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Formas Especiais de Pagamento - Direito Civil III

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FORMAS ESPECIAIS DE PAGAMENTO
Art
 334 
à
 345 
–
 Código CivilCONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
Conceito (Art. 304 e 334 CC)
Quando o devedor quer exercer seu direito de cumprir a prestação pactuada, e o credor se nega à recebê-la ou surge um outro fato qualquer obstativo (que impede) desse pagamento direto. Pode o devedor se valer da consignação para se ver livre da obrigação assumida.
Resumo: Se o credor se negar à receber a prestação pactuada, o devedor poderá realizar o depósito em juízo. 
Sujeito ATIVO – consignante (devedor);
Sujeito Passivo – consignatário (credor).
Cabimento (Art. 335 CC)
a-) Se o credor não puder ou sem justa causa, receber ou dar quitação.
b-) Se o credor não aparece nem manda receber a coisa no lugar, tempo e condições.
c-) Se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente ou residir em LINS, ou de acesso perigoso ou difícil.
d-) Se ocorrer dúvida sobre quem deve receber o pagamento.
e-) Se perder litígio sobre o objeto do pagamento.
Obs: Se o devedor decidir pagar para um dos litigantes, assumirá o risco. Porém, se for comprovado que o devedor agiu de má-fé, a obrigação retornará à ele. (Art; 344 CC).
Requisitos de Validade (Art. 336 CC)
◊ Pessoas a consignação somente poderá ser proposta pelo devedor ou quem o represente em face do credor.
Direito de Levantamento de Depósito pelo Devedor
a-) Antes da aceitação ou impugnação (oposição) do depósito (Art. 338 CC). Ex: arrependimento.
b-) Depois da aceitação ou impugnação, somente com a anuência do credor.
c-) Julgado procedente o depósito, o devedor somente poderá levantá-lo, mesmo que o credor aceite o depósito, com anuência de outros eventuais devedores e fiadores (Art. 339 CC).
Consignação Extrajudicial
Tratando-se de dívida em dinheiro, poderá o devedor optar pelo depósito da quantia devida em estabelecimento bancário oficial, situado no lugar do pagamento em conta corrigida monetariamente, e certificando o credor por carta com AR, concedendo o prazo de 10 dias para manifestação de recusa.. O silêncio caracterizará aceitação do depósito. A inércia do devedor, não promovendo a ação no prazo, a sua mora (Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer -> o devedor responde pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.). (Lei 8.951/04 – Art. 1º).
Resumo: Se o prestação devida for em dinheiro, o devedor poderá, mediante aviso prévio, por carta com AR enviada com 10 dias de antecedência, avisar o credor que efetuará o depósito em juízo. Caso o devedor não efetue o depósito (consignação) dentro do prazo, o depósito fica sem efeitos e ele mesmo poderá levantar o valor para si. Se o credor não responder, seu silêncio caracterizará a aceitação do depósito. Ademais, se ele recusar, o devedor tem 30 dias para entrar com a ação de consignação.
◊-Objeto: o valor deverá ser integral. 
◊ Consignada: ação onde você deposita em juízo.
◊ Modo: a obrigação deverá ser cumprida da forma que foi concebida originalmente. Ex: tempo (não se pode modificar o pactuado).
Art
 3
46
 
