Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Centro Universitário Leonardo da Vinci Educacional Leonardo da Vinci Ivanilda de Lima Madeira Sousa Norma Sueli Peres Rocha Rosângela Aparecida dos Santos Almeida O RETORNO DO ALUNO IDOSO NA EJA PEIXOTO DE AZEVEDO- MT 2018 Ivanilda de Lima Madeira Sousa Norma Sueli Peres Rocha Rosângela Aparecida dos Santos O RETORNO DO ALUNO IDOSO NA EJA Trabalho de Graduação apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Pedagogia no Centro Universitário Leonardo da Vinci-UNIASSELVI. PED (1803). Tutora: Prof.ª: Maria do Socorro Gomes da Silva Peixoto de Azevedo- MT 3° Semestre 2018 RESUMO Esse trabalho visa esclarecer o aluno da 3° idade a reconhecerem que precisam a cada dia de uma melhor formação educacional, muitos idosos estão buscando aperfeiçoar os seus conhecimentos pelo simples fato de anotar um recado ao telefone ou até mesmo saber pegar um ônibus sem ter que estar pedindo ajuda para alguém. O crescimento da população idosa e a participação têm sido percebidos inclusive nas salas de aula, e as causas para a retomada dos estudos tem se apontado cada vez mais diverso. A volta do aluno idoso para a escola é amparada na Lei das Diretrizes e Bases da Educação (LDB) de 1996, legislação que regula a educação no Brasil no contexto atual, cria e nomeia uma modalidade de ensino dentro da Educação Básica – A Educação de Jovens e Adultos (EJA). O objetivo desse trabalho é incentivar os idosos para retornar aos estudos, e uma participação efetiva do professor junto ao aluno para oferecer ao mesmo auxílio que garantam esse regresso e perseverança, é muita as dificuldades impostas pela vida, até mesmo pelos próprios idosos no que se refere aos estudos. As dificuldades relatadas por vários estudantes são: cansaço após um dia penoso de trabalho, cuidar dos trabalhos domésticos, e etc. São inúmeras desculpas. Apesar dos alunos idosos apresentarem muitas dificuldades para se organizarem grande parte deles notam o estudo como uma oportunidade única de serem cidadãos mais capacitados e assim ser exemplo aos filhos e netos a aproveitarem o momento e o tempo para se dedicar aos estudos e ter um futuro melhor e mais digno. Palavras-Chave: incentivo, dificuldades, idosos. 4 01. INTRODUÇÃO O adulto/idoso tem direito à educação, não somente como instrumentalização, compensação ou reparação, mas como um espaço que possibilita uma compreensão democrática do conhecimento e de postura tendente a assinalar uma sociedade menos desigualdade. Atualmente a alfabetização para jovens e adultos tem uma concepção libertadora, em que se interroga o debate dos saberes e tem toda liberdade de expressão, preocupando-se com a total integração dos indivíduos na sociedade. Ultimamente existe um número muito grande de idosos matriculados na EJA. De acordo com a Política nacional do idoso (Lei nº 8842/98) considera-se idoso aquele que possui idade superior a 60 anos. Em entrevista na Escola com os alunos e a professora observamos por relatos desses alunos que a maioria deles voltou à sala de aula devido à necessidade de obter uma vida profissional a altura da exigência que o mercado de trabalho vem trazendo para a modernidade, devido a essa exigência o ensino brasileiro também tem passado por um processo de transformação procurando novas opções pedagógicas que possam diminuir o analfabetismo no país, trazendo programas que incentiva a todos os jovens e adultos a procurarem a se qualificar não só para a vida profissional, mas também para o seu próprio ego, pois o individuo se sente mais atualizado entre a sociedade. O ensino na EJA busca prepará-los para o mundo por meio dos questionamentos, diálogos e o desenvolvimento crítico de suas ideias, orientando-os para viverem e conviverem com o mundo letrado e saber interpretar os códigos visuais da comunicação exibidas pelos diversos segmentos sociais, do mundo letrado no qual o homem atual está em constante desenvolvimento. Com certeza tudo isso orienta nosso trabalho no que tange a luta pela permanência do idoso na escola. 5 02. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O ensino brasileiro ao longo de sua história tem passado por um processo de mudança, procurando novas opções pedagógicas que possam diminuir o analfabetismo no país, com programas que incentivam a todos os jovens e adultos a procurarem o saber formal, mesmo assim os resultados não têm sido suficientes pelos órgãos competentes. A evasão escolar ao longo da implantação dos programas tem apresentado resultados negativos, tornando-se desafiador para o professor, conservar a permanência do aluno na escola. Não se trata de alfabetizar um mundo no qual os estudos era privilégio de poucos letrados, e sim, para a formação humana, mediante os contextos socioculturais e históricos. Nessa visão de escola renovada o ensino para jovens e adultos merece um cuidado específico, mediante a triagem de seus currículos formulados dentro da contextualização coletiva, podendo abrir