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PRÁTICA SIMULADA - PENAL
	FIC/ESTÁCIO – PROFA.BRUNA SOUZA
	PROCEDIMENTO ORDINÁRIO
ALEGAÇÕES FINAIS
 Art. 403.  Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença. 
§ 1o  Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será individual.
§ 2o  Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação desse, serão concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa.
§ 3o  O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença.
 Art. 404.  Ordenado diligência considerada imprescindível, de ofício ou a requerimento da parte, a audiência será concluída sem as alegações finais. 
Parágrafo único.  Realizada, em seguida, a diligência determinada, as partes apresentarão, no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, suas alegações finais, por memorial, e, no prazo de 10 (dez) dias, o juiz proferirá a sentença.
1. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
ART. 403, §3º, CPP
Haverá memoriais (peça escrita) – quando tratar-se de caso complexo ou em virtude do número de acusados. Ou no caso de terem sido requeridas novas diligências. Ou ter sido o interrogatório realizado por meio de carta precatória.
* no caso de ter sido transformado os debates orais por memoriais sem as circunstâncias cabíveis – cabe correição parcial (error in procedendo)
2. PRAZO
Orais – 20 mim
Memoriais: 5 dias 
3. MOMENTO PROCESSUAL
FIM DA INSTRUÇÃO PENAL - AO FINAL DA AUDIÊNCIA UMA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO.
Em regra, serão apresentadas oralmente. Serão apresentados memoriais (escrito) no caso:
A critério do juiz – complex idade do caso;
A critério do juiz - número de acusados;
Ordenada nova diligência.
* No procedimento sumário não há previsão legal da substituição das alegações orais pelos memoriais. Todavia, a praxe forense é de que em havendo acordo na substituição dos debates orais por memoriais, estes poderão ser apresentados.
* No tribunal do Júri, as alegações serão orais e não gera nulidade sua ausência, pois poderá ser estratégia da defesa. Mas na prática, dada a complexidade 
Súmula 523, STJ – “No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.”. 
4. FINALIDADE
# PEDIDOS para a DEFESA:
1º ABSOLVIÇÃO (art. 386,CPP)*
2º PEDIDOS ALTERNATIVOS (no caso do pedido principal não ser acolhido) **
Preliminares: No procedimento ordinário, deve-se arguir as eventuais nulidades (art. 564 e art. 571,II, CPP) – não gera a absolvição, mas a anulação do ato viciado. A extinção de punibilidade (art. 107, CP) também deve ser arguida como preliminar, pois se trata de sentença declaratória e não absolutória, por isso pede-se a “declaração” e não “absolvição”..
* Absolvição (art. 386, CPP):
* Art. 386.  O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:
I - estar provada a inexistência do fato;
II - não haver prova da existência do fato;
III - não constituir o fato infração penal;
IV –  estar provado que o réu não concorreu para a infração penal;
V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal;
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e §1º do art. 28, todos do Código Penal, ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência;  
VII – não existir prova suficiente para a condenação.
Hipóteses:
Inexistência do fato ou não haver prova da existência do fato (I e II);
Não constituir o fato infração penal (III) – fato atípico;
Ausência de prova da participação/autoria do acusado ou dúvida na sua participação (IV e V);
Excludentes de ilicitude, de culpabilidade e causas de isenção ou dúvida sobre a sua existência (VI) - dúvida;
Não existir provas suficientes para a condenação – trata-se de uma cláusula genérica.
* Absolvição Sumária no Júri
Art. 415.  O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando: 
I – provada a inexistência do fato; (materialidade)
II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato; (autoria)
III – o fato não constituir infração penal; 
IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime.
DENUNCIA – CITAÇÃO – RESPOSTA A ACUSAÇÃO – AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO (DEBATES/MEMORIAIS) – SENTENÇA DE PRONUNCIA.
