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ARTERIOSCLEROSE - ARTIGO CIENTIFICO

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Aterosclerose
A restrição do fluxo sanguíneo na parede das artérias devido ao acúmulo de placas de gordura, colesterol e outras substancias leva á aterosclerose. Este estudo objetivou analisar os possíveis prejuízos causados pelo uso continuo de anti-inflamatórios não esteroidais (AINE’s), que são os mais consumidos de forma geral, pela população idosa, que devido sua fisiologia necessitam de maior cuidado no uso de drogas. Trata-se de uma revisão sistemática de artigos publicados em revistas especializadas. A pesquisa mostra um real comprometimento da estrutura e função renal, causada pelo uso continuo e inadequado desses medicamentos. Os resultados demonstraram como e porque os AINE’s desenvolvem quadros de insuficiência renal aguda, que se não tratados evolui para danos severos sobre os rins e demais órgãos.
Palavras-chave: aterosclerose, obesidade, arterias.
METODOLOGIA
Este estudo trata-se de uma revisão de literatura do tipo sistemática. O método consiste no exame da bibliografia, para o levantamento e análise do que já foi produzido sobre o assunto que é tema da IV Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. Descritores para a pesquisa foram definidos previamente por meio de busca no DECS - Descritores em Ciências da Saúde. A pesquisa bibliográfica utilizou os bancos de dados: Biblioteca Virtual de Saúde (MEDLINE), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e PubMed. E ainda livro e Guideline de referência para a temática proposta. Foram considerados artigos publicados entre 2005 e 2015. 
REFERENCIA : 
SPOSITO, A. C. et al . IV Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose: Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arq. Bras. Cardiol.,  São Paulo ,  v. 88, supl. 1, p. 2-19 abr 2007
Introdução
A aterosclerose é um estreitamento das artérias que pode reduzir significativamente o fornecimento de sangue a órgãos vitais como o coração, o cérebro e os intestinos. Na aterosclerose, as artérias são estreitadas quando depósitos de gordura denominados placas se acumulam no seu interior. As placas contêm tipicamente colesterol constituído por lipoproteínas de baixa densidade (LDL), células musculares lisas, tecido fibroso e, por vezes, cálcio. À medida que uma placa cresce ao longo do revestimento de uma artéria, produz uma área rugosa na superfície normalmente lisa da artéria. Esta área rugosa pode conduzir à formação de um coágulo de sangue dentro da artéria, o qual pode bloquear completamente o fluxo de sangue. Consequentemente, o órgão abastecido pela artéria bloqueada fica sem receber sangue nem oxigênio e as células desse órgão podem morrer ou sofrer uma lesão grave. 
Em 1958, a aterosclerose foi definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma afecção resultante do acúmulo focal de lipídios, hidratos de carbono, sangue e produtos sanguíneos, tecido fibroso e depósito de cálcio (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1958).
Localiza-se preferencialmente na aorta abdominal, nas artérias coronárias, no segmento arterial ílio-femoral e na região encefálica; nas artérias carótidas internas e nas artérias do polígono de Willis, poupando as artérias dos membros superiores, as mesentéricas e renais, à exceção dos seus ostios (BECKSTROM e t al., 2007). 
Estudos recentes indicam que o processo aterosclerótico começa a se desenvolver na infância. Estrias gordurosas, precursoras das placas ateroscleróticas, aparecem na camada íntima da aorta aos 3 anos de idade e nas coronárias durante a adolescência.
De maneira geral, algumas lesões ateromatosas irão se desenvolvendo com o passar do tempo e os homens são mais afetados do que as mulheres, sobretudo quando são mais jovens (SAITO et al., 2002).
A aterosclerose passou então, gradualmente, de um modelo de doença crônico-degenerativa e, exclusivamente de pacientes de idade avançada, para um modelo de doença inflamatória crônica subclínica, presente já na infância.
