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20
FACULDADE ANHANGUERA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
KEYGI ALVES DURANTE
TRÁFICO DE ÓRGÃOS HUMANOS
KEYGI ALVES DURANTE
TRÁFICO DE ÓRGÃOS HUMANOS
Apresentação ao Curso de Direito da instituição Faculdade Anhanguera de São Bernardo do Campo campus Vergueiro.
Orientador: Karen Maeda
BANCA EXAMINADORA
Prof.(a). Titulação Nome do Professor(a)
Prof.(a). Titulação Nome do Professor(a)
Prof.(a). Titulação Nome do Professor(a)
AGRADECIMENTOS
	Primeiramente agradeço grandemente Deus por ter me sustentar até aqui, guiar e proteger de todas as adversidades que tive pelo percurso desses cinco anos. Agradeço ainda aos meus familiares pelo apoio, e aos grandes Mestres que passaram pela minha vida durante esses anos.
Agradeço também a banca examinadora por me conceder a honra de estar presente nesse momento para apresentar minha monografia.
Durante, Keygi Alves. Tráfico de órgãos. 2019. Total de Pag. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Direito) – Faculdade Anhanguera de São Bernardo do Campo, SBC, 2019.
RESUMO
Trata-se de trabalho de conclusão e curso com o tema “Trafico de Órgãos Humanos” que tem como finalidade abordar as violações dos direitos humanos e a tipificação da conduta como crime. 
 O tráfico de órgãos humanos seja ele por consentimento ou não é uma violação a dignidade do ser humano. O presente estudo aborda uma questão ligada à globalização e desigualdade social, bem como as diferenças de gênero, raça e etnia. O crime é abordado em todo o território mundial, pois é uma problemática que atinge todos os países. A abordagem do estudo, além da elucidação da legislação que trata da temática traz as vertentes que facilitam e enfatizam o crime, sendo elas, as filas gigantes a espera de um transplante, o que gera uma supervalorização dos órgãos, chamando a atenção de criminosos que veem nessa precariedade uma forma de obter vantagens financeiras. 
Palavras-chave: Direito Penal – Tráfico. Tráfico de órgãos. Código Penal - Lei nº 9.434/97.
Durante, Keygi Alves. Trafico de órgãos. 2019. Total de Pag. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Direito) – Faculdade Anhanguera de São Bernardo do Campo, SBC, 2019.
ABSTRACT
It is a work of conclusion and course with the theme "Trafficking in Human Organs", whose purpose is to address violations of human rights and criminalization of conduct.
 The trafficking of human organs is by consent or is not a violation of the dignity of the human being. The present study addresses a question related to globalization and social inequality, as well as the differences of gender, race and ethnicity. Crime is addressed throughout the world, as it is a problem that affects all countries. The approach of the study, besides the elucidation of the legislation that deals with the subject, brings the aspects that facilitate and emphasize the crime, being the giant queues waiting for a transplant, which generates an overvaluation of the organs, attracting the attention of criminals who see in this precariousness a way of obtaining financial advantages.
Key-words:
Criminal Law - Traffic. Trafficking of organs. Criminal Code - Law No. 9.434 / 97.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABTO - Associação Brasileira de Transplante de Órgãos
CP - Código Penal 
CPC - Código de Processo Penal
ISN - The Transplantation Society (TTS)
OIT – Organização Internacional do Trabalho
TTS - The Transplantation Society 
UNICEF – Organização das Nações Unidas
ONU – Organização das Nações Unidas
OMS – Organização Mundial da Saúde
INTRODUÇÃO
A comercialização de órgãos humanos é tipificada no direito penal brasileiro por meio do dispositivo inserto no artigo 15 da lei 9.434:
 “Comprar ou vender tecidos, órgãos ou partes do corpo humano: Pena- reclusão, de 3 a 8 oito anos, e multa, de 200 a 360 dias-multa”
O tráfico de órgãos é o comércio ilegal de órgãos humanos para o transplante em troca de um pagamento em dinheiro. Existe uma escassez mundial de órgãos disponíveis para o transplante, mesmo assim, o comércio de órgãos humanos é ilegal em quase todos os países, com exceção do Irã. 
 	É uma das mais tristes tragédias vividas atualmente por centenas de milhares de pessoas em todo o mundo. Pessoas estas, que vivem o drama dos seus familiares e amigos queridos em completo silenciam, principalmente por medo do que pode lhes acontecer se forem descobertos.
Algo que era para salvar vidas, a doação de órgãos, acabou por perder seu sentido, simplesmente por causa da natureza humana e sua falta de consciência e moral, tendo como ajuda a corrupção e do sistema político com total incapacidade de criar leis concretas para o bem estar da população, e vem fazendo, cada dia mais, com que muitas dessas famílias tenha suas vidas destruídas pela ganância do ser humano.
