Buscar

TCC PRONTO ABUSO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 58 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 58 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 58 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
SERVIÇO SOCIAL
andreza nascimento maciel
O ASSISTENTE SOCIAL DIANTE O ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO ÂMBITO INTRAFAMILIAR.
Castanhal – Pará.
2016
ANDREZA NASCIMENTO MACIEL
O ASSISTENTE SOCIAL DIANTE O ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTESNO ÂMBITO INTRAFAMILIAR.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Serviço Social em Serviço Social.
Orientador: Profª. Amanda Boza Gonçalves.
Castanhal – Pará.
2016
Dedico esta monografia primeiramente a Deus, aos meu pais, à minha família em modo geral e a todos que acreditaram e contribuiram para a realização enquanto profissional.
AGRADECIMENTOS
A Deus pelo dom da vida e sabedoria, mas a realização dos mesmo não teria acontecido sem o apoio da minha familia, em especial minha mãe e sogra que sempre se dispuseram a ficar com meus filhos enquanto eu estudava. Aos meus filhos e esposo que sempre foram meus impulsos para as lutas diárias. De forma alguma poderia esquecer de mencionar o nome CatarinaViana, pois esta me serviu de base por ser uma excelente profissional do Serviço Social e estar sempre ao meu lado como um leme, sempre me direcionando. Enfim a todos que direto ou indiretamente contribuíram para a realização da minha formação profissional, o meu muito obrigado.
A prática no Serviço Social conta bem mais que a teoria, e a profissão para quem não dá nada é porque não conhece a realidade. Como profissional da área devemos saber andar lado a lado do "Certo que é Errado e do Errado que é Certo”.
José Prado Júnior
MACIEL, Andreza Nascimento. O assistente social diante o abuso sexual de crianças e adolescentes no âmbito intrafamiliar. 2016, 42 laudas, Trabalho de Conclusão de Curso em Serviço Social, Universidade Norte do Paraná – UNOPAR, pólo Castanhal, 2016.
RESUMO
Ter a compreensão do agir do Assistente Social perante o contexto familiar, conhecer todas as formas possíveis de abordagens que o mesmo poderá usar compreendendo de forma amplificada o espaço familiar no que se pode estar em possíveis transformações, construções e amadurecimento. Diante do contexto atual da sociedade no qual crianças e adolescentes são abusadas diariamente, o papel da intervenção do Assistente Social passou a ganhar espaço e destaque na descoberta juntamente com a família no diagnostico de crianças e adolescentes vitimas do abuso sexual e possivelmente chegar ao agressor e ajudar a família na compreensão do ocorrido para a inserção da mesma na contextualização atual. O objetivo desta monografia consiste na compreensão do papel do Assistente Social e as suas devidas funções no direcionamento das ações no caso de abuso sexual. Reportando de vários autores que já relataram sobre o assunto, esta é uma versão onde é ressaltado o Serviço Social e os órgãos que competem a luta contra essa violência que acomete famílias no mundo.
Palavras-chave: Assistente Social, abuso sexual,criança e adolescente , familia.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT – Associação Brasileie de Normas e Técnicas.
CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social.
ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente.
PNAS – Política Nacional de Assistência Social.
SUAS – Sistema Único de Assistência Social.
UNOPAR – Universidade Norte do Paraná.
 SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..........................................................................................................10
CAPÍTULO 1 – BREVE HISTÓRICO DO ABUSO SEXUAL ....................................13
1.1 Abuso sexual.......................................................................................................16
CAPÍTULO 2 – CONCEITO DE ABUSO SEXUAL....................................................19
2.1 Sem que haja o contato físico..............................................................................20
2.2 Do envolvimento com o contato físico..................................................................21
2.3 Do envolvimento com a violência física................................................................21
CAPÍTULO 3– COMO O ABUSADOR ESCOLHE A CRIANÇA?.............................22
3.1 Como se escolhe o adolescente?........................................................................22
3.2 Violência intrafamiliar...........................................................................................24
3.3 Violência extrafamiliar..........................................................................................26
CAPÍTULO IV – EXPLORAÇÃO SEXUAL ...............................................................27 
4.1 Diferenças entre abuso e exploração sexual.......................................................28
4.2 Família protetora ou omissa?...............................................................................29
4.3 Leis e normas que regem os direitos da crianças e adolescentes em situações de abuso sexual..............................................................................................................34
4.4 O diagnóstico da família em relação a criança/abusador.....................................41
CAPÍTULO V – CREAS - CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL.............................................................................................43
5.1 A intervenção do Assistente Social......................................................................44
5.2 Assistente Social x abuso sexual,,.......................................................................47 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................50
REFERÊNCIAS ................................................................................................52
APÊNDICES ......................................................................................................58
Apêndice A ......................................................................................................58�
INTRODUÇÃO
O presente trabalho de Conclusão de Curso tem como seu objetivo geral o abuso sexual contra criança e o adolescente pois ao considerar que a violência um tema que assola o pais. Com isso durante a construção da referida monografia foi observado que a violência sexual apesar de inumeros combates de enfrentamento ainda é presente, acarretando consequências às vitimas atingidas. 
Deste modo este trabalho está direcionado ao objetivo especifico o enfrentamento na intervenção do profissional do Serviço Social tanto no fortalecimento de vínculos quando crianças ou adolescentes tiverem seus direitos violados, em ênfase, no caso de abuso sexual , ressaltando a importância do CREAS ( Centro de Referência Especializado de Assistência Social) onde atuam uma equipe multidisciplinar para um melhor atendimento, diagnóstico e até mesmo soluçoes e demais órgãos responsáveis, bem como as leis que regem e protegem o direito da Criança e do adolescente.
Na sua utilização foi usada a metodologia tendo seu embasamento em pesquisas bibliográficas, na internet e pesquisas sobre produções especificas sobre o tema, enfatizando tal violência sofrida em suas diversas formas, porem tendo ênfase à violência intrafamiliar.
 Apresentando um aparato a partir de um breve histórico, onde possibilita mostrar que ao longo dos tempos houve uma evolução histórica envolvendo a criança e o adolescente, também uma evolução no seu contexto familiar, surgindo uma transformação social,seguindo de uma serie de debates no âmbito internacional e nacional para que a criança e o adolescente pudessem vir a ter uma lei que alcançasse em todos os sentidos esses publico, culminando no Brasil a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, em 13 de Julho de 1993, tendo como o seu principal objetivo a qualidade de vida, constituindo-se esse publico alvo como sujeito de direitos e deveres emergindo dessa forma a implantação de politicas publicas que atendesse a necessidade dessa demanda, partindo de uma nova visão mais critica sobre a realidade.
Em seguida uma explanação sobre o abuso sexual e seus diferentes conceitos, a partir dos autores pesquisados, caracterizando suas formas de violência bem como suas severas consequências, sexuais, físicas, psicológicas, o medo de denunciar o agressor, há não proteção dos membros da família os quais deveriam proteger e cuidar desses seres que na sua maioria são indefesos. 
Pontuam-se as características da violência, como se dá, suas formas, o envolvimento e as reações físicas e psicossociais na criança e no adolescente. Também como se caracteriza a escolha da criança, por se apresentar um ser frágil em se defender, podendo na sua forma de pensar está inventando ou distorcendo situações pertinentes a realidade, enquanto o adolescente, por sua vez, a qual está passando por uma fase de transição, descoberta, podendo se gerar uma desconfiança sobre tal violência e o perfil do abusador, que este na maioria dos casos se evidencia por ser um membro muito próximo do seio família, que na sua maioria a criança e o adolescente está inseridos.
Ao enfatizar a violência a violência intrafamiliar a qual caracteriza-se como sua própria denominação diz, dentro da família, que muitas vezes perpassa a impunidade dos que cometem a violência, evidenciada pelo silencio das vitimas e da família, mostra um breve aparato sobre a violência extrafamiliar e a exploração sexual, assim como a diferença entre o abuso sexual e a exploração sexual. 
Também se pesquisou as questões familiares, pois nos ambientes domésticos que se tornaram o principal palco para o abuso sexual, evidenciando o papel da figura materna sobre a sua importância ou negligencia na questão do abuso sofrido pelo filho (a), onde se mostra que na maioria da violência sofrida é a criança/adolescente do sexo feminino, porem não se quer dizer que a criança/adolescente do sexo masculino não sofra o abuso.
A violência intrafamiliar acomete uma pequena parte da população mas essa parcela acometida diante da saúde é um numero de grande significância. O abuso sexual configura-se em um grau relevante na saúde pública, onde os profissionais do Sistema Único de Saúde – SUS tem um grande desafio.
A existência desse tipo de violência possui amplitude e complexidade no seu enfrentamento. Não delimita-se em sua atuação apenas um profissional, mas sim profissionais de vários campos e atuação diferentes, a por parte dos setores governamentais e sociedade civil e mobilização, esta especialmente afim de fortalecer e potencializar as articulações com a rede de serviços, de forma que estas estejam interligadas possibilitando a solução da questão.