A fisiopatogenia da aterosclerose tem sido estudada pelo seu aspecto inflamatório. Marcadores inflamatórios, como a proteína-C-reativa (PCR), vêm sendo estudados nos indivíduos portadores de alguma DCV, inclusive em indivíduos aparentemente saudáveis.
Até então, a PCR tem sido um marcador inflamatório bastante utilizado para detecção de DCV, pela facilidade de determinação da concentração sérica e melhor correlação clínico-epidemiológica. Os níveis elevados da PCR no sangue têm sido encontrados nos tecidos inflamados, nos vasos ateroscleróticos e no miocárdio infartado.
Sua utilização vem sendo importante pela possibilidade de identificar novos caminhos para a prevenção e o tratamento das DCV e dos fatores de risco para a aterosclerose: incluem avanço da idade, hipertensão arterial, hipercolesterolemia, tabagismo, diabetes mellitus, obesidade, radioterapia de cabeça e pescoço e doença arterial coronariana. São ainda fatores de risco para o desenvolvimento da placa de ateroma a herança genética, o sedentarismo e o estresse (KAWAMORI et al.,1992; BECKSTROM et al., 2007).
 Grande parte desses fatores de risco pode ser influenciada por modificações no estilo de vida, de forma a reduzir os eventos cardiovasculares e aumentar a sobrevida dos indivíduos. A mudança de hábitos alimentares e a prática de atividade física são modificações do estilo de vida que podem melhorar de forma significativa os fatores de risco das DCV e reduzir a PCR.
As estratégias para redução da PCR foram inicialmente baseadas em terapias medicamentosas. Apesar de esses estudos comprovarem o efeito positivo dessas terapias na redução da PCR em adultos, pouco se sabe do efeito da atividade física sobre a PCR na infância e adolescência.
A demonstração de que as doenças cardiovasculares podem ter sua origem na infância e adolescência leva à necessidade de que esses fatores de risco sejam amplamente investigados nesse período, com o objetivo de planejar intervenções cada vez mais precoces e, possivelmente, mais efetivas sobre esses fatores, reduzindo, no futuro, a morbidade e mortalidade.
 Referências :	
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2008000400012
http://sociedades.cardiol.br/sbc-rs/revista/2004/03/artigo06.pdf
http://www.portalseer.ufba.br/index.php/cmbio/article/viewFile/4736/3509
Desenvolvimento
OBESIDADE
A obesidade tornou-se um grande problema de saúde publica, acometendo todas as idades do ciclo de vida, sendo em crianças e adolescentes, nas ultimas décadas, tanto nos países desenvolvidos como naqueles em desenvolvimento, uma grande epidemia mundial (LEAL et. al, 2012; MARCHI-ALVES et. al, 2012).
A prevalência da obesidade na infância e na adolescência traz conseqüências em curto e longo prazos, por estar associada a um perfil lipídico anormal, com aumento da concentração de colesterol total, triglicerídeo e LDL, e diminuição de HDL (CLEEMAN et al., 2001). Desta forma, podemos observar que o estilo de vida sedentário e hábitos alimentares pouco saudáveis têm sido apontados em vários estudos de forma preocupante, pois podem ser desencadeadores de disfunções lipídicas e têm forte associação com fatores de risco cardiovascular (CIMADON et al 2010, COBAYASHJ et al, 2010).
A avaliação de homens e mulheres participantes do estudo de Framingham, em um período de 26 anos, revelou que a obesidade é um fator de risco para a ocorrência de eventos cardiovasculares, especialmente doença coronariana, insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral, independente da idade, pressão arterial sistólica, níveis de colesterol, tabagismo, intolerância à glicose e presença de
Hipertrofia ventricular esquerda.
O estudo de Manson também evidenciou a importância da obesidade como risco independente para doença coronariana em mulheres. Neste estudo, mulheres com Índice de massa corporal (IMC) acima de 32kg/m2.Apresentaram um risco relativo de morte por doença cardiovascular 4,1 vezes maior que aquelas com IMC menor que 19kg/m2.
