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Morfologia – BCM Valdir Med20 O Núcleo O núcleo é delimitado pela carioteca ou envoltório nuclear que é composta por duas membranas concêntricas que continuam com a membrana do RE. O envoltório nuclear apresenta inúmeras perfurações – chamadas de poros – que comunicam o interior do núcleo com o citosol. Além disso, encontra-se reforçado por duas malhas de filamentos intermediários, uma que se apoia sobre a superfície interna do envoltório – a lâmina nuclear – e a outra que o faz sobre a superfície externa. No compartimento nuclear estão localizados: quarenta e seis cromossomos; várias classes de RNA; o nucléolo; diversas proteínas . Estes elementos se encontram dispersos na matriz nuclear ou nucleoplasma cuja composição é escassamente desconhecida Envoltório Nuclear – Carioteca É composto por duas membranas concêntricas. Estas se unem ao nível dos poros que se acham distribuídos mais ou menos regularmente por todo o envoltório. O espaço entre as membranas “espaço perinuclear” comunica-se com a cavidade do RE. A membrana externa continua com a membrana do RE. A membrana interna é sustentada pela lâmina nuclear que é uma malha delgada de filamentos laminares (laminofilamentos) entrecruzados. A lâmina nuclear confere resistência ao envoltório nuclear e estabelece sua forma , geralmente, esférica. Os poros do envoltório nuclear são estruturas complexas. Neles existe um conjunto de proteínas chamadas nucleoporinas que compõem um estrutura denominada de complexo do poro e que consta dos seguintes elementos : oito colunas proteicas que formam um parede cilíndrica em torno da qual a membrana externa do envoltório nuclear continua com a membrana interna; proteínas de ancoragem que amarram as colunas proteicas ao envoltório nuclear; proteínas radiais que surgem das colunas e se orientam para o centro do poro, como se encurtam e se alongam, convertem o complexo do poro em um diafragma; fibrilas proteicas que nascem nas aberturas interna e externa do complexo e se projetam para o nucleoplasma e citosol respectivamente. A passagem de macromoléculas através do complexo do poro é regulada. As macromoléculas que ingressam no núcleo são as proteínas e certos RNA pequenos, já as que saem , são proteínas envelhecidas ou que deixaram de funcionar e diversos tipos de RNA combinados com proteínas. As proteínas destinadas ao núcleo ingressam estando pregueadas, já que adquirem suas estruturas terciárias e quaternárias no citosol após o término de sua síntese. A entrada de proteínas no núcleo se realiza mediante um mecanismo seletivo que permite o ingresso somente das proteínas apropriadas que tem o peptídeo sinalizador “os mais estudados são o NSL que não interagem diretamente com o complexo do poro e sim com um proteína denominada importina”. A passagem de um proteína do citosol para o núcleo através do complexo do poro ocorre em várias etapas. Inicialmente, a proteína se liga a importina por meio da NSL, e ambas são colocadas próximo ao complexo do poro. A passagem exige que a importina seja guiada pelas fibrilas proteicas externas e internas do poro. Durante a passagem é gasto um GTP, cuja a hidrólise é feita pela proteína RAN, um grupo de GTPases associadas a prote´´inas reguladoras GEF e GAP. Quando o complexo importina – proteína ingressa no núcleo também o faz a Ran – GDP. Já no núcleo, a GEF substitui o GDP por GTP, produzindo Ran – GTP que liga ao complexo importina – proteína. Após essa ligação a importina se torna independente da proteína que fica retida no núcleo; e a importina e a Ran – GTP permanecem unidas, atravessam o complexo do poro e retornam ao citosol. Nele, a GAP induz a Ran a hidrolisar o GTP a GDP e P. Finalmente, a Ran – GDP e a importina livres podem ser reutilizados para fazer ingressar novas proteínas no núcleo. As proteínas que saem do núcleo dependem também da Ran e de sinais específicos para atravessar os poros do envoltório nuclear. Os peptídeos sinalizadores são denominados NES e são reconhecidos por proteínas equivalente as importinas, chamadas de exportinas. A passagem de um proteína do núcleo para o citosol através do complexo do poro ocorre em várias etapas: a proteína se une a exportina por meio da NES; a Ran – GTP se une a proteína por meio da exportina. Unidas, elas se aproximam do poro nuclear, atravessando – o, durante a passagem, a exportina é guiada