Por fim o modo de agir do profissional de Serviço Social no seu campo de atuação, o CREAS (Centro de Referência especializado da Assistência Social), sendo este órgão que tem seu objetivo primordial as questões relacionadas a indivíduos e família em situação dos seus direitos violados, através do trabalho de uma equipe multidisciplinar, mas especificando a partir da compreensão do contexto histórico social dos indivíduos vitimados na questão do abuso sexual, se embasando na teoria bem como nas leis, na ética, que dão suporte e proteção, podendo atuar nas questões que assolam e permaneça ser motivo pelo qual essa criança ou adolescente esteja passando por esse tipo de violência, e poder estar inserindo os sujeitos e a família em politicas publicas as quais o poder público oferece.
CAPÍTULO 1 - BREVE HISTÓRICO SOBRE O ABUSO SEXUAL
A infância e a adolescência, por serem períodos da vida em que há maior vulnerabilidade, tem ficado, historicamente, à margem da proteção, sem possibilidade de participar das decisões que lhes dizem respeito, sem inserção nas politicas publicas e sem o atendimento de suas necessidades básicas.
Dentro do processo evolutivo, instrumentos jurídicos de caráter internacional são elaborados e difundidos, a partir de meados do século XX no âmbito nacional e internacional.
De acordo com Azambuja (2004), o estágio de evolução e de compreensão sobre o significado da infância no contexto familiar e social, refletiu-se como não poderia de ser, na esfera jurídica. No final do século XX, a criança conquistou a condição de sujeitos de direito, abrindo-se lhe novas perspectivas de transformação social.
Em 1924, a União Internacional do Fundo para a Salvação de Crianças estabeleceu, através da Declaração de Genebra, a primeira tentativa de codificar os direitos elementares das crianças, foi um marco inicial, em nível internacional, na luta pelos direitos da infância, foi ressaltada a necessidade de ser oferecida à criança uma proteção especial.
Em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas reafirma os direitos a cuidados e assistência especiais a esta parcela da sociedade. No mesmo ano a Declaração de Genebra, através de revisão e ampliação, vem se construir uma base para a Declaração dos Direitos da Criança, adotada pela Assembleia Geral da ONU, em 1959. Dez princípios compõem o documento que passou a incorporar novas diretrizes de proteção dos direitos humanos aplicáveis a infância. Sua importância se deve ao fato de ter contribuído para o chamamento dos pais, dos cidadãos, das organizações não governamentais, das autoridades e dos governos ao reconhecimento dos direitos da criança. 
Entre os princípios estabelecidos pela Convenção, cabe destacar o reconhecimento dos direitos fundamentais à sobrevivência, ao desenvolvimento, à proteção e à participação, a proteção integral da criança, a prioridade imediata para a infância, o principio do interesse maior da criança e o direito de convivência familiar e comunitário, entre outras. 
O avanço no reconhecimento dos direitos humanos colabora para o aperfeiçoamento dos instrumentos de proteção à criança no cenário mundial, e em especial, na América Latina. 
A Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da criança vem reforçar a ideia da não-exclusão das crianças e dos adolescentes possibilitando a aplicação de seus princípios em países de culturas diferentes, a partir da ratificação quase universal hoje verificada, sinalizando para o fato de que as particularidades culturais devem ser em segundo plano sempre que entrarem em conflito com os direitos humanos.
Em 1959 a Declaração dos Direitos da Criança veio evidenciar o grande contraste existente entre o conteúdo do documento e as condições sub-humanas de vida de grande parte de crianças brasileiras. Segundo a declaração, toda a criança teria direito a igualdade, sem distinção de raça, religião ou nacionalidade, especial proteção para o desenvolvimento físico, mental e social entre tantos outros.
Em 1964, a ausência de uma politica voltada para o amparo social dos menores levou o governo brasileiro, em atenção ao clamor publico, a instituir a Fundação Nacional do Bem Estar do Menor (FUNABEM), através da Lei n. ° 4.513/64. A politica instituída defendia como prioritária a necessidade de prevenção e controle dos problemas que envolviam esta população.
Raramente mencionada antes de 1970, a violência sexual contra crianças tem sido alvo de denuncias crescentes em países de língua inglesa. Mais recentemente, tem recebido atenção especial em outros países, incluindo o Brasil. 
Segundo Levett (1994), a maior visibilidade da violência sexual contra crianças, nas ultimas décadas, decorreu de um momento sócio-histórico especifico, no qual a autora especifica algunsfatores: um lugar mais importante assumido pela criança na consciência ocidental e na teoria e praticas psicológicas do século XX; atenção sobre as consequências do abuso sexual levantadas pelas feministas americanas, ativistas dos direitos humanos na década de 70, mudanças nas estruturas de poder e na posição ocupada pelas mulheres nas sociedades ocidentais. Vigarello (1998) acrescenta ainda a recomposição da imagem da figura paterna e da autoridade, tornando mais criveis as suspeitas ou acusações que recaem sobre os agressores sexuais, em sua grande maioria adulto do sexo masculino e conhecidos das vitimas.	 
De acordo com Azambuja (2004), em que pesem os avanços registrados ao longo da historia, tanto no aspecto social como no jurídico, as crianças vitimas de violência no Brasil, ainda formam um grande contingente. São encontradas basicamente, “a infância pobre, vitima de violência social mais ampla, a infância explorada vitima de violência no trabalho, a infância torturada, vitima de violência institucional, a infância fracassada, vitima da violência escolar, a infância vitimizada, vitima da violência domestica.
Qualquer que seja o tipo de violência, ela impõe à criança sobrevivente profundas marcas no seu desenvolvimento físico e emocional. Diversos estudos apontam que as crianças, as quais sofrem abusos sexuais, ficam traumatizadas, incapazes de construir relações de confiança e familiaridade que são essenciais para o seu desenvolvimento (Azambuja, 2004).
O abuso sexual em nossa sociedade representa um assunto de difícil comunicação. As crianças e adolescentes, em especial são vitimas duas vezes do fenômeno ao sofrerem-no e ao interpretarem que, sendo um tema do qual “não se pode falar”, do qual a sociedade tem vergonha, elas mesmas não podem fazê-lo. 
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (Brasil, 2000) sinalizou espaços mais democráticos de discussão e reflexão sobre o significado de infância e adolescência e os direitos a eles reservados. 
Em 13 de Julho de 1990, criou-se o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), uma preocupação com a qualidade de vida deste publico alvo, também como uma conquista social inegável que hoje, após 20 anos de implantação, ainda sofre resistências quanto a sua natureza e aplicabilidade. Pode-se considerar o Estatuto, o qual implica em valorizar, redimensionar e assegurar à criança e ao adolescente o direito à vida digna de um cidadão em formação e desenvolvimento.
Constituindo-se, pela primeira vez a criança e o adolescente, como sujeitos de direitos, assim o ECA fez surgir a necessidade de implantação de serviços que respondessem pelas demandas cada vez mais aparente relacionadas a problemas antigos, contudo como objetos de um novo olhar.
Segundo Libório (2008) na década de 90, o fenômeno da violência sexual contra crianças e adolescente ganha maior visibilidade, trazendo vários avanços e conquistas, crianças e adolescente passam então a ser reconhecidos em uma condição peculiar de desenvolvimento, portanto com todos os direitos inerentes à pessoa humana, sem prejuízo de sua proteção integral. 
Diante o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA em seu Art. 3°- A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei assegurando-lhes por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.
Sendo assim todas as iniciativas de proteção a criança e do adolescente representam, um avanço no enfrentamento da violência. No entanto padecem de vários problemas e esbarram ainda na carência de serviços para atendimento às vitimas de diversas violências sofridas.
1.1 Abuso sexual.
Durante o período da Idade Média não havia a consciência da particularidade infantil, da sua diferenciação do adulto, que surgiu na era Moderna. Nos séculos XVIII e XIX, torna-se mais evidente e central a preocupação com a sexualidade infantil e com a relação entre comportamento sexual, saúde e normalidade. O espaço privado estava sendo definido uma nova relação com a criança se estabelecia, e apontava-se para o desenvolvimento do sentimento da infância (Ariès, 1981).
Assim Donzelot (1986) menciona como floresceu uma vasta literatura sobre o tema da conservação das crianças, a partir de meados do século XVIII, levando à elaboração de diversas leis protetoras da infância na segunda metade do século XIX. A menção ao sexo em discursos a partir do século XVIII tomou como importante foco o sexo das crianças e dos adolescentes (Junqueira, 1998). 
Concomitantemente, foi erigida uma ciência sexual que definia a sexualidade como um campo passível de processos patológicos e que tratava, mesmo perversões menores, como alvo de condenações judiciárias: o saber a respeito do sexo permitia disciplinar os corpos e a população (Foucault, 1979).
Assim, se em tempos remotos certas práticas sexuais não causavam maiores preocupações por parte da sociedade, o mesmo não ocorre nos dias de hoje. Se o fenômeno não era problematizado, ou o era sob outros ângulos, hoje em dia é considerado um ato de violência, já que a nossa cultura assim o decodifica. “O significado de um abuso sexual para uma criança e sua família, hoje, encontra-se permeado por um imaginário social e por leis jurídicas que condenam esta prática e se horrorizam com ela” (Junqueira, 1998: 82).