à
 3
51
 
–
 Código CivilFORMAS ESPECIAIS DE PAGAMENTO
PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO
Conceito 
Transmite a ideia de substituição, ou seja, uma pessoa toma o lugar do outro, assumindo a sua posição e situação. É o cumprimento da dívida por terceiros com sujeitos na relação jurídica obrigacional.
Resumo: Substituição de uma pessoa ou de uma coisa por outra em uma relação jurídica. 
A extinção obrigacional ocorre somente em relação ao credor, que nada mais poderá reclamar depois de haver recebido do terceiro interessado (avalista, fiador, coobrigado, etc.) o seu crédito. Nada se altera, porém, para o devedor, visto que o terceiro que paga toma o lugar do credor satisfeito e passa a ter o direito de cobrar a dívida com todos os seus acessórios. 
Obs: Não confunda com a cessão de crédito, depois da sub-rogação pressupõe pagamento do credor originário e na cessão, ao contrário, ocorre antes do pagamento.
Art. 351. O credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, na cobrança da dívida restante, se os bens do devedor não chegarem para saldar inteiramente o que a um e outro dever. 
I - do credor que paga a dívida do devedor comum; 
II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel.
Hipóteses Sub-rogação Legal 
Decorrem da lei, independente da vontade das partes:
a-) Em favor do 3º interessado que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.
b-) Em favor do credor que paga a dívida do devedor comum.
c-) Em favor do adquirente do imóvel hipotecado que paga do credor hipotecário.
Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor: 
I - do credor que paga a dívida do devedor comum; II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel; III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.
Pagamento com Sub-rogação Convencional ou Voluntária 
Nasce da vontade das partes.
a-) Quando o credor recebe o pagamento de 3º e expressamente lhe transmite todos os seus direitos (Art. 349 CC).
b-) Quando 3º empresta ao devedor quantia para quitar a dívida com a condição de se sub-rogar aos direitos do credor satisfeito. 
Art. 347. A sub-rogação é convencional:
I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos;
II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.
EFEITO Liberatório – exonera o devedor ante o credor originário. 
EFEITO TRANSLATIVO – transmite ao terceiro, que satisfez o credor originário, os direitos de crédito que este desfrutava, com todos os seus acessórios, ônus e encargos, pois o sub-rogado passará a suportar todas as exceções que o sub-rogante teria de enfrentar.
Obs: Na sub-rogação convencional, as partes poderiam condicionar a diminuição de privilégios, com garantias concedidas ao credor originário. Obs²: Na sub-rogação legal, o sub-rogado não poderá cobrar mais do que o valor pago para desobrigar o devedor. 
Art
 3
56
 
à
 3
59
 
–
 Código CivilFORMAS ESPECIAIS DE PAGAMENTO
DAÇÃO EM PAGAMENTO/CUMPRIMENTO
DATIO IN SOLUTIUM
Conceito 
Consiste na realização de uma prestação diferente do que é devida, com o fim de, mediante acordo do credor, extinguir imediatamente a obrigação. 
Resumo: A prestação alternativa não está prevista no contratoe será usada para extinguir a obrigação. 
Ex: devo R$ 1000,00, aceita um celular? 
Obs: Obrigações alternativas estão presentes no próprio titulo obrigacional, diferentemente da dação, cuja nova prestação não está prevista no contrato. 
Não interessa se foi inicialmente pactuado numa obrigação de dar, fazer ou não fazer. O que realmente interessa é a natureza diversa da nova prestação. 
Requisitos
a-) Existência de uma dívida vencida; 
b-) Aceitação do credor;
c-) Entrega de uma coisa diversa da devida;
d-) A intenção de pagar/ânimo de solver (precisa deixar claro, caso contrário constituirá doação). 
Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida.
Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as partes regular-se-ão pelas normas do contrato de compra e venda.
Art. 358.  Se for título de crédito a coisa dada em pagamento, a transferência importará em cessão.
Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvadosos direitos de terceiros.
Evicção
Ocorre quando o adquirente de um bem vem perder a sua propriedade em virtude de decisão judicial e reconhecer direito anterior de 3º sobre o mesmo. Na dação temos três sujeitos:
EVICTO – é o adquirente, que sucumbe/cai à pretensão reivindicatória do 3º. Ex: recebeu o terreno como parte de pagamento e o perde pela pretensão do outro.
EVICTOR – é o 3º que prova seu direito anterior sobre a coisa. Ex: Ele tinha usucapião sobre o terreno e, mediante isso, tem direito de reaver o terreno dado para o evicto. 
ALIENANTE – aquele que dá a coisa em pagamento e responderá pelos riscos da evicção. 
Se o credor foi evicto da coisa recebida em pagamento, a obrigação primitiva será restabelecida, ficando sem efeito a quitação dada ao devedor. 
Resumo: Se o alienante fornecer uma prestação que estava sob usucapião para o evicto, este perderá o objeto por conta do direito exercido pelo evictor, permanecendo em aberto a dívida entre o evicto e o alienante.
Art
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60
 
