOLA MUNICIPAL JOSÉ MADUREIRA HORTA. Este nome deixará lembranças por várias gerações, pois quem passa por aqui sabe. E em nome de todos alunos finalizamos dizendo uma frase: ''OBRIGADO POR NOS TORNAR GENTE PREOCUPADO EM FAZER O BEM''. Gestão Educacional da Unidade Escolar Sobre o regimento escolar da Escola Municipal José Madureira Horta, posso dizer que infelizmente não tive o acesso nem a este documento, nem ao Projeto Político Pedagógico da instituição. Segundo a coordenação do Anexo onde realizei meu estágio, ambos os documentos encontram-se na escola principal e durante meu período de estágio, por quatro vezes procurei a direção, mas não consegui ter o acesso a estes documentos; no entanto, a Sra. “R” certificou-me de que este regimento foi elaborado segundo as regras da Prefeitura de Belo Horizonte, mas contando com a participação de toda a comunidade escolar. Quanto ao PPP (Projeto Político Pedagógico) fui informada de que o mesmo ainda encontra-se em construção, mas que, uma das professoras da escola que está responsável por este trabalho levou-o para a casa para conclusão do mesmo. O Conselho de Pais, segundo a coordenadora “R”, existe e funciona muito bem na escola. Apesar de não ter presenciado nenhuma reunião do conselho, pois 16 elas não ocorreram durante meu período de estágio, foi possível perceber que a participação ativa dos pais no que se refere aos procedimentos da escola é um dos motivos ligados aos bons resultados que a instituição apresenta. Pude perceber que as famílias dos alunos, em sua maioria procuram a coordenação para tratar de assuntos relacionados principalmente à aprendizagem de seus filhos. Mas, há também algumas exceções, como por exemplo, alguns pais que mesmo solicitados a comparecerem à escola por algum motivo específico não o fazem, o que dificulta o trabalho da coordenação na busca de melhorias. Para “R” em geral, “As famílias são muito participativas, a maioria dos pais faz questão de acompanhar seus filhos nas tarefas e projetos, além de participar das atividades promovidas pela escola”. Com relação às reuniões Pedagógicas do “Madureira”, elas acontecem trimestralmente e contam com a presença de diretores, professores, coordenadores, conselho de pais, grêmio estudantil e estagiários. Normalmente o ambiente é preparado com carinho pelas coordenadoras que organizam um lanche para o dia da reunião. A intenção principal é a de tornar o ambiente agradável e acolhedor para que os debates e as idéias aconteçam de maneira prazerosa. A próxima reunião acontecerá no dia 12/12/2010 e como já terei concluído meu estágio,não será possível participar. Fui informada pela coordenadora de que a maioria dos professores comparece a esta reunião. A gestão é considerada democrática e realmente pude perceber isto através da manifestação das professoras e coordenadoras, que sempre se organizavam para fazer algum tipo de solicitação à diretora e porque também , durante meu período de estágio, não presenciei qualquer queixa das professoras relacionadas à coordenação. Segundo “R”, a dificuldade maior é a de fazer com que todos percebam que a escola é um espaço de convivências múltiplas e que haverá conflitos de opiniões sempre, o importante é fazer com que esses conflitos sejam utilizados de maneira positiva, buscando o entendimento para a busca de um caminho em comum, onde a comunidade escolar perceba que a participação de todos é de suma importância para o bom funcionamento da instituição. 17 Projetos da escola Municipal José Madureira Horta Projeto “Escola de Pais e Mestres – Universidade da Família” Esse projeto surgiu dos anseios e demandas dos pais e professores em relação a educação das crianças e adolescentes nos dias atuais, e tem como objetivo abrir as portas da escola, verdadeiramente, e proporcionar momentos de formação e crescimento, não só aos alunos, mas também aos pais e educadores em geral. O trabalho é desenvolvido através de palestras e debates abordando temas do interesse dos familiares, conforme levantamento feito anteriormente. Desde 2005, quando teve início, já foram realizados vários encontros ministrados por profissionais gabaritados da área da psicologia, psicanálise, pedagogia, sob coordenação da equipe pedagógica/diretoria. Entre os temas já trabalhados estão: * A crise de valores – educando pelo exemplo; * Paternidade responsável * Educação e limites: Escola e Família * Educar é fazer futuro * Comportamento humano * Limites sem culpa 18 * A preparação e o acompanhamento dos desenvolvimento emocional dos filhos * Drogas: prevenir é melhor que remediar * Relações amorosas do casal e suas repercussões na criação dos filhos * 10 princípios básicos para educar seu filho * Construindo a auto-estima de nossos filhos * Para educar não basta amar A participação e avaliação dos pais tem sido bastante positiva, e esse trabalho já é exemplo para várias outras escolas da rede municipal. VEREADORES MIRIM A Função de um vereador mirim é ir a câmara aprender mais sobre as leis, as necessidades de sua cidade, e lutar pelo direito de seus moradores, é também levar as informações corretas para sua comunidade. Abaixo, texto escrito por : Hilgner e Ana Beatriz. (Alunos) “Lá