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Resumo Introdução ao Direito Tributário

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RESUMO PARA PROVA DIA 09/04/2019 - INTRODUÇÃO AO DIREITO TRIBUTÁRIO
AULA 01
Aspectos interdisciplinares: Não é possível compreender o Direito Tributário nele mesmo! Precisamos da Constituição Federal (CF), do Código Civil, de leis esparsas, etc. 
A função social do Tributo significa compreender que o Estado existe para a obtenção do bem comum e que a sociedade é a destinatária dos recursos arrecadados pelo governo. (saúde, educação, política pública).
Política pública pode ser definida de forma ampla, como uma ação de governo que busca o resultado de um problema público.
Os fundamentos financeiros do Direito Tributário: “É a disciplina jurídica dos tributos, com o que se abrange todo o conjunto de princípios e normas reguladores da criação, fiscalização e arrecadação das prestações de natureza tributária” 
Desmembrando os fundamentos do conceito:
“ramo do direito público”: o Direito Tributário é classificado como ramo do direito público por estudar atividades estatais;
“estuda princípios e normas”: significa dizer que existem dois tipos de regras jurídicas pertencentes ao Direito Tributário: 1) princípios: regras gerais que veiculam valores essenciais do sistema jurídico; 2) normas: regras específicas que disciplinam comportamentos determinados;
“disciplinadores do exercício das atividades de instituição, cobrança e fiscalização de tributos”: são as 3 atividades estatais que compões campo específico de interesse do Direito Tributário.
Natureza jurídica ou taxonomia – é o processo técnico por meio do qual se investiga o enquadramento do objeto dentro das grandes categorias da ciência do direito.
Ramo Jurídico: Direito Público
Ramo do Direito Material: estabelece disciplina de natureza substancial e não formal.
Direito Obrigacional: a relação jurídica entre o Fisco e o contribuinte é uma relação obrigacional e não facultativa.
Direito Comum: é aplicado à generalidade de pessoas.
OBSERVAÇÃO: O direito se divide entre direito privado e direito público.
No direito privado: predomina o interesse nos direitos particulares/individuais.
Regras do Direito público: regidos pelos princípios fundamentais da supremacia do interesse público sobre o privado.
A razão de existir do tributo é para propiciar a obtenção de recursos financeiros para custeio do estado.
A finalidade do Direito Tributário é delimitar o poder de tributar evitando abusos no exercício das atividades do Fisco em prejuízo do contribuinte.
Origem dos tributos: A palavra tributo tem origem do latim: TRIBUTUM.
O termo surgiu na civilização romana, quando o povo estava dividido em tribos e o tribuno era uma espécie de magistrado da tribo. Cada membro tinha que pagar ao tribuno impostos e taxas, ou seja, os tributos. Entretanto, pessoas poderosas esquivavam-se dessas obrigações.
As maiores revoluções se deram pela alta cobrança de tributos pelos monarcas. 
ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO BRASILEIRO: as atividades financeiras do Estado são o conjunto de ações que o estado desempenha para obter os recursos destinados à sua manutenção (arrecadação, gestão e despesas).
POR SER CONSIDERADO PELA MAIORIA DA DOUTRINA COMO UM RAMO AUTÔNOMO, O DIREITO TRIBUTÁRIO PRECISA BUSCAR RECURSOS FINANCEIROS PARA A SUA MANUTENÇÃO. 
FORMAS DE OBTENÇÃO DE RECEITAS DO ESTADO:
Direito Tributário: Estuda princípios e normas reguladoras das atividades estatais de instituição, cobrança e fiscalização dos tributos. ATÉ A ARRECADAÇÃO.
Direito Financeiro: Disciplina normativa das atividades financeiras do Estado. Seu objeto são despesas públicas, receitas públicas, crédito público e orçamento público. APÓS A ARRECADAÇÃO.
O sistema tributário brasileiro e sua autonomia
RELAÇÃO COM OS OUTROS RAMOS DO DIREITO
Direito Constitucional: a CF regulamenta o poder estatal e é a base de todo o ordenamento jurídico. É na CF que se encontra o próprio fundamento de validade do tributo. É também a CF quem outorga a competência tributária para os entes políticos.
Administrativo: o Estado, ao exigir o tributo, executa atos administrativos (todos os requisitos do ato administrativo devem ser observados para sua execução), ou seja, a atuação do Estado (arrecadar e fiscalizar) opera-se por intermédio dos órgãos que compõe a administração pública, cuja atuação é regida pelo direito administrativo.
Direito Financeiro: o direito tributário é uma evolução do direito financeiro, ou seja, ele resulta da especialização de um setor do direito financeiro. 
Ramos do Direito Privado
1) Direito Civil: tem relação em todos os seus setores: direitos reais, direito das obrigações, direito de família, direito das sucessões, etc. Exemplo: Contrato de compra e venda de imóveis. (Regulado pelo: direito civil; Direito tributário: transmissão do direito de propriedade (ITBI); lucro que o vendedor auferir (IR)).
Direito Comercial: a contribuição dos institutos ali regulados como: sociedades, demonstrações financeiras, atos de comércio etc.
Direito Penal: o Estado, por meio do direito tributário, assim como no direito penal, impõe sanções aos cidadãos. Aplica-se o princípio da retroatividade da lei mais benigna; “in dubio pro contribuinte” (desuso, pois conflitante com o “in dubio pro sociedade”, na pessoa da fazenda pública).
Direito do Trabalho: nos salários, aviso prévio, indenizações etc. 
Direito Processual Civil e Penal: as lides tributárias são compostas de acordo com as formas e procedimentos ditados pelo direito processual civil, sem poder utiliza-se de outra regra para tal. E a imposição de sanções para as infrações fiscais utilizo das regras do direito processual penal.
 COMPETÊNCIA:
A competência para legislar sobre direito tributário está expresso no artigo 24, I, CF: Competência CONCORRENTE entre União, Estados e DF. 
E o município não podem legislar sobre Direito Tributário? Pode, porém com base em outro fundamento constitucional: o INTERESSE LOCAL (art. 30, I, CF) - Art. 30. Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse local;
VIGOR DO DIREITO TRIBUTÁRIO:
Com a entrada em vigor da Constituição Federal de 1988, por força do artigo 146, III, as normas gerais sobre Direito Tributário passaram a sujeitar-se a uma reserva de LEI COMPLEMENTAR. Art. 146. Cabe à lei complementar: III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária [...].
Assim, o CTN tem uma natureza dúplice ou híbrida na medida em que FORMALMENTE é lei ORDINÁRIA, mas MATERIALMENTE é lei COMPLEMENTAR.
PRINCIPAIS PROBLEMAS DO SISTEMA TRIBUTÁRIO BRASILEIRO:
Onerosidade: o maior problema com relação a onerosidade dos tributos não é somente o alto valor deles (Direito Tributário), mas a falta ou má aplicação do que se arrecada, (Direito Financeiro).
Complexidade: existem no país 85 tipos tributos (impostos, taxas e contribuições). Elas são regidas por um calhamaço de decretos e leis, que ganha a cada dia 40 novas normas. As empresas perdem tempo, enquanto os cidadãos comuns têm dificuldade em saber o quanto pagam.
Burocrático: por mais que se cumpra as normas tributárias, o sistema de tributos é inseguro, pois depende da interpretação do fisco. 
Centralizado: os tributos são centralizados 69% de arrecadação para a União, 25% para os Estados e 6% para os Municípios.  
AULA 02
CONCEITO DE TRIBUTO: 
1- Prestação: Prestação é o objeto de uma relação obrigacional entre o Fisco e o contribuinte.
2- Pecuniária: Pecúnia significa em dinheiro. Não pode ser pago o tributo de forma in natura (em bens) ou in labore (em serviços, por exemplo serviço militar e trabalho nas eleições). 
3- Compulsória: obrigatória. Afastando a facultatividade ou liberalidade de quem paga. Irrelevante a vontade das partes. Ocorreu o fato gerador, TEM QUE PAGAR!
4- Moeda ou em cujo valor nela se possa exprimir: em dinheiro ou em outro bem que possa ser avaliado em dinheiro; 
OBSERVAÇÃO: Após a edição da Lei Complementar n. 104/2001, acrescentou o inciso XI ao art. 156 CTN, admitindo a dação em pagamento.
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, naforma e condições estabelecidas em lei. Para alguns autores, o artigo 3º teria tal redação: “tributo é a prestação em moeda, bens e serviços”.
	TRIBUTO
	MULTA
	Não possui finalidade sancionatória
	 É sanção por ato ilícito
	Visa arrecadar e intervir em situações sociais e econômicas 
	O ideal é que não arrecade, pois, visa a coibir o ato ilícito
OBSERVAÇÃO: No caso da MULTA por não pagamento de um tributo, só existe decorrente de um ato ilícito (o não pagamento de um tributo) assim, a MULTA ela não pode ser considerada tributo pois decorre de ato ilegal. 