à
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–
 Código CivilFORMAS ESPECIAIS DE PAGAMENTO
 NOVAÇÃO
.Conceito 
Dá-se novação quando, por meio de uma negociação, as partes criam uma nova obrigação destinada a substituir/extinguir a obrigação anterior. Jamais a novação poderá ser imposta por lei, dependendo sempre uma convenção firmada entre os sujeitos da relação obrigacional..
Resumo: Cria-se uma nova obrigação, extinguindo a anterior, mediante acordo entre as partes.
Obs: Não há novação quando temos a estipulação de juros, exclusão de garantia, encurtamento de prazo, etc. 
Requisitos
a-) Existência de uma obrigação anterior;
b-) Criação de uma nova obrigação substancialmente diferente da primeira;
c-) Ânimo de “novar”.
Espécies
NOVAÇÃO OBJETIVA – desrespeito à relação obrigacional quando as partes convencionam a criação de uma nova obrigação. 
Art. 361.  Não havendo ânimo de “novar”, expresso ou tácito mas inequívoco, a segunda obrigação confirma simplesmente a primeira.
NOVAÇÃO subjetiva – ocorre a mudança das partes, podendo ser passiva, ativa ou mista. 
Art. 360. Dá-se a novação: 
I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior; 
II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor; 
III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite com este. 
- Passiva: quando um novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor, podendo ocorrer por duas formas:
Expromissão quando a substituição do devedor se dá sem seu consentimento, por simples ato de vontade do credor, que o substitui por um novo devedor (Art. 362).
Art. 362. A novação por substituição do devedor pode ser efetuada independentemente de consentimento deste.
Por delegação quando o devedor indica 3ª pessoa que assumirá o débito, com a concordância do credor (Art. 363). 
Art. 363. Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o aceitou, ação regressiva contra o primeiro, salvo se este obteve por má-fé a substituição.
Obs: Na novação subjetiva, se o devedor for insolvente, não poderá o credor que o aceitou, cobrar do 1º devedor, salvo se comprovar má-fé na substituição. 
- Ativa: por mudança dos credores (sai um credor e entra outro). 
- Mista: quando, além de alterar o sujeito, muda-se o conteúdo/objeto da relação obrigacional. Ex: o filho tem uma dívida de R$ 1.000,00. O pai assume a dívida mas não tem R$ 1000,00 para quitar a dívida. Oferece seus serviços de reforma para refazer o muro. Extingue-se a obrigação.
Art
 3
68
 