na câmara nós aprendemos a cuidar melhor da cidade. Todo mês recebemos a presença de alguém ilustre, como o diretor da Bh Trans, o 19 coordenador da COPASA e muitos outros. Então todo o mês aprendemos coisas novas que irão fazer a diferença no nosso dia-a-dia. Conhecemos de perto o trabalho dos vereadores, e qual é a função deles lá na câmara. Damos opinião sobre as novas leis que estão para vir e muitas outras coisas. Nós aprendemos e nos divertimos ao mesmo tempo! É uma experiência incrível e inesquecível!” Projeto: Conhecer para valorizar, grande BH, vamos nos encantar Belo Horizonte é um município brasileiro e a capital do estado de Minas Gerais. Cercada pela Serra do Curral, que lhe serve de moldura natural e referência histórica, foi a primeira cidade planejada do Brasil. 20 A cidade é uma mistura de tradição e modernidade e destaca-se pela beleza de seus conjuntos arquitetônicos e uma rica produção artística e cultural. A partir desta percepção por parte dos professores do anexo(manhã), nasceu o projeto: Conhecer para valorizar, grande BH, vamos nos encantar. Projeto: Invasores Poéticos 21 Os invasores poéticos é um projeto que surgiu em 2006 com o objetivo principal de resgatar a poesia na escola, sensibilizando nossos alunos através de autores conhecidos como Cecília Meireles, Carlos Drummond de Andrade, Guimarães Rosa, entre outros. Poesia que vem invadindo os mais diferentes espaços, além da escola. (Texto redigido pela coordenadora pedagógica do anexo - Regina) MOMENTO COLETIVO 22 O momento coletivo é o período em que as crianças interagem com seus pares através das contações de histórias, cantorias, teatros, etc. Acontece diariamente, sempre após o recreio, com a presença de todos alunos e professores. Projeto "Educação Afetivo-Sexual" Público alvo: Todos os alunos do 3º ciclo. Professora: Denise Gonçalves Cruz Ferreira 23 Por que falar de sexualidade com nossos alunos adolescentes? Porque é papel da escola, juntamente com a família, orientar o adolescente, satisfazendo suas curiosidades, fornecendo informações corretas, livres de preconceitos e tabus, possibilitando o auto-conhecimento, o que implicará numa reflexão sobre sua própria sexualidade e nos cuidados necessários para com ela. Além de prevenção, os jovens querem também saber e entender o que se passa no coração, no corpo e na mente, falar de sentimentos e emoções. O trabalho de orientação afetivo-sexual dentro da escola torna-se, portanto, um estimulador e um promotor da saúde do adolescente no sentido do desenvolvimento saudável de sua sexualidade e afetividade, ajudando-o a discernir atitudes e conceitos, baseados no respeito ao seu próprio corpo, ao dos outros, aos sentimentos e valores. É a isso que este projeto se propõe: colaborar na formação de jovens conscientes da sua sexualidade, responsáveis e felizes na sua prática. “Com mais informação, com certeza o relacionamento entre os jovens será mais adequado, tranqüilo e feliz.” (Içami Tiba) Alguns temas desenvolvidos com os alunos através de dinâmicas, leitura de textos, vídeos, teatro, trabalho em grupo, discussão coletiva, painéis, etc...: 1)1ª etapa do 3° ciclo: Mudanças e transformações corporais e psicossociais na adolescência; Anatomia: aparelho reprodutor feminino e masculino; Fisiologia feminina: menstruação, ovulação, período fértil, resposta sexual; Fisiologia masculina: ejaculação, ereção, disfunção erétil, resposta sexual, fimose; Masturbação; Mitos e tabus que envolvem a sexualidade; Importância de se cuidar do corpo e da mente; Família, casamento, separação; Direitos e deveres da criança e adolescente; 24 Valores; 2)2ª etapa do 3° ciclo: Amizade, amor, paixão, “ficar”, namoro, relacionamentos; Virgindade; Iniciação sexual; Métodos contraceptivos; DSTs/AIDS (prevenção, tratamento, preconceito) Aborto; Bullyng; 3)3ª etapa do 3° ciclo: Liberdade sexual x Responsabilidade; Relacionamento amoroso; Erotização e mídia; Homossexualidade/diferentes formas de amar; Prostituição; Pedofilia; Drogas lícitas e ilícitas; Respeito às diferenças; Violência contra a mulher; Exploração sexual; A participação e o envolvimento dos alunos nas atividades propostas é muito satisfatória, o que promove maior diálogo entre eles e professores, possibilitando uma discussão aberta e natural sobre os vários temas acima citados. SOLETRANDO 2009 Nossa escola realizou a 1ª fase do Soletrando 2009, tendo como objetivo 25 principal despertar o interesse pela Língua Portuguesa, bem como aumentar o vocabulário dos nossos adolescentes. O ganhador dessa fase foi o aluno Thiago Ferreira Campos da turma 610, do turno da tarde! Em Novembro, ele disputará as Seletivas Estaduais, podendo representar o Estado de Minas Gerais no Programa Caldeirão do Huck, em 2009. Laboratório de informática Desde 2007,quando foi instalado o laboratório de informática, os alunos têm um espaço de informação e diversão. E eles estão adorando! Nessas aulas, é possível constatar o fascínio e o interesse de todos pelo uso do computador, pois são novas possibilidades de conhecimento e de interação. Os professores responsáveis por ministrar as aulas, juntamente com o agente de informática (Fabrício), têm se