Por outro lado, a obesidade, especialmente do tipo abdominal ou
visceral, se associa com outros fatores que contribuem para um maior risco cardiovascular.
Hipertensão arterial, intolerância à glicose, hipertrigliceridemia com HDL baixo, hiperinsulinemia constituem a "síndrome metabólica" que promove um risco aumentado de doença aterosclerótica. A obesidade do tipo visceral parece ser característica dessa síndrome.
O IMC é uma medida simples e reprodutível do grau de obesidade de um indivíduo, sendo utilizada para mensurar o nível de adiposidade em grandes estudos populacionais. Diversos estudos já demonstraram que quanto maior o IMC da
população, maior é a prevalência de fatores de risco cardiovascular. Este estudo teve por objetivo investigar a freqüência de fatores de risco cardiovascular em uma população de obesos e subdividir esta população em grupos de alto, moderado e
baixo risco cardiovascular de acordo com o IMC.
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http://unifia.edu.br/revista_eletronica/revistas/saude_foco/artigos/ano2011/tabagismo.pdf TABAGISMO 
http://www.scielo.br/pdf/abc/v90n4/v90n4a12.pdf OBESIDADE
http://www.scielo.br/pdf/abem/v44n1/11703.pdf
http://www.abeso.org.br/pdf/Artigo%20-%20Obesidade%20e%20Doencas%20associadas%20maio%202011.pdf
HIPERTENSAO ARTERIAL 
A hipertensão arterial é conceituada como uma doença sistêmica que envolve alterações nas estruturas das artérias e do miocárdio associada à disfunção endotelial e constrição e remodelamento da musculatura lisa vascular. Sendo atualmente definida de acordo com valores pressóricos, nas quais níveis iguais ou superiores a 140/90 mmHg, identificados em duas ou mais verificações da pressão arterial, diagnosticam a doença. (OLIVEIRA, 2011).
A HAS desempenha papel central da patogênese da aterosclerose, uma vez que o processo aterosclerótico significativo, raramente, ocorre em segmentos do sistema circulatório com baixo regime pressórico, tais como artérias pulmonares ou veias, a despeito da sua exposição aos mesmos fatores circulantes aterogênicos.(SCHMIDT,1996)
Alimentação rica em sódio e gorduras, ausência de exercício físico regular, tabagismo, etilismo e alterações psicoemocionais são mencionados como contribuintes para a elevação da pressão arterial, considerando chave para a instalação de doenças cardiovasculares e associação a HA. (MIO JR, 2002). 
A hipertensão arterial primária não tem cura, mas o tratamento previne as complicações. Antes de prescrever a administração de medicamentos, é recomendável adotar medidas que estimulem hábitos de vida saudáveis. (MIO JR, 2002). 
A mudança do estilo de vida é uma atitude que deve ser estimulada em todos os pacientes hipertensos, durante toda a vida, independente dos níveis de pressão arterial. Existem medidas de modificação do estilo de vida que, efetivamente, têm valor comprovado na redução da pressão arterial. Há eficácia comprovada dos hábitos saudáveis na queda de valores pressóricos e na diminuição do risco para eventos cardiovasculares. 
O tratamento não medicamentoso da hipertensão arterial consiste em estratégias que visam mudar o estilo de vida e que podem levar à diminuição da dosagem dos medicamentos ou até mesmo à sua dispensa. O tratamento não medicamentoso tem, como principal objetivo, diminuir a morbidade e a mortalidade cardiovasculares por meio de modificações do estilo de vida que favoreçam a redução da pressão arterial. (OLIVEIRA, 2011)
Está indicado a todos os hipertensos e aos indivíduos mesmo que normotensos, mas de alto risco cardiovascular. Dentre essas modificações, as que comprovadamente reduzem a pressão arterial são: redução do peso corporal, da ingestão do sal e do consumo de bebidas alcoólicas, prática de exercícios físicos com regularidade, e a não utilização de drogas que elevam a pressão arterial. (MIO JR, 2002).