Este crime atinge quase todos os países, mas alguns têm índices assustadores, como a China, Índia, Rússia e também nessa lista o Brasil. 
Mesmo com o crime acontecendo em todos os países algumas incidências são menores devido a certas “facilidades” políticas, se assim podermos chamar, a baixa fiscalização por parte do governo também influência muito, existem alguns países com penas mais duras para esse crime, sendo assim mais severamente punidos devido a seus respectivos governantes.
O tráfico de órgãos é resumido pela prática ilegal do comércio de órgãos humanos (coração, fígado, rins, etc.;), para o transplante. Apesar da problematização ser generalizada, muito embora os dados sobre a proporção exata sobre o mercado de órgãos, por este ser um mercado clandestino é difícil de se obter. Existem muitas divergências se deve ou não legalizar o comércio de órgãos, alguns acham que esta é a maneira adequada de combater ao tráfico ilegal, mas este é um assunto para muito debate. 
Desta forma, este projeto foi desenvolvido em um conjunto de analises baseadas teoricamente e em doutrinas entendidas como conhecimento e ou experiências, visando contribuir para a ampliação do conhecimento, entendimento e análise da temática de tráfico de seres humanos na sua amplitude e as diferentes visões sobre os agentes nele envolvidos seja direta ou indiretamente.
Na finalidade de facilitar a compreensão do quanto será abordado neste projeto, o presente estudo encontra-se estruturado basicamente em quatro partes, que além da Introdução e Conclusão é composta por: parte teórica onde é apresentado os estudos realizados e apresentação do tema. 
A segunda parte inclui enquadramento histórico sobre o tráfico de seres humanos e das suas manifestações. 
O terceiro capítulo versa sobre o impacto da experiência de vitimização nos aspectos das consequências físicas, psicológicas e no funcionamento interpessoal, abrangendo o conceito e aspecto jurídico do tráfico de pessoas. 
Por fim, no quarto capítulo é apresentado um estudo sobre as percepções públicas sobre o tráfico e a conclusão do projeto, na finalidade de transferir informações e conhecimentos para uma possível reflexão sobre as implicações do assunto e traçar as conclusões pretendidas a ser representativas na realidade nacional.
DEFINIÇÃO E CONTEXTO HISTÓRICO DO TRÁFICO DE ÓRGÃOS HUMANOS
É através de conexões internacionais que ocorre o chamado tráfico de órgãos. Sendo esta considerada a terceira atividade ilícita mais lucrativa da atualidade, perdendo somente para o tráfico de armas e o de drogas, afetando mais de 20 milhões de pessoas. 
O tráfico de seres humanos é, por natureza, um fenómeno de difícil identificação e medida, uma vez que envolve um conjunto de ilícitos criminais (Malarek, 2004; Viuhko, 2010) e está em constante mutação e interação com outros fenómenos sociais, designadamente com a prostituição, com a qual, muitas vezes, é confundido (Lisboa et al., 2010). Poresta razão, é frequentemente considerado como um “fenómeno irregular” (Studnicka, 2010, p. 30).
Os traficantes de órgãos operam de várias maneiras, podendo as vítimas serem sequestradas e forçadas a desistir de um órgão que seja de interesse da parte autora, outras por necessidades financeiras, acabam por concordar em vender um órgão. Já em algumas situações, atualmente consideradas corriqueiras, as pessoas são enganadas ao acreditar que precisam de uma operação cirúrgica e o órgão é removido sem o seu conhecimento e consentimento e algumas vítimas são assassinadas na única finalidade de retirar os órgãos. (The Thelegraph 30 Abril 2019) 
Podemos tratar a transcrição dessa monografia mostrando o quanto as variantes econômicas e culturais pelo mundo influenciam no tráfico de órgãos humanos.
É importante destacar que o tráfico de órgãos não é algo de novo na sociedade atual mundial e sim um crime que veio se ampliando com a própria evolução da sociedade. Historicamente, ele vem se apresentando de várias formas diferentes, adquirindo assim grandes dimensões no século XXI. 
É um fator complexo, que envolvem inúmeras partes a nível institucional, econômico, sociocultural e comercial, constitui assim uma rede de atividades a nível mundial, motivada pela demanda da procura, onde em muitos casos batem de frente com a lei de muitos países e politicas regulamentadoras que às vezes por sua falta de eficiência deixam brechas para a realização dessas pratica. 
Não são raros os casos demonstrados na mídia ou através de outros meios de informação sobre sumiços e homicídios de pessoas para retirada de órgãos para diversas finalidades desconhecidas, o que se entende durante o percurso de estudos para o desenvolvimento dessa monografia é que casos desses relatam a realidade dos acontecimentos e mesmo com o conhecimento de muitos ficam obscuros pelo medo ou a falta de conhecimento da legislação.