Princípio da Legalidade Tributária - Art. 150, I, CF - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
OBSERVAÇÃO: Tributo só pode ser criado ou majorado por meio de lei (complementar ou ordinária) OU ato normativo de igual força (Medida Provisória).
Quanto à vinculação com o fato gerador (vínculo com atividade estatal)
1) Tributos vinculados:
Fato gerador (ou hipótese de incidência) corresponde a uma atividade estatal específica: prestação, potencial ou efetiva, de um serviço público específico e divisível, ou exercício do poder de polícia.
Ex.: taxas e contribuições de melhoria
2) Tributos não vinculados:
Fato gerador (ou hipótese de incidência) não é qualquer atividade do Estado, mas sim uma atividade ou situação econômica do contribuinte. 
Ex.: Impostos 
OBSERVAÇÃO: O Estado tem que realizar, para validar a cobrança, alguma atividade específica relativa ao sujeito passivo (devedor)?
Resposta NEGATIVA: tributo não vinculado.
Resposta POSITIVA: tributo vinculado (pois sua cobrança se vincula a uma atividade estatal especificamente voltada ao contribuinte).
Quanto à competência impositiva
Tributos Federais; 2) Tributos Estaduais; 3) Tributos Municipais
Quanto à Função: O objetivo do tributo sempre foi o de arrecadar recursos financeiros para o Estado.
Tributos Fiscais – captação de recursos financeiros. É o principal, mas não o único.
Tributos Extrafiscais – intervenção na economia privada, estimular atividades, setores econômicos ou regiões, desestimular o consumo de certos bens produzidos. Busca um efeito diverso da simples arrecadação de recursos financeiros. EX:(Impostos sobre Produtos Industrializados) e o II (Imposto de Importação).
Tributos Parafiscais – são tributos brasileiros incluídos na espécie tributária chamada contribuição especial no interesse de categorias econômicas ou profissionais. Sua arrecadação é destinada ao custeio de atividade paraestatal, ou seja, são contribuição cobrada por autarquia, órgãos paraestatais, profissionais ou sociais, para custear seu financiamento autônomo. Exemplo: taxa anual do CRC, CREA, OAB. Instituições como SESI, SESC, SENAI, SENAC.
Espécies Tributárias - TRIBUTO É GÊNERO
1. Suas espécies são: TEORIDA QUINÁRIA/QUINQUIPARTITE - A teoria quinária/quinquipartite é o posicionamento adotado pelo STF hoje em seus julgamentos.
- Impostos; - Taxas; - Contribuições de Melhorias; - Contribuições Especiais; - Empréstimos Compulsório.
IMPOSTO: Art. 16 CTN - Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Fato Gerador não vinculado a uma atividade estatal. “agir” ou “ter” do contribuinte. Ex.: auferir renda (não tem atividade prestada pelo estado para cobrar o tributo, refere-se ao contribuinte)
OBSERVAÇÃO: São 7 (sete) Impostos federais; 3 (três) Impostos estaduais e 3 (três) Impostos municipais.
OBSERVAÇÃO: Temos a competência residual da união. 
Princípio da Pessoalidade: Caráter pessoal - leva em consideração condições pessoais do contribuinte.
Princípio da Capacidade Contributiva: Tem em sua essência que, a carga tributária seja distribuída de acordo com a possibilidade de cada um pagar os seus tributos.
É importante perceber que os impostos não incorporam, no seu conceito, a destinação de sua arrecadação a esta ou àquela atividade estatal, sem vinculação.
Assim os impostos são tributos: - NÃO VINCULADOS a uma atividade estatal;
- DE ARRECADAÇÃO NÃO VINCULADA: suas receitas prestam-se ao financiamento das atividades gerais do Estado, remunerando os serviços universais.
a.1) IMPOSTOS DA UNIÃO: Art. 153 CF- Compete à União instituir impostos sobre:
I - Importação de produtos estrangeiros; II
II - Exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; IE
III - renda e proventos de qualquer natureza; IR
IV - Produtos industrializados; IPI
V - Operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; IOF
VI - Propriedade territorial rural; ITR
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. IGF
a.2) IMPOSTOS DO ESTADO E D.F: Art. 155 CF - Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos:                                 
I - Transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; ITCMD                              
II - Operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; ICMS                            
III - propriedade de veículos automotores.  IPVA    
a.3) IMPOSTOS DO MUNICÍPIO: Art. 156 CF - Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
I - Propriedade predial e territorial urbana; IPTU
II - Transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; ITBI
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.   ISS    
OBSERVAÇÃO: COMPETÊNCIA RESIDUAL: A União detém também competência para criar, na eminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários (Art. 154, II, CF). Art. 154. A União poderá instituir: II – na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
Neste caso extraordinário, a União poderá invadir a competência dos outros entes.
TAXAS: Art. 77 CTN – As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
OBSERVAÇÃO: Fato Gerador vinculado a uma atividade estatal.
CONCEITO: A TAXA é tributo retributivo ou contraprestacional, uma vez que não pode ser cobrada sem que o Estado exerça o poder de polícia ou preste ao contribuinte, ou coloque a sua disposição, um serviço público específico e divisível. 
O IMPOSTO é contributivo, contribui em benefício de toda a coletividade.
São dois fatos do Estado que podem ensejar a cobrança de taxas:
O exercício regular do poder de polícia, que legitima a cobrança da taxa de polícia;
OBSERVAÇÃO: Para que seja possível a cobrança de taxas, o exercício do poder de polícia precisa ser regular, ou seja, desempenhado em consonância com a lei, com obediência ao princípio do devido processo legal e sem abuso ou desvio de poder. EX.: Taxa de Licença para Localização e Funcionamento; Taxa de Licença para Publicidade; Taxa de Licença para Construções e Edificações; Taxa de Vigilância Sanitária.
A utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição, que possibilita a cobrança de taxa de serviço. Art. 79 CTN. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: I - utilizados pelo contribuinte: a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; b) potencialmente,quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento; II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas; III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.
OBSERVAÇÃO: Específico e Divisível (tem que estar presente ao mesmo tempo)
Destacado em unidades autônomas e cuja utilização possa ser mensurada individualmente.
Específica para determinado contribuinte.
Divisível pois na verificação dos custos da prestação de serviço eu consigo dividir exatamente o quanto cabe para cada contribuinte.
Potencialmente: quando esse serviço é definido em lei como de utilização compulsória e é posto à disposição do contribuinte mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento, a taxa pode ser cobrada mesmo sem a utilização efetiva do serviço pelo sujeito passivo. Ex: taxa de lixo de um apartamento desocupado. Potencial: mesmo não utilizando, PAGO
Efetiva: utilização facultativa e efetivamente utilizado, se usar vou pagar. Ex: taxa de passaporte. Efetiva: só PAGO se utilizar.
COMPETÊNCIA PARA INSTITUIR AS TAXAS
É COMUM ENTRE OS ENTES FEDERADOS NOS SEUS RESPECTIVOS TERRITÓRIOS (arts. 145, II, CF e 77 CTN).
Veículo Normativo para a criação de taxas
As taxas são criadas e disciplinadas sempre por meio de lei ordinária editada pela entidade federativa competente para a sua instituição. Em âmbito federal, admite-se também a criação de taxa via medida provisória, na medida que as MPs têm a mesma potencialidade jurídica das leis ordinárias.
DIFERENÇA entre TAXA x PREÇOS PÚBLICOS (tarifas)
Todas as diferenças decorrem do fato de que taxa é tributo e preço público não é tributo, daí não poderem ser considerados sinônimos. 
Se o serviço público for prestado diretamente pelo Estado, ou por meio de entidades da Administração indireta, a remuneração tem a natureza tributária de TAXA.
Se o Estado decide realizar a prestação por meio de concessionários contratados para tal finalidade, a remuneração paga pelo usuário tem natureza não tributária de TARIFA/PREÇO PÚBLICO.
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO:
COMPETÊNCIA: 
Art. 148 CF - A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b” (princípio da anterioridade) Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
Art. 15 CTN. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir empréstimos compulsórios: I - guerra externa, ou sua iminência; II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis; III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo. (SEM EFEITO - REVOGADO). Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei.
CONCEITO: Os empréstimos compulsórios são empréstimos forçados, coativos, porém restituíveis. Seu caráter restituível é o que difere das demais espécies tributárias. Nenhuma outra espécie tem previsão de restituição, talvez esse seja o motivo de não instituir. 
A obrigação de pagá-los não nasce de um contrato ou de uma manifestação livre das partes, mas sim de determinação legal. 
OBSERVAÇÃO: Competência EXCLUSIVA da União (regra sem exceção – Estados, DF e Municípios NÃO podem instituir empréstimos compulsórios).
SEMPRE deve ser instituído por LEI COMPLEMENTAR, embora a situação de relevância e urgência se apresentam, no caso dos empréstimos compulsórios não pode ser via Medida Provisória, por força constitucional (art. 148 CF – “mediante lei complementar”).
O produto da arrecadação deve ser aplicado na despesa que fundamentou sua instituição.