pela fibrilas proteicas do complexo do poro. Ao termino da passagem induzida pela GAP, a Ran – GTP hidrolisa o GTP a GDP e P do que resulta e Ran – GDP. Isso faz com que todos os componentes se tornem independentes. A proteína fica retida no citosol. E os outros retornam ao núcleo separadamente para que possam ser reutilizados para transferir novas proteínas para o citosol. Com relação às moléculas de RNA, saem do núcleo combinadas com proteínas, embora estejam impedidas de fazê – lo se não completarem seu processamento. CROMOSSOMOS Cada cromossomo é constituído por um molécula muito longa de DNA associada a diversas proteínas. Essas proteínas associadas são classificadas em dois grandes grupos: as histonas e as proteínas não – histônicas. O complexo formado pelo DNA e proteínas é chamado de cromatina. A cromatina é o material que compõe os cromossomos. No cromossomo existem duas estruturas que são imprescindíveis para a replicação. São elas: o centrômero ou constrição primária; os telômeros que correspondem asextremidades dos cromossomos cujo DNA se replica de uma maneira diferente do restante do DNA, o seu DNA contém uma sequencia especial de nucleotídeos que se repetem muitas vezes, devido a sua localização, ele está exposto a riscos: pode se fundir com o DNA de outros telômeros ou pode ser degradado por uma nucleasse, o seu DNA é protegido por um capuz de proteínas denominado TRF. O enorme comprimento do DNA exige que sua replicação tenha início em muitos pontos simultaneamente a fim de que a sua duração seja relativamente curta. Esses pontos são denominados origens de replicação, e neles tem uma sequencias de nucleotídeos especiais. Na molécula de DNA estão depositadas as informações genéticas da célula, e todas as células tem um conjunto virtualmente idêntico de moléculas de DNA. A totalidade da informação genética depositada no DNA leva o nome de genoma. A capacidade ou incapacidade funcional do DNA, ou seja, sua aptidão ou sua incompetência para gerar moléculas de RNA baseia – se na sequencia de seus nucleotídeos. O DNA exibe sequencias de nucleotídeos que se transcrevem “genes” e outros que apresentam sequencias aparentemente prescindíveis ao menos à luz do conhecimento atual. O DNA se apresenta 75% por sequencias de nucleotídeos não repetidas “copias únicas” ou que se repetem muito pouco. O restante corresponde a sequencias de nucleotídeos que se repetem muitas vezes, chamados de DNA repetitivo. Existem dois tipos do DNA repetitivo: o disposto em turnos e o disperso. Ao DNA disposto em turnos pertencem o DNA satélite, microssatélite e os minissatélites A categoria dos minissatélites pertencem o DNA repetitivo dos telômeros e o DNA hipervariável. Já o DNA repetitivo disperso, existe dois tipos : o SINE e o LINE. As células somáticas humanas tem 46 cromossomos divididos em 22 pares de autossomos mais um par de cromossomos sexuais. Na mulher, os dois membros do par sexual são iguais, porem isto não ocorre no homem. Os DNA dos 46 cromossomos contêm em conjunto 3 x 10 a nona pares de nucleotídeos. Em média, uma molécula de DNA de um cromossomo humano. Se estivesse completamente estendida mediria cerca de 4 cm de comprimento. A célularesolveu isso fazendo com que a molécula de DNA se enrolasse sobre si mesma. O grau de enrolamento varia segundo o momento do ciclo em que a célula se encontra: é mínimo durante a interfase e máximo quando a célula está prestes ase dividir. As histonas desempenham um papel fundamental no enrolamento da cromatina. Trata-se de proteínas básicas que possuem uma alta proporção de lisina e arginina , aminoácidos carregados positivamente. Isso contribui para a união das histonas as moléculas de DNA nas quais predominam cargas negativas. Existem cinco tipos de histonas chamadas H1, H2A , H2B, H3 e H4. A H1 existem seis subtipos. As quatro ultimas levam o nome de histonas nucleossômicas porque as moléculas de DNA se enrola em torno delas para formar os nucleossomas “estrutura octamérica” que constituem as unidades básicas do enrolamento da cromatina. O octâmero das histonas tem a forma de cilindro baixo e está envolto por um pequeno segmento de DNA que percorre sua circunferência quase duas vezes. As duas voltas do DNA se fixam ao núcleo de nucleossoma graças à histonas H1. O complexo formado pelo nucleossoma mais a H1 recebe o nome de cromatossoma. Na cromatina existem duas proteínas acessórias ácidas