Entendendo os fatos descritos podemos afirmar o quão difícil é apurar a veracidade desses fatos, e principalmente identificar os autores, pois muitas das vezes os investigadores não conseguem identificar rumores de realidade, pois há um grande número de alarmes falsos e a falta de provas acaba por parar as autoridades, e quando reais vão totalmente contra as leis e a ética do ser humano. Sendo dessa forma sua quantificação quase que impossível, pois além da dificuldade em demostrar esse crime ele ainda conta com uma rede de corrupção dos organismos estatais e muitas das operações realizadas acabam por não terem nenhum resultado.
O crime de tráfico de órgãos atinge hoje uma ampla parcela da população mundial, sendo mais impregnadas naquelas regiões mais precárias, sem nenhum recurso próprio e totalmente desamparados pelo Estado.
 E como resultado dessa sociedade injusta que se vem criando se resulta em homens, mulheres e crianças traficadas para diversos fins, sendo elas para exploração sexual, pedintes, mão de obra escrava e tráfico de órgãos.
O tráfico de órgãos de acordo com a história da humanidade, que as destruições severas das economias mundiais acabam por causar movimento populacionais em massa, trazendo uma vulnerabilidade na sociedade, promovendo deste modo atos ilícitos se torna o meio mais rápido para suprir essa vulnerabilidade, temos como exemplo a prostituição e a venda de órgãos. 
Em situação de desespero os órgãos humanos são sacrificados, tanto para experimentos médicos, mágicos, científicos e para pessoas doentes que necessitam de órgãos urgente e com grande demora na fila de transplante. 
Deste modo o tráfico de a definição de tráfico de pessoas é a seleção, recrutamento ou alojamento de pessoas através do uso da força ou ameaça, coação, fraude, engano, abuso de vulnerabilidade da pessoa ou através de pagamento ou benefício para obtenção de consentimento, sendo está exploração sexual, trabalho escravo ou até remoção de órgãos.
Esta definição é baseada no protocolo à Convenção das Nações Unidas Contra o Crime Organizado “Crime Organizado Transacional relativo à Prevenção, à Repressão e à Punição do Tráfico de Pessoas, em especial Mulheres e Crianças, também conhecido como Protocolo de Palermo.” De acordo com esse protocolo, o consentimento da vítima se torna irrelevante na qual o delito acorre (ONU, 2000, art 3º):
“Artigo 3
Definições
Para efeitos do presente Protocolo:
a) A expressão "tráfico de pessoas" significa o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de pessoas, recorrendo à ameaça ou uso da força ou a outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de exploração. A exploração incluirá, no mínimo, a exploração da prostituição de outrem ou outras formas de exploração sexual, o trabalho ou serviços forçados, escravatura ou práticas similares à escravatura, a servidão ou a remoção de órgãos;
b) O consentimento dado pela vítima de tráfico de pessoas tendo em vista qualquer tipo de exploração descrito na alínea a) do presente Artigo será considerado irrelevante se tiver sido utilizado qualquer um dos meios referidos na alínea a);
c) O recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de uma criança para fins de exploração serão considerados "tráfico de pessoas" mesmo que não envolvam nenhum dos meios referidos da alínea a) do presente Artigo;
d) O termo "criança" significa qualquer pessoa com idade inferior a dezoito anos”. 
Parece mítico em pleno século XXI, que ainda existem pessoas sendo escravizadas afinal a escravidão foi abolida a dezenas de décadas. O tráfico de pessoas tem como dito antes o modelo de globalização e sociedade atual mundial, da forma de uns terem mais e outros viverem a beira da miséria estrema tendo essas vítimas uma exclusão da sociedade.
De acordo com dados demonstrados pela ONU uma criança a cada três minutos morre no mundo vítima da fome a “assassina silenciosa”, poucas pessoas param seu dia para entender que no continente africano nos dias atuais a escassez de comida e a fome predominam grande parte territorial.
Essas realidades vividas por diversos países do mundo fazem com que as pessoas queiram sair dos seus países em buscam de melhorias das condições existentes, num ritmo frenético de migração.
Dados apresentados pela UNICEF no Congresso Mundial contra a exploração Sexual Comercial de Crianças e Adolescentes, realizado na cidade de Estocolmo, Suécia, de 27 a 31 de agosto de 1996, cerca de um milhão de crianças desaparecem no mundo anualmente, esses dados foram coletados de organizações não governamentais da Suécia com a ajuda da Rainha Sílvia.