HIPÓTESES DE EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO:
Calamidade Pública (art. 148, I CF e art. 15, II CTN): Trata-se de uma situação emergencial transitória provocada pela ação humana ou evento da natureza e cujo enfrentamento exija uma captação extraordinária de recurso pelo Poder Público junto à iniciativa privada. Exemplos: acidente aéreo de grandes proporções, furacão, terremoto, tsunami, enchente, desmoronamento, etc. A calamidade pública não precisa ser de proporção nacional para ser instituída e nem precisa ser cobrada no local que aconteceu tal calamidade, pode ser em um único município por exemplo. Ex: a União cria um empréstimo compulsório para socorrer vítimas de Brumadinho/MG, das cidades do Sudeste do País. PODE SER SEM VINCULAÇÃO GEOGRÁFICA.
OBSERVAÇÃO: Por ser um caso que necessita de rapidez, já pode ser instituído e cobrado imediatamente, sem respeitar o princípio da anterioridade do exercício, nem a nonagesimal. Podendo ser cobrado no dia seguinte da publicação da lei complementar que o houver instituído.
Guerra externa ou sua iminência (art. 148, I CF e art. 15, I CTN) - Um conflito bélico que envolva diretamente o Brasil e outro país soberano. Pode ser apenas iminente. Obs.: Exclui-se qualquer possibilidade de criação de empréstimos compulsórios para custear guerra interna, civil (Estado de SC decide guerrear com o Estado não RJ, não cabe criar empréstimos compulsórios).
Art. 154. A União poderá instituir: II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
Por ser um caso que necessita de rapidez, já pode ser instituído e cobrado imediatamente, sem respeitar o princípio da anterioridade do exercício, nem a nonagesimal. Podendo ser cobrado no dia seguinte à publicação da lei complementar federal que o tiver instituído.
Investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional (art. 148, II CF) - Trata-se de empreendimento estatal emergencial que favoreça todo o país e cuja realização não possa ser feita com os recursos orçamentários ordinários. (Não cabe no caso de tragédias naturais ou provocadas pelo homem, pois este se trata de calamidade e pode ser aplicada a uma determinada região). Também não se pode utilizar tal hipótese para obtenção de recurso visando atender a planos econômicos ou medidas governamentais similares, como INVESTIMENTOS.
ORIENTAÇÃO: Precisa respeitar o princípio da anterioridade anual e nonagesimal
FATO GERADOR: Portanto, a CF não define os possíveis fatos geradores do empréstimo compulsório. Não estabelece o campo tributário de sua incidência, simplesmente, arrola pressupostos que justificam a sua instituição e cobrança, cabendo ao ente competente (União Federal), através do instrumento normativo competente (lei complementar) descrever os fatos ou as situações objeto da tributação. Ela define as hipóteses que podem ser instituídos tais tributos e não o FATO GERADOR.
Fato gerador do empréstimo compulsório será definido pela lei complementar que o instituir podendo ser um fato econômico qualquer, ainda que já utilizado para a cobrança de imposto, taxa ou contribuição de melhorias e especiais, existentes.
Bis in idem ou bitributação
Nada impede a ocorrência em duplicidade na arrecadação de empréstimos compulsórios, ou seja, podem ser cobrados sobre grandezas econômicas já utilizadas para incidência de outros tributos.
O bis in idem: quando o MESMO ENTE FEDERATIVO cobra duas vezes do contribuinte sobre o mesmo fato gerador.
A bitributação: quando MAIS DE UM ENTE FEDERATIVO cobra do contribuinte sobre o mesmo fato jurídico tributário. Ex: ITR e IPTU de um mesmo terreno. União cobra ITR e o município cobra IPTU do mesmo terreno.
Empréstimos compulsórios x Imposto Extraordinário de Guerra: A União pode instituirSIMULTANEAMENTE os dois tributos para fazer frente aos gastos em caso de guerra.
Empréstimo compulsório não se perpetua no tempo, só devendo ser exigido enquanto estiver presente o pressuposto constitucional que autorizou sua instituição.
ATENÇÃO: Nem na CF e nem no CTN existe previsão expressa de que o empréstimo compulsório precisa ser uma atividade vinculada a uma atividade estatal ou não. Porém, todas as experiências que o Brasil já passou em relação a instituição de empréstimos compulsórios (sobre aquisição de combustíveis, automóveis, energia elétrica, Plano Collor 1 – bloquei nas cadernetas de poupança) foram todos NÃO VINCULADOS.
Se o Estado pode optar ele vai optar por não vincular, obviamente, para assim facilitar a sua instituição.
RESTITUIÇÃO DO EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO: Sem previsão de restituição, a tributação será ilegítima. Art. 15 CTN. Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei.
d) CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA: Art. 81, CTN – A contribuição de melhoria cobrada pela UNIÃO, pelos ESTADOS, pelo DF ou pelos MUNICÍPIOS, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
COMPETÊNCIA COMUM: União, Estados, DF e Municípios.
Atenção: Esta contribuição é decorrente de obra pública e não para a realização de obra pública.
FATO GERADOR: Fato gerador da contribuição de melhoria não é a realização da obra pública, mas sim sua consequência, a VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA. EX.: Obra Pública causou Valorização Imobiliária (acréscimo no valor do imóvel).
RESUMO: Para instituir a Contribuição de Melhoria não basta a realização da obra pública, sendo imprescindível que dela decorra uma valorização imobiliária. Obra Pública sem efetiva e comprovada valorização imobiliária não justifica sua cobrança. SEM VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA NÃO TEM CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIAS.
Veículo normativo instituidor: As contribuições de melhorias são criadas e disciplinadas por lei ordinária da entidade federativa que executou a obra pública. 
Obra Pública deve ser realizada pelo Poder Público ou por particulares em nome do Estado. Valorização imobiliária oriundas de obras de particulares, não pode ser cobrada do contribuinte. Ex: construção de um shopping center ao lado da minha casa, mesmo que ocorra a valorização imobiliária, não tem o que se falar em cobrança de contribuição de melhorias pois não decorreu de uma obra PÚBLICA. 
OBSERVAÇÃO: E na hipótese da obra pública executada ao lado da minha casa causar desvalorização no meu imóvel, como fazer? Ex: construção de um presídio. Não cabe neste caso ao direito Tributário resolver, cabe sim ao direito Administrativo que admite a propositura de ação indenizatória contra o Poder Público.
LIMITES: 
Limite Total (ou global): é a despesa realizada (custo da obra), computando gastos com estudos, projetos, fiscalização, desapropriação, administração, execução e financiamento etc. O ente político que instituir a contribuição de melhoria não poderá arrecadar com ela mais do que o valor total da despesa com a realização da obra pública (princípio da vedação do enriquecimento sem causa).
Limite Individual: está vinculado à condição de cada imóvel isoladamente analisado. O valor a ser exigido de cada contribuinte não poderá ser superior à valorização do imóvel que lhe pertencer. A jurisprudência pacificada entende que a base de cálculo do tributo é a diferença entre os valores iniciais e finais dos imóveis beneficiados (valorizados). Valor da minha casa era R$ 50.000,00 depois da obra valorizou e passou a valer R$ 75.000,00. Base de cálculo conforme jurisprudência pacificada é de R$ 25.000,00.
OBSERVAÇÃO: Os dois limites precisam ser respeitados – TOTAL (GLOBAL) E INDIVIDUAL.
INSTITUIÇÃO: Antes da obra - publicação de edital contendo: 
Delimitação das áreas a serem beneficiadas e relação de imóveis nela compreendidos;
Memorial descritivo do projeto e orçamento do custo da obra
Determinação da parte da obra cujo custo será ressarcido
Plano de rateio entre os proprietários dos imóveis beneficiados
Concessão de prazo de 30 (trinta) dias para impugnações e regulamentação do processo administrativo
Depois da conclusão total ou parcial da obra:
Conclusão parcial – desde que já tenha sido executada parte da obra suficiente para beneficiar determinados imóveis, de modo a justificar o início da cobrança;
Antes do lançamento deve ser publicado o demonstrativo de custos efetivamente incorridos na execução da obra
O ato de lançamento deve conter: (i) valor da contribuição de melhoria; (ii) prazo para pagamento, prestações e vencimentos; (iii) prazo para impugnação; (iv) local do pagamento.
IMPUGNAÇÃO: Erro na localização e dimensões do imóvel;
Erro no cálculo dos índices atribuídos
Valor da contribuição
Número de prestações (parcelas)
Valor da parcela: não poderá exceder, a cada ano, valor o correspondente a 3% do valor fiscal do imóvel, atualizado na época do pagamento.
AULA 03
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA: É a atribuição, aos diferentes entes da Federação, de parcelas do Poder Tributário, com vistas a garantir-lhes autonomia financeira. “É a aptidão para criar tributos” (Luciano Amaro).
A competência tributária é atribuída pela CF (arts. 145, 147, 148, 149-A, 153, 155, 156 e 195) somente as entidades federativas.