à
 3
80
 
–
 Código CivilFORMAS ESPECIAIS DE PAGAMENTO
COMPENSAÇÃO
Conceito 
É uma forma de extinção das obrigações em que seus titulares são reciprocamente credores e devedores. A extinção se dará até o limite da existência do crédito recíproco, remanescendo se houver o saldo em favor do maior credor. 
Resumo: ambos os sujeitos da obrigação são credores/devedores um do outro. Para extinguir a obrigação, abatemos um crédito do outro. Ex: Ana deve R$ 500,00 para Sarah., que também está devendo R$ 300,00 para Ana. Para que essa obrigação seja extinta, Sarah deverá pagar a diferença de R$ 200,00 para Ana.
Trata se de extinção indireta de obrigações, sem haver pagamento, mas que produz o mesmo e feito deste. A compensação existe para evitar a circulação inútil da moeda, evitando duplo pagamento.
Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem.
Espécies
Legal (regra geral): satisfeitos os requisitos da lei, o juiz apenas reconhece declarando a sua realização; decorre da lei. Neste tipo de compensação, só poderá ser extinta a obrigação se as partes cambiarem prestações iguais.
Convencional: aquela efetuada em decorrência direta da autonomia da vontade. 
Neste tipo de compensação, a obrigação poderá ser extinta mediante a troca de prestações distintas. 
Por meio de acordo de vontades, é possível compensar obrigações de natureza diversa, o que não é possível na compensação legal. 
JUDICIAL: aquela realizada em juízo dentro das normas processuais, podendo inclusive concorrer sem provocação das partes. 
Requisitos Compensação Legal
a-) Reciprocidade das obrigações (ambos devem ser ao mesmo tempo devedores e credores);
b-) Liquidez das dívidas;
c-) Exigibilidade atual das obrigações (dívidas devem estar vencidas);
d-) Fungibilidade dos débitos (prestação de mesma natureza).
Hipóteses de Impossibilidade de Compensação
a-) Dívidas provenientes de esbulho, furto ou roubo (Art. 373, I) -> ilícitos não são aparados pelo Direito.
Esbulho retirar de uma pessoa algo que está em sua posse ou é sua propriedade.
Furto ou Roubo constituem ilícitos penais. 
b-) Se uma das dívidas for de comodato, depósito ou alimentos (Art. 373, II); não tem relação com a prestação.
É impossível a alegação de compensação ao apropriar-se de coisa alheia, pois a obrigação de restituir não desaparece, sendo dívidas de natureza diversa.
Comodato empréstimo gratuito de coisa não fungível, que deve ser restituída no tempo convencionado pelas partes. Ex: geladeira da Coca-Cola.
Alimentos você priva o mínimo necessário para sobrevivência de uma pessoa. 
c-) Se uma das dívidas for de coisa que não pode ser penhorada (Art. 373, III).
Não pode ser compensada como pagamento pois é uma dívida judicialmente exigível. Ex: retratos de família,.. A compensação não pode prejudicar terceiros estranhos à operação.
FORMAS ESPECIAIS DE PAGAMENTO
COMPROMISSO/ARBITRAGEM
Lei 9.307/1996 
Conceito
Processo de solução de conflitos jurídicos, pelo qual o terceiro estranho aos interesses das partes, tenta conciliar e decidir a controvérsia. 
Resumo O árbitro (técnico da área de perícia) realizará a inspeção da prestação da obrigação, a fim de solucionar o conflito entre as partes e definir o valor final.
Obs: Arbitramento é uma das formas da quantificação do julgado, nada tendo a ver com o instituto da arbitragem. 
Art. 853. Admite-se nos contratos a cláusula compromissória, para resolver divergências mediante juízo arbitral, na forma estabelecida em lei especial.
Classificações
Autocompositivos – a solução do conflito somente ocorrerá pela autonomia da vontade dos litigantes. 
HETEROcompositivos – quando a decisão é imposta por um terceiro. 
Características Positivas
a-) Celeridade (processo rápido);
b-) Informalidade;
c-) Confiabilidade
d-) Especialidade;
e-) Confidencialidade
f-) Flexibilidade (dependendo do tipo de arbitragem, o árbitro (técnico da área) não está condicionado à textos legais).
Espécies
a-) Quanto ao modo
◊ Voluntário: as partes escolhem seus árbitros e o procedimento.
◊ Obrigatória: imposta pelo Estado.
b-) Quanto ao espaço:
◊ Internacional: quando cada parte é regida por leis diferentes.
◊ Interno: quando tem um único sistema jurídico envolvido. 
c-) Quanto à forma de surgimento:
◊ Institucional: quando as partes escolhem o órgão arbitral.
◊ Arbitragem Ad Hoc:quando as partes não optam por uma instituição específica.
d-) Quanto aos fundamentos decisórios:
◊ Preceitos jurídicos strictu sensu/ arbitragem de direito: árbitro decide de acordo com as leis.
◊ Livre convencimento: a justiça no caso concreto, também denominada arbitragem de equidade (analisa o que acha justo).
e-) Quanto a liberdade de decisão do árbitro:
◊ Arbitragem de oferta final: o árbitro deve decidir por uma das ofertas das partes.
◊ Arbitragem por pacote: as partes oferecem um conjunto de propostas para apreciação do árbitro.
◊ Arbitragem medianeira: quando o árbitro inicialmente atua como mediador e apenas após frustradas as propostas conciliatórias, poderá exercer a arbitragem.
◊ Arbitragem convencional/ de queixas: aquela sem qualquer condicionamento do árbitro.
Obs: A estipulação vincula as partes, em função da autonomia de vontade e do “pacta sunt servanda”, pode ser exigido judicialmente seu cumprimento. 
Obs²: Sentença arbitral é irrecorrível no mérito, não sendo necessária a homologação pelo Poder Judiciário.
Obs³: A sentença arbitral é por força de lei, título executivo judicial, equiparando-se a primeira sentença judicial transita em julgado.
Art
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à
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84
 