que ajudam as histonas para que se liguem entre si “proteína N1 e nucleoplasmina”; a primeira associada a H3 e H4, e a segunda associada a H2A e H2B. Os nucleossomas estão separados por segmentos de DNA espaçadores de comprimento variável. Para que possa ser contida no pequeno espaço que o núcleo lhe oferece, a cromatina deve sofrer novos e sucessivos graus de enrolamento, cada vez maiores. Estes novos enrolamentos são induzidos por um complexo de proteínas nucleares chamadas condensinas. Em um primeiro momento, os cromossomos se enrolam sobre si mesmo e dão lugar uma estrutura helicoidal chamada solenoide. A cromatina cada vez mais se compacta, assim, a fibra forma laços ou alças de comprimento variado que nascem de um eixo proteico constituído por proteínas não – histônicas. Considera – se que cada laço constituiria uma unidade de replicação do DNA e provavelmente uma unidade de transcrição , ou seja, um gene. Durante a interfase, a cromatina condensada recebe o nome de heterocromatina; já a eucromatina é aquela menos compacta. Existe uma relação direta entre o grau de enrolamento e a atividade transcricional do DNA. A cromatina menos compactada é a que tem o DNA transcricionalmente mais ativo, ao contrário, a cromatina mais condensada é inativa do ponto de vista transcricional. A esta categoria pertence a heterocromatina e o setor de eucromatina onde o enrolamento se acha num grau intermediário entre a eucromatina ativa e a heterocromatina. Durante a interfase, a cromatina altamente condensada que se encontra de maneira constante em todos os tipos celulares, ou seja, como componente estável do genoma, não conversível em eucromatina, recebe o nome de heterocromatina constitutiva. Já a heterocromatina facultativa àquela detectada em localizações que variam em diferentes tipos celulares ou nas sucessivas diferenciações de uma determinada célula de modo que setores que apareçam como heterocromatina em um tipo celular ou em uma etapa de sua diferenciação, em outros tipos celulares e em outras etapas se apresenta como eucromatina. O conjunto de cromossomos ordenados segundo um critério preestabelecido recebe o nome de cariótipo. As 46 unidade normalmente presentes nas células humanas constam de 23 pares de homólogos. 22 deles estão presentes tanto na mulher como no homem e recebem o nome de autossomos. O par restante é conhecido como par sexual. O centrômero desempenha um papel essencial na separação das cromátides irmãs durante a anáfase que segue a metáfase. Sua presença divide as cromátides do cromossomo metafásicos em dois braços, geralmente, um mais longo que o outro “curto (p) longo (q). Os extremos dos braços são denominados telômeros. De acordo com a posição do centrômero os cromossomos são classificados em três grupos: metacêntricos, submetacêntricos e acrocêntricos. Os acrocêntricos têm uma pequena massa de cromatina chamada satélite localizada no extremo livre do braço curto. Os satélites se encontram ligados no resto do braço curto por uma haste delgada de cromatina denominada constrição secundária. As técnicas de bandeamento dos cromossomos mais utilizadas são as seguintes: bandeamento G – os cromossomos são tratados com tripsina e corados com o corante de Giemsa; as bandas G escuras contém DNA ricos em pares de nucleotídeos; bandeamento Q – cromossomos tratados com quinacrina desenvolvem um padrão específico de bandas escuras intercaladas com outras brilhantes (Q); bandeamento R - os cromossomos são submetidos antes da coloração pelo Giemsa o que lhes dá um padrão de bandas escuras (R), nestas bandas há uma maior proporção de nucleotídeos G e C; bandeamentos C: cora de maneira específica segmentos de cromatina que permanecem condensados na interfase. Os componentes nucleares encontram-se ordenados espacialmente. É desconhecida, no núcleo, a existência de uma armação de filamentos equivalente à do citoesqueleto, projetada para sustentar os cromossomos. Durante a interfase, os cromossomos ocupam regiões especiais denominadas territórios cromossômicos que estão separados por espaços chamados domínios intercromossômicos, onde se encontram moléculas de RNA em trânsito para os poros nucleares ou se processando. Os padrões de distribuição dos telômeros, dos centrômeros e da heterocromatina variam nos diferentes tipos de células e se modificam ao longo do ciclo celular.
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