dedicado para ensinar aos alunos como utilizar o computador na execução de trabalhos escolares, pesquisas na internet, além dos outros recursos próprios da informática, como: webquest, 26 blogs, jogos educativos... Todos pela leitura Em 2008, a meta da EMJMH é melhorar os níveis de leitura e escrita de seus alunos. A fim de melhorar os níveis de alfabetização, leitura e escrita de seus alunos, a EMJMH vem desenvolvendo, desde março, os projetos de Intervenção Pedagógica e o projeto Tempo de Ouro, este último previsto no PAP 2007 (Projeto de Ação Pedagógica). Os projetos de intervenção pedagógica acontecem dentro do primeiro e segundo turnos e visam à alfabetização e ao letramento de alunos do final dos 1º, 2º e 3º ciclos que ainda estejam com defasagem entre o tempo de escolaridade e o nível de alfabetização/letramento. Para formar os grupos de alunos, que são atendidos de manhã pelas professoras Rosmari Gonçalves e Zilá Oliveira (no 1º semestre foram atendidos pela professora Rosa Rabelo) e à tarde pela professora Yara Lourenço, foi aplicada, no início do ano letivo, uma avaliação diagnóstica. Estão sendo atendidos mais de trinta alunos em cada turno, separados em pequenos grupos, com horários específicos. 27 Já o Projeto Tempo de Ouro, elaborado pela Escola em 2007, e que utiliza verbas do PAP, atende aos alunos garantindo-lhes duas horas semanais de atividades além do horário normal de aulas. Nesse projeto, são desenvolvidas oficinas de jogos e vivências corporais, com as oficineiras Lyz e Mônica, estudantes de Educação Física e Pedagogia. Aos alunos do 1º e 2º ciclos também são oferecidas oficinas de atendimento pedagógico com a professora Rosimari Bruschi. Para que os projetos desenvolvidos alcancem seus objetivos, é importante a freqüência e a participação de cada aluno, bem como o acompanhamento de suas respectivas famílias. Essas iniciativas se somam às ações que todos os professores, coordenadoras e direção vêm desenvolvendo cotidianamente a fim de que todos os alunos da EMJMH sejam leitores e escritores competentes. Projeto: Brincadeira é coisa séria! 28 Na escola José Madureira Horta brincadeira é coisa importante e muito séria! É que aqui existe um projeto do 1º turno que visa tornar a hora do recreio um momento prazeroso e proveitoso. Todos os dias as turmas são divididas em dois recreios para que o espaço no pátio da escola seja usado com tranqüilidade por todos. Além disso, algumas ações são realizadas diariamente para que os alunos possam se relacionar com respeito e companheirismo. Entre elas, destacam-se o uso de jogos de mesa tradicionais da cultura brasileira (dominó, jogo de pregos, resta um e muitos outros), o uso de brinquedos coletivos (corda, bola,etc.) e a Gincana Temática do recreio. Esses jogos e brinquedos pedagógicos, além de divertirem ajudam no desenvolvimento de habilidades necessárias ao processo de aprendizagem, desenvolvem hábitos cordiais de convivência e a capacidade de se respeitar regras. A Gincana, por sua vez, traz informações e conhecimentos gerais sobre assuntos do dia-a-dia da escola, estimulando os alunos a pesquisar, analisar e refletir. Assim, jogando e brincando no recreio, os alunos do “Madureira” estão sempre fazendo coisa muito séria! 29 Projeto: Animais Desde o início do ano, os alunos do início do 1º ciclo(tarde) estão trabalhando com o projeto dos animais, tendo por objetivo conhecê-los melhor, adquirir e aprimorar o processo de aprendizagem da leitura e da escrita, de forma agradável, pois o tema é muito apropriado para a faixa etária. Foi com uma visita ao zoológico que todo o trabalho começou a ser desenvolvido. (Professoras responsáveis pela elaboração do projeto: Ana Eliza e Catarina) 30 PROPOSTA PEDAGÓGICA Ao solicitar à coordenadora do anexo o Projeto Político Pedagógico, fui informada de que ele ainda encontra-se em construção e não está na escola. Segundo a coordenadora, uma professora do prédio principal da escola levou-o para fazer correções e modificações, mas ainda não o devolveu. Por isso, não tive acesso a ele durante meu período de estágio. Então, solicitei à Sra. R, que me informasse algumas considerações a respeito da proposta pedagógica da instituição: “Oferecer as melhores condições aos nossos alunos, para que possam desenvolver suas potencialidades, crescer como pessoas responsáveis e positivas em relação ao mundo, sempre visando à integridade e o respeito ao próximo, preparando-se para os desafios de uma sociedade globalizada e competitiva. Ouvir e refletir sobre as demandas da sociedade e dos alunos, avaliar o nosso desempenho, em todos os aspectos, identificando o que podemos fazer ainda melhor. 