Permite assim visualizar a dimensão das questões relacionadas às práticas sexuais que envolvem crianças. Trata-se de um problema que perpassa momentos históricos diversos e se requer que se compreenda a construção histórica da infância, as mudanças ocorridas nas dinâmicas familiares no decorrer dos tempos, questões relacionadas à sexualidade na especificidade de diversas culturas, dentre outros fatores. É, portanto, impossível compreender o abuso sexual da criança de forma não histórica e através da busca de categorias universais.
O abuso sexual infantil a partir das questões relacionadas tem proporcionando um maior espaço na abertura de novos debates e clareza para uma ampla divulgação na mídia. Uma vez que discutir sobre esse assunto não era considerado de importância, já que as vitimas na maioria das vezes mantinham o silencio ou eram forçadas a manter o sigilo, pois o agressor sempre era alguém próximo e de confiança da família (parentes e amigos íntimos). As vitimas sofrem severas consequências que vão de médicas a implicações psicossociais.Porém com o passar dos avanços a mídia através de campanhas permite mostrar que as consequências dessa violência e tem ajudado a muitos agressores a serem punidos, pois encorajando as vitimas a denuncia-los. Em parceria aos órgãos competentes e profissionais capacitados como Assistentes sociais, psicólogos, médicos, juízes, promotores e terapeutas. Estes que trabalham no auxiliam as vitimas e as famílias de uma forma indireta sofrem também. 
Percebe-se que o abuso sexual contra crianças e adolescentes ocorre em tão expressiva quantidade o qual é considerado um problema de saúde publica, o qual ocasiona sérios prejuízos em todos os aspectos a pessoa agredida.
Segundo Azambuja (2004) apud Guerra (1998) a violência sexual de crianças e adolescentes pode ser caracterizada como um jogo e ato sexual, onde essa relação pode ser homossexual ou heterossexual, entre adulto e criança, no intuito de estimular a criança para a satisfação própria ou de terceiros.
De acordo com Labadessa e Onofre (2010), o abuso é praticado de várias formas, identificam que a violência direta é a mais discutida nos dias atuais. Já Berger (2011) o define como qualquer ato em que haja o envolvimento de um individuo com outro, seja ele verbal, físico ou sexual, onde não exista permissão. Assim entende que o abuso sexual bem como qualquer outra atividade libertina ou devassa que impulsione o adulto de forma coibir a criança, mesmo que haja ou não a reivindicaçãodesta, ou que ocorra ou não o ato sexual em si. 
Assim o significa também que o abuso sexual é a atividade não desejada, onde o agressor usa a força, faz ameaças ou exclui vantagens da vitima que se torna incapaz de negar consentimento. O abuso se dá quando alguém em uma posição ou de autoridades se aproveita da confiança e do respeito de uma pessoa para envolve-la em atividades sexuais não consentidas. 
Também para Gouveia (2006) define o abuso sexual infantil como um ato do qual o adulto, atrai ou induz uma criança a realizar atividade sexual, sendo ela inadequada para sua faixa etária, e que viola as regras impostas pela sociedade e pela família. Na observância onde o abuso sexual é considerado um dos maus tratos mais frequentes contra a criança e o adolescente, sendo atualmente gerado uma atenção dos meios de comunicação e da sociedade.
O abuso sexual é um evento que deixa a familiar toda abalada, assim como toda a rede de proteção, por encontrar dificuldade de ser discutida avaliada e na busca de ações imediatas de prevenção, atendimento e responsabilização. É também um assunto que implica na violação dos direitos sociais, que pode gerar um desconforto na família e nos profissionais que atuam nesses casos, pelo fato de membros desta família não falar sobre a questão, pois é um fenômeno que se perpassa em todas as classes sociais.
CAPÍTULO 2 – CONCEITO DE ABUSO SEXUAL
No Brasil tal assunto tem sido por muitas vezes discutidos, no entanto na maioria das vezes extremamente calado, mas atualmente a sociedade não vê com os devidos olhos, cuidados e dedicação como esse tema deve, pois as crianças e adolescentes os quais sofriam tais abusos geralmente se silenciavam ou eram pressionadas a omitirem tal violência, sabendo que os agressores era alguém do convívio, ou amigos entre outros, permanecendo assim em silencio diante da violência sofrida.
O abuso sexual de menores é dos assuntos que durante muitos anos foi tratado como tema proibido resultando numa ocultação a muitos séculos dos comportamentos sexuais entre adultos e menores. Desta forma a preocupação com os abusos de menores, só atingiu o seu auge na década de 70, não obstante a sua existência e as suas consequências terem sido analisadas por profissionais em diferentes momentos do século XX (Fávero, 2003).
Portanto, constitui abuso sexual qualquer imposição às crianças ou adolescentes de ações que visem à satisfação sexual de outrem, conseguidas por meio de violência física, ameaças ou indução de sua vontade (sedução e estimulação sexual precoce), bem como toda a natureza sexual imposta a criança ou adolescente por um adulto.
Dessa forma o conceito de “abuso”, cuja ampliação de sentido passa a ser mais reconhecida a partir dos anos 90, se tornando uma definição de maior alcance, referindo-se a “atos ou palavras negativas, desnecessárias e evitáveis, infligidos por uma pessoa a outra ou outras”.
 O abuso sexual também se dá quando alguém em uma posição de poder ou de autoridade se aproveita da confiança e do respeito de uma pessoa para envolve-la em atividades sexuais não consentidas, por exemplo: uma criança e um adulto; uma criança e uma criança mais velha; um paciente e um medico ou um estudante e o professor.
É também uma atividade sexual não desejada onde o agressor usa a força, faz ameaças ou exclui vantagens da vitima que se torna incapaz de negar consentimentos.
Tal situação é agravada pelo medo e vergonha das vitimas que, indefesa sofrem abusos reiterados por longo período de tempo, e muitas vezes, quando finalmente criam coragem de denunciar o abusador, padece pela pressão da família e de pessoas próximas, que não raras vezes desacreditam em suas versões quando não as acusam de teres “provocado” os abusos.
No entanto nos dias de hoje, este tema alcançou uma visibilidade, proporcionando amplas discursões e abertura na mídia, garantindo assim que as vitimas fossem encorajadas e denunciando manifestando as severas consequências que um abuso sexual na infância gera tais como: legais, psicossociais e médicas. Percebe-se que na atualidade que as pessoas estão tendo a coragem de se colocar em exposição mostrando seus medos, traumas desde a leve a profunda escala o que compromete de forma significativamente suas relações interpessoais.
Até muito recentemente, o abuso sexual de crianças e adolescentes era um assunto proibido na sociedade. Entretanto, o numero alarmante demonstra que infelizmente, paulatinamente, de alguns anos para cá, tal questão vem sendo quebrada, o que certamente será preponderante para a modificação dessa perversa realidade.
O abuso sexual pode se caracterizar como ato de violência praticado quando alguém se utiliza de uma criança ou adolescente para sentir prazer sexual, praticados quando as vitimas não são capazes de se defender ou mesmo de compreenderem a ilicitude dos atos dos quais são vitimas, provocando culpa, baixa auto-estima, problemas com a sexualidade, dificuldade em construir relações saudáveis, duradouras e falta de confiança em terceiros. 
Esse tipo de violência não ocorre somente quando há de fato a atividade sexual (estupro), há uma serie de atividades que também estão definidas como violência sexual, estas se dividem em três grupos:
2.1– Sem que haja contato físico.
Diálogos abertos sobre atos sexuais, a fim de despertar o desejo ou simplesmente intimidar uma criança; Telefonemas com conteúdo obsceno; Convites de formas diretas e indiretas; Voyeurismo- Trata-se da espionagem da nudez de uma criança podendo ser parcial ou total; Fotografias e filmagens com exposição na internet ou para satisfação do abusador.
2.2 Do envolvimento com contato físico.
Correr das mãos no corpo da criança; coito ou tentativa; tocar os genitais; Beijar na boca; usar de objetos na vagina e anus; penetração com o dedo no ânus; penetração na vagina com o dedo; penetração com o pênis; sexo oral; simulação do coito entre as pernas de uma criança/ adolescente.
2.3 Do envolvimento com a violência física.
A violência do abuso sexual junto à brutalidade da violência física, ou mesmo o assassinato das vitimas; usar de cárcere privado agregado ao abuso sexual.
A criança vitimizada de violência sexual é acometida a um profundo prejuízo em seu desenvolvimento físico e psicossocial, e passa a ter diversas reações, tais como:
Apresentar um elevado nível de ansiedade;
Tristeza extrema;
Comportamento agressivo;
Emocional desestabilizado;
Terror e repudio ao agressor;
Confusão sentimental em relação ao agressor;
Pensamentos suicidas;
Isolamento diante a sociedade;
Desenvolvimento escolar com regressão;
Uso de drogas e álcool;
Agitação na hora do sono;
Repugnância ao seu próprio corpo ou de pessoas com o mesmo sexo do agressor;
Gravidez indesejada e precoce;
Aparecimento de doenças sexualmente transmissíveis.
Outras características bastante evidentes e como os agressores “escolhem” as suas vitimas, tais características abaixo relacionadas:
CAPÍTULO 3 – COMO OS ABUSADORES ESCOLHEM A CRIANÇA?
A criança pode ser um alvo fácil, pois na infância a formação e a estruturação dos valores sociais e culturais estão em processo de formação e de análise crítica.