Em grande parte, as crianças que são traficadas são vítimas de adoção ilegal, exploração sexual ou tráfico de órgãos. Na data houve a denúncia de creches na África onde as crianças eram mantidas a espera de pedidos de órgãos compatíveis daqueles que adquiriam os órgãos, essas creches eram denominadas de “casas de desmanche”.
Já dados da ONU apontam cerca de quatro milhões de pessoas traficadas todos os anos, a OIT com publicação em 2005 realizou um relatório chamado de “Uma Aliança Global Contra o Trabalho Forçado”, onde afirma que o total de pessoas traficadas por ano é de dois milhões e quatrocentas mil pessoas, onde um percentual de 43% é vítima de exploração sexual, 32% vítimas de exploração econômica e cerca de 25% do restante combinam as duas formas anteriores ou não tem a razão definida.
Deste modo o relatório da OIT informa que o lucro cessante anual de tráfico de pessoas é de aproximadamente 31,6 bilhões de dólares, demostrando assim o quão lucrativo esse negócio é chegando a render mais que o tráfico de drogas.
COMPRA E VENDA DE ÓRGÃOS HUMANOS
Neste capítulo, é abordado a possibilidade de uma pessoa, capaz civilmente, se desfazer de seus órgãos por interesse financeiro. Conforme a Legislação de transplantes (Lei 9.434/94), o ato de venderos próprios órgãos para organizações comerciantes do mesmo, no nosso país é tipificado como ato ilícito. 
Normalmente o grupo de pessoas sujeitas a “ofertas de compra” de órgãos se concentra em classes de baixa renda normalmente desempregadas, com pouca instrução formal, que não dispõem de condições dignas de sobrevivência. Falta capacidade ao aparelho estatal para prestar serviços globais de assistência social, manter rede pública de saúde disponível e facilitar a obtenção de postos de trabalho no mercado formal.
Uma investigação conduzida pelo jornal britânico "Mirror", abordou a descoberta de um comércio ilegal de órgãos pelas redes sociais, bem como o “Facebook”, onde pessoas que viviam na miséria eram contatadas por "agentes" que as convenciam a vender seus órgãos por valores que variam de £ 1.200 a £ 75 mil — o equivalente a R$ 6 mil e R$ 375 mil. 
Na reportagem duas pessoas chegaram a dar seus esclarecimentos, o qual irá chamar de entrevistado “a” e entrevistado “b”.
O entrevistado “a” apresentado como corretor do comércio, chegou a admitir ao jornal que havia fechado mais de 100 ofertas, e uma delas, o preço mais caro a ser negociado foi £ 75 mil.	
Já o entrevistado “b” apresentado ao jornal como doador, declarou que estava disposto a vender seu rim por R$ 9.500,00 para pagar o tratamento de saúde de sua filha. (Jornal o Globo 20/07/2015 - 12:33 / Atualizado em 20/07/2015 - 14:39)
Segundo dados da OMS, a cada ano, no mundo, são executados cerca de 22 mil transplantes de fígado, 66 mil transplantes de rim e 6 mil transplantes de coração. Cerca de 5% dos órgãos utilizados nessas intervenções provêm do mercado negro, com um volume de negócios estimado entre 600 milhões e 1,2 bilhão de dólares.
MERCADO DE RINS
Como salienta Sean Fitzpatrick – diretor de relações externas do Banco de Órgãos de New England (EUA) – numa entrevista concedida à revista Popular Science, a retirada de partes do fígado ou do intestino requer intervenções muito complexas que dificilmente podem ser efetuadas em clínicas improvisadas do Terceiro Mundo. A maior parte dos órgãos vendidos espontaneamente por doadores no mercado negro é constituída de rins: A extração e implantação desse órgão não exige operações particularmente complexas e não necessita de equipamentos sofisticados nem de competência de altíssimo nível.
De acordo com dados da ABTO, Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, o rim é disparado o órgão mais transplantado, com 1.287 cirurgias feitas só neste primeiro trimestre de 2016, enquanto logo depois está o fígado com 419 cirurgias de transplante. Isso ocorre, pois é mais fácil encontrar doadores, já que o ser humano possui dois rins. Porém, maior que o número de cirurgias é o número de pessoas na lista de espera, visto que, no Brasil, existem cerca 19.800 inscritos para transplante de rim e 1.400 para fígado, sendo que totalizam 33.237 pessoas à espera por um órgão, entre pacientes adultos e pediátricos (Registro brasileiro de Transplante. 2016).