31 Ensinar é nossa função primordial e para isso não medimos esforços. Desafiamos, cobramos e orientamos nossos alunos, para que se tornem capazes de fazer as melhores opções de vida, com segurança, conhecimento e consciência; queremos formar bons cidadãos”. RELATÓRIOS DE ESTÁGIO 01/10 /2010 Minha primeira visita à Escola Municipal José Madureira Horta, foi cercada de expectativas, sobretudo porque este é meu primeiro estágio em uma escola pública. Especialmente neste estágio de Gestão educacional, foi muito difícil conseguir uma escola que abrisse suas portas para esta experiência, mas não passou pela minha cabeça desistir. Até então, eu já havia percebido que não seria nada fácil. A Escola “Madureira”, como é chamada pela comunidade, possui turmas de ensino Fundamental e Médio e situa-se na região da Pampulha, especificamente no Bairro Santa Amélia. O 1º,2º e 3º ano do ensino Fundamental, ficam em um prédio anexo, e são atendidas 150 crianças no turno da manhã e 150 crianças no turno da tarde. Este primeiro contato com a instituição foi feito no período da tarde, horário estabelecido pela Sra. R2, coordenadora geral do prédio anexo. De antemão, a Sra. R. esclareceu seus horários, suas funções dentro da instituição - que vão desde o acompanhamento dos alunos até reuniões com os pais – e ficou estabelecido que meu horário de estágio será no período da tarde. Com relação ao projeto de intervenção, “R” me informou que talvez não fosse possível executá-lo na escola por não ser uma estagiária contratada pela 2 Por questões éticas, todos os nomes deste relatório serão mantidos em sigilo.Utilizarei apenas as iniciais. 32 prefeitura, mas disse que me auxiliaria na execução de um projeto que posteriormente pudesse ser aplicado por outros funcionários. Em um passeio pela escola, observei que há duas turmas para cada ano (1º,2º e 3º). A escola recebe alunos de inclusão e uma das queixas, é a falta de estagiários encarregados de acompanhar os alunos especiais. As salas não são muito grandes (cada uma comporta cerca de 25 alunos) e há pouca ventilação; algumas salas são mais escuras e outras mais arejadas e iluminadas. Há dois banheiros (feminino e masculino), um bebedouro que contém 6 torneiras, uma sala para almoxarifado, sala e banheiro dos professores. A escola é bem organizada e limpa, há lixeiras de coleta seletiva, a cantina é higienizada com freqüência e mesmo os funcionários que não são responsáveis pelamerenda, ao entrar na cozinha devem lavar as mãos e colocar a touca nos cabelos. 04/10/2010 Neste segundo dia de estágio os alunos dos 1º, 2º e 3º ano do ensino Fundamental, participaram de uma excursão no Parque Ecológico, próximo à orla da lagoa da Pampulha. A coordenação da escola é responsável por elaborar e enviar as circulares aos pais, solicitando a autorização dos mesmos para que os alunos participem da atividade. Aquelas crianças que não levam a autorização assinada, são orientadas a não comparecer à escola, pois não haverá aula, visto que todas as professoras participam da excursão. Sem os alunos, obviamente a escola fica mais tranqüila, porém pude perceber que os problemas de responsabilidade da direção e da coordenação são constantes. Algumas crianças foram impedidas de participar da excursão por indisciplina e a mãe de uma dessas crianças, ligou para a escola solicitando explicações e a coordenadora a informou sobre o motivo. Segundo “R”, este aluno tem várias ocorrências relacionadas á disciplina e seus pais não compareceram à última reunião convocada pela coordenação da escola para tratar sobre as questões relacionadas ao comportamento do referido aluno. 33 Neste mês de outubro, onde comemora-se o dia das crianças e também o dia dos professores, organizamos um mural para homenageá-los. Toda a direção da escola participam da elaboração deste painel, que é produzido com muito carinho para parabenizar e alegrar a escola. As crianças notam o empenho de todos em enfeitar a escola, elogiam e querem participar da execução dos murais. Pelo que pude perceber, o “Madureira” tem diversos projetos relacionados à busca da participação da comunidade em eventos organizados pela escola, buscando, sobretudo, o interesse da família em somar forças para buscar melhorias para que a instituição cresça cada vez mais. 05/10/ 2010 Este dia foi marcado pela discussão entre dois alunos do terceiro ano. A discussão começou, porque um dos alunos fez uma brincadeira de mau gosto com o colega, os dois se desentenderam e “T” furou “L” com o lápis de escrever. Como de costume, os alunos foram encaminhados à coordenação que fica responsável em solucionar o caso. No “Madureira”, há um caderno para registro das ocorrências, onde o fato é anotado e as pessoas envolvidas assinam o caderno, como forma de confirmar o que foi registrado e assumir um compromisso de que o ato não mais se repetirá. A última ocorrência no caderno da coordenação foi assinada justamente pelo aluno “T”, que por vezes é conduzido á coordenação por motivo de mau comportamento. A coordenadora “R”, após o registro, orientou aos alunos que a escola não é um local de fofocas ou brigas, principalmente no horário de aula, durante a explicação do professor. Pela reincidência e pela gravidade da situação (uma agressão física), o aluno “T” levou um comunicado aos pais, onde a coordenadora solicita a presença de um dois responsáveis para que o aluno assista às aulas. 