A titularidade da competência tributária é EXCLUSIVA de pessoas jurídicas de direito público da ADMINISTRAÇÃO DIRETA (União, Estado, DF e Municípios), não sendo permitido a delegação a outras pessoas.
A competência tributária decorre exclusivamente da Constituição Federal, que outorga aos entes federados (União, Estados e Distrito Federal, Municípios) o poder de legislar no sentido de instituírem os tributos que lhes couberem.
“A Constituição Federal não cria tributos, apenas outorga competência para que os entes políticos o façam por meio de leis próprias” (Ricardo Alexandre)
COMPETÊNCIA DA UNIÃO: Art. 153 CF. Compete à União instituir impostos sobre: I - importação de produtos estrangeiros;(II) II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;(IE) III - renda e proventos de qualquer natureza; (IR) IV - produtos industrializados; (IPI) V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; (IOF) VI - propriedade territorial rural;(ITR) VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.(IGF) 
OBSERVAÇÃO: COMPETÊNCIA RESIDUAL DA UNIÃO: Art. 154 CF. A União poderá instituir: I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
Também compete à União: TAXAS: todas de serviços e do exercício do poder de polícia de sua competência; Contribuições de Melhorias; Empréstimos Compulsórios; e Contribuições Especiais (sociais, corporativas e interventivas).
COMPETÊNCIA DO ESTADO E D.F: Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; (ITCMD) II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; (ICMS) III - propriedade de veículos automotores. (IPVA). 
OBSERVAÇÃO: Também compete aos Estados: TAXAS: todas de serviços e do exercício do poder de polícia de sua competência; Contribuições de Melhorias; e Contribuição Previdenciária de seus servidores (Art. 149 § 1º, CF).
COMPETÊNCIADOS MUNICÍPIOS: Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: I - propriedade predial e territorial urbana; (IPTU) II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; (ITBI) III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.  (ISS).
OBSERVAÇÃO: Também compete aos Municípios: TAXAS: todas de serviços e do exercício do poder de polícia de sua competência; Contribuições de Melhorias; Contribuição Previdenciária de seus servidores (Art. 149 § 1º, CF); e Contribuição de Iluminação Pública (COSIP)- (Art. 149-A, CF).
COMPETÊNCIA DO D.F: Todos os impostos dos Estados, e ainda dos Municípios (arts. 147 e 155), as contribuições de melhorias das obras que realizar, as taxas de serviços e fiscalização de sua competência, contribuição previdenciária de seus servidores (Art. 149-A, CF) e contribuição de iluminação pública (COSIP)- (Art. 149-A, CF).
As características fundamentais das competências tributárias são:
INDELEGABILIDADE - é a impossibilidade de a entidade competente transferir por vontade própria a aptidão para instituir tributo a outra pessoa.
Art. 7° CTN - Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir.
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido.
§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos.
Competência Tributária x Capacidade Tributária Ativa
A competência tributária é indelegável, ou seja, a pessoa jurídica a quem a CF tenha atribuído competência para instituir o tributo não pode transferir essa competência para outra pessoa. 
Pode, entretanto, delegar a outra pessoa jurídica de direito público a capacidade tributária ativa, que é a atribuição de arrecadar e de fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária.
OBSERVAÇÃO: CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA: Pode ser definida como o poder para arrecadar ou exigir tributos, ou seja, o poder para figurar no polo ativo da relação jurídica tributária
A pessoa jurídica de direito público a quem tiver sido conferida a capacidade tributária ativa passa a figurar como sujeito ativo da relação jurídica obrigacional tributária (credor), podendo inclusive propor Execução Fiscal com fundamento na Lei 6.830/80”
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA: é política, se refere a possibilidade de editar leis instituindo o tributo, definindo seus elementos essenciais. É indelegável. (INSTITUIR, ARRECADAR, FISCALIZAR e EXECUTAR).
CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA: decorre da competência tributária, mas possui natureza administrativa, referindo-se às funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária. É delegável de uma pessoa jurídica de direito público a outra. (ARRECADAR, FISCALIZAR e EXECUTAR).
IRRENUNCIABILIDADE – O ente político a quem tenha sido atribuída a competência tributária não pode renunciá-la, nem mesmo mediante previsão expressa na Constituição Estadual ou na Lei Orgânica Municipal, pois qualquer norma nesse sentido será inconstitucional. A entidade federativa não pode abrir mão definitivamente de suas competências tributárias.
INCADUCABILIDADE – Art. 8º CTN - O não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.
“O ente político a quem tenha sido atribuída a competência tributária não perde a sua competência tributária caso não a exerça durante determinado período de tempo”. Não há prazo para o exercício da competência tributária.
A falta de uso não faz a competência tributária desaparecer nem ser transferida para outra entidade. Ex: Imposto sobre Grandes Fortunas (União).
INALTERABILIDADE/INAMPLIABILIDADE - Só a Constituição Federal define a competência, que não pode ser alterada por normas infraconstitucionais.
A entidade federativa não pode, por vontade própria, aumentar suas competências tributárias.
FACULTATIVIDADE - A Constituição Federal, ao atribuir competências aos diversos entes políticos, não lhes impõe o seu exercício, mas apenas faculta.
O Legislador não está CONSTITUCIONALMENTE obrigado a criar os tributos de sua competência. Obs: A Lei de Responsabilidade Fiscal – LC 101/1999, não entende ser facultativa, mas de modo geral é sim FACULTATIVA.
A CF utilizou diversas técnicas para distribuir competência entre as entidades federativas:
COMPETÊNCIA PRIVATIVA/EXCLUSIVA Atribuída de forma exclusiva a um determinado ente político.
Utilizada para os empréstimos compulsórios, impostos e na maioria das contribuições especiais. É a modalidade de competência atribuída a uma determinada entidade federativa afastando a possibilidade de exercício simultâneo por outra pessoa.
É o que acontece com os tributos não vinculados (impostos) deferidos pela CF a cada ente de maneira privativa/exclusiva.
Ex: Compete privativamente a União instituir [...] ou compete privativamente aos Estados instituir [...] ou Compete privativamente aos Municípios e o Distrito Federal instituir [...]
COMPETÊNCIA COMUM - Atribuída de forma comum aos diversos entes políticos.
É atribuída ao ente competente para prestar o serviço público, exercer o poder de polícia ou executar a obra pública que tiver relação com o fato gerador do tributo.
Exemplos: Contribuição de Melhoria e Taxa (tributos vinculados)
COMPETÊNCIA RESIDUAL - Compete à União instituir, por lei complementar, impostos não previstos na CF e novas fontes de custeio da Seguridade.
Lei Complementar
Não-Cumulativos (não incidir em todas as etapas do processo produtivo e/ou de comercialização – IPI, ICMS)
Base de Cálculo diferentes dos discriminados na CF.
COMPETÊNCIA EXTRAORDINÁRIA/ESPECIAL - Atribuída exclusivamente à UNIÃO para instituir imposto extraordinário de guerra ou sua iminência. Art. 154 CF. A União poderá instituir:
II - Na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
ATENÇÃO
COMPETÊNCIA RESIDUAL
Art. 154 CF. A União poderá instituir:
I - Mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição; 
COMPETÊNCIA EXTRAORDINÁRIA
II - Na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação
COMPETÊNCIA CUMULATIVA - É quando pode arrecadar seus tributos privativos, e, simultaneamente, também os de outra entidade.
É o que ocorre no caso dos territórios (se houvesse).
COMPETÊNCIA CONCORRENTE - É aquela atribuída a mais de uma entidade federativa, mas não a todas.
Ex: a COSIP só pode ser arrecadada pelo município e pelo DF (art. 149-A CF).
Bitributação e Bis in idem
Bitributação: consiste na situação de dois entes tributantes distintos tributarem o mesmo fato. Essa figura em regra é inconstitucional, pois invade a competência de outro ente tributante.
A CF admite bitributação?
Sim, no caso do Imposto Extraordinário de Guerra, é admitido a invasão na competência de outro ente.
Bisin idem: temos o mesmo ente tributando duas vezes o mesmo fato. 
Não constitui figura ilícita. 
Exemplo: Adicional de 10% de IR que as pessoas jurídicas devem pagar quando ultrapassar renda superior a R$ 20.000,00 mensais. Vai ser tributado o Imposto de Renda normalmente e se passar do valor supracitado, incidirá sobre este mesmo valor um adicional, ou seja, o contribuinte será tributado duas vezes.
RESUMO
Competência Tributária é a distribuição aos entes políticos de parcelas do Poder de Tributar;
A CF não cria nenhum tributo – apenas outorga competência para que os entes políticos o façam;
O exercício da competência tributária pelos entes políticos se dá através da edição de leis (competência legislativa);
A competência tributária é indelegável, irrenunciável, incaducável, inalterável e facultativa;
Competência Tributária pode ser:
Privativa: atribuída privativamente a um único ente político (tributos não vinculados).
Comum: atribuída a todos os entes políticos (tributos vinculados).
Residual: somente à União - impostos residuais.