Alguns fatores são evidenciados de como a escolha da criança é feita:
Criança mais nova, pois assim fica mais difícil que seja revelado o que aconteceu, uma vez que ainda não possuem o domínio adequado da fala.
Crianças das quais as pessoas zombam ou criticam como sendo incapazes de falar a verdade ou que sempre estão distorcendo a realidade. Isto implica que os agressores oferecem a essas crianças a possibilidade de que os adultos continuem não acreditando nelas.
Criança muito amigável com os adultos, pois devido a sua capacidade de ser extrovertida, a aproximação é feita de forma mais rápida.
Crianças pouco vigiadas, deixadas por sua conta e/ou que tem carências emocionais e afetivas, são as mais vulneráveis e constituem provavelmente o alvo preferido dos autores de abusos, por meiode um complexo jogo de interação entre as necessidades afetivas (às vezes sedutoras) da criança e as pulsões e desejos do autor do abuso sexual.
3.1 Como se escolhe o adolescente?
A adolescência é sem dúvida uma fase de transição. Transição de valores, de informações e caracteriza-se por vários rituais de passagens. O corpo começa a mudar devido a revolução hormonal que é instalada. Os adolescentes começam a ter um corpo sexuado do adulto: aparecimento de pelos pubianos, mudança na voz, aumento de massa corporal, e polução noturna (ato de ejacular para os homens); aumento dos seios, aparecimento da menarca (menstruação) nas meninas.
Muitos que cometem abuso sexual sentem-se fortemente excitados pelas transformações ocorridas especialmente com as meninas. Na escolha dos adolescentes, são observados também alguns aspectos pelos agressores tais como:
• Carência afetiva da vítima, muitas vezes o mais tímido, o mais calado que tende a não se expor ou dizer o que sente.
• Adolescentes que gostam de fantasiar a realidade e são sempre tidos como mentirosos ou pouco confiáveis, uma vez que não se dará crédito ao que diz ou ao que denuncia.
•Adolescentes que usam roupas de forma provocadora, pois assim torna-se fácil ao agressor a ideia de que foram induzidos ao ato.
Dessa forma violentador/agressor pode ser qualquer pessoa, geralmente são as pessoas com maior proximidade, estas fazem por meio de comportamento ganhar a confiança e afeto da criança e adultos (pais e responsáveis). Para a segurança própria de realizar a violência.
O abuso sexual pode ser definido de acordo com o contexto de ocorrência, em diferentes categorias. Fora do ambiente familiar, quando criança e o adolescente são aliciados para pornografia ou exploração sexual. 
Entretanto durante este processo de pesquisas realizada, percebe que no Brasil mostram que na maioria dos abusos sexuais ocorrem no ambiente familiar, com parente ou com pessoas próximas, habitualmente frequentam a casa da criança e do adolescente, se aproveitam da confiança conquistada ou da dependência, bem como a de seus responsáveis. Nesses casos os abusos são denominados intrafamiliares ou incestuosos.
Porém, de acordo com Azevedo, Guerra e Vaiciunas (1997) para se caracterizar uma relação sexual incestuosa não é preciso ter laços sanguíneos, ela é reconhecida sempre que envolve uma criança ou adolescente com um adulto responsável, seja ele: cuidador, tutor ou membro da família. Estas pessoas podem ser madrasta/padrastos, avôs, companheiros da mãe ou pai, e podem se dar também dentro das paredes de um serviço de acolhimento, seja institucional ou familiar.
O abuso sexual supõe uma disfunção em três níveis: o poder exercido pelo grande (forte) sobre o pequeno (fraco); a confiança que o pequeno (dependente) tem no grande (protetor); e o uso delinquente da sexualidade, ou seja, o atentado ao direito que todo indivíduo tem de propriedade sobre seu corpo (GABEL, 1997, p.10).
O abuso sexual infanto-juvenil é classificado como um dos mais frequentes maus-tratos contra a criança e o adolescente, na atualidade tem recebido em demasia uma maior vigilância e cuidados nos meios de comunicação e pela sociedade. 
De acordo com a National Committe for the Prevention of Child Abuse (2008), que a cada ano que se passa os números relatados de 150.000 a 200.000 novos abusos. Sem deixar de mencionar que o abuso já existia desde os primórdios e que não estritamente segue uma linha, classe social, ou determinado grupo, mas sim para ambos os sexos, sendo o feminino o mais frequente.
O abuso sexual contra a criança e adolescente é uma das formas mais cruéis de violência, onde se caracterizam pela utilização da sexualidade desta população, de maneira a violar os seus direitos e sua intimidade. Nessa face a violência se apresenta de uma maneira tão desigual, onde é estabelecida pelas relações de poder, mando, obediência, principalmente quando a vitima é uma criança ou adolescente. A violência sexual devido a sua complexidade, divide-se em: abuso sexual intrafamiliar, extrafamiliar e exploração sexual e comercial de crianças e adolescentes.
3.2 Violência intrafamiliar.
A violência intrafamiliar possui diferentes escalas e formas graves. Estas por sua vez não se conduzem só, e sim fazem parte de uma sucessão de fatos, onde sua expressão mais grave de violência é o homicídio. “A violência intrafamiliar expressa dinâmicas de poder/afeto, nas quais estão presentes relações de subordinação-dominação”. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002, p.16).
De acordo com Cohen (1993), nos casos de abusos intrafamiliar o pai está sendo apontado como abusador em 41,6% dos casos, 20,6% padrastos, 13,8% tios, 10,9% primos e 37% irmãos.
De acordo com Azambuja (2004) apud Lei Federal n.º 9.970/2000 “os casos de violência sexual intrafamiliar, assim como a maioria de suspeita ou confirmação de maus tratos praticados contra a criança e ou adolescente devem ser comunicados ao Conselho Tutelar”. Face ao disposto do artigo 136 Inciso I, ao Estatuto da Criança e do Adolescente. 
Para Chauí (1985), a violência não é uma violação ou transgressão de normas, regras e leis, mas sim a conversão de uma diferença e de uma assimetria numa relação hierárquica de desigualdade, com fins de dominação, exploração e opressão, que se efetiva na passividade e no silêncio. Ela se mostra ligada ao poder, pois se um domina de um lado, do outro está o sujeito dominado, violentado, ou seja, fica estabelecida uma relação de forças em que um polo se caracteriza pela dominação e o outro pela coisificação. Porém, nem a violência nem o poder são fatores naturais, intrínsecos ao ser humano.
Nesse sentido, Araújo (2002) argumenta que a violência é uma violação do direito de liberdade, do direito de ser sujeito da própria história, ou seja, a liberdade é uma capacidade e um direito fundamental do ser humano. A violência seria, então, toda e qualquer forma de opressão, de maus-tratos e de agressão, tanto no plano físico como no emocional, que contribuem para o sofrimento de uma pessoa.
Dessa forma, várias serão as consequências deixadas por tal violência sexual, sendo presentes, principalmente quando ocorridas em períodos da vida que se compreende a infância e a adolescência, período de desenvolvimento do psiquismo ainda se encontra frágil e vulnerável, devido ao seu processo de formação e vivencia de conflitos, entendendo-se que, quanto mais cedo ocorre a violência, maiores são as chances de danos psíquicos irreversíveis.
 Assim as consequências psicológicas do abuso sexual contra crianças e adolescentes variam de acordo com a idade da vitima e do agressor, o grau de relação entre eles, a duração e a frequência do abuso, o tipo e a gravidade do ato, bem como as reações do ambiente.
Sendo assim as consequências do abuso sexual são diferentes de criança para criança e se dão de formas e níveis variados, dependendo da condição física e psíquica da vitima, do elo de ligação entre ela e o abusador, das circunstancias em que ocorre o abuso e da duração do mesmo, bem como do ambiente familiar em que a criança vive. 
As vitimas podem apresentar em seu desenvolvimento manifestações como automutilação e tentativas de suicídio, isolamento afetivo, impulsividade e agressão sexual, transtornos de personalidade e de estresse pós traumático entre muitos outros, como afirma Azambuja (2004), “qualquer que seja o tipo de violência ela impõe à criança sobrevivente profundas marcas no seu desenvolvimento físico e emocional” (Azambuja, 2004,p.43). A especificidade em relação ao cuidado da criança e do adolescente se sustenta em função da noção de que estes são dependentes de adultos e a eles subordinados, de forma que são incapazes de se defender principalmente daquelas pessoas que deveriam protegê-las. 
3.3 Violência extrafamiliar.
Pode-se classificar o abuso sexual como extrafamiliar como já diz o nome extra, acontece com alguém que não é da família e sempre fora do âmbito familiar. O agressor por sua vez torna-seamigo da vitima ganhando confiança e comete abuso, posteriormente usa de artifícios com pessoas que possuam laços consanguíneos com a criança.
O abuso sexual extrafamiliar trata-se de uma violência, onde as crianças e adolescentes são vitimadas por pessoas adultos em que as mesmas não possuem laços parentais. Na maioria dos casos o abusador é alguém conhecido que espira confiança no vulnerável pode ser um amigo da família, vizinhos, profissionais da educação, médicos, lideres religiosos dentre outros. Mas também pode acontecer de ser uma pessoa desconhecida (em casos de violência em lugares públicos).