Hipertensos com excesso de peso devem emagrecer. A dieta do hipertenso deverá ser pobre em sal e rica em potássio, magnésio e cálcio. O consumo de vinagre, limão, azeite de oliva, pimenta e ervas está permitido, pois estes alimentos não influenciam na pressão arterial.( (AMODEO; LIMA, 1996)
De acordo com a figura 01, a incidência de eventos cardiovasculares ateroscleróticos está intimamente relacionada com a pressão sistólica e diastólica. Sendo que, em um população de 1000 habitantes na faixa etária de 35 a 64 anos, de ambos os gêneros, em um período de 30 anos de acompanhamento, o risco de um individuo hipertenso desenvolver o acidente vascular cerebral(AVC) é 5 vezes maior do que aquele individuo que é normotenso. No infarto agudo do miocárdio, nesta mesma população, observou-se que o índice de hipertensos que adquiriram a patologia foi de aproximadamente 18 pessoas em relação a aproximadamente 04 pessoas que possuíam pressão arterial normal. Já na doença arterial periférica, houve uma proporção de aproximadamente 09 pessoas hipertensas para 3 pessoas normotensas que adquiriram a enfermidade. 
Provavelmente, 03 fatores contribuem majoritariamente para este processo:
Pulsatilidade arterial: A degeneração das artérias é acelerada consequente às mudanças nas características mecânicas da onda de pulso arterial, maior pressão de pico, maior amplitude de oscilação, maior variabilidade e maior taxa de variação. Esses fatores de estresse parietal agem na produção de adelgaçamento das paredes, fratura das fibras elásticas e fibrosas, dilatação e, por fim, na formação de aneurismas com sua posterior ruptura. 
Disfunção endotelial: As células endoteliais constituem um sistema secretor local de importantes moduladores do tônus vascular, tendo-se identificado tanto fatores relaxadores como constritores, derivados destas células. Alterações da função endotelial podem participar, primariamente, na gênese da hipertensão arterial (insuficiência de substâncias vasodilatadoras endoteliais) ou participar do espectro de dano vascular, em consequência desta última. Particularmente, tem-se demonstrado que a disfunção endotelial pode participar nas etapas iniciais da deposição de lipídeos na íntima vascular que levam à formação de placas de ateroma. Paralelamente, alterações dos níveis séricos das lipoproteínas são capazes de induzir disfunção do endotélio. Essa inter-relação reforça o laço existente entre HAS e doença aterosclerótica.
3. Hipertrofia das células musculares lisas vasculares: Em resposta ao estresse parietal aumentado ocorre hiperplasia das células musculares que contribui tanto para o processo de formação da placa de ateroma, como para perpetuação e progressão do distúrbio hipertensivo(SCHMIDT,2016).
Com apoio médico adequado é possível aumentar a taxa de sucesso no abandono do fumo (JAIN,2003). A farmacoterapia é indicada para os dependentes da nicotina. Divide-se em: fármacos de primeira linha (bupropiona e terapia de reposição da nicotina) e de segunda linha (clonidina e nortriptilina)(BALBANI; MONTOVANI,2005).
