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Morfologia – Embriologia Valdir Med20 Placenta e Membranas Fetais A parte fetal da placenta e as membranas fetais separam o embrião ou feto do endométrio. O córion, o âmnio, o saco vitelino ( vesícula umbilical) e o alantoide constituem as membranas fetais. Placenta É um órgão maternofetal constituído por dois componentes: uma porção fetal originária do saco coriônico; e uma porção materna derivada do endométrio. A placenta e o cordão umbilical funcionam como um sistema de transporte das substâncias que passam entre a mãe e o feto. A placenta e as membranas fetais executam as seguintes funções e atividades: proteção, nutrição, respiração, excreção e produção de hormônios. Pouco depois do nascimento, a placenta e as membranas fetais são expelidas do útero, sendo então denominadas secundina. - Decídua: refere-se ao endométrio gravídico, a camada funcional do endométrio que se separa do restante do útero após o parto. Sua regiões recebem o nome de acordo com sua relação com o local de implantação: basal, capsular e parietal. Em resposta a níveis crescentes de progesterona no sangue materno, as células do tecido conjuntivo da decídua aumentam de tamanho, formando as células deciduais. As mudanças celulares e vasculares que ocorrem na decídua em resultado da gravidez denomina-se reação decidual. - Desenvolvimento da Placenta: o desenvolvimento inicial é caracterizado pela rápida proliferação do trofoblasto e pelo desenvolvimento do saco coriônico e das vilosidades coriônicas. Final da 3ª semana – arranjo anatômico necessário para trocas fisiológicas (mãe – feto). Final da 4ª semana – rede vascular complexa já se estabeleceu na placenta. - Membrana Placentária: consiste em tecidos extrafetais que separam o sangue materno do fetal. Até cerca de 20 semanas, a membrana placentária é formada por quatro componentes: sincíciotrofoblasto, citotrofoblasto, tecido conjuntivo das vilosidades e endotélio dos capilares fetais. Após a 20ª semana, ela passa a constituir somente em três camadas na maioria dos lugares. Ela age como uma barreira verdadeira somente quando a molécula tem um certo tamanho, configuração e carga. Possui três funções principais: metabolismo – sintetiza glicogênio, colesterol e ácidos graxos, que servem como fonte de nutrientes e energia para o embrião / feto, muitas de suas atividades metabólicas são críticas para as duas outras atividades principais da placenta; transporte placentário – o transporte de substâncias em ambas as direções entre a placenta e o sangue materno é facilitado pela grande superfície placentária, quase todos os materiais são transportados por um dos quatro métodos de transporte principais: difusão simples, difusão facilitada, transporte ativo e pinocitose; síntese e secreção endócrina - usando precursores provenientes do feto e/ ou da mãe, o sincíciotrofoblasto da placenta sintetiza hormônios proteicos( HCH, somatomamotrofina coriônica humana ou lactogênio placentário humano, tireotrofina coriônica humana, e corticotrofina coriônica humana) e esteroides. Parto É um processo durante o qual o feto, a placenta e as membranas fetais são expelidas do trato reprodutor materno. O trabalho de parto é uma sequencia de contrações uterinas que resultam na dilatação do colo uterino e na saída do feto e da placenta do útero. Vários hormônios estão relacionados com o início das contrações. O hipotálamo do feto secreta o hormônio liberador de corticotrofina (CRH) que estimula a hipófise anterior a produzir a produzir adenocorticotrofina(ACTH) que causa a secreção de cortisol pelo córtex da adrenal que esta envolvido com a síntese de estrogênio. Contrações do m. liso uterino são induzidas pela ocitocina liberada pela hipófise posterior, esse hormônio também estimula a liberação de prostaglandinas que estimulam a contratilidade do endométrio. Os estrogênios também aumentam a atividade contrátil do miométrio e estimulam a liberação de ocitocina e prostaglandinas. Estágios do trabalho de parto: Dilatação – progressiva do colo termina quando a cérvice totalmente dilatada Contrações regulares menores que 10 min Primeira gravidez duração média 12h Outras gestações cerca de 7h; Expulsão – colo totalmente dilatado e termina na saída do bebê Duração média 50min primíparas 20 min para multíparas ; Estágio da placenta – começa após o nascimento e termina na expulsão da placenta e membranas. - Placenta e as membranas fetais após o nascimento. A placenta geralmente tem forma discoide com diâmetro 15 a 20 cm, espessura de 2 a 3 cm e bordas da continuidade com o âmnio e o saco coriônico. - Superfície Materna da Placenta O aspecto de calçamento pé – de – moleque características da superfície materna da