Dessa forma o abuso sexual extrafamiliar como ocorre fora do ambiente familiar decorrendo ameaças por parte do abusador, fazendo com que a vitima se torne incapaz de fazer bem como “culpada” pelo o ocorrido.
Outro fator com relação ao abuso extrafamiliar em famílias de nível socioeconômico baixo, De Antoni e Koller (2001) observaram que muitas crianças que se envolvem nessa pratica abusiva e suas familiar por vezes sobrevivem da relação de troca do corpo da criança e adolescente, por bens materiais de primeira necessidade, tais como comida, moradia e etc, e não, especificamente por uma remuneração em dinheiro. Essas constatações evidenciam a violência provocada pela miserabilidade econômica e afetiva à qual está exposta essa população.
CAPÍTULO 4 – EXPLORAÇÃO SEXUAL
Essa atividade pode ser caracterizada com a relação sexual entre em adulto ou adolescente com um adulto, mediador pelo pagamento em dinheiro ou qualquer outro beneficio.
Percebe-se que tal exploração parte do pressuposto da uma relação de mercantilização, onde o ato sexual vai ser torna uma troca entre os envolvidos, seja ela financeira, de favores ou presentes. Nesse sentido a exploração sexual estar relacionada com redes criminosas mais complexas onde o aliciador busca envolver através da mediação da criança e do adolescente com o cliente, ou explorando tais sujeitos através da pornografia infantil, tráfico para fins sexuais e a exploração sexual agenciada ou não agenciada.
Porem existe uma serie de fatores os quais podem favorecer este tipo de violência, além da condição de pobreza, fator este primordial, mas encontra-se também as questões de gêneros, étnicas, culturais e erotização do corpo da criança e do adolescente, pela mídia, o consumo de entorpecentes, disfunções familiares e o nível de escolaridade baixa. Infelizmente a violência sexual pode ocorrer em todos e qualquer nível e classe social.
Outros tipos de riscos são, portanto os aspectos pessoais, ambientais ou culturais, que atuam como obstáculo ao desenvolvimento em nível individual ou social e que potencializam a vulnerabilidade das pessoas especialmente criança e adolescentes.
De acordo com Duarte (2009), fica evidente que a exploração, para ocorrer, necessita de uma relação de poder, pois é o adulto, mais forte, que se aproveita da fragilidade física e psíquica da criança ou adolescente e os oferece como mercadoria no comercio sexual. Esse comercio somente ocorre porque há demanda.
No seu artigo 227 da Constituição Federal diz que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e a convivência familiar e comunitária além de coloca-los a salvo de toda forma de negligencia, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. E no § 4º desse mesmo artigo obriga o Estado a punir severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do adolescente.
Segundo a Constituição da República Federativa do Brasil, Artigo 227, parágrafo 4º, “A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do adolescente”.
No Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Artigo 13, “Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra a criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais.”
O Artigo 245 do ECA (1990) estabelece punições para as omissões de profissionais:
Deixar o médico, professor ou responsável pelo estabelecimento de saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita de maus-tratos contra a criança ou adolescente. Pena: Multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
4.1Diferenças entre abuso e exploração sexual
	EXPLORAÇÃO
	ABUSO
	- Pressupõe uma relação de mercantilização na qual o sexo é o fruto de uma troca seja ela financeira, de favores ou presentes.
	- Não envolve dinheiros ou alguma gratificação.
	- Criança e adolescente são tratados como objetos sexuais ou como mercadoria
	- Acontece quando a criança ou adolescente é usado para estimulação ou satisfação de um adulto. 
	- Pode estar relacionada a redes criminosas.
	- É normalmente imposto pela força física, pela ameaça ou pela sedução.
	
	- Pode acontecer dentro ou fora da família.
4.2 Familia protetora ou omissa?
Em todo o mundo, as crianças estão sendo vitimas das mais variadas formas de violência. A pior destas formas de violência é aquela sofrida dentro de suas próprias casas, diretamente de seus pais, companheiros dos pais, parentes, responsáveis ou pessoas conhecidas. 
Assim como a infância também teve diferentes concepções ao longo da historia. Conforme a transformação em relação ao conceito de família algumas pratica passam a serem demandas, permitidas ou negadas como forma de cuidados familiares. 
Historicamente, ao menos até o século XVI, cenas de familiar eram raras. O que havia eram multidões, não estranhas entre si nas, ou nos lugares públicos, onde os acontecimentos eram retratados, no meio de uma coletividade numerosa conforme afirma Aires (1981). 
A vida no passado, até o século XVII, era vivida em publico. Não havia objeção, segundo o autor, ao direito da sociedade sobre a intimidade das pessoas, pois na realidade, não existia quase nenhuma intimidade: “as pessoas viviam misturadas umas com as outras, senhores e criados, crianças e adultos, em casas permanentes abertas, às indiscrições dos visitantes” (Aries, 1981, p.190). Dessa forma a família existia como realidade vivida, mas não como sentimento ou como valor.
Faleiros (2000), destaca que a família se caracteriza como o primeiro ambiente onde ocorrem as relações sociais, que a criança encontra ao nascer, assim neste ambiente a criança desprovida de qualquer orientação terá uma preparação nas relações sociais, pois nessa família que deveria oferecer segurança, carinho, amor apresenta maus tratos, negligencia e o abuso.
Dada a complexidade que envolve a questão do abuso sexual, ela deve ser compreendida nos seus aspectos sociais, culturais, políticos, econômicos e jurídicos. Essa violência pode ocorrer tanto no ambiente doméstico, na relação de convivência familiar entre vítima e agressor, quanto no contexto extrafamiliar, quando não há proximidade entre vítima e agressor. 
É importante ressaltar que a violência intrafamiliar ou extrafamiliar não é, em si, determinante do ingresso da criança ou do adolescente nas redes de exploração sexual comercial, mas trata-se, sem dúvida, de um fator de vulnerabilidade. A situação de pobreza, a violência intrafamiliar e extrafamiliar têm sido assim, condições fundamentais para que milhares de crianças e de adolescentes se transformem em grupos mais expostos à exploração sexual comercial e a outros tipos de violação de seus direitos. Portanto, para combater esse fenômeno, é imprescindível adotar uma política de redistribuição de renda, bem como promover ações sociais de proteção para que essas famílias possam ter outra perspectiva socialmente. 
O núcleo familiar a principio é um espaço de proteção e segurança, onde a criança aprende a socializar, normas,valores sociais, culturais e especialmente emocionais. Assim a família é para o bem e para o mal, uma base de aprendizagem, que facilitará na criança um processo de desenvolvimento cognitivo, sensorial, motor e afetivo. 
Se uma criança na sua interação como os elementos significativos (família e outros), durante a sua infância vive momentos de desproteção, violência, desprezo, agressão e abuso de sua fragilidade e inocência acarretará no futuro ações e desvios comportamentais cognitivos e emocionais feridas abertas no seu interior que poderão demorar toda uma vida para cicatrizar. 
De acordo com Habigzang e Caminha (2004) a família tem sido repetidamente, apontada como o contexto mais íntimo de proteção ao ser humano, oferecendo relações constantes e estáveis de reciprocidade, coesão e hierarquia de poder saudável. No entanto, nem sempre esta é a realidade. 
Alguns ambientes domésticos têm sido palco de marcantes, frequentes e severas vivências de dor e de exposição ao risco, geradas por inúmeros e variados fatores, que roubam da família a sua condição de ninho de amor e cuidado de seus integrantes. Entre esses fatores aparece o abuso sexual intrafamiliar, que interrompe um processo de desenvolvimento do prazer e da fantasia infantil e lança a criança em uma sequência de eventos de dor.
Neste sentido o abuso sexual constitui-se em uma das piores manifestações de negação do direito que toda criança e adolescente possui de ser sujeito. 
A violência sexual intrafamiliar é envolta por demasiado silencio. As vitimas tem medo de revelar a violência que sofreram, por vários motivos, o principal deles é o medo de destruir a família. O incesto funciona em muitos casos, como um fator de alianças e coalizões que favorecem a conservação do sistema familiar, onde os adultos envolvidos funcionam, de forma consciente ou não, para mantê-lo. 
Encontram-se ainda famílias onde a mãe é permissiva ou se cala com medo de perder o companheiro e o que ele agrega ao núcleo, seja por serem dependentes afetiva e financeiramente, ou ainda por se recusarem a acreditar que o homem que ela escolheu para formar uma família, seja capaz de ato.
A incapacidade dos pais ou responsáveis de lidar com a confusão específica entre seus problemas sexuais e emocionais e a introdução de um tabu contra o reconhecimento dessas tensões e conflitos na família estabelece o cenário que pode manter o abuso sexual da criança por longo tempo na família, uma vez que tenha começado. 
Após esse evento traumático o indivíduo e sua família passam por um processo de adaptação, que é o processo psicológico do indivíduo numa ação simples que envolve vários níveis de subjetividade (Lazarus 1991). Memórias traumáticas são difíceis de serem trabalhadas pelos profissionais, porque raramente são verbalizadas, pois no caso da violência/abuso sexual é uma experiência emocional geralmente experimentada no nível físico, orgânico e é neste nível que é lembrada (SILVA, 2000).