–
 Código CivilFORMAS ESPECIAIS DE PAGAMENTO
CONFUSÃO
Conceito
Opera-se quando as qualidades de credor e de devedor são reunidas em uma mesma pessoa. Extingue-se consequentemente a relação jurídica obrigacional.
Art. 381. Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor. 
Temos também a confusão imprópria (Ex: fiador e devedor/hipoteca), quando reúnem-se na mesma pessoa as condições de garantidor e de sujeito ativo/passivo. Neste caso extingue-se apenas a obrigação acessória. 
PARCIAL
 -
 
parte da dívida ou dispensa dos juros.
TOTAL
: 
toda obrigação é
 perdoada
ESPÉCIES
Restabelecimento da Obrigação Cessando a confusão, restabelece a dívida com todos seus acessórios. 
Art. 384. Cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus acessórios, a obrigação anterior.
IMPRÓPRIA
 
lalalallala
REMISSÃO
Conceito
É o perdão da dívida, onde o credor declara que não pretende exigi-la, seja por documento particular ou prática de ato incompatível.
ATO INCOMPATÍVEL – devolver o título objeto da obrigação
Espécies
a-) Total (extingue-se totalmente a dívida);
b-) Parcial (apenas parte da dívida);
c-) Expressa: documento de remissão;
d-) Tácita: ato incompatível.
Art
 3
85
 
à
 3
88
 
–
 Código Civil
Obs: Juridicamente é necessário aceite tácito ou expresso para produzir efeitos. Além disso, exige-se a concordância de ambas as partes.
FORMAS ESPECIAIS DE PAGAMENTO
TRANSAÇÃO
Conceito 
Havendo controvérsia sobre determinadas relações jurídicas podem as partes envolvidas, em vez de aguardar um julgamento, encerrar um conflito por concessões recíprocas. Ex: Não tenho R$ 5.000,00 para efetuar o pagamento da obrigação, posso parcelar em 50 parcelas de R$ 100,00? Neste caso, alguém abriu mão de algo e você extraiu um benefício.
Resumo ao invés de levarem o assunto para a justiça, as próprias partes fazem um acordo e decidem como será feito o pagamento da prestação, mediante concessões recíprocas. 
Art. 840. É lícito aos interessados prevenirem ou terminarem o litígio mediante concessões mútuas.
As concessões recíprocas são obrigatórias; se tal não ocorrer, inexistirá transação, mas sim pagamento, renúncia, desistência ou doação. 
Obs: Transação não se confunde com conciliação (não exige concessão recíproca). 
Toda transação é uma conciliação, mas nem toda conciliação é uma transação. 
Conciliar significa por fim ao próprio litígio que pode ser celebrado por meio de uma transação, ou sem uma transação, como por exemplo, no reconhecimento da procedência do pedido ou renúncia do direito, em que se funda a pretensão. Após homologada por sentença, só poderá ser desconstituída por uma ação anulatória. 
Resumo: A transação pode ser homologada em juízo. Homologada por sentença a transação, esta passa a revestir-se de título executivo judicial e, para sua eventual desconstituição, será necessária a ação anulatória prevista no artigo 486 do Código de Processo Civil. E, não há ação rescisória exceto quando a referida sentença também apreciar o mérito do negócio jurídico, deixando ser meramente homologatória.
É a transação feita na justiça, a
ntes da instauração de um litígio, com o objetivo de preveni
-l
o.
ESPÉCIES TRANSAÇÃO JUDICIAL 
Visa evitar uma ação judicial. 
Se a demanda já tiver sido distribuída.
 TRANSAÇÃO EXTRAJUDICIAL 
A transação extrajudicial pode ser feita em casa, entre as partes (Ex: batida de carro) e a judicial ocorre quando não temos alternativa e precisamos ir ao Poder Judiciário para resolver a questão.
Elementos Constitutivos
1-) Acordo das partes (negócio jurídico bilateral);
2-) Relações jurídicas controvertidas;
3-) Reciprocidade das concessões.
São Vedadas Transações:
a-) Sobre os direitos indisponíveis (Ex: pensão alimentícia ou dispor seu corpo como uma concessão);
b-) Relativos ao Estado e capacidade das partes;
c-) Direitos puros de família.
Características
a-) É indivisível;
b-)Restritividade da interpretação (não admite-se analogia). Ex: na venda de uma garagem, o carro não acompanha, é apenas o que está descrito no título obrigacional. 
c-) Natureza declaratória (existência de determinados direitos).
Nulidade da Transação (Art. 849 CC)
Mediante dolo, coação ou erro essencial quanto à pessoa ou coisa controversa. Ex. de erro essencial: contrair novo casamento ainda estando casado.
4FORMAS ESPECIAIS DE PAGAMENTO
TRANSMISSÃO DE OBRIGAÇÕES
- 
Cessão de Crédito
 