Percebe-se, assim, que o número de cirurgias é alto, mas não chega nem perto do número da demanda. Os hospitais estão cheios de idosos, jovens e crianças à espera de um órgão, com o qual poderá ter saúde e paz, ou seja, viver com maior dignidade.  Nenhuma pessoa gostaria de passar por uma situação dessas, nenhum pai ou mãe gostaria de passar pelo sofrimento de ver seu filho em um leito de hospital esperando por um transplante que se tem a sensação que nunca irá chega, pois o processo é lento. Quadra registrar ainda que do total de 6.857 pessoas que ingressaram na lista de espera por um transplante, 710 morrem antes da cirurgia (Registro Brasileiro de Transplantes. 2013) 
Dessa forma, muitos que têm condições econômicas e estão nessa situação de espera ou vivenciam um familiar nessa situação irão buscar outro meio de conseguir o órgão que necessita. Esse meio é o comércio negro, que, constantemente, tem anúncio de compra e venda de órgão. Com tanta gente precisando, muitas pessoas, que, em geral, estão com dificuldade econômica, irão aproveitar para ganhar dinheiro vendendo parte de seu corpo.
Porém, isso é ilegal. Tanto o Código Civil Brasileiro atual como a Lei n° 9.434/97 proíbem essa prática. A lei ainda estabelece uma sanção de reclusão, que varia de três a oito anos, e multa, de 200 a 360 dias-multa, para quem comprar ou vender órgãos, tecidos ou parte do corpo humano. 
 VITIMOLOGIA 
Analisando juridicamente, uma pessoa traficada é uma vítima, sujeito passivo da ação. Para a ONU, temos o seguinte conceito de vítima:
“Pessoas que, individual ou coletivamente, tenham sofrido danos, incluindo lesões físicas ou mentais, sofrimento emocional, prejuízo financeiro, ou tenham sido substancialmente afetadas em seus direitos fundamentais, por atos ou omissões que representem violações às leis penais, incluídas as leis referentes ao abuso criminoso do poder. ”
Acerca do crime em questão, na maioria das vezes as vitimas encontram-se fragilizadas e péssimas condições de desigualdade e vulnerabilidade social, este comércio ilegal atrai pessoas de baixa renda e até mesmo da miséria, fazendo com que elas acabem vendendo seus órgãos prementes e garantindo que com o valor a ser pago a pessoa irá alcançar uma melhora de vida. 
A vitimologia está relacionada as barbaridades cometidas contra o povo judeu durante a segunda guerra mundial em 1947. O advogado e professor de criminologia da Universidade de Jerusalém, chamado Benjamin Mendelsohn destaca ser de suma importância para a criminologia, tendo como fundamento basilar que a vítima tem tamanha importância como o infrator.
3.1 VITIMIZAÇÃO
Após ser vítima do crime, a pessoa sofre com os efeitos da conduta, mesmo que em alguns casos ela tenha consentido com o ato, por razões financeiras, ou seja, elas de motivos particulares como mencionado no contexto do projeto. Desta forma, pode-se classificar a vitimização em três aspectos:
a) Vitimização primária que é aquela causada pelo cometimento do crime, é a consequência natural do crime, provocando danos materiais, psicológicos e, às vezes, físico. De certa forma, afeta o psicológico da pessoa, muitas vezes até a impedindo de sair de casa, frequentar lugares anteriormente comuns, ou seja, há alterações na conduta e hábitos, podendo a vítima ter futuras doenças, bem como, síndrome do pânico, depressão e outras relacionadas à mente.
b) Vitimização secundária que é mais grave que a vitimização primária, neste processo a vítima sente vergonha do caso, nos órgãos responsáveis pelo ato do criminoso, como fórum, delegacias, escritórios advocatícios, imprensa e etc., que acabam perdendo a credibilidade perante a vítima, a mesma se auto avalia tratada como suspeita ou culpada pelo crime, é um sofrimento adicional, é comum nos crimes sexuais e por medo da repercussão negativa, deixa de denunciar o crime.
c) Vitimização Terciária: Decorre da falta de amparo em relação ao Estado e da ausência de receptividade em razão da família, por exemplo, nos casos em que a vítima é vista como motivo de "chacota" e risadas maléficas por ter sofrido o crime.
Existem alguns fatores sociais ou situações no estudo da vitimologia em que as pessoas estão mais propícias a serem vítimas, como por exemplo, a miserabilidade, as gestantes, visto que as mesmas não possuem a mesma agilidade das pessoas que não estão na mesma situação, cabe no caso também, os deficientes físicos. Os idosos e as crianças são alvos dos mais diversos crimes existentes, são estes os mais visados entre os criminosos.