placenta é causado por áreas de vilosidades levemente salientes – cotilédones ,que são separados por sulcos ( antes septos placentários). -Superfície Fetal da Placenta Geralmente o cordão umbilical se prende a superfície fetal da placenta e seu epitélio é contínuo com o âmnio aderido à placa coriônica da placenta. Os vasos umbilicais ramificam-se na superfície fetal, formando os vasos coriônicos que penetram nas vilosidades coriônicas. -Cordão Umbilical Ligação do cordão umbilical com placenta, geralmente no centro deste órgão; diâmetro 1 a 2cm e comprimento 30 a 90 cm ( média 55 cm). A Ultrassonografia Doppler permite visualizar anormalidades na posição e na estrutura Cordões longos – pode ocorrer prolapso/ enrolar-se no feto Possui 2 artérias e 1 veia. Vasos mais compridos do que o cordão – torção/flexão. Âmnio e Líquido Amniótico O âmnio forma o saco coriônico membranoso cheio de fluido que envolve o embrião e o feto. Com o aumento do âmnio, ele oblitera gradualmente a cavidade coriônica e forma o revestimento epitelial do cordão umbilical. O líquido amniótico desempenha um papel importante no crescimento e desenvolvimento do embrião. Inicialmente, a maior parte deste fluido provém do fluido tecidual materno por difusão através da membrana coriônica da decídua parietal. O líquido amniótico é semelhante ao fluido dos tecidos fetais. Normalmente, seu volume aumenta de forma lenta e seu conteúdo de água é trocado a cada três horas; ele é deglutido pelo feto e absorvido pelos tratos respiratório e digestivo. Quase todo o líquido amniótico é água na qual material não dissolvido está suspendo. Contém partes aproximadamente iguais de sais inorgânicos e orgânicos dissolvidos. Metade dos constituintes orgânicos são proteínas, e a outra metade consiste em carboidratos, gorduras, enzimas, hormônios e pigmentos. Com o avanço da gravidez, a sua composição muda pelo acréscimo de excreta fecais. O líquido amniótico: Permite crescimento externo simétrico do embrião e do feto; barreira contra infecções; desenvolvimento dos pulmões fetais; impede a aderência do âmnio ao embrião /feto; barreira contra impactos; controlar temperatura corporal; movimentação do feto e manutenção da homeostasia dos fluidos e eletrólitos Saco vitelino (Vesícula umbilical) Pode ser observado na ultrassonografia no início da 5ª semana. Não é funcional no que diz respeito ao armazenamento de vitelo. Presença essencial por várias razões: papel de transferência de nutrientes para o embrião durante a 2ª e 3ª semana, quando a circulação uteroplacentária está sendo estabelecida; Formação do sangue – mesoderma extraembrionário vascularizado que recobre o saco vitelino, até a hematopoética se iniciar no fígado – 6ª semana; durante a quarta semana o Endoderma do saco vitelino é incorporado pelo embrião formando o intestino primitivo; Células germinativas primordiaisaparecem no revestimento endodérmico da parede do saco vitelino e na terceira semana, migram para as glândulas sexuais em desenvolvimento (espermatogônias e ovogônias). Alantoide Não é funcional nos embriões humanos, importante por 3 razões: formação de sangue ocorre em sua parede, da 3ª e 4ª semana; seus vasos sanguíneos persistem como veia umbilical e artérias umbilicais; e porção intraembrionária do alantóide vai do umbigo à bexiga. Com o crescimento da bexiga o alantoide involui tornando –se um tubo espesso, o úraco. Depois do nascimento, o úraco se transforma em um cordão fibroso, o ligamento umbilical mediano que se estende do ápice da bexiga até o umbigo. -Membranas Múltiplas em Gestações Múltiplas As gestações múltiplas trazem riscos maiores de anomalias cromossômicas e morbidade fetal do que as gestações simples. Os riscos são progressivamente maiores com o aumento do número de fetos. Gêmeos e Membranas Fetais: a s membranas e as placentas fetais variam de acordo com a origem dos gêmeos. Gêmeos dizigóticos: resultando da fecundação de 2 ovócitos por 2 espermatozoides, podendo ser do mesmo sexo ou sexo diferentes. Possuem sempre 2 âmnios e 2 córions, ,mas pode ocorrer de córions e placentas podem estar fundidos. Gêmeos monozigóticos: resultam da fecundação de 1 ovócito por 1 espermatozoide. São do mesmo sexo e geneticamente idênticos. A formação dos gêmeos geralmente começa no estágio blastocisto com divisão de 2 embrioblastos, cada um com seu saco amniótico, entretanto, compartilham mesmo saco coriônico e placenta. - Outros tipos de Nascimentos Múltiplos Trigêmeos podem provir de: 1 zigoto – idênticos; 2 zigotos – 2 gêmeos idênticos e 1 isolado; e 3 zigotos – podem ser do mesmo sexo ou sexo diferentes. Nos quádruplos, quíntuplos , sêxtuplos e sétuplos ocorrem combinações semelhantes.
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