06 /10/2010 Seguindo meus compromissos com o estágio, como ainda não terminei meu projeto de gestão, estou auxiliando a coordenadora na organização dos registros pedagógicos das turmas do anexo, onde basicamente faço a 34 separação das atas de reuniões, resultados da Prova Brasil e de outras avaliações feitas em sala de aula. Estes registros ficavam organizados em uma única pasta. Minha tarefa então foi a de organizar uma pasta para cada professora (turnos da manhã e da tarde) e colocar estes registros na pasta equivalente, para facilitar a localização destes registros quando estes forem solicitados. Ao que pude perceber, apesar de ser uma escola organizada, a EMJMH também sofre com os problemas de verba para a compra de materiais. Quando fui solicitar as pastas para o arquivo, fui informada de que não estavam disponíveis, tivemos então que improvisar utilizando pastas antigas e fazendo os marcadores com papel cartão. 07 /10/2010 O dia maluquinho foi estipulado pela coordenação, para marcar as atividades da escola que tiveram como objetivo, a leitura de obras do escritor Ziraldo. Fazendo uma alusão ao seu personagem mais popular: “O menino Maluquinho”, este dia foi marcado pela caracterização das crianças de um jeito bem “maluco”. A coordenação escreveu bilhetes aos pais, solicitando que as crianças comparecessem à escola fantasiadas. Foi um dia muito divertido. Os alunos riram bastante das fantasias (as professoras também se fantasiaram) e brincaram com toda a escola, que viveu um momento engraçado e diferente de todos os dias. Em comemoração à semana dos professores, a coordenação contratou um mágico para alegrar a tarde. Foi fantástico ver a alegria das crianças marcada por um momento de diversão e magia. A escola toda parou para assistir a apresentação em comemoração ao dia das crianças que será na semana seguinte, onde a escola ficará de recesso. 08/10/2010 A coordenadora foi procurada pela mãe de uma aluna inclusiva, que atualmente está sem estagiária. A princípio, ela fez um apelo à coordenadora, solicitando que seja contratada uma estagiária para auxiliar sua filha durante as 35 aulas. Segundo R (coordenadora), ela constantemente cobra dos responsáveis na Prefeitura este estagiário (a), mas não tem obtido sucesso. Isso porque, a Prefeitura demora cerca de 1 mês para preparar os estagiários e assim encaminhá-los á escola. Enquanto isso, pais, professores ficam insatisfeitos e o aluno com sua aprendizagem prejudicada pela falta de uma atenção especial. Seguindo, conversei com a coordenadora sobre meu projeto de estágio, onde a idéia é a realização de um questionário3 direcionado às professoras do anexo, cujo objetivo é a busca de sugestões para melhorias com relação à disciplina na escola. Juntas, elaboramos as perguntas que constarão no questionário. A etapa seguinte é a digitalização e impressão dos mesmos, para que posteriormente sejam entregues às professoras. Durante a elaboração das perguntas, questionei a coordenadora se de fato as professoras seriam receptivas com este projeto, ou hesitariam em responder as perguntas. Segundo R, existe essa possibilidade sim, mas como é um projeto que visa um bem comum, que é a melhora da disciplina, ela acredita que possamos contar com a maioria das professoras. Ao elaborar o questionário, pensamos em perguntar às professoras, qual o perfil dos alunos que mais são encaminhados à coordenação devido ao mau comportamento, pois a coordenadora acredita que muitos deles, apresentam determinadas atitudes por influência do espaço familiar no qual convivem. 18/10/2010 Com a matriz do questionário pronto, fiz as cópias e especificamente neste dia, resolvi ir às salas dos professores e explicar a cada um o motivo do questionário. Como eu já previa, houve professoras que reclamaram, outras foram mais solícitas e algumas indiferentes. Quando eu expliquei que este questionário fazia parte do meu projeto estágio em gestão, percebi que algumas torceram o nariz. Mas, quando informei que ele foi elaborado junto à coordenação e que tratava-se de uma espécie de 3 O modelo de questionário encontra-se no anexo deste caderno. 36 colaboração para tratar a questão da indisciplina na escola, percebi que houve algum interesse, mas nada muito animador. Acredito que este tipo de reação das professoras, é de fato um reflexo da educação pública, pois muitos se queixam do fato de que a escola não faz uma gestão democrática, mas quando estão diante de uma oportunidade como esta (a de expor suas opiniões e sugerir), criticam ou não dão a devida importância. Atitudes conformistas como estas, me fazem refletir sobre como um gestor escolar deve estimular osprofessores, para que eles se conscientizem da importância da democracia na escola. Após a entrega do questionário, informei às professoras que elas poderiam levar o questionário para a casa e trazer respondido na semana seguinte, para encaminhar à coordenadora. 