Heber Soares Vargas conceitua que:
"A personalidade vitimógena é medida por cinco componentes: ansiedade, agressividade, sentimento de culpa, masoquismo e ego frágil. Esses componentes estão coligados às relações pessoais com o meio circundante, em dependência objetiva e subjetiva da causação vitimo-impelente. A personalidade vitimógena é um arranjo engenhoso desses componentes empenhados apenas em manter os mecanismos de defesa. Toda motivação e incentivo do meio circundante incidem diretamentesobre a causação vitimo-impelente que atua sobre a personalidade, energizando gradativamente os campos existentes, que indicam o somatório de necessidades biopsicossociais, interagindo de forma integrada sobre os componentes específicos da personalidade vitimógena que refletirão, na forma, as condições endopsíquicas do indivíduo. Reconhecem-se, assim, que os componentes da personalidade vitimógena situam-se em determinados níveis dentro dos campos não delimitados, porque essa combinação, em dependência com o ego frágil, corresponde a uma necessidade de adequação psicofuncional. A baixa dominação da ansiedade e do ego frágil poderia, paralelamente, ser devida a certa incompatibilidade entre a alta sensibilidade emotiva e as conseqüências de um comportamento dominante de insegurança afetiva. Da mesma forma, a alta dominância do sentimento de culpa, do masoquismo e da agressividade, unidos pelo ego frágil, pode incapacitar o indivíduo de controlar os próprios impulsos e emoções vitimizantes, especialmente encontrar para eles um meio de expressão realista e satisfatória. O severo sentimento de culpa e consequente masoquismo, costumeiramente, ocupam o lugar de outros fatores-causais no favorecimento e em situações de precipitação ou mesmo participação passiva ou ativa do crime, pela vítima. Na verdade, a vítima, ao colaborar com cometimento criminoso, seja em sua exposição a circunstâncias criminógenas, ou mesmo naquelas circunstâncias desenvolvidas pela sua própria ação, ela quer obter um alívio psíquico, ainda que seja com o sentimento de autodestruição e autopunição." (VARGAS: 1987, 6-10).
Desta forma, podemos compreender na abordagem do tópico que a vitimologia é um âmbito da criminologia que estuda a influência da vítima no crime. As consequências do crime, deixam sequelas inimagináveis na vida da vítima e é tão importante no crime quanto o criminoso.
4.	LEGISLAÇÃO ACERCA DO TRÁFICO DE ÓRGÃOS
De acordo com a OMS, o comércio de órgãos é ilegal quando os órgãos são retirados do corpo com a finalidade de transações comerciais. A OMS justifica estas ações, afirmando que "O pagamento... pelos órgãos provavelmente tira partido indevido dos grupos mais pobres e vulneráveis, mina a doação altruísta e leva à especulação e ao tráfico humano".
A Lei n. º 9.434/97 21manteve as disposições acerca da doação de órgãos Inter vivos e post mortem, e também a necessidade de as doações serem a título gratuito, sendo vedado qualquer tipo de comercialização, conforme já disposto no § 4º do artigo 199 da Constituição Federal.
 “Art. 199 A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. (...) § 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. ”
A Referida Lei 9.434 de 04 de fevereiro de 1997, alterada pela Lei nº 10.211 de 23 de março de 2001, que dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano, para fins de transplante e tratamento. Em seu artigo 15, dispõe como crime: “Comprar ou vender tecidos, órgãos ou partes do corpo humano: Pena- reclusão de três a oito anos, e multa, de 200 a 360 dias-multa. ”
4.1 LEGISLAÇÃO INTERNACIONAL (DECLARAÇÃO DE INSTAMBUL)
A OMS expressa sua preocupação pelo aumento acelerado do comércio devido à grande demanda e a insuficiente oferta de doadores existente. Neste contexto, em 2004, a organização solicitou aos Estados-Membros para:
“Tomarem medidas no sentido de proteger os grupos mais pobres e vulneráveis contra o turismo de transplante e a venda de tecidos e órgãos, prestando atenção ao problema mais vasto do tráfico internacional de tecidos e órgãos humanos”
Com objetivo de debater um quadro jurídico mais específico e encontrar alternativas para enfrentar os problemas relacionados ao tráfico de órgãos, uma Reunião de Cúpula, com mais de 150 representantes de entidades médicas e científicas de todo o mundo, funcionários do governo, cientistas sociais e eticistas foi realizada em Istambul, nos dias 30 de abril a 2 de maio de 2008. Os trabalhos de preparação da cúpula foram realizados por um “Comitê Diretor” convocado pela The Transplantation Society (TTS) e pela International Society of Nephrology (ISN) em Dubai, em Dezembro de 2007. 
O consenso dos participantes desta Cúpula deu origem à “Declaração de Istambul sobre Tráfico de Órgãos e Turismo de Transplante” (Declaração de Istambul) onde são sugeridas estratégias para aumentar número de doadores legais, evitar o tráfico de órgãos e o turismo de transplante.