No Brasil, a violência intrafamiliar contra mulheres, crianças e adolescentes ainda é um fenômeno social grave, como apontam os inúmeros estudos existentes (Azevedo & Guerra, 1989 e 1993; Saffioti, 1997; Almeida, 1998). Todas as pesquisas apontam como principal alvo da violência intrafamiliar as mulheres e crianças do sexo feminino. Isso não quer dizer que os meninos não sofram violência: eles sofrem, mas isso ocorre em menor proporção, principalmente quando se trata de abuso sexual infantil dentro da família (Azevedo & Guerra, 1993; Cohen, 1993; Saffioti, 1997).
A violência intrafamiliar continua acontecendo, apesar de algumas conquistas no campo institucional, político e jurídico. Mantém-se pela impunidade, pela ineficiência de políticas públicas e ineficácia das práticas de intervenção e prevenção. Mantém-se também com a cumplicidade silenciosa dos envolvidos: o silêncio da vítima, cuja palavra é confiscada pelo agressor através de ameaças; o silêncio dos demais parentes não agressores, que fecham os olhos e se omitem de qualquer atitude de proteção da vítima ou de denúncia do agressor; o silêncio dos profissionais que, em nome da ética e do sigilo profissional, se refugiam muitas vezes numa atitude defensiva, negando ou minimizando os efeitos da violência.
O abuso sexual é um fenômeno complexo e difícil de enfrentar por parte de todos os envolvidos. É difícil para a criança e para a família, pois a denúncia do segredo explicita a violência que ocorre dentro da própria família. É difícil também para os profissionais, que muitas vezes tem grande dificuldade no agir diante do problema.
O abuso sexual infantil é um problema que envolve questões legais de proteção à criança e punição do agressor, e também terapêuticas de atenção à saúde física e mental da criança, tendo em vista as consequências psicológicas decorrentes da situação de abuso. Tais consequências estão diretamente relacionadas a fatores como: idade da criança e duração do abuso; condições em que ocorre, envolvendo violência ou ameaças; grau de relacionamento com o abusador; e ausência de figuras parentais protetoras.
A revelação do abuso sexual produz uma crise imediata nas famílias e na rede de profissionais. A complexidade dos processos envolvidos exige uma abordagem multidisciplinar que integre os três tipos de intervenção: punitiva, protetora e terapêutica, como propõe Furniss (1993). Integrar essas ações de forma a não causar maiores danos à criança, diante da situação de exposição e rupturas desencadeadas pela situação da revelação, é o grande desafio dos profissionais. 
O trabalho de atendimento à família, vítimas e agressores, é fundamental. Devido à enorme carga de ansiedade mobilizada nessas situações, frequentemente a família tenta fugir do atendimento, sendo, muitas vezes, necessário um apoio legal para mantê-la em acompanhamento.
A família, na forma como conhecemos hoje, é uma instituição social básica, fundamental para a formação do indivíduo. Cabe aos pais zelar pelo desenvolvimento físico e emocional de seus filhos, provendo às suas necessidades materiais e afetivas e garantindo-lhes proteção e segurança. Assim sendo, podemos dizer que há violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes quando os pais utilizam o poder que lhes conferem esses papéis para fins de dominação e exploração, para satisfazer seus desejos e necessidades pessoais. 
Instaura-se assim uma confusão entre papéis e funções, principalmente no caso do abuso sexual, quando tais atos são acompanhados de cenas de sedução e carinho que mascaram a violência e o abuso. Tais comportamentos deixam a criança confusa e, dependendo do tipo de relação que mantém com o agressor, ela oscila entre calar ou denunciar tal ato praticado por alguém que, por obrigação, deveria lhe oferecer cuidado e proteção. Quando o autor do abuso sexual infantil é o pai biológico, configura-se uma situação incestuosa, que se dá fora do mito do Édipo, mas com implicações também muito trágicas. O pai abusador, ao impor a lei do seu desejo, transgride a lei cultural que proíbe o incesto (Lévi-Strauss, 1976), trai a confiança da criança e se aproveita da sua vulnerabilidade e imaturidade. Garante o silêncio da vítima muitas vezes com promessas, cumplicidade ou mesmo ameaças, e, frequentemente, se beneficia da conivência ou cegueira da mãe e dos outros membros da família. 
A criança vive uma situação traumática e conflituosa, permeada por diferentes sentimentos onde se misturam medo, raiva, prazer, culpa e desamparo. Tem raiva da mãe por não protegê-la e tem medo de contar, com receio de que não acreditem nela ou a considerem culpada.
A mãe, por sua vez, também vive uma situação de muita confusão e ambiguidade diante da suspeita ou constatação de que o marido ou companheiro abusa sexualmente da filha. Frequentemente nega os indícios, denega suas percepções, recusa-se a aceitar a realidade da traição do marido. Vive sentimentos ambivalentes em relação à filha: ao mesmo tempo em que sente raiva e ciúme, sente-se culpada por não protegê-la. 
Na verdade, elatambém é vítima, da violência familiar. Negar, desmentir a filha ou culpá-la pela sedução é uma forma de suportar o impacto da violência, da desilusão e da frustração diante da ameaça de desmoronamento da unidade familiar e conjugal. Pode acontecer também a negação da mãe relacionada com uma cumplicidade silenciosa, muito frequente em casais com conflitos sexuais, onde a criança ocupa um lugar (função sexual) que não é dela, amenizando assim o conflito conjugal.
Em qualquer das situações, o desmentido materno, a afirmação de que nada aconteceu, é o pior que pode acontecer a uma criança que denuncia o abuso sexual.
4.3 As leis e normativas que regem os direitos da criança e do adolescente em situações de abuso sexual.
A Lei nº 9.086/90 traz consigo o que muito se esperava pelos profissionais do Serviço Social e demais profissionais envolvidos na proteção da criança e do adolescente, que é o afastamento do Agressor do âmbito familiar, já que historicamente a criança era retirada da moradia comum, sofrendo além da violência sexual mas um trauma , sendo que: “A provisional autorizada pelo artigo deve ser concedida liminarmente, sem audiência do agressor, ad cautelam, exatamente para não frustrar a proteção, apesar de terapêutica” (VIEIRA, 1992, p. 403).
 Mas nem sempre a prática tem sua eficácia, pois existem casos em que as mães de certa forma compactuam para tal violência, a justiça pode determinar o afastamento do agressor, mas a mãe acaba deixando que o agressor continue na residência, usufruindo do conforto do lar. Geralmente estes pais agressores são os responsáveis pelo custeamento alimentar familiar, o ART. 130 determinava somente o afastamento do pai ou da mãe que abusadores e agressores, porém a legislação passou a obrigação da alimentação para com as vítimas. 
Na medida em que, não implicando restrição ou privação de liberdade do agressor, não impede que venha a retornar em momento posterior ao do afastamento coercitivo por ato judicial, ficando a moradia da vítima e restante do grupo familiar desguarnecidos de qualquer proteção. (BRANCHER, 1997, p. 71). (DIGIÁCOMO, 2000 p. 7/8).
 A lei confirma “privilegia a manutenção da criança ou adolescente em sua família de origem, determinando o afastamento cautelar não do vitimizado (o que consistiria em mais uma violência contra ele), mas sim do vitimizador, que dependendo da situação pode mesmo ter sua custódia decretada”, o descumprimento dessa ordem judicial que define o afastamento, pois em tese, caracteriza o tipo de pena prevista no artigo 330 do Código Penal, que autoriza e decreta a prisão preventiva. 
É fato que existem as leis mas também é fato que a violência praticada contra crianças e adolescentes ainda é uma realidade bastante dolorosa. Muitos fatores como as características dos ambientes e responsáveis pelas crianças têm forte influencia nos maus-tratos nesta faixa de idade. A classe masculina são os principais responsáveis pela prática da violência sexual, enquanto que mães e/ou pais solteiros, jovens, pobres, desempregados e de baixo nível educacional possuem maior probabilidade de cometerem abuso físico (OMS, 2002).
Varias são as consequências resultantes da violência contra crianças e adolescentes, os problemas sociais, emocionais e psicológicos, que se manifestam, através do desenvolver comportamental que demonstram risco à saúde e problemas de saúde mental, como : ansiedade, transtorno depressivo, baixo desempenho escolar, comportamento agressivo e até tentativa de suicídio (BRASIL, 2008b), este tipo de comportamento se dar por continuidade favorecendo dessa maneira o desenvolvimento de um ciclo de violência intergeracional. A partir do ECA, o atendimento à criança e ao adolescente passou a também exigir da família, da sociedade e do Estado a priorização de suas necessidades (BRASIL, 2002), pois este grupo etário, além de respeitado, deve também agora ser protegido, tanto por sua condição de indivíduo em fase de desenvolvimento físico, moral e psicológico (SÃO PAULO, 2008).
Um dos aspectos que precisam ser avaliados de forma minuciosa que envolve a violência sexual contra a criança é a avaliação adequada da viabilidade ou não da permanência ou do retorno do agressor ou da vítima para a moradia comum. Como avaliar esta situação? Dentre muitas medidas a serem adotadas, temos a oitiva do grupo familiar, que consiste averiguação “se é seguro o retorno da criança/adolescente para a companhia imediata dos agressores”, além do encaminhamento da família para programas especializados, bem como a necessidade de se “pensar na recuperação dos agressores”, uma vez “que agressores de crianças e adolescentes foram quase sempre vítimas de agressão em sua própria infância” (GOLDENBERG, 1994, p. 191). 