(
mudança credor
);
-
 Cessão de Débito
 
(mudança devedor);
- 
Cessão de Contrato
 
(
//
 beneficiário).
Transmissão 
de Obrigações
Cessão de Crédito – Art. 286 à 298 CC
Consiste em um negócio jurídico por meio do qual o credor (cedente) transmite, total ou parcialmente, seu crédito à um terceiro (cessionário), mantendo-se a relação obrigacional primitiva com o mesmo devedor (cedido). 
Obs: A cessão pode se dar à título de gratuito ou oneroso.
Resumo Quando uma pessoa deixa de ser credor (cedente) e transmite sua posição para um terceiro (cessionário), de forma gratuita ou onerosa. 
Ex. cessão de crédito onerosa: Caso o devedor (cedido) pague o título de crédito, o 3º (cessionário) pagará 40% do valor para o credor originário (cedente). 
Obs²: O título da obrigação pode proibir a cessão de crédito. Dá-se o nome de “pacto de non cedendo”.
Você deve escrever no negócio jurídico que este não poderá ser cedido (este título é “non cedendo”), senão entende-se que ele é cedível.
Obs³: Também não pode ser cedido se a natureza da obrigação for incompatível com a cessão ou se houver vedação legal. 
Ex: obrigação de alimentos não pode ser cedida! Assim como a honra e direitos similares. 
Art. 520. O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos herdeiros.
Art. 1.749. Ainda com a autorização judicial, não pode o tutor, sob pena de nulidade:
III - constituir-se cessionário de crédito ou de direito, contra o menor.
Obs : Cessão de direitos hereditários e de créditos hipotecários deverão ser obrigatoriamente efetuadas por meio de instrumento público.
5
Obs : O acessório segue o principal, ou seja, acompanharão a dívida e serão cedidos se não houver estipulação expressa em sentido contrário. As garantias também acompanharão o principal.
Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos os seus acessórios.
6
Obs : A notificação do devedor é de responsabilidade do cedente (credor originário). 
Ou seja, caso haja uma cessão de crédito de um negócio jurídico, o credor, mesmo tendo repassado o título para um 3º, é responsabilizado poravisar o devedor (cedido) que outra pessoa (cessionário) é o novo responsável pelas cobranças.
Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita.
Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver procedido de má-fé.
7
Obs : Não é necessário notificar o fiador, visto que a figura que irá se alterar no negócio jurídico é do credor, e não do devedor. Sendo assim, ele continua na mesma função, sob a garantia da mesma pessoa.
Art. 838. O fiador, ainda que solidário, ficará desobrigado:
I - se, sem consentimento seu, o credor conceder moratória ao devedor;
II - se, por fato do credor, for impossível a sub-rogação nos seus direitos e preferências;
III - se o credor, em pagamento da dívida, aceitar amigavelmente do devedor objeto diverso do que este era obrigado a lhe dar, ainda que depois venha a perdê-lo por evicção. 
Responsabilidade pela Cessão de Débito
a-) No caso de cessão a título oneroso, o cedente (credor) fica responsável pela existência do crédito, ao tempo que lhe cedeu, ainda que o contrato nada diga à respeito, mas não será responsável pelo não pagamento pelo devedor.
X cede crédito para Y -> Y cobra o crédito de Z
Z não paga para Y
X não se responsabiliza pelo não pagamento.
a-) Na cessão gratuita, a responsabilidade será apenas pela existência do crédito se o cedente (credor) procedeu de má-fé.
X cede crédito gratuitamente para Y
Se o crédito já havia sido pago anteriormente para X e este não lembrava-se do pagamento, X não responderá pois agiu de boa-fé. 
Posso ser responsabilizado pela solvência do devedor? Sim!
Obs: No ato da transmissão do crédito, o cedente (credor) pode expressamente se responsabilizar pelo pagamento, tornando-se coresponsável, mas somente até o limite do que recebeu do cessionário (3º), com juros e despesas de cobrança e da cessão.