Tal declaração tem fundamentos 3 conceitos, sendo eles:
(1) Tráfico de Órgãos
(2) Comércio dos Transplantes
(3) Turismo de Transplante.
No entanto para uma melhor compreensão das decisões da cúpula frente a temática é necessário compreender a adaptação da definição existente no Protocolo de Palermo, ao quanto segue.
4.2 PROTOCOLOS DE PALERMO
Para a questão do “Tráfico de Órgãos” a “Declaração de Istambul” faz uma adaptação da definição existente no “Protocolo de Palermo”:
“O tráfico de órgãos consiste no recrutamento, transporte, transferência, refúgio ou recepção de pessoas vivas ou mortas ou dos respectivos órgãos por intermédio de ameaça ou utilização da força ou outra forma de coação, rapto, fraude, engano, abuso de poder ou de uma posição de vulnerabilidade, ou da oferta ou recepção por terceiros de pagamentos ou benefícios no sentido de conseguir a transferência de controle sobre o potencial doador, para fins de exploração através da remoção de órgãos para transplante.” (Declaração de Istambul, 2008).
O Protocolo de Palermo deixou a cargo dos países signatários a criminalização, penalização e adoção de medidas legais para coibir e punir os atos nele descrito. No Brasil o Protocolo foi recepcionado pelo DECRETO Nº 5.017, DE 12 DE MARÇO DE 2004 e a Lei 12.015 de 2009, acrescentou o artigo 231 ao Código Penal Brasileiro. Esse artigo, porém, apenas tipifica o crime, não provendo nenhuma proteção à vítima do tráfico internacional de pessoas, nem a sua família, mesmo em casos de extremo perigo e necessidades de proteção da identidade e proteção de testemunhas etc.
A principal diferença existente entre a “Declaração de Istambul” e o “Protocolo de Palermo” está relacionada ao tráfico de órgãos em si, separado do doador, algo que não é abordado pelo Protocolo. De acordo com o “Protocolo de Palermo”, para constituir crime de tráfico de seres humanos para a remoção de órgãos, a pessoa tem de ser transportada com a finalidade de remoção dos seus órgãos.
Em sua definição de tráfico de órgãos humanos, FELLOWS traz o seguinte raciocínio: 
“Se uma parte de corpo for usada ou vendida num local diferente do local de onde foi removida do corpo, então terá ocorrido movimento da parte do corpo. Tráfico é o ato de movimentar e comercializar algo ilegal. Uma vez que estar na posse de partes de corpo para fins comerciais é considerado ilegal, este relatório argumenta que o movimento de uma parte de corpo para venda ou transação comercial é tráfico de partes de corpo”. (FELLOWS, 2009).
Chegando a seguinte definição:
“É considerado tráfico de partes de corpo o transporte ou o movimento de uma parte de corpo, quer através de uma fronteira ou dentro de um país para venda ou transação comercial”. (FELLOWS, 2009).
4.3 LEGISLAÇÕES BRASILEIRAS
Se tratando de tráfico de órgãos humanos, o “Código Penal Brasileiro” não possui qualquer dispositivo legal específico. A matéria é disciplinada pela Lei n° 9.434, de 4 de fevereiro de 1997, intitulada Lei dos Transplantes de Órgãos cujos artigos 14, 15 e 17 se aplicam à matéria em estudo:
“Art. 14. Remover tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoa ou cadáver, em desacordo com as disposições desta Lei: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, de 100 a 360 dias-multa.
§ 1.º Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa ou por outro motivo torpe:
Pena - reclusão,de três a oito anos, e multa, de 100 a 150 dias-multa (...)”. “Art. 15. Comprar ou vender tecidos, órgãos ou partes do corpo humano:
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa, de 200 a 360 dias-multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem promove, intermedeia, facilita ou aufere qualquer vantagem com a transação”.
“Art. 17. Recolher, transportar, guardar ou distribuir partes do corpo humano de que se tem ciência terem sido obtidos em desacordo com os dispositivos desta Lei: Pena - reclusão, de seis meses a dois anos, e multa, de 100 a 250 dias-multa”.
Neste caso prevê uma sanção penal para quem comprar ou vender órgãos, tecidos ou partes do corpo humano, assim como também pode ser visto os requisitos para o transplante na Carta Magna, §4º do artigo 199: “A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. ”
 Assim, apenas no ano de 2016, com a Lei nº 13.344/201622 que o Brasil passou a abordar o crime com efetividade, visto que esta lei regulamenta o tráfico de pessoas que utiliza o próprio ser humano, visando explorá-lo de variadas formas como a prostituição, trabalho em condição análoga à de escravo, retirada de órgãos ou tecidos do corpo, a fim de obter lucratividade tanto de pessoas no Brasil, quanto de brasileiras sendo vitimadas no exterior, bem como prevê inúmeras alternativas de prevenção, repressão e apoio às vítimas e seus envolvidos.