 
Objetivo dos memoriais no Júri: evitar que o juiz pronuncie o acusado – evitar que chegue a segunda a fase – o julgamento perante o Conselho de Segurança:
Demonstrar que não materialidade ou autoria – resultado: impronúncia;
Desclassificar para outro crime, que não seja de competência do Júri;
Absolver sumariamente, nos termos do art. 415, CPP (≠ Art. 397, CPP)
**
Pedidos alternativos – geralmente pede-se para enquadrar em um tipo penal mais brando, também se requere:
Afastamento de agravante;
Afastamento de qualificadora ou causa de aumento;
Aplicação da pena no mínimo, com base no artigo 59,CP.
Pedido de concessão de benefício, como a substituição para pena privativa de liberdade por restritiva de direito, outro regime que não o fechado;
# PEDIDOS para a ACUSAÇÃO:
1º Não restou provada a materialidade do crime ou autoria do réu: pede a ABSOLVIÇÃO.
2º Provada a materialidade do crime e autoria do réu: CONDENAÇÃO
(Deve demonstrar a adequação da conduta do réu com o tipo penal – bem como as agravantes e atenuantes; causas de aumento e diminuição)
JURISPRUDÊNCIA COLACIONADA
INFORMATIVO 491 – 2012 - STJ
TESTEMUNHAS. INQUIRIÇÃO. JUIZ. DEPOIMENTO POLICIAL. LEITURA. RATIFICAÇÃO.
A discussão diz respeito à maneira pela qual o magistrado efetuou a oitiva de testemunhas de acusação, ou seja, a forma como a prova ingressou nos autos. Na espécie, o juiz leu os depoimentos prestados perante a autoridade policial, indagando, em seguida, das testemunhas se elas ratificavam tais declarações. O tribunal a quo afastou a ocorrência de nulidade, por entender que a defesa encontrava-se presente na audiência na qual teve oportunidade para formular perguntas para as testemunhas. Nesse panorama, destacou a Min. Relatora que, segundo a inteligência do art. 203 do CPP, o depoimento da testemunha ingressa nos autos de maneira oral. Outrossim, frisou que, desse comando, retiram-se, em especial, duas diretrizes. A primeira, ligada ao relato, que será oral, reforçado, inclusive, pelo art. 204 do CPP. A segunda refere-se ao filtro de fidedignidade, ou seja, ao modo pelo qual a prova ingressa nos autos. Dessa forma, ressaltou que a produção da prova testemunhal, por ser complexa, envolve não só o fornecimento do relato oral, mas também o filtro de credibilidade das informações apresentadas. In casu, tal peculiaridade foi maculada pelo modo como empreendida a instrução, na medida em que o depoimento policial foi chancelado como judicial com uma simples confirmação, não havendo como, dessa maneira, aferir sua credibilidade. Assim, concluiu não se mostrar lícita a mera leitura do magistrado das declarações prestadas na fase inquisitória, para que a testemunha, em seguida, ratifique-a. Com essas, entre outras considerações, a Turma, prosseguindo o julgamento, concedeu a ordem para anular a ação penal a partir da audiência de testemunhas de acusação, a fim de que seja refeita a colheita da prova testemunhal, mediante a regular realização das oitivas, com a efetiva tomada de depoimento, sem a mera reiteração das declarações prestadas perante a autoridade policial. Precedentes citados do STF: HC 75.652- MG, DJ 19/12/1997, e HC 54.161-RJ, DJ 22/4/1976. HC 183.696-ES, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 14/2/2012.
	Informativo nº 0477
Período: 13 a 17 de junho de 2011.
	ART. 212 DO CPP.NULIDADE RELATIVA. ORDEM.