Ex: Quintino (cedente) tem um título de R$ 10.000,00. Ele cansou de cobrar o título da devedora Ana e paga R$ 1.000,00 para Maria ser a nova credora (cessionária) de Ana (cedida). Ana fica em LINS, Maria não consegue realizar a cobrança e Quintino é corresponsabilizado pelo título. Quintino é obrigado à devolver os R$ 1.000,00 para Maria, mais os juros e demais despesas. 
Obs²: Havendo garantia real imobiliária (hipoteca), é obrigatória a anuência do cônjuge do cedente para que a cessão seja válida.
Hipoteca: consiste em colocar um imóvel como garantia para conseguir um empréstimo em dinheiro, com juros baixos e prazos longos. O bem continua no nome do devedor e, caso não haja o pagamento de sua dívida, o credor poderá entrar com uma ação judiciária para reaver este bem. 
Ex: Quintino (cedente – credor) quer transferir um imóvel hipotecado para Ana (cessionário – 3º), mas, só poderá cedê-lo mediante a assinatura de sua esposa. 
Assinatura da esposa: outorga uxória 
Assinatura do marido: outorga marital
Obs³: Se o devedor (cedido) não souber da penhora (apreensão dos bens do devedor) e pagar o cessionário (3º), ficará desobrigado, devendo o 3º executar o credor.
Se o crédito tiver sido penhorado, ou seja, se o título cedido tiver sido apreendido e o credor (cedente) realizar sua cessão, tendo conhecimento da penhora do título, e não informando o cedido, ele irá responder por má-fé, visto que o Art. 298 diz que não poderá ser feita a cessão de títulos penhorados. 
Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo notificação dela, fica exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos de terceiro.
Cessão de Débito – Art. 299 à 303 CC
Negócio jurídico pelo qual o devedor, com expresso consentimento do credor, transmite à um terceiro a sua obrigação.
IMPORTANTE: a importância do consentimento do credor é tal que o silêncio é qualificado como recusa. Ou seja, não existe “quem cala consente”! O silêncio não representa a aceitação!
Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor.
Obs: Não se admite exoneração do devedor (cedido) se o terceiro (cessionário), à quem se transmitiu a obrigação, era insolvente e o credor o ignorava.
Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava.
Ex: Quintino (cuja situação financeira não estava boa e ele havia sido classificado como insolvente para cumprir tal obrigação), decide ceder sua dívida para seu amigo. 
Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo.
Temos duas situações:
O amigo de Quintino já era inadimplente antes da cessão do débito; sendo assim, Quintino responderá por má-fé e a dívida retornará para si.
Se o amigo de Quintino tornou-se inadimplente depois da cessão do débito, Quintino não responderá por nada.
Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício que inquinava a obrigação.
MEIOS DE SUBSTITUIÇÃO DA Cessão de Débito
a-) Por delegação: o cedido vai pessoalmente realizar a cessão de débito e indicar quem tomará seu lugar.
Quando o devedor indica 3ª pessoa que assumirá o débito, com a concordância do credor (Art. 363). 
Art. 363. Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o aceitou, ação regressiva contra o primeiro, salvo se este obteve por má-fé a substituição.
b-) Por expromissão: um terceiro informa que será o novo devedor. 
Quando a substituição do devedor se dá sem seu consentimento, por simples ato de vontade do credor, que o substitui por um novo devedor (Art. 362).
Art. 362. A novação por substituição do devedor pode ser efetuada independentemente de consentimento deste.
Cessão de Contrato
O cedente transfere a sua própria posição contratual, compreendendo créditos e débitos à um terceiro (cessionário), que passará a substituí-lo na relação jurídica originária. Exige-se que as partes estejam de acordo.
Resumo o credor transfere sua posição de beneficiário do contrato para um terceiro (cessionário), mediante acordo entre as partes previstas no contrato. Ex: venda in machine. 
Por que transferir o beneficiário e não fazer outro contrato? Porque você prevalece com os mesmos valores ou garantias previstos para o cedente. Em uma renegociação, estes valores poderiam ser alterados/aumentados.

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