Como também foi incluído a sua penalidade no Código Penal no artigo 149A:
“Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (...). ” 	
Ao tentar descrever e mensurar o fenômeno do tráfico de pessoas, não há como se ignorar as dificuldades e os desafios que existem para tanto, no Brasil e no mundo, no início do século XXI, Salt (2000) já mencionava a carência de dados oficiais sobre tráfico de pessoas, na opinião do autor, em regra, os dados eram coletados por instituições, metodologias e tecnologias diversas e em tempos diferentes, impossibilitando sua sistematização e comparação dentro de um mesmo país, que dirá entre diversos países, a exemplo, o VIENNA FORUM OF UN.GIFT (2008) relata ser, atualmente, impossível comparar estatísticas criminais de tráfico de pessoas, pois muitos dos países signatários do Protocolo de Palermo estão ainda na fase de adaptação da sua legislação interna ao Protocolo, dentre estes o Brasil. 
Em 2002, o então Deputado Federal Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) apresentou um Projeto de Lei (PLC 84/04)31 com o objetivo de inibir o Tráfico de Órgãos, definindo procedimentos e documentos relativos à autorização judicial para a doação de tecidos, órgãos ou partes do corpo vivo, por pessoa que não seja cônjuge ou parente consanguíneo do receptor.
5	CONSIDERAÇÕES FINAIS
O tráfico de órgãos infelizmente é uma realidade que não só assola o Brasil, mas sim o mundo todo, enquanto houver a constituição de organizações criminosos para intermediarem a compra e venda ilegal de partes do corpo humano.
Podemos dizer que a evolução na área da medicina de transplante veio para transformar muitas vidas, possibilitando assim a cura e a manutenção da qualidade de vida ao paciente que necessita de transplante para continuar a viver. Por outro lado, vemos que essa evolução médica abriu espaço para o surgimento do mercado negro de partes do corpo humano e que a mesma se expandisse de forma catastrófica, tendo em vista a alta demanda por órgãos e a baixa oferta. Mesmo que alguns dos fatos ressaltados não possam ser totalmente confiáveis devido a obscuridade da ação dos traficantes, podemos afirmar que o tráfico de órgãos cada vez mais esta se expandido, tendo em vista sua alta rentabilidade, chegando essa a ser a terceira pratica criminosa mais lucrativa do mundo.
Mesmo não obtendo informações completas, pode-se observar que o tráfico de órgãos se organiza com o mercado internacional, de modo que suas correntes partem de populações sem perspectivas econômicas e sociais pessoas vulneráveis, tendo como destino aqueles que detém o poder aquisitivo. O Brasil como um país em subdesenvolvimento acaba por se enquadrar na primeira descrição, um país vulnerável para arrecadação dos órgãos para o tráfico.
Os parâmetros legislativos internacionais referentes ao tráfico de órgão é unanime com exceção do Irã quanto a proibição do comercio de órgãos e tecidos, está consolidada por tratados internacionais, em especial o Protocolo de Palerma. Entretanto, a insuficiência da oferta pautada na doação sem remuneração se apresentou um novo questionamento quanto a política atual adotada, e que a criminalização do comercio de órgãos seja revista, com intuído de que sejam instituídos mercados regulamentados de partes do corpo como medida de diminuição das filas de espera para transplante.
Com a possibilidade de abertura de um mercado regulamentado traz alguns questionamentos bióticos, econômicos e jurídicos, este que ainda não existem um consenso é fácil observar linhas divergentes quanto essa vertente quanto a descriminalização da compra e venda de órgãos e tecidos humanos. 
Apesar de demostrado não haver um consenso, quanto a descriminalização do tráfico, as normas internacionais e os ordenamentos jurídicos do Estados refletem a linha de entendimento em proibir o comercio de partes do corpo humano, esse é o caso do Brasil que criminaliza a venda de partes do corpo humano de acordo com artigos de 14 a 20 da Lei 9.434 de 1997, dentre outras diversas normas administrativas que visam coibir a tráfico e garantir a igualdade de direitos a todos independentemente do seu poder aquisitivo.
 O que pode ser levantado durante a pesquisa de elaboração deste é que ao menos nos próximos anos a vedação de comercializar partes do corpo humano se manterá perante o mundo, tendo em vista os esforços que se mantem para compelir o tráfico de órgãos em toda sua amplitude e sua tendência é de alinhamento internacional nas políticas de combate, especialmente com a apuração e sistematização de informações e cooperações entre os Estados para o desmembramento das redes de tráfico, e implementação de programas de assistência as vítimas e proteção as pessoas vulneráveis.

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