	A inobservância à ordem estabelecida com a nova redação que foi dada pela Lei n. 11.690/2008 ao art. 212 do CPP não conduz à nulidade do julgamento, salvo se a parte, no momento oportuno, demonstrar a ocorrência do efetivo prejuízo, sob pena de, não o fazendo, precluir sua pretensão. No caso, extrai-se do ato de audiência de instrução, interrogatório, debate e julgamento, não obstante tenha o juiz formulado perguntas às testemunhas e, somente após, tenha passado a palavra para o representante do órgão ministerial e para a defesa, não haver qualquer impugnação do patrono do paciente acerca da inobservância da alteração legal promovida pela Lei n. 11.690/2008, seja no momento de realização do ato, nas alegações finais ou sequer no recurso de apelação interposto, circunstâncias que evidenciam encontrar-se a matéria sanada pelo instituto da preclusão. Nos termos do art. 571, III, do CPP, as nulidades ocorridas em audiência deverão ser arguidas assim que ocorrerem. Dessa forma, não havendo arguição tempestiva da matéria pela defesa, tampouco demonstração de eventual prejuízo concreto suportado pelo paciente, não há falar em invalidação do ato. Ante o exposto, a Turma denegou a ordem. HC 195.983-RS, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 14/6/2011.
	Informativo nº 0475
Período: 30 de maio a 3 de junho de 2011.
	ALEGAÇÕES FINAIS. DESENTRANHAMENTO. NULIDADE ABSOLUTA.
	O juiz determinou o desentranhamento das alegações finais apresentadas intempestivamente pela defesa, sentenciou o paciente como incurso nas sanções do art. 316 do CP e o condenou à pena de dois anos de reclusão a ser cumprida em regime aberto, bem como ao pagamento de dez dias-multa. O tribunal reformou a sentença e o condenou com base no art. 158, § 1º, do CP. Daí houve recurso para este Superior Tribunal, que entendeu ser a falta de alegações finais causa de nulidade absoluta, uma vez que, em observância ao devido processo legal, é necessário o pronunciamento da defesa técnica sobre a prova produzida. Se o defensor de confiança do réu não apresentar a referida peça processual, incumbe ao juiz nomear um substituto, mesmo que provisoriamente ou só para o ato, tendo inteira aplicação o art. 265 do CPP. A extemporaneidade da apresentação das imprescindíveis alegações finais defensivas constitui mera irregularidade que não obsta, evidentemente, a cognição a bem do devido processo legal. Precedentes citados: RHC 9.596-PB, DJ 21/8/2000, e HC 9336-SP, DJ 16/8/1999. HC 126.301-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 31/5/2011.
CASO CONCRETO Nº01
JOÃO sendo processado segundo a denúncia que imputava a violação do artigo 121, §2º, III, 1ª parte, combinado com o artigo 14, II, do Código Penal, porque teria tentado matar ANA MARIA, mediante aplicação de injeção venosa. O Instituto Médico Legal é taxativo, concluindo que a substância ministrada não tinha potencialidade lesiva, ou seja, era inócua. O Ministério Público apresentou alegações finais postulando a PRONÚNCIA de JOÃO nos termos da denúncia. 
Como procurador judicial de JOÃO, com base nas informações acima descritas, apresente a peça processual cabível.
CASO CONCRETO Nº02
Astolfo, nascido em 15 de março de 1940, sem qualquer envolvimento pretérito com o aparato judicial, no dia 22 de março de 2014, estava em sua casa, um barraco na comunidade conhecida como Favela da Zebra, localizada em Goiânia/GO, quando foi visitado pelo chefe do tráfico da comunidade, conhecido pelo vulgo de Russo. Russo, que estava armado, exigiu que Astolfo transportasse 50 g de cocaína para outro traficante, que o aguardaria em um Posto de Gasolina, sob pena de Astolfo ser expulso de sua residência e não mais poder morar na Favela da Zebra. Astolfo, então, se viu obrigado a aceitar a determinação, mas quando estava em seu automóvel, na direção do Posto de Gasolina, foi abordado por policiais militares, sendo a droga encontrada e apreendida. Astolfo foi denunciado perante o juízo competente pela prática do crime previsto no Art. 33, caput, da Lei nº 11.343/06. Em que pese tenha sido preso em flagrante, foi concedida liberdade provisória ao agente, respondendo ele ao processo em liberdade. Durante a audiência de instrução e julgamento, após serem observadas todas as formalidades legais, os policiais militares responsáveis pela prisão em flagrante do réu confirmaram os fatos narrados na denúncia, além de destacarem que, de fato, o acusado apresentou a versão de que transportava as drogas por exigência de