Extraordinária: somente à União - IEG
Cumulativa: DF (impostos estaduais e municipais)
OBS.: Embora a competência tributária seja indelegável, a capacidade tributária ativa pode ser atribuída a outra pessoa jurídica de direito público (funções de arrecadar, fiscalizar tributos ou executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas);
Bitributação e bis in idem: admitida em alguns casos específicos: o primeiro no caso de instituição de Imposto Extraordinário de Guerra; e o segundo no caso do adicional de IR PJ.
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DEFINE COMPETÊNCIAS TRIBUTÁRIAS MAS NÃO CRIA NENHUM TRIBUTO.
AULA 04 – PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS
Os princípios tributários previstos na CF funcionam como mecanismo de defesa do contribuinte frente ao Estado no campo tributário.
Existem para proteger o cidadão contra os abusos de poder do Estado.
Por isso, “limitações ao poder de tributar”.
No texto da CF define duas espécies de limitações constitucionais ao poder de tributar: 1) PRINCÍPIOS; 2) IMUNIDADES.
Por isso que se entende que os princípios têm natureza dúplice: Para o Fisco representa uma LIMITAÇÃO AO PODER DE TRIBUTAR e para o Contribuinte representa GARANTIA FUNDAMENTAL.
Constituem Cláusulas Pétreas: os Art. 60 § 4º, IV, CF “não será objeto de deliberação a proposta de ementa tendente a abolir: IV direitos e garantias fundamentais”. 
Obs.: segundo o STF, os princípios que não constam no artigo 150 CF não são cláusulas pétreas. Os demais princípios que constam fora do artigo são denominados de “garantias asseguradas ao contribuinte”, como exemplo o artigo que trata do princípio da seletividade (art. 153 § 3º, I e 155, § 2º, III da CF) e da não cumulatividade (art. 153 § 3º, II e 155, § 2º, I da CF).
Sua regulamentação infraconstitucional, se necessária, exige Lei Complementar, art. 146, II, CF “cabe à lei complementar: II regular as limitações constitucionais ao poder de tributar”.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA OU ESTRITA LEGALIDADE OU TIPICIDADE CERRADA - ARTIGO 150, I, da CF e 97 do CTN
Art. 150, I da CF – Legalidade Tributária
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; 
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; 
Assim, analisando de forma associativa os dois artigos (CF e CTN), verifica-se que o princípio da legalidade tributária tem o seguinte conteúdo: a INSTITUIÇÃO, MAJORAÇÃO, REDUÇÃO OU EXTINÇÃO sempre DEPENDEM DE LEI.
O poder executivo não pode, por ato próprio, instituir, aumentar, reduzir, extinguir tributos (Decreto, regulamentos, instruções normativas, etc).
A conversão em lei da MP que instituiu ou majorou é exigida apenas para os IMPOSTOS e NÃO PARA AS DEMIAS ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS.
Cuidado! A Medida Provisória que reduzir ou extinguir QUALQUER TRIBUTO, produzirá efeito imediatamente após sua conversão em lei sem qualquer intervalo exigido por anterioridade.
Têm que estar previstos em Lei: 
Critério Material (Fato Gerador) (descrição contida em lei suficiente para o nascimento da obrigação tributária).
Base de Cálculo (serve para quantificar, para dar dimensão do tributo)
Alíquotas (percentual que multiplicado pela base de cálculo permite o cálculo do quantum devido) 
Sujeito Passivo (contribuinte ou responsável) 
Sujeito Ativo (o detentor da capacidade tributária)
Aumento de base de cálculo = aumento do tributo
Somente por meio de LEI. Mesma posição do STF e STJ
Atualização monetária ≠ aumento do tributo
Pode ser mediante decreto. Súmula STJ
Ex: Correção monetária do valor venal do imóvel que vai incidir IPTU. Não está se aumentando a base de cálculo e sim corrigindo o valor da base de cálculo. Atualização monetária não é aumento real, mas mera recomposição da perda inflacionária do período.
Lei Tributária e Legislação Tributária
Lei é em sentido estrito. Legislação é mais abrangente.
EXCEÇOES AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
A CF prevê SEIS TRIBUTOS cujas ALÍQUOTAS podem ser MODIFICADAS por meio de ATOS DO PODER EXECUTIVO.
Atenção: 
aqui fala em ALÍQUOTA nunca em BASE DE CÁLCULO que só pode ser disciplinado por meio de lei.
Aqui fala em MODIFICAÇÃO, pois sua instituição é tema reservado EXCLUSIVAMENTE ao legislador.
Portanto, quando o legislador não estabelecer as alíquotas máximas e mínimas desses tributos NÃO SURGE a competência para o Executivo alterá-las.
EXCEÇOES: Os tributos que excepcionam a legalidade são:
II – Imposto de Importação;
IE – Imposto de Exportação;
IPI – Imposto sobre produtos industrializados;
IOF – Imposto sobre operações financeiras;
ICMS/ combustíveis
CIDE/combustíveis
O fundamento constitucional das quatro primeiras exceções é o artigo art. 153, § 1º da CF: “É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V. 
No II, IE, IPI e IOF a ALTERAÇÃO DE ALÍQUOTA é permitido por ato do Poder Executivo - DECRETO
Convênios CONFAZ (conselho nacional de política fazendária) – estabelecer, reduzir ou reestabelecer alíquota
No caso da CIDE/combustível e ICMS/ combustível a previsão é REDUZIR e REESTABELECER as alíquotas até o limite estabelecidos em lei .
Ex: a alíquota da CIDE/combustível era de 2,0% e o ato do Executivo reduziu para 0,5% a única possibilidade de modificação posterior será restabelecer ao patamar inicial de 2,0%, jamais aumentar.
PRINCÍPIO DA ISONOMIA TRIBUTÁRIA
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
II - Instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
Tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais
Tal princípio nada mais é que a confirmação de um princípio constitucional básico: a igualdade de todos perante a lei, OU SEJA, Este princípio proíbe que seja dado tratamento diferenciado a contribuintes que se encontrem em situação equivalente.
Tem dois destinatários: a) legislador; b) Fisco
Por isso pode se falar em “igualdade na lei”: Fisco precisa dar um tratamento paritário conferido pela legislação aos contribuintes.
“Igualdade perante a lei”: (quem exerce atividade de fiscalização e arrecadação do tributo) o Fisco não pode desigualar, no exercício de suas atribuições, contribuintes que se encontram em condições equivalentes 
DESDOBRAMENTOS DO PRINCÍPIO DA ISONOMIA: SUBPRINCÍPIOS 
1) A regra da irrelevância da capacidade civil para fins tributários:
Art. 126 CTN. A capacidade tributária passivaindepende:
I - da capacidade civil das pessoas naturais;
A capacidade civil do sujeito passivo é irrelevante no direito tributário (será mais aprofundado no tema Capacidade Tributária).
2) O princípio do non olet: Art. 118 CTN. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;
Deriva do provérbio pecúnia non olet “o dinheiro não tem cheiro”, ou seja, não importa a origem remota do dinheiro do contribuinte e nem se a atividade tributária é ilícita ou imoral.
3) O princípio da capacidade contributiva - Art. 145, § 1º CF Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte[..]
O subprincípio da CAPACIDADE CONTRIBUTIVA:
Caráter pessoal: leva em consideração condições pessoais do contribuinte. Ex.: IR: valor total da renda, despesas dedutíveis, número de dependentes, etc.
Cada administrado deve contribuir com o Estado na medida de suas possibilidades, de forma a minimizar o sacrifício de cada contribuinte.
Embora este princípio faça referência a IMPOSTO, no julgamento do RE 406.955/2010 o STF firmou o entendimento no sentido de que a capacidade contributiva é aplicável a todos os tributos.
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE:
Princípio da Irretroatividade Genérica (CF, art. 5º, XXXVI – “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada")
Princípio da Irretroatividade Tributária (CF, art. 150, III, a “É vedado à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios: III - Cobrar tributos em relação fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado”).
Este princípio tem como objetivo específico IMPEDIR QUE NOVAS LEIS TRIBUTÁRIAS ALCANCEM FATOS ANTERIORES À DATA DE SUA VIGÊNCIA.
A lei nova não se aplica aos fatos geradores já consumados, aplica-se para o presente (fatos pendentes) e o futuro (fatos futuros), mas não atinge os fatos já ocorridos.
REGRA GERAL: é a irretroatividade de lei.
EXCEÇÃO:
lei interpretativa: 
Art. 106 CTN: A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I - Em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; [...]
Lei interpretativa é aquela promulgada com o objetivo de explicar o conteúdo de lei anterior. Neste caso, pode retroagir.
b) lei mais benéfica: 
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:[...]
A lei mais benéfica pode retroagir em matéria de infração, porém exige-se o preenchimento de alguns requisitos. 
Lei que reduz a multa tributária, pode retroagir, pois esta beneficiando o contribuinte.
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE DO EXERCÍCIO OU ANUAL
Anterioridade de Exercício (CF, art. 150, III, b “sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar tributos: b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou”)
Também chamado de princípio da não surpresa.