espaços e novas expectativas de saberes agregando os conhecimentos científicos. O Estatuto do Idoso, Leiº 10.741, foi sancionada pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 1º de outubro de 2003. Essa define medidas de proteção às pessoas com idade igual ou superior aos 60 (sessenta) anos. O texto regulamenta os direitos dos idosos, determina obrigações das entidades assistenciais e estabelece penalidades para uma série de situações de desrespeito aos idosos. Temos o idoso como sujeito de direitos, uma vez que, no Estatuto do Idoso, em seu capítulo V, regulamenta: Art.20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade. Art.21. O Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso à educação, adequando currículos, metodologias e material didáticos aos programas educacionais a ele destinados. Art.22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal serão inseridos conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao respeito e à valorização do idoso, de forma a eliminar o preconceito e a produzir conhecimentos sobre a matéria. (LEI Nº 10.741, OUTUBRO DE 2003). Observando esses direitos estabelecidos, podemos analisar o quanto a população idosa deveria estar amparada em relação ao direito à educação. Muitos idosos ainda desconhecem seus direitos. Colaborar para que o aluno idoso permanecesse em sala de aula com uma postura mais fortalecida, pois saberia que o acesso à educação é resultado da luta pela igualdade social e um dos direitos adquiridos. Além disso, a escola, ao abordar temas do 6 envelhecimento e trabalhar com metodologias adequadas aos idosos, tornaria a escola mais interessante para eles. A educação não pode ser diferenciada no que diz respeito à lei, pois que como a própria lei ressalta estamos incentivando e cooperando com o desenvolvimento da pessoa humana por meio da educação, tendo em vista, que a mesma na sociedade pós-moderna necessita de uma boa qualificação para o pleno exercício da cidadania. E como observantes e executoresdessas leis supracitadas temos prazer em praticar essa lei que promove a erradicação do analfabetismo pelas nossas mãos e que por outro lado ainda se arrasta em vários estados da Federação pelo descaso dos governantes que não oferecem os incentivos necessários aos professores e estudantes como a lei prevê. Há de se considerar também que o público da EJA está intensamente ligado ao trabalho. O conhecimento nos acompanha desde o nascimento, é adquirido com meio, em construção constante. Aprimorar este conhecimento através da educação formal e sem dúvida o anseio de muitos jovens e adultos. O estudante adulto é um trabalhador, e têm horários e deveres a cumprir, tem preocupações, vivenciam problemas, preconceitos e muitas vezes a autoestima está abalada. Conservar este aluno-trabalhador frequentando as aulas é um dos grandes desafios na educação de jovens e adultos, e torna-se mais árduo uma vez que o adulto já tem costumes adquiridos, provocar mudanças intervém em seu modo de vida. De acordo Pinto: O adulto é, por conseguinte um trabalhador trabalhado. Por um lado, só subsiste se efetua trabalho, mas, por outro lado, só pode fazê-lo nas condições oferecidas pela sociedade onde se encontra que determina as possibilidades e circunstâncias materiais, econômicas, culturais de seu trabalho, ou seja, que neste sentido trabalha sobre ele. (PINTO, 1982, p 80). Transforma-los em uma pessoa participativos requer mais do que ensinar a ler e escrever, é necessário letra-los, é necessário despertar neste aluno-trabalhador o anseio por condições de destaque dentro da sociedade. Trabalhar com ele questões socioeconômicas, de seu cotidiano. Os atos educativos para o adulto que procura a escola carecem ocorrer no mais amplo sentido de cidadania, de participação na sociedade, muitas vezes, preconceituosa com seus analfabetos. Segundo Pinto: A participação cada vez mais ativa das massas - incluindo grande número de analfabetos - no processo político de uma sociedade expande a consciência do 7 trabalhador e lhe ensina por que e como - ainda que analfabeto - deve caber a ele uma participação mais ativa na vontade geral. (PINTO, 1982, p 80). O aluno da EJA chega a sala de aula munido de conhecimentos, adquiridos em meio aos amigos, em sua casa, com sua família e principalmente em sua profissão ou nos inúmeros trabalhos que desenvolveu. Reconhecer estes conhecimentos e despertar neste aluno o interesse em aperfeiçoá-lo através da alfabetização é dever do tutor. Respeitar o conhecimento empírico deste aluno e partir deste ponto para a descoberta de um mundo letrado é o grande referencial do método Freiriano. De acordo com Freire: Cada um de nós é um ser no mundo, com o mundo e com os outros. Viver ou encarnar esta constatação evidente, enquanto educador ou educadora significa reconhecer-nos outros - não importa se alfabetizados ou participantes de cursos universitários, se alunos de escolas do primeiro grau ou se membros de uma assembleia popular - o direito de dizer à sua palavra. Direito deles de falar a que corresponde o nosso dever de escutá-los. (FREIRE, 1989, p 26) Na reflexão de Freire (1988, p 46) "Todos os homens são seres antologicamente iguais, finitos, inacabados, capazes de procederem a críticas autenticamente, "em situações", sofrendo, portanto, os condicionamentos da realidade, mas sendo capazes de transformá- la porque são seres históricos”. O adulto, quando alfabetizado, poderá perceber o valor de sua formação no momento que usar o conhecimento adquirido em sala de aula para transformar sua realidade e passar a ser uma pessoa construtora da sua história. 