19 /10/2010 Hoje, 10 crianças do 1º ao 3º ano que participam de um projeto na escola intitulado “Invasores Poéticos”, farão uma apresentação no Parque Municipal. Os “Invasores Poéticos” é um projeto que surgiu em 2006 com o objetivo principal de resgatar a poesia na escola, sensibilizando nossos alunos através de autores conhecidos como Cecília Meireles, Carlos Drummond de Andrade, Guimarães Rosa, entre outros. A coordenadora ficou encarregada de organizar o figurino das crianças; trata- se de uma roupa especialmente confeccionada para as apresentações e que se assemelha à roupa dos trovadores. As crianças colocam um colete, blusa social, um chapéu vermelho, meias ¾ e sapatilhas. Todos estavam ansiosos pela apresentação que foi organizada por uma das professoras, a Sra. N. As secretárias da escola, assim como as outras professoras de apoio à coordenação, também colaboram com os preparativos. Ajudei as crianças a se vestirem e também pedi para que elas recitassem mais uma vez os versos. Fiquei muito emocionada com a apresentação, pois percebi 37 em todos uma dedicação muito grande com o projeto. São crianças faceiras, com um olhar encantador e que de fato, transformam a poesia com suas interpretações. 25/10/2010 A coordenadora solicitou que a mãe do aluno N, comparecesse à escola para uma reunião. A professora do 2º ano fez esta solicitação, porque não consegue controlar N durante as aulas. Ele desobedece, levanta da carteira durante as atividades e constantemente está envolvido em brigas durante o recreio. Em uma reunião anterior, há alguns meses atrás, R (a coordenadora) havia solicitado que a mãe de N procurasse o auxílio de uma psicóloga. A mãe do aluno informou que o convênio não cobre psicólogos e que o filho não é uma criança maldosa. Ele acredita que ele seja inquieto e hiperativo, mas também acha que os colegas o humilham, chamando-o de burro, provocando-o e por isso ele revida com as agressões. A mãe disse que todos colocam a culpa em N porque ele não tem boa fama na escola. R informou que não ocorre uma perseguição com N e que suas atitudes refletem diretamente no aprendizado, por isso ela acredita que a mãe deva o mais rápido possível, procurar apoio psicológico para o filho, já que seu rendimento escolar tem sido insatisfatório. A mãe pareceu preocupada com o filho e prometeu tomar providências. Em um segundo momento, fui até as salas verificar se alguma professora havia respondido o questionário. Não me surpreendi ao receber apenas 2 questionários respondidos. Três professoras não responderam porque não se lembraram e uma não respondeu porque perdeu a folha. Com esta última professora em especial, sinto- a pouco receptiva com meu trabalho na instituição. Ela foi uma das professoras que não recebeu o questionário com satisfação e reclamou do fato de ter de respondê-lo já que tinha muito trabalho para fazer. Quando eu perguntei se ela queria que eu levasse outra folha, ela disse que não, porque a perderia novamente. 38 Situações como esta com a professora que recusa-se a colaborar com questões que envolvem melhorias para toda a escola, são muito frustrantes, principalmente para mim, que pretendo seguir a carreira de docente. Isso porque a escola necessita do apoio e da participação de todos para buscar melhorias. 26/10/2010 Hoje, meu dia de estágio foi mais uma vez marcado por uma reunião com a mãe do aluno A, uma criança surda, portanto, aluno de inclusão e que em apresentado alguns problemas de comportamento na escola. A queixa da mãe de A, é a de que a prefeitura ainda não providenciou uma estagiária para acompanhá-lo em sala de aula. “A” não permanece a tarde toda na escola, sua mãe vai buscá-lo antes do recreio, porque segundo ela, o filho fica cansado e com sono depois das 16hs; por isso acaba atrapalhando a professora e os colegas. A coordenadora R informou à mãe de A que este tem sido um dos grandes problemas da escola, porque a providência de uma estagiária não depende apenas da coordenação que faz a solicitação, mas da prefeitura que é a responsável por encaminhá-los à escola. Segundo R, dos 6 alunos de educação inclusiva da escola, apenas uma é acompanhada por uma estagiária contratada pela prefeitura, as outras crianças estão sem estagiária, por isso, constantemente faltam às aulas, ou quando comparecem, choram e pedem para ir embora. A coordenadora mostra-se sempre sensibilizada com o apelo das mães dos alunos de inclusão; ela sabe que esta é uma luta diária na busca de uma educação de qualidade para estas crianças, que ainda vêem na inclusão uma esperança no caminho para a aprendizagem. 39 Considerações Finais A experiência de Estágio na escola Municipal José Madureira Horta, foi de grande importância para minha formação como docente. Cercada de expectativas por tratar-se da primeira escola pública na qual fui recebida como estagiária, pude perceber durante este período, que a instituição é de fato comprometida com suas propostas para uma educação de qualidade. Entre projetos e estratégias de ensino, a escola busca uma parceria com a comunidade de uma maneira muito bem estruturada e que gera soluções produtivas para todos. Assim como outras instituições públicas, infelizmente também tem suas deficiências de recursos, principalmente financeiros, mas estas dificuldades são superadas com muito esforço e dedicação de todos, não apenas da direção. Percebi que o sucesso da escola pode ser atribuído, sobretudo à união com que todos procuram trabalhar, unindo forças em busca de uma escola melhor. Desde meu primeiro dia na instituição, fui acolhida por todos com muito carinho. A coordenadora sempre foi muito solícita durante minhas atividades como estagiária e com os alunos, apesar não ter um contato direto em sala de aula, também pude aprender muitas coisas. Nessa trajetória, aprendi a importância de um planejamento escolar bem feito, da união entre escola e família, que a autoridade não deve sobrepor a amorosidade e principalmente, de que a dedicação e o trabalho de um gestor fazem parte de uma caminhada árdua. É necessário que haja um exercício e uma dedicação constantes; dentro e fora da escola. 