Estabelece um intervalo mínimo entre a publicação da lei que cria ou majora o tributo e a data da sua efetiva exigência.
Segurança jurídica na relação tributária
O Estado vê-se obrigado a aguardar o início do próximo exercício financeiro para iniciar a cobrança do tributo criado ou aumentado/majorado.
Exercício Financeiro = Ano Civil (de 01 de janeiro a 31 de dezembro)
OBSERVAÇÃO: só se aplica para a criação e aumento do tributo, mas NÃO quando o tributo é reduzido ou extinto. Aplicação imediata.
EXCEÇÕES
ao Princípio da Anterioridade de Exercício
Empréstimo Compulsório de calamidades ou guerra (art. 148, I, CF)
Impostos Extrafiscais: II, IE, IPI e IOF (art. 150, § 1º, CF)
Imposto Extraordinário de Guerra (art. 154, inciso II, CF)
Contribuições para Financiamento da Seguridade Social (art. 195, § 6º, CF)
ICMS-Combustível – restabelecimento alíquota (art. 155, § 4º, IV, c, CF)
CIDE-Combustível –restabelecimento alíquota (art. 177, § 4º, I, b, CF)
Quando um tributo é exceção SOMENTE a esse princípio, ele pode ser cobrado no mesmo exercício financeiro em que foi publicada a lei que o instituiu ou aumentou, devendo, porém, respeitar o prazo de 90 dias.
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL OU NOVENTENA
Anterioridade Nonagesimal ou Noventena (CF, art. 150, III, c “antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b”)      
A Emenda Constitucional n. 42/2003, introduziu o artigo 150, III, “c”, CF, que exige que se respeite um período de 90 dias entre a data que criou ou aumentou o tributo e sua efetiva cobrança.
Veda a cobrança de tributos antes de decorridos o prazo de 90 (noventa) dias desde a data em que tenha sido publicada a lei que os instituiu ou majorou.
A REGRA GERAL PARA A MAIORIA DOS TRIBUTOS PASSOU A SER O FUNCIONAMENTO COMBINADO DAS DUAS ANTERIORIDADES, ANUAL E NONAGESIMAL, APLICANDO-SE A REGRA DA ANTERIORIDADE MAIS BENÉFICA PARA O CONTRIBUINTE.
EXCEÇÕES ao Princípio da Anterioridade Nonagesimal ou Noventena
Empréstimo Compulsório de calamidades ou guerra (art. 148, I, CF “para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência”)
II, IE, IR e IOF
Imposto Extraordinário de Guerra (art. 154, inciso II, CF “na iminência ou no caso de guerra externa”)
Fixação da Base de Cálculo de IPVA e IPTU
Quando um tributo é exceção aos dois princípios, sua cobrança pode ser imediata;
Já quando um tributo é exceção APENAS ao princípio da anterioridade do exercício financeiro seguinte, sua cobrança poderá dar-se no mesmo ano, desde que respeitado o prazo de 90 dias;
Se o tributo é exceção SOMENTE ao princípio da anterioridade nonagesimal, a cobrança deve ocorrer a partir do primeiro dia do exercício financeiro seguinte, ainda que isso ocorra em menos de 90 dias.
PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO CONFISCO:
CF, art. 150, IV […] é vedado à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios […] II - utilizar tributo com efeito de confisco;
Embora se refira a “tributo”, a jurisprudência do STF (ADI 551/RJ em 2002) tem entendido que o Princípio da Vedação ao Confisco também se aplica em relação às multas por infrações à legislação tributária.
Em outras palavras: Este princípio proíbe que a tributação seja estabelecida em patamar exorbitante a ponto de o bem tributado inviabilizar o exercício de atividade econômica.
O conceito “tributo confiscatório” é excessivamente vago e impreciso
Deve ser avaliado em cada caso concreto (Poder Judiciário)
Não pode inviabilizar atividades econômicas
Não pode importar perda de patrimônio para o Estado (expropriação das fontes)
Exceção:
Não se aplica em relação aos impostos extrafiscais, que poderão trazer em seu bojo alíquotas pesadas, regulando a economia.
IPI (imposto sobre produtos industrializados) por ser regulatório. Algumas doutrinas não entendem como extrafiscal, mas segundo a jurisprudência é sim regulatório. 
Produtos supérfluos podem ter tributação excessiva, com base na essencialidade do produto.
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PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE TRÁFEGO OU NÃO LIMITAÇÃO - CF, art. 150, V
[…] é vedado à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios […]
V – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;
Impede que o tributo seja utilizado para restringir o trânsito de pessoas e bens no território nacional.
Tráfego de pessoas ou bens não pode ser limitado pela cobrança de tributos, quando estas ultrapassam as fronteiras dos Estados ou Municípios.
DIRIETO A LIVRE LOCOMAÇÃO (CF/88)
Veda a tributação da simplestransposição das fronteiras entre Municípios ou Estados
Evita a Guerra Fiscal
Não impede a cobrança de pedágio. EXCEÇÃO.
Não impede a cobrança de ICMS nas operações interestaduais de mercadorias nem sobre os serviços de transportes interestadual ou intermunicipal
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PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA:
CF, art. 151, I – […] É vedado à União: I – Instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País.
Este princípio obriga a União a aplicar a mesma alíquota para os seus tributos em todo o território nacional, sem qualquer distinção entre estados, regiões ou Municípios (MAZZA, 2018, p. 278)
Projeção do princípio da Isonomia na relação entre a União e as demais entidades federativas, proibindo o favoritismo ou discriminações negativas no modo como os tributos federais são cobrados nos outros entres políticos.
Exemplo: É inconstitucional um decreto que majore o IPI sobre os calçados fabricados no Rio Grande do Sul. Sendo o IPI um tributo federal, sua alíquota deve ser a mesma para os calçados fabricados em todo o Brasil.
OBSERVAÇÃO: Embora a CF faça referência somente aos tributos da União, deve-se concluir que, por simetria, a mesma vedação é extensiva a Estados, DF e Municípios, não podendo instituir tributos diferenciado nos seus respectivos territórios, desigualando alíquotas de acordo com a região, cidade, bairro ou localidade onde ocorrer o fato gerador, sob pena de violação a este princípio.
É admitida a concessão de incentivos fiscais objetivando o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as regiões do País – Ex.: Zona Franca de Manaus
Visa o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico.
PRINCÍPIO DA NÃO DISCRIMINAÇÃO TRIBUTÁRIA EM RAZÃO DA PROCEDÊNCIA OU DESTINO:
CF, art. 152 […] É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.
Proíbe tratamento diferenciado em razão da procedência ou destino de bens ou serviços.
PRINCÍPIO DA SELETIVIDADE E NÃO CUMULATIVIDADE NÃO SÃO CONSIDERADOS PELO STF COMO PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS POR NÃO FAZER PARTE DO ROL DO ARTIGO 150, 151 E 152 DA CF.
AULA 05 – IMUNIDADES
As imunidades são normas constitucionais que limitam a competência tributária afastando a incidência de tributos sobre determinados itens ou pessoas (MAZZA, 2018, p. 326). Norma de competência negativa
Pela natureza que as imunidades têm de GARANTIAS FUNDAMENTAIS e LIMITAÇÃO AO PODER DE TRIBUTAR decorrem as seguintes consequências:
Constituem cláusulas pétreas, ou seja, não pode ser reduzida ou suprimida via emenda constitucional.
Sua regulamentação infraconstitucional depende de lei complementar.
Vedada a edição de MP para regulação infraconstitucional de imunidade tributária.
Imunidade devem ser invocadas sempre em favor do contribuinte e não em favor do Fisco.
A imunidade é uma hipótese de não-incidência constitucionalmente qualificada.
Só há imunidade, em regra, quanto aos impostos.
IMUNIDADE x ISENÇÃO
Imunidade: é uma norma constitucional que limita a competência tributária, afastando a incidência de tributos sobre determinados itens ou pessoas. A imunidade opera pelo PLANO CONSTITUCIONAL interagindo com as regras que definem a competência para instituição de tributos, ANTES QUE O FATO GERADOR OCORRA.
Isenção: é a lei infraconstitucional, ou seja, é um benefício legal concedido pelo legislador. Neste caso exclui algumas ocorrências da obrigação de pagar tributo. Uma norma legal dispensa o pagamento do tributo, assim, libera o contribuinte de realizar o pagamento do tributo APÓS A OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR.
Exemplo: IPVA dos portadores de deficiência de locomoção.
IMUNIDADE: é uma hipótese de não incidência constitucionalmente qualificada.
ISENÇÃO: é uma hipótese de não incidência legalmente qualificada.
Basicamente, a diferença entre a imunidade e a isenção está em que a primeira atua no plano da definição da competência, e a segunda opera no campo do exercício da competência.
Outros institutos afins DIFERENTES de imunidade
Isenção simples (autonômica): São aquelas concedidas por lei DA MESMA ENTIDADE COMPETENTE PARA INSTITUIR O TRIBUTO.
Ex: IPTU, tributo municipal, quando o próprio município outorga isenção de IPTU trata-se de isenção autonômica.