Russo. Asseguraram que não conheciam o acusado antes da data dos fatos. Astolfo, em seu interrogatório, realizado como último ato da instrução por requerimento expresso da defesa do réu, também confirmou que fazia o transporte da droga, mas alegou que somente agiu dessa forma porque foi obrigado pelo chefe do tráfico local a adotar tal conduta, ainda destacando que residia há mais de 50 anos na comunidade da Favela da Zebra e que, se fosse de lá expulso, não teria outro lugar para morar, pois sequer possuía familiares e amigos fora do local. Disse que nunca respondeu a nenhum outro processo, apesar já ter sido indiciado nos autos de um inquérito policial pela suposta prática de um crime de falsificação de documento particular. Após a juntada da Folha de Antecedentes Criminais do réu, apenas mencionando aquele inquérito, e do laudo de exame de material, confirmando que, de fato, a substância encontrada no veículo do denunciado era “cloridrato de cocaína”, os autos foram encaminhados para o Ministério Público, que pugnou pela condenação do acusado nos exatos termos da denúncia. Em seguida, você, advogado (a) de Astolfo, foi intimado (a) em 06 de março de 2015, uma sexta-feira. Com base nas informações acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do caso concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de Habeas Corpus, no último dia do prazo, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00) Obs.: O examinando deve indicar todos os fundamentos e dispositivos legais cabíveis. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. Obs.: O examinando deve indicar todos os fundamentos e dispositivos legais cabíveis. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação.
CASO CONCRETO Nº03
Daniel, nascido em 02 de abril de 1990, é filho de Rita, empregada doméstica que trabalha na residência da família Souza. Ao tomar conhecimento, por meio de sua mãe, que os donos da residência estariam viajando para comemorar a virada de ano, vai até o local, no dia 02 de janeiro de 2010, e subtrai o veículo automotor dos patrões de sua genitora, pois queria fazer um passeio com sua namorada. Desde o início, contudo, pretende apenas utilizar o carro para fazer um passeio pelo quarteirão e, depois, após encher o tanque de gasolina novamente, devolvê-lo no mesmo local de onde o subtraiu, evitando ser descoberto pelos proprietários. Ocorre que, quando foi concluir seu plano, já na entrada da garagem para devolver o automóvel no mesmo lugar em que o havia subtraído, foi surpreendido por policiais militares, que, sem ingressar na residência, perguntaram sobre a propriedade do bem. Ao analisarem as câmeras de segurança da residência, fornecidas pelo próprio Daniel, perceberam os agentes da lei que ele havia retirado o carro sem autorização do verdadeiro proprietário. Foi, então, Daniel denunciado pela prática do crime de furto simples, destacando o Ministério Público que deixava de oferecer proposta de suspensão condicional do processo por não estarem preenchidos os requisitos do Art. 89 da Lei nº 9.099/95, tendo em vista que Daniel responde a outra ação penal pela prática do crime de porte de arma de fogo. Em 18 de março de 2010, a denúncia foi recebida pelo juízo competente, qual seja, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Florianópolis. Os fatos acima descritos são integralmente confirmados durante a instrução, sendo certo que Daniel respondeu ao processo em liberdade. Foram ouvidos os policiais militares como testemunhasde acusação, e o acusado foi interrogado, confessando que, de fato, utilizou o veículo sem autorização, mas que sua intenção era devolvê-lo, tanto que foi preso quando ingressava na garagem dos proprietários do automóvel. Após, foi juntada a Folha de Antecedentes Criminais de Daniel, que ostentava apenas aquele processo pelo porte de arma de fogo, que não tivera proferida sentença até o momento, o laudo de avaliação indireta do automóvel e o vídeo da câmera de segurança da residência. O Ministério Público, em sua manifestação derradeira, requereu a condenação nos termos da denúncia. A defesa de Daniel é intimada em 17 de julho de 2015, sexta feira. Com base nas informações acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do caso concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do prazo para interposição, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00) Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação

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