40 ANEXOS 41 REDE METODISTA DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS CURSO DE PEDAGOGIA SUGESTÕES OFERECIDAS PELO CORPO DOCENTE PARA BUSCAR MELHORIAS COM RELAÇÃO À INDISCIPLINA DENTRO DA ESCOLA MUNICPAL JOSÉ MADUREIRA HORTA Mariana dos Santos Gomes CENTRO UNIVERSITÁRIO METODISTA IZABELA HENDRIX BELO HORIZONTE OUTUBRO 2010 42 Sugestões oferecidas pelo corpo docente para buscar melhorias com relação à indisciplina dentro da Escola Municipal José Madureira Horta Apresentação: A escola Municipal José Madureira Horta, situa-se à Rua Joaquim Raymundo Braga, número 40 no Bairro Santa Amélia, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Atendendo alunos nos níveis Fundamental e Médio, recentemente, a escola organizou um espaço anexo ao prédio principal, onde estudam 300 crianças matriculadas no 1º;2º e 3º ano (Fundamental) nos turno da manhã e da tarde. A Sra. Regina Coeli de Araújo, é coordenadora geral do prédio anexo; sendo assim, é responsável também por receber os alunos encaminhados à coordenação pormotivos de indisciplina, objetivando solucionar as questões referentes ao mau comportamento dentro da instituição. Segundo BOLSANELLO (1990,p.163): A agressividade é uma questão inteiramente vital. Relacionada com a doença de um mundo em que o ódio floresce do berço ao túmulo. Há - como é natural - muito amor neste mundo. Se não fosse assim, poderíamos desesperar a humanidade. Cada pai e cada educador antes de sê-lo, deve tomar conhecimento disso e tentar conscientizar- se da gravidade e complexidade do problema. Cada pai e cada educador deveria tentar descobrir, seriamente o amor em si próprio para poder tentar coibir esta agressividade (Bolsanello, 1990, p.163) Assim, o educador comprometido com o ofício de ensinar deve manter atitudes de respeito e solidariedade em todos os momentos. O aluno violento, não é constituído apenas de ódio e sentimentos de brutalidade. Todos somos capazes de amar e sermos amados, por isso a importância de uma intervenção adequada - da família e da escola - para que diante de um problema tão complexo, possa fazer com que a criança mude suas atitudes de agressividade. Problema: Evidenciar a importância de um trabalho coletivo na busca de soluções ao problema da indisciplina na Escola Municipal José Madureira Horta. 43 Hipóteses: • Qual a freqüência das ocorrências relacionadas ao mau comportamento na instituição? • Que medidas são tomadas quando o aluno demonstra algum tipo de mau comportamento? • Qual o perfil dos alunos envolvidos na maioria das ocorrências? Justificativa: O presente projeto busca desenvolver um caminho para que os professores e a coordenação possam de maneira integrada, procurar soluções para a questão da indisciplina dentro da instituição, visto que o mau comportamento de alguns alunos, afeta diretamente todo o contexto da escola, não apenas no sentido de atrapalhar a ordem, mas principalmente de sobrecarregar o gestor com questões que devem ser discutidas e trabalhadas por toda a comunidade escolar. Objetivos: Objetivo geral: Identificar as propostas dos professores a respeito das atitudes que devem ser tomadas juntamente com a coordenação da escola na busca de soluções para a questão da indisciplina. Objetivos específicos: • Compreender a importância de um trabalho coletivo para um combate efetivo às agressões e disputas entre os alunos; • Apontar medidas de combate ao comportamento agressivo; • Buscar soluções para diminuir a quantidade de ocorrências na escola. Referencial teórico: A agressividade é um instinto comum ao ser humano. Ser agressivo a todo tempo, no entanto, não é algo natural. Quando nos deparamos com uma 44 criança agressiva, possivelmente nossa primeira atitude é a de choque e de julgamento. Temos em mente a imagem de que as crianças são seres imaculados e angelicais, por isso não acreditamos que possam esses seres tão puros ser capazes de nutrir o sentimento de ódio e a manifestação de raiva, sobretudo com outras crianças. O fato é que tão natural quanto amar e manifestar carinho, também é manifestar com agressividade a desaprovação por algo ou por alguém. Segundo o dicionário Aurélio (2009, p.64) agressividade é: “Qualidade de agressivo. Disposição para agredir. Dinamismo, atividade, energia, força. Disposição para o desencadeamento de condutas hostis, destrutivas, fixada e alimentada pelo acumulo de experiências frustradas”. Sendo assim, a agressividade pode ser entendida como uma disposição para agredir; podendo gerar comportamentos que caracterizam hostilidade a partir de situações que podem ser consideradas pelo agressor como inaceitáveis, inadmissíveis. Uma frustração pode desencadear um comportamento agressivo. Para TRIAN (1997), Além de controlar a agressividade, os grupos de convivência infantil e as pré-escolas podem também