Precisa- se considerar que abastar a criança da família, em virtude do abuso sexual intrafamiliar, deve somente acontecer se houver a impossibilidade de afastar o abusador da moradia comum, a criança deve receber uma completa explicação deixando claros os motivos de seu afastamento, caso contrário:
“se sentirá acusada, punida e abandonada”, não havendo razão para impedir “o contato entre a criança e sua mãe, irmãos e amigos, exceto quando as mães não acreditam na criança, a acusam e rejeitam pelos problemas que se seguem à revelação” (FURNISS, 1993, p. 225). 
É uma violência interpessoal; um abuso de poder disciplinador e coercitivo dos pais ou responsáveis; um processo de vitimização que às vezes se prolonga por vários meses e até anos; um processo de imposição de maus-tratos à vítima de sua completa objetalização e sujeição; uma forma de violação dos direitos essenciais da criança e do adolescente como pessoas e, portanto, uma negação de valores humanos fundamentais como a vida, a liberdade, a segurança; tem na família sua ecologia privilegiada. (GUERRA, 1998, p. 32).
O medo de ser castigada, não acreditada e protegida pode levar a criança a não revelar o abuso sexual, que “permanece um segredo de família, até mesmo depois de uma clara revelação, e inclusive quando as ameaças legais e estatutárias há muito tempo já foram removidas; este é o resultado da negação, não da mentira; a mentira relaciona-se ao conceito legal de prova, a negação pertence ao conceito psicológico de crença e assunção da autoria” (FURNISS, 1993, p. 31). Afirma-se que a negação constitui um mecanismo de defesa utilizado pelos membros da família: 
Os fatos externam que além dos fatores psicológicos, contribuem para a manutenção do segredo no abuso sexual intrafamiliar. Entre os fatores externos, podemos citar a inexistência de evidências médicas, o que leva a família a não ter como comprovar o fato; ameaças contra a criança vítima e suborno; falta de credibilidade na palavra da criança leva-a, muitas vezes, a não revelar o abuso com medo de ser castigada pela “mentira”; temor pelas consequências da revelação, com a concretização das ameaças que recebeu. Entre os fatores psicológicos, destaca-se: a culpa, no sentido legal, é do abusador, mas, no sentido psicológico, é também da criança; a negação, no sentido psicológico, é diferente da mentira; no mecanismo de defesa conhecido como dissociação, a vítima separa o abuso sexual (fato real) dos sentimentos que o ato lhe provoca (DOBKE, 2001, p. 34/35). 
O rompimento do segredo, levando à denúncia do fato, pode ser influenciado por alguns fatores, como por exemplo, a ameaça isolada ou combinada com medo da perda de integridade física; tentativa de suicídio; contágio por doença sexualmente transmissível; receio da perpetuação da vitimização com irmãs/irmãos; risco de gravidez; restrição das atividades típicas da adolescência; desconfiança da mãe e disque denúncia (OLIVEIRA, 1999, p. 261). 
Para que as Instituições possam se adequar às normas constitucionais que elegeram a criança como prioridade absoluta, é necessário investir em novos recursos. Entre as formas de violência praticadas contra a criança, a violência sexual intrafamiliar é a que apresenta maior dificuldade de manejo. Háque se investir em novos recursos como a constituição de equipes interdisciplinares nas Instituições de Saúde, Proteção e Justiça e a capacitação dos profissionais, bem como dos estudantes, em especial nos cursos de Direito, Enfermagem, Serviço Social, Educação, Psicologia e Medicina. Também não podemos esquecer o abusador, havendo que se pensar em desenvolver programas destinados a esta população, em especial aos que cumprem pena privativa de liberdade (GROSSI, 2001, p. 97). 
O Sistema de Justiça recebe as denuncias de violência sexual intrafamiliar através do Conselho Tutelar, Delegacias de Polícia, em disputas de famílias que requerem guarda, visitas ou processos de suspensão e destituição do poder familiar. 
O Conselho Tutelar recebe muitos casos que vão de ameaça à confirmação de violação dos direitos da criança e do adolescente, casos sejam de suspeita de maus-tratos que são casos que necessitam de urgência na criação e instalação das políticas publicas em todos os municípios, afirma que: “para a efetivação da política de atendimento à criança e ao adolescente, tendo em vista assegurar-lhes os direitos básicos, em prol da formação de sua cidadania”. (CARVALHO, 1992, p. 419/420). 
Apesar de muitas serem as formas de violência e maus tratos praticados contra as crianças sejam muitas, especificamente a intrafamiliar, “ainda que a violência com visibilidade seja a que ocorre fora de casa, o lar continua sendo a maior fonte de violência” (KRISTENSEN, OLIVEIRA e FLORES, 1998, p. 115). Pesquisa realizada em 1997, pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul, apontou que, em uma amostra de 1.579 crianças e adolescentes em situação de rua, 23,4% não retornavam para casa porque seriam vítimas de maus-tratos. Flores e cols., em 1998, “estimaram que 18% das mulheres de Porto Alegre, com menos de 18 anos, sofreram algum tipo de assédio sexual cometido por pessoas de sua família” (KRISTENSEN, OLIVEIRA e FLORES, 1998, p. 73). 
A demanda do Conselho Tutelar, no que se refere à violência intrafamiliar, abarca situações difíceis de serem enfrentadas, podendo ser apontado, entre outros fatores, que ao mesmo grupo familiar pertencem os dois pólos da ação, agressor e vítima, sendo que “as crianças - vítimas inocentes e silenciosas do sistema e da prática de velhos hábitos e costumes arraigados na cultura do nosso povo - são as maiores prejudicadas neste contexto calamitoso” (ALBERTON, 1998, p26).
 As causas motivadoras da ação de suspensão ou destituição do poder familiar vêm elencadas nos artigos 1.637 e 1.638 do Novo Código Civil, assim como no artigo 22 do Estatuto da Criança e do Adolescente. O desvirtuamento do instituto do poder familiar, “legitima o agente ministerial a intentar Ação de Suspensão ou Destituição do Pátrio Poder, sempre que constatar a ocorrência de casos de maus-tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou responsável” (SCHREIBER, 2001, p. 137). 
O desafio imposto no momento, é que tanto a suspensão e destituição do poder familiar, de cunho severo, deverão ser aplicadas somente quando se mostrarem a melhor alternativa para a criança ou adolescente envolvido, e não como uma simples punição ou um castigo aos pais, especialmente em face do disposto no art. 6º da Lei nº 8.069/90, que assim diz: 
Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. 
Analisa- se, pelo alerta que o já mencionado dispositivo traz, que a nova lei, regulamentadora do art. 227 da Constituição Federal, passa a significar “movimento mais amplo de melhoria, ou seja, de reforma da vida social no que diz respeito à promoção, defesa e atendimento dos direitos da infância e da juventude”. (CURY, SILVA e MENDEZ, 1992, p. 38).
 A Convenção das Nações Unidas por sua vez os Direitos da Criança, em seu art. 3.1, ressalta que “todas as ações relativas às crianças, levadas a efeito por instituições públicas ou privadas de bem-estar social, tribunais, autoridades administrativas ou órgãos legislativos, devem considerar, primordialmente, o interesse maior da criança”. 
O tema uma atenção redobrada, precisa ser avaliada pelos profissionais que inteiram as instituições que formam o sistema de Justiça, sob pena de ser a criança exposta a uma nova forma de violência, praticada em nome do Poder Público, por órgãos ou instituições que têm o dever de zelar pelo cumprimento das disposições legais previstas na Constituição Federal e na Lei nº 8.069/90. 
A Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança aponta para o direito de a criança “viver com seus pais a não ser quando incompatível com seus melhores interesses; o direito de manter contato com ambos os pais caso seja separada de um ou de ambos e as obrigações do estado nos casos em que tal separação resulta de ação do Estado”, assim como:
 “A obrigação do Estado de promover proteção especial às crianças desprovidas do seu ambiente familiar e assegurar ambiente familiar alternativo apropriado ou colocação em instituição apropriada, sempre considerando o ambiente cultural da criança” (CURY, PAULA e MARÇURA, 2002, p. 238). 
O papel da família é de extrema importância na vida, na formação e no desenvolvimento da criança, fundamentam a sua inclusão entre os seus direitos fundamentais, na medida em que se constitui instrumento essencial na formação do “ego maduro”, capaz de “discriminar a realidade, pensar sobre ela e, a partir de sua capacidade de antecipação, analisar os possíveis caminhos a serem escolhidos, até assumir, por opção e com responsabilidade, a ação a ser realizada, a qual anteriormente passou por um processo de reflexão, decisão, planejamento, para culminar na sua execução” (VASCONCELLOS, 1997, p. 60). As crianças, seres humanos estruturalmente dependentes, embora titulares de direitos necessitam de proteção e cuidado dos pais ou substitutos a fim de que possam vencer as etapas iniciais do seu desenvolvimento, pois “o desenvolvimento pleno de um bebê só poderá ocorrer se contar com o amor de seus pais, que vai-se expressar como uma íntima relação que os estudiosos denomina de apego” (ZAVASCHI, COSTA e BRUNSTEIN, 2001, p. 43). 