8 03. METODOLOGIA Na tentativa de responder minha questão de pesquisa “Que fatores contribuem para o retorno do aluno idoso na EJA?”, muitos motivos se revelaram significativos, especialmente aqueles advindos da escuta dos sujeitos, realizada por meio das entrevistas. O primeiro, talvez, seja a constatação de que o sujeito adulto da EJA, especialmente os mais idosos, frequentaram pouco a escola quando crianças. No tempo histórico de suas infâncias nem todos os sujeitos tinham acesso à escola. O trabalho foi realizado através de site de pesquisas, entrevistas, no dia 21/06/2018 às 19h 30 min na Escola Estadual Garcia Garrida Firmino localizada na Rua Amazonas N° 362 Bairro Mãe de Deus no município de Peixoto de Azevedo MT, fizemos a entrevista com quatro alunos e a professora da sala do 6º ano na EJA constatamos a necessidade dos estudos no cotidiano dos mesmos, no qual os alunos nos relatou a dificuldade que enfrentaram ao longo desses anos longe da escola, pois cada vez os estudos estão mais avançados, e devido a isso muitos não conseguiram um bom emprego por isso eles se sentiram na necessidade de retornar aos estudos. Ao falarmos com eles nos relataram que precisam muito dos estudos para poder se relacionar melhor com as pessoas e principalmente da matemática para efetuar seus trabalhos no qual necessita de cálculos, onde os mesmos mostraram o interesse de terminar os estudos para ter um futuro melhor. A professora nos informou que eles frequentam a sala de aula com prazer e dedicação, e que ela trabalha com eles com materiais didáticos, pois até o momento eles não estão trabalhando com tecnologia, mas se for preciso eles não terão dificuldade em usa-los, também nos informou que a maior parte de seus alunos são mulheres, pois os homens são mais tímidos. 9 04. RESULTADO E DISCUSSÃO Observamos o quanto os estudos são importantes na vida do ser humano, pois tudo a nossa volta está se evoluindo e muitos não querem ficar para trás. Reconhecemos a educação como ponto de partida e chegada para o início de um tempo novo, em função de resgatar e transmitir valores para garantir aos idosos, também sujeitos de direitos, dignidade com qualidade de vida. 10 05. CONCLUSÃO A grande maioria dos sujeitos desta pesquisa apresentou como expectativa inicial de volta à escola a preparação para o mercado de trabalho, e outra parcela o aprimoramento do saber escolar. Através deste estudo podemos perceber que a função social da escola foi muito além da expectativa inicial que a maioria dos alunos tinha que era a preparação para o mercado de trabalho, a escola despertou interesses na busca de conhecimentos como a leitura e escrita. A participação do professor na aprendizagem do aluno é de grande relevância; ao possuir habilidades e conhecimentos necessários para utilizar os materiais didáticos, maior será a participação e interação do aluno, principalmente no que diz respeito ao aluno idoso, que trabalha durante o dia e deixa à família em casa todas as noites, exige dos alunos muita força de vontade e persistência. As dificuldades encontradas no que diz respeito à aprendizagem são mínimas, diante de tamanho empenho, tanto por parte do educando como do educador, que esta sempre buscando a diversidade, não mede esforços, afim, de mantê-los em sala de aula. 11 04. REFERENCIAS ESTATUTO DO IDOSO: lei federal nº 10.741, de 01 de outubro de 2003. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/leis/2003/L10. 741. htm. < acesso em 17 de junho de 2017. FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler, 27ª ed. São Paulo, 1989, ed. Cortez. http://bdm.unb.br/bitstream/10483/5856/1/2010_GedaisHolandaDeAguiar_JoseaneMariaDaRochaHolanda.pdf http://www.pedagogia.com.br/artigos/ejaestudo/index.php?pagina=2 http://anais.anped.org.br/sites/default/files/arquivos/trabalho_38anped_2017_GT18_601.pdf http://www.uel.br/ceca/pedagogia/pages/arquivos/HELOISA%20HELENA%20APARECIDA %20CHAVES%20DUARTE.pdf http://www.anpae.org.br/simposio2011/cdrom2011/PDFs/trabalhosCompletos/comunicacoes Relatos/0345.pdf LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996. LDBEN/1996 - Diretrizes e Bases da Educação Nacional. PINTO, Álvaro Vieira. Sete lições sobre educação de adultos. São Paulo, ed. 1982. 12 ENTREVISTA NO DIA 21/06/2018 NA ECOLA GARCIA GARRIDA FIRMINO EM PEIXOTO DE AZEVEDO. 13
Compartilhar