estimulá-la. O comportamento agressivo muitas vezes não é notado por supervisores. (...) É interessante notar que as crianças tendem a imitar a agressividade de outras crianças em vez da agressividade do adulto: quando se pretende que a criança refine sua agressividade, é essencial que ela tenha a vivência de uma situação de grupo na qual há uma mistura apropriada de crianças” (TRIAN, 1997. p.48) Acredito que quando a escola solicita a presença dos pais para um diálogo aberto sobre a agressividade de seu filho, abre espaço para uma discussão acalorada - e por que não dizer tensa -, da realidade explícita de um aluno que demonstra agressividade com os colegas e com os professores. Muitas vezes, os pais negam que a criança apresente este tipo de comportamento em casa e chegam a questionar o educador sobre as descrições da agressividade de seu filho. O professor deve perceber os motivos que levam a criança a manifestar sua insatisfação através de atitudes hostis, para que através de um trabalho contínuo e eficiente possa desenvolver medidas adequadas para resolver essas questões. Segundo Paggi e Guareschi (2004): No discurso social atual ouvimos, cada vez mais, que as crianças estão ‘sem limites’, exigem coisas, não toleram esperar, chegando às vezes a 45 apresentarem dificuldades de convivência social. Os pais sentem-se vítimas e não sabem como conduzir as situações que envolvem o estabelecimento de regras morais. (p.71) Segundo Piaget (1982,p.13), a fase do egocentrismo infantil vai aproximadamente dos 4 aos cinco anos de idade. Na fase escolar, o processo de condução da criança para que ela saia de sua fase naturalmente egocêntrica em seus primeiros anos de vida, para que gradativamente caminhe para a heteronomia e posteriormente adquira sua autonomia, é o objetivo da educação moral. “a moral está intrínseca e necessariamente vinculada ao trinômio cultura/história, sociedade e natureza humana”. (PEREIRA, 1991, p.14)4 Não podemos nos esquecer, no entanto, que o egocentrismo é uma característica presente nas crianças e que faz parte de seu desenvolvimento, que, segundo Piaget (1982,p.15), ocorre de dentro para fora, ou seja: a criança primeiro internaliza determinado comportamento para depois externá-lo. O fato de entender que a agressividade é algo natural, não impede, contudo que não deva existir limites na infância. Muitas vezes o dilema vivido pelos educadores é justamente o de como agir diante das atitudes agressivas e violentas de seus alunos. Para Rogge (2006), “os limites significam que a criança deve considerar e respeitar os limites do outro”. (p.240). Metodologia: A metodologia deste projeto consiste na elaboração de um questionário com perguntas abertas e fechadas que deverá ser respondido diretamente pelas professoras da Escola Municipal José Madureira Horta. Serão entrevistadas seis professoras do período da tarde, responsáveis pelas turmas de 1º,2º e 3º ano do Ensino Fundamental. Recursos necessários: Computador, impressora e folhas em tamanho A4 para impressão dos questionários. 4 PEREIRA, Otaviano. O que é moral. São Paulo: Brasiliense, 1991 46 Avaliação: O projeto será avaliado, levando em consideração as respostas apresentadas nos questionários. Assim que forem recolhidos, os questionários serão encaminhados à coordenação da EMJMH para posterior leitura e discussão com o corpo docente. Cronograma: MÊS AGOSTO 2010 SETEMBRO 2010 OUTUBRO 2010 NOVEMBRO 2010 DEZEMBRO 2010 Escolha da Instituição X X Entrevista com coordenação X Elaboração e distribuição do questionário X X Devolução dos questionários preenchidos X X Reunião coma coordenadora para leitura e discussão das respostas obtidas X Entrega Final X 47 Referências: BOLSANELLO, Aurélio. Conselhos – Análise do Comportamento Humano em Psicologia. 18º ed. São Paulo: Brasileira S. A., 1990. PIAGET, jean e INHELDER, Bärbel. A psicologia da criança. São Paulo: DIFEL, 1982. PEREIRA, Otaviano. O que é moral. São Paulo: Brasiliense, 1991. ROGGE, Jan-Uwe. Crianças precisam de limites – e elas esperam isso de você. São Paulo: Editora Gente, 2006. TRAIN, Alan. Ajudando a criança agressiva: como lidar com crianças difíceis. Campinas: Papirus, 1997. 48 Cara Professora, Buscando melhorar a disciplina na escola, elaboramos um questionário para que você possa dar sugestões e expor sua opinião a respeito das questões que envolvem a disciplina em nossa instituição. Sua participação é de extrema importância para que juntos, possamos manter a escola como um espaço de boas convivências e de aprendizagens. Q u e s t i o n á r i o 1. Quais são os alunos que apresentam indisciplina em sua sala? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2. Você atribui esta indisciplina a quais fatores? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 3. Com que freqüência você encaminha o aluno indisciplinado à coordenação? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 4. As medidas que são tomadas pela coordenação tem sido suficientes para combater a indisciplina? Por quê? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 49 5. Que outras medidas você sugere para minimizar estas questões?
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