O não funcionamento das funções da família, em particular as que contornam a violência sexual, reproduz na vida e na saúde das crianças, visto que pessoas em fase de desenvolvimento, salientados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, “sendo do interesse da sociedade e do Estado o desenvolvimento biopsicológico da população infanto-juvenil em condições de normalidade” (BRANCHER, 1997, p. 69). A nova lei traz, para o sistema de Justiça, conceitos e achados que desde muito tempo vinham sendo jugado na área da educação e saúde, sem que o Direito tivesse as rédeas, como esperado no decorrer do século passado. 
Considera- se violência interpessoal; um abuso de poder disciplinador e coercitivo dos pais ou responsáveis; um processo de vitimização que às vezes se prolonga por vários meses e até anos; um processo de imposição de maus-tratos à vítima de sua completa objetalização e sujeição; uma forma de violação dos direitos essenciais da criança e do adolescente como pessoas e, portanto, uma negação de valores humanos fundamentais como a vida, a liberdade, a segurança; tem na família sua ecologia privilegiada. (GUERRA, 1998, p. 32).
É necessário que os contribuintes do sistema de Justiça tenham o conhecimento que:
 “O processo de renovado segredo e a recaída na negação psicológica secundária são parte de um processo terapêutico no abuso sexual da criança como síndrome de segredo e de adição, que tem como núcleo terapêutico a transição da negação e do segredo para a realidade, privacidade e responsabilidade” (FURNISS, 1993, p. 290). 
Este aspecto poderá evitar que decisões que venham de encontro que se diz melhor aos interesses da criança. Evidentemente, os profissionais do Direito “necessitam de conhecimentos específicos sobre a dinâmicado abuso sexual infantil, sobre a estrutura familiar, no caso de o abuso ser intrafamiliar, e noções sobre conceitos básicos de psicologia para melhor inquirir a criança” (DOBKE, 2001, p. 96). Igualmente, “é de crucial importância comunicar-se no nível real de desenvolvimento cognitivo, intelectual, psicossocial e psicossexual da criança” (FURNISS, 1993, p. 197), pois, contrário, a intervenção do assistente Social estará distante da realidade, assim tornando mínimas as possibilidades de proteção a essas vítimas. 
Para a adequação das normas constitucionais nas instituições, que tem a criança como prioridade absoluta, faz- se necessário o investimento em novos recursos, tais como a construção e capacitação dos profissionais e dos estudantes, em especial nos cursos de Direito, Enfermagem, Serviço Social, Educação, Psicologia e Medicina. Também não podemos esquecer o abusador, havendo que se pensar em desenvolver programas destinados a esta população, em especial aos que cumprem pena privativa de liberdade (GROSSI, 2001, p.97). 
4.4 O diagnóstico da família em relação a criança e ao abusador.
A partir do momento em que a família começa a identificar os indícios do abuso com a criança ou adolescente, sua mudança de comportamento e humor, a família precisa estar preparada para diagnosticar e tomar providencia, buscando ajuda aos órgãos e profissionais competentes para intervenções necessárias que tal caso necessite. A solução do problema consiste no descobrimento não só da criança abusada, mas também na identificação do agressor dentro do âmbito familiar para que este seja denunciado e punido. 
Porem em diversos casos ainda há uma resistência da família que se nega a denunciar ou esconder o agressor. Assim a criança fica como objeto não só do agressor, mas da família que por omissão nega seus direitos.
	O pai ou padrasto são vistos na família como uma figura de grande importância, o membro responsável em prover o alimento e conforto para toda família, nessa realidade nos deparamos com mulheres responsáveis pelas tarefas domesticas e que em pleno século XXI são submissas e que também acabam sendo vitimas de agressões diretas ou indiretamente.
	O âmbito familiar deve ser um espaço onde a criança se sinta segura e protegida. Na qual aprende regras a socializar-se, valores, sejam eles culturais, sociais e emocionais. Porém se durante a infância a criança ou adolescente vivencia momentos de agressões, violência, desprezo e abuso diante dos elementos de grande significância como a família e todos os meios de socialização isso poderá acarretar desvios comportamentais cognitivos e emocionais, onde tais feridas podem levar a consequências para uma vida toda. 
	Tudo isso parte de seus pais tal processo de aprendizagem contribuir para que as crianças desenvolvam seus sistemas sensoriais, cognitivos, motor e sua efetividade. Assim ao considerar quando houver a violência dentro do ambiente familiar através do poder pelo qual os agressores possuem com intuito de satisfazer suas necessidades especiais ou desejos, a fim de derrubar o equilíbrio bem como frustrar o ser mais desprovido. Por tanto se cria uma desarrumação entre as funções e papeis na cabeça da criança e do adolescente evidenciadas no caso de abuso sexual, no momento em que a violência física, emocional e psicológica está sendo seguidas por atos que encobrem o abuso.
 	Entretanto esse assunto é um tema onde o abuso e agressão permanece cotidianamente nas redes de comunicações da população, porem nota-se que as vitimas por serem menores tenha o seu sofrer, angustia e a violação dos direitos encobertos para que os agressores não sejam denunciados, causando dessa forma uma confusão de sentimentos de raiva, medo, vergonha, sentimentos estes que se oscilam com medo de denunciar tal pessoa a qual deveria proteger e cuidar, porem pratica tal abuso.
Cada uma das partes que tem uma determinada importância dentro desse contexto percebe-se que o agressor pode ter sido vitima de abuso, negando tal violência podendo acarretar um embaraço e sentimentos precisos, trazendo com regularidade e negando os indícios e suas percepções, e se há a resistência de conviver com a realidade dos sentimentos em relação a vitima.
Na observância dos fatos se percebe que toda família se torna uma vitima sendo esta secundaria da violência sofrida. A partir dos sentimentos já mencionados em si, como culpa, ou negação se tornando uma forma de aguentar o choque de toda a violência, da decepção em virtude da possível derrubada daquele laço familiar. Entretanto apesar de toda situação de violência vivida pela família como um todo não se pode deixar de afirmar que a criança ou adolescente foram vitimas do abuso sexual.
Assim aquele que deveriam proteger, dar amor a essas vitimas nem sempre dão a devida proteção, uma vez que tal agressor ou outro membro da família não é capaz de dar atenção, se dedicar e cuidar tornando-se assim essas crianças e adolescentes vulneráveis a sofrer sequelas e por consequência levar tais sentimentos a não serem demonstrados em sua vida adulta, ocasionando o individuo com falta de confiança, insegurança, medo e problemas psicológicos.
CAPÍTULO 5 – CREAS- CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
O Centro de Referencia Especializado de Assistência Social (CREAS), faz parte do SUAS ( Sistema Único e Assistência Social), este órgão por sua vez é uma unidade publica e pertencente ao estado. O CREAS através de serviços especializados que visam o apoio, orientação e também o acompanhamento das vitimas e suas famílias que estejam em situação de risco ou que por algum fator tenham seus direitos violados. 
O CREAS tem seus objetivos pautados no fortalecimento e apoio a famílias e indivíduos em situação de risco ou que já tenham seus direitos violados, esse trabalho se da através de atendimentos das redes sociais. No encontro dos estigmas do preconceito; intervenção imediata com ajuda de outros profissionais, para que a vitima tenha sua integridade protegida; a prevenção do abandono para a conservação da família em sua totalidade e no fortalecimento e proteção de vínculos.
A atenção do CREAS é voltada para o atendimento para os seguinte público alvo: crianças, adolescentes, mulheres, jovens, idosos, portadores de deficiência e suas famílias, que se encontram em situação de risco e direitos violados. A violação de direitos consiste em: violência física; sexual; psicológica; situação de abandono; situação de rua; trabalho infantil dentre outras que podem acarretar graves danos ao estado de vida que consequentemente irão atrapalhar suas fases naturais.
O CREAS disponibiliza de uma equipe multidisciplinar de profissionais, para realização do atendimento em total abrangência do individuo e sua família. Através de encaminhamentos articula com órgãos de grande importância como o Poder judiciário, Ministério Público, Defensoria, Conselhos Tutelares juntamente com as politicas publicas de cada localidade. “O trabalho do CREAS depende do funcionamento articulado da rede sócio assistencial. CREAS e Rede caminham juntos na efetividade da garantia de diretos do cidadão e da cidadã.” (GERALDO, 2012, p. 39)
O mesmo disponibiliza de serviços especializados no apoio e orientação de famílias e indivíduos vitimados de violência, a partir do atendimento psicossocial para uma imediata proteção á quem dela necessitar. Possui um atendimento técnico de prevenção para que não haja continuação da violação de direitos; Orienta e acompanha os adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas, Liberdade assistida e prestação de serviço a comunidade, como esta previsto na Politica Nacional de Assistência Social (PNAS). Também o serviço de enfrentamento à violência, ao abuso e exploração de crianças e adolescentes, a fim de promover a segurança e proteção de imediato e a disposição para os atendimentos psicossociais a vitimas de violência bem como sua família.
O CREAS possui uma grande importância na oferta dos serviços de atendimentos

Continue navegando