Mesmo ente que criou isenta.
b) Isenção heterônomas ou imprópria: é um tipo especial de isenção concedida por entidade diversa daquela competente para instituir o tributo.
Trata-se de uma exceção à autonomia dos entes políticos para conceder benefícios aos seus próprios tributos.
Por isso, somente a CONSTITUIÇÃO pode prever isenções heterônomas.
Hoje, existem apenas 2 casos previsto na CF, em favor da União:
Concede isenção de tributo estadual (ICMS): art. 155, § 2º, XII, “e”: cabe à lei complementar da União excluir a incidência do ICMS nas exportações de serviços e produtos[...]
 Concede isenção de tributo municipal (ISS): art. 156, § 3º, II: cabe à lei complementar da União excluir a incidência do ISS na exportação de serviços do exterior. 
Quem tem competência para instituir o tributo não é a União, porém, por uma determinação da CF ela concede benefícios em seus próprios tributos.
MAS SE TANTO A IMUNIDADE QUANTO A ISENÇÃO HETERÔNOMA TEM PREVISÃO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, QUAL É A DIFERENÇA ENTRE AMBAS? 
Embora prevista na CF a isenção heterônoma, como toda isenção, é concedida por lei e não pela Constituição.
Na IMUNIDADE a própria norma constitucional exclui a incidência do tributo.
Na ISENÇÃO HETERÔNOMA a norma constitucional manda o legislador dar a isenção, de modo que o Texto Constitucional em si não tem poder de excluir o pagamento do tributo.
c) Não incidência: é a situação em que o tributo é indevido porque NÃO OCORREU O SEU FATO GERADOR.
Ex: exigir ISS sobre locação, sendo que locação não é serviço, conforme Súmula Vinculante n. 31 do STF: É inconstitucional a incidência do imposto sobre serviços de qualquer natureza - ISS sobre operações de locação de bens móveis.
Neste caso é indevida a cobrança diante da NÃO INCIDÊNCIA do fato gerador. Não ocorreu!
d) Alíquota zero: trata-se de uma forma de desoneração tributária por meio da qual, o legislador, ou Poder Executivo, elimina a tributação sobre determinado item ZERANDO A ALÍQUOTA incidente sobre a base de cálculo DE MODO A EXCLUIR QUALQUER VALOR DEVIDO PELO CONTRIBUINTE.
OBS: neste caso OCORRE o fato gerador, nasce a obrigação tributária, MAS NÃO HÁ VALOR DEVIDO.
e) Desoneração: é utilizada para designar qualquer benefício fiscal capaz de reduzir a carga tributária suportada pelo contribuinte.
Podemos dizer então que a isenção, imunidade, alíquota zero são formas de desoneração.
CLASSIFICAÇÃO DAS IMUNIDADES
1) Quanto a finalidade:
a) Imunidades Subjetivas (ou pessoais): Toma como base parâmetros que podem levar em consideração as PESSOAS beneficiadas pela exceção, ou seja, quando o benefício constitucional for imediatamente dirigido à proteção de PESSOAS.
Exemplo: Imunidade para o “patrimônio, renda ou serviços dos entes políticos” – Imunidade recíproca (não pode tributar entre os entes). Um veículo que pertence ao município de Braço do Norte não pode ser tributado pelo Estado de SC por conta da imunidade entre os entes, neste caso, a imunidade é subjetiva por conta do ente a que pertence tal veículo.
OBSERVAÇÃO: Se vender para um terceiro, vai incidir IPVA normalmente, afinal não é o automóvel/BEM e sim o ENTE.
b) Imunidades Objetivas (ou Materiais): Beneficia determinada categoria de operações, bens, fatos. São os objetos cuja tributação é impedida.
Exemplo: imunidade de “livros, jornais periódicos eo papel destinado a sua impressão”, assim, não importa quem é o proprietário do livro, quem vende, quem compra. Se é livro é imune. É o objeto.
2) Quanto à aplicabilidade:
autoaplicáveis/incondicionada: Eficácia plena e vigência imediata – não dependem de lei, os efeitos são produzidos imediatamente, inexigindo regulamentação infraconstitucional. Exemplo: Imunidades recíprocas
não aplicáveis/condicionada: Dependem que seus requisitos sejam estabelecidos em Lei. Necessidade de Lei Complementar. Exemplo: As instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos (somente mediante LC)
Espécies de Imunidade Tributária
1) IMUNIDADE RECÍPROCA - Art. 150, VI, ‘a’ CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - Instituir impostos sobre:                              
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros
Trata-se de uma cláusula pétrea, visando proteger o pacto federativo ao impedir que os entes cobrem IMPOSTOS entre si.
Autarquias: A pessoa jurídica de direito público, criada por lei, com capacidade de auto-administração, para o desempenho de serviço público descentralizado, mediante controle administrativo exercido nos limites da lei. Exemplo: INSS (Instituto Nacional do Seguro Social)
Fundações: São entidades sem fins lucrativos, constituídas para um fim específico de interesse público (educação, saúde, cultura e pesquisa). As fundações públicas podem assumir personalidade jurídica de direito público ou de direito privado. 
 Exemplos: IBGE visa compreender e apoiar o desenvolvimento do Brasil através da coleta de informações estatísticas;
IMUNIDADE RECÍPROCA EXTENSIVA: O constituinte ao estender o benefício às autarquias, tal benefício alcança todas as espécies do gênero autárquico:
Autarquias comuns; Fundações Públicas; Agências Reguladoras; Agências Executivas; Conselhos de Classe (exceto a OAB – único conselho sem natureza de autarquia – Precedente do STF – porém, mesmo sem natureza goza de imunidade tributária. As Caixas de Assistência dos Advogados – NÃO SÃO IMUNES; Associações Públicas.
ATENÇÃO: a imunidade das pessoas de direito público das autarquias e fundações públicas tem o alcance mais restrito do que as imunidades das entidades federativas. Os entes federativos (União, Estado, DF e Municípios) não pagam NENHUM imposto, as entidades públicas da administração indireta são imunes SOMENTE aos “impostos que recaem diretamente sobre suas atividades finalísticas”. 
“no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes”
No caso das autarquias e fundações a diferença para os demais entes políticos é que para elas (autarquia e fundação) gozarem de imunidade, precisam manter seu patrimônio, renda ou serviços vinculados à sua finalidade essencial ou às delas decorrentes.
Exemplo: A União tem um terreno desocupado, sobre ele não incide IPTU. 
Mas se o terreno pertence ao INSS (autarquia federal previdenciária), o IPTU é devido porque tal terreno não está vinculado à atividade finalística da autarquia.
IMUNIDADE RECÍPROCA
No caso das empresas públicas e sociedades economia mista:
STF estendeu a imunidade das autarquias e fundações às empresas públicas e às sociedades de economia mista.
A imunidade vale mesmo quando houver exploração de serviço público de manutenção obrigatória pelo Estado (Ex.: correios, infraero, água e esgoto)
PARA CONHECIMENTO
Empresa pública é Pessoa Jurídica de Direito Privado, constituída por capital exclusivamente público, aliás, sua denominação decorre justamente da origem de seu capital, isto é, público, e poderá ser constituída em qualquer uma das modalidades empresariais. Exemplo: CEF, CORREIOS
Sociedade de Economia Mista é Pessoa Jurídica de Direito Privado, constituída por capital público e privado, por isso ser denominada como mista. A parte do capital público deve ser maior, pois a maioria das ações devem estar sob o controle do Poder Público. Somente poderá ser constituída na forma de S/A. Exemplo: Banco do Brasil
Havendo exploração de atividade econômica, ou contrapretacão, ou pagamento de preço ou tarifa pelo usuário, as autarquias e fundações públicas perdem toda e qualquer imunidade, evitando-se assim que o BENEFÍCIO TRIBUTÁRIO se transforme em indevida vantagem competitiva do Estado diante de eventuais empresários privados que atuam no mesmo setor.
Duas situações em que o patrimônio, à renda e aos serviços das entidades públicas NÃO são imunes:
Quando relacionados com a exploração de atividades econômica;
Quando relacionado a atividade em que haja contraprestação ou pagamento de preço público/tarifa pelo usuário.
Justificativa: a imunidade implicaria tratamento privilegiado. Assim, se houver cobrança de tarifa ou a atividade for de exploração econômica, não haverá imunidade.
Exemplo: Podem ser tributados pelos Municípios os serviços de fornecimento de àgua e de esgoto prestado pelo Estado, afinal, cobra-se por este serviço, neste caso não se trata de imunidade. 
SE PAGA, CARACTERIZA-SE ATIVIDADE ECONÔMICA.
Cobrou tem natureza econômica
No caso das empresas públicas e sociedade de economia mista exploradoras de atividades econômicas, como Banco do Brasil, Petrobrás e Caixa Econômica Federal, NÃO TEM QUALQUER IMUNIDADE, na medida que tais entidades estatais atuam no mercado em regime de competição com empresas privadas e o referido benefício tributário seria uma vantagem competitiva sobre os demais concorrentes. 
Com relação aos cartórios e serventias extrajudiciais, no julgamento do RE 756.915, o STF firmou entendimento de que atividades de cartório, notários e serviços de registro público NÃO têm direito à imunidade recíproca.
Justificativa: embora estes serviços são prestados na forma do artigo 236 CF, por delegação do poder público, essa condição não é suficiente para resguardá-lo da possibilidade de sofrer tributações. 
2) IMUNIDADE RELIGIOSA - Art. 150, VI, ‘b’, CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:              
b) templos de qualquer culto;
Liberdade de Crença e Religião
Conforme a CF: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
 VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
Considerada Cláusula Pétrea
Na imunidade religiosa, é aplicavél exclusivamente aos impostos, não sendo, extensível as demais espécies tributárias.
Observação: quando o legislador originário instituiu tal imunidade religiosa TEMPLO DE QUALQUER CULTO, disse menos efetivamente do que queria dizer.
Templo x Entidade religiosa
Templo (prédio fisicamente considerado)
Entidade Religiosa (todas as atividades que lhe são inerentes)
Se a imunidade fosse somente do TEMPLO (propriedade do imóvel em que esta instalado o templo) só estaria imune do IPTU ou ITR. 
Nada impediria a cobrança do IR sobre as oferendas doadas. 
Mas o objetivo da imunidade religiosa é proteger todo o patrimônio, todas as receitas e todos os serviços destas entidades.
IMUNIDADE RELIGIOSA ABRANGE:
Templos (parte física) = Entidades Religiosas (atividades)
A CF quando falou em templo, entendeu que os benefícios tributários atingem todas as áreas contíguas ao templo, como creches, casas sacerdotais, quadras esportivas, estacionamentos, cemitérios e salões sociais. São áreas igualmente indispensáveis para a realização dos serviços religiosos.
Abrange:
Exploração de atividade econômica, desde que o resultado seja revertida às finalidades essenciais (aluguel, bazares, etc)
Exemplo: O STFentende que se um imóvel que petence a um ente imune é alugado, não deixa de estar vinculado às finalidades essenciais do ente, não perdendo a imunidade. 
Assim, os recursos capitados têm que ser utilizado na atividade essencial da instituição religiosa.
Se um imóvel pertence a instituição religiosa, mas não é utilizada de culto, inexiste imunidade em relação ao IPTU/ITR por exemplo.
Se o imóvel é locado pela instituição religiosa de um terceiro, neste caso incide o imposto, imunidade é subjetiva e não objetiva.
Atenção:
Os cemintérios religiosos e os cemintérios comerciais (crematórios) gozam de imunidade religiosa?
Cemitérios Religiosos x Cemitérios Comerciais
Os cemintérios religiosos, sem fins lucrativos, conforme STF (RE 578562) são considerados extensão da entidade religiosa, e consequentemente tem imunidade religiosa.
Os cemintérios comerciais (crematórios), tem objetivo de lucro, neste caso não tem imunidade religiosa.
Em suma:
Como se trata de uma imunidade subjetiva, ou seja, instituída para proteger as instituições religiosas, a norma imunizante tem o poder de afastar todos os impostos que seriam devidos pela pessoa jurídica.
Nenhuma instituição religiosa paga impostos cujo fato gerador pudesse ser a elas atribuídos.
Paga as demais espécies tributárias.
Maçonaria não é considerada pelo STF RE 562.351 uma religião.
3) IMUNIDADE DE PARTIDOS POLÍTICOS, 
ENTIDADES SINDICAIS DE TRABALHADORES E INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL - Art. 150, VI, ‘c’, CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
a) Partidos Políticos e suas fundações:
São Pessoas jurídica de direito privado, não integra a estrutura estatal, mas sua existência é indispensável para o funcionamento da república e da democracia representativa.
Quando fala no artigo “patrimônio, renda e serviços” é meramente explicativo, pois tal imunidade atinge TODOS OS IMPOSTOS, as demais espécies tributárias são pagas.
Não é autoaplicável.
Observação: se o partido político tem um imóvel alugado e está renda é revertido para a atividade essencial, manter o partido, continua imune aos impostos.
b) Entidades Sindicais: 
Somente o sindicato dos trabalhadores (sindicatos, federações sindicais, confederações sindicais e as centrais sindicais)
Liberdade de associação sindical prevista na CF.
Os sindicatos dos Empregadores não são beneficiários desta regra imunizante.
Quando fala no artigo “patrimônio, renda e serviços” é meramente explicativo, pois tal imunidade atinge TODOS OS IMPOSTOS, as demais espécies tributárias são pagas.
Não é autoaplicável.
c) Instituições de Educação e Assistência Social:
Esta imunidade foi estipulada em norma constitucional de eficácia limitada, assim, somente após a instituição da Lei que regulará tal imunidade, é possível a aplicação da imunidade prevista.
Sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da LEI
Lei Complementar (Art. 146, II da CF/88 – “Cabe à lei complementar: II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar) . Mesmo que no Art. 150, VI, ‘c’, CF nada expressa sobre LC a própria CF expressa sobre o tema no Art. 146, II.
Embora não mencionando LEI COMPLEMENTAR, por força da CF em se tratando de limitação ao poder de tributar, é o veículo introdutor da norma.
SÚMULA 724 DO STF
Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c da Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.
Artigo 150, VI “c” atendidos os requisitos da lei (COMPLEMENTAR)
NÃO É AUTOAPLICÁVEL
Art. 14, CTN- O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º (mesmo do art. 150, VI, “c” CF) é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais;
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
QUALQUER DESCUMPRIMENTO DESSES REQUISITOS, A AUTORIDADE COMPETENTE PODE SUSPENDER A APLICAÇÃO DA IMUNIDADE.
d) IMUNIDADE CULTURAL - Art. 150, VI, ‘d’
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão
Livre manifestação do pensamento
Acesso à cultura (baratear o custo)
É de cunho objetivo, assim ela é autoaplicável
Alcança: Operações de importação, produção e circulação (II – não se cobra quando é estrangeiro e ingressa em território nacional, IPI - não se cobra quando ele sai da indústria e ICMS – não se cobra quando sai do estabelecimento comercial)
Observação: estamos falando da imunidade cultural – no caso do livro por exemplo- imunidade objetiva/material- é o livro imune e não a livraria, que no caso vai pagar IR sobre os rendimentos das vendas, IPTU do seu imóvel, 
Alcança: Filmes e papéis fotográficos 
Súmula 657 do STF: A imunidade prevista no art. 150, VI, "d", da Constituição Federal abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos. 
Películas plásticas utilizadas em capas integradas ao produto final
Listas telefônicas (RE 101.441-5 – RS)
Veiculação de anúncios e propaganda em jornais e revistas impressos
Apostilas didáticas (RE 183.403)
Álbuns de figurinhas (Que contribuem para que as crianças aprendam a lidar com veículos escritos de informação RE 221.239-6m j. 25-5-2004)
Não Alcança:
Renda/receita das empresas que comercializam livros, jornais e periódicos (somente operações imunes)
Tiras de plástico para amarrar jornais
Insumos (tinta, produtos químicos, máquinas e equipamentos)
Calendários, manuais de instruções, propagandas e folhetos separados do corpo do jornal, livro ou periódico.
IMUNIDADE CULTURAL: LIVROS DIGITAIS OU E-BOOKS SÃO IMUNES
O elemento finalístico da norma imunizante é a proteção do conteúdo veiculado por livros, jornais e periódicos, reconhecidos como veículos difusores da cultura e informação.
PAPEL PARA SUA IMPRESSÃO: formas mais modernas de veiculação da cultura e da informação, além do formato impresso – livros eletrônicos, CD-rom e audiolivros.
Assim, no RE 330.817, de 08/03/2017 – STF passou a entender que os livros eletrônicos e os suportes próprios para sua leitura são alcançados pela imunidade cultural. Alcança e-book e inclusive aos suportes EXCLUSIVAMENTE utilizado para fixá-lo.
E-READS TÊM IMUNIDADE, MAS SMARTPHONES E TABLETS NÃO.
 
XXVIII EXAME UNIFICADO – Questão prova OAB/SC
O Estado Y lavrou auto de infração em face da pessoa jurídica PJ para cobrança de créditos de Impostos sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), decorrentes da produção e venda de livros eletrônicos. Adicionalmente aos créditos de ICMS, o Estado Y cobrou o pagamento de multa em decorrência do descumprimento de obrigação acessória legalmente prevista.
Tendo isso em vista, assinale a afirmativa correta.
A) Há imunidade tributária em relação aos livros eletrônicos; por outro lado, é incorreta a cobrança da multa pelo descumprimento da obrigação acessória.
B) Há imunidade tributária em relação aos livros eletrônicos; no entanto, tendo em vista a previsão legal, é correta a cobrança de multa pelo descumprimento da obrigação acessória.
C) É correta a cobrança do ICMS, uma vez que a imunidade tributária somente abrange o papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos; da mesma

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