https://www.inesul.edu.br/revista_saude/arquivos/arq-idvol_10_1339682941.pdf
http://www.jped.com.br/conteudo/01-77-S153/port_print.htm
http://revistas.usp.br/rmrp/article/view/741/755
http://www.scielo.br/pdf/abc/v88s1/01.pdf
DIABETES
As Doenças vasculares, principalmente a aterosclerose são as principais causas de incapacidade e morte nos pacientes diabéticos. O diabetes aumenta comprovadamente o risco de desenvolvimento da doença arterial coronária. A patofisiologia da doença vascular no paciente diabético envolve anomalias no endotélio, célula muscular lisa vascular e função plaquetária. As alterações metabólicas que caracterizam o diabetes, como hiperglicemia, ácidos graxos livres e resistência à insulina, ativariam mecanismos moleculares que provocariam, entre outros, o incremento do estresse oxidativo, alterações de fatores de tradução intracelulares como proteína kinase C (PKC), diminuição da biodisponibilidade do oxido nítrico, com menor resposta da musculatura lisa aos fatores de relaxamento e ativação de receptores para produtos de glicação avançada (AGE). Além disso, a função plaquetária está alterada com incremento na produção de fatores pro-trombóticos. Todas estas alterações
contribuem para os eventos celulares que provocam aterosclerose e posterior aumento de riscos de eventos cardiovasculares fatais que acontece nos pacientes com diabetes e aterosclerose. Uma melhor compreensão dos mecanismos que provocam a disfunção endotelial poderia revelar novas estratégias para reduzir a morbidez e mortalidade no paciente diabético (AMARANTE,2007).
O diabetes mellitus não só aumenta a incidência das doenças cardiovasculares, como também acelera o seu curso clínico. Em virtude de sua elevada incidência e seu alto índice de complicações, a doença da artéria coronária se consolida como principal responsável pela crescente morbimortalidade nos pacientes diabéticos. Sua prevalência varia de acordo com a população estudada, bem como com os tipos de diabetes e os gêneros (AZEVEDO,2010).
Dentre todos os fatores de risco para o desenvolvimento da doença aterosclerótica, o diabetes mellitus, sem dúvida, configura-se como um dos mais danosos. A exposição prolongada à hiperglicemia, à hiperinsulinemia e a presença de resistência insulínica provocam alterações celulares em todas as etapas do processo aterosclerótico, exacerbando seu curso clínico (AZEVEDO,2010).
O número de pessoas com diabetes mellitus tem crescido de forma marcante nos últimos anos e a expectativa é de que esse crescimento torne-se ainda mais intenso nos próximos anos. A doença da artéria coronaria é responsável pela maioria das mortes dos pacientes diabéticos. A fisiopatologia da DAC nos diabéticos difere em alguns aspectos daquela em outros pacientes. A exposição prolongada à hiperglicemia, à hiperinsulinemia e a presença de resistência insulínica provocam alterações celulares em todas as etapas do processo aterosclerótico, exacerbando seu curso clínico. Não há duvidas de que o diabetes mellitus acelera a aterosclerose coronariana e que os diabéticos representam um subgrupo de pacientes de alto risco para eventos cardiovasculares, em especial os coronarianos (AZEVEDO,2010).
As doenças cardiovasculares lideram as causas de óbito e representam a principal causa de morbidade e incapacitação profissional em indivíduos diabéticos. Estudos epidemiológicos têm demonstrado que o risco para doença arterial coronariana, nesses indivíduos, é cerca de 2 a 3 vezes maior do que a observada na população em geral. Além disso, o processo aterosclerótico se apresenta de forma mais grave nos diabéticos (RABELO,2001).
Muitas das alterações metabólicas que acontecem no diabetes, incluindo hiperglicemia, excesso de ácidos graxos livres e resistência à insulina, comprometem a função endotelial afetando a síntese ou degradação do NO(2,3,7). Esta disfunção endotelial estaria envolvida nas lesões vasculares ateroscleróticas e predisporia os vasos sanguíneos a várias alterações como vaso-espasmo e trombose (AMARANTE, 2007).
Dos fatores de risco presentes nos diabéticos, a hiperglicemia e as alterações lipoprotéicas são merecedoras de maior destaque. A hiperglicemia exerce um papel importante na patogênese da DAC, produzindo alterações estruturais e funcionais nas lipoproteínas, causando modificações na biologia vascular, acelerando os eventos moleculares e celulares que levam à aterosclerose (RABELO, 2001).
A Associação Americana de Educadores em Diabetes (AADE) sugere a aplicação de sete medidas de avaliação comportamental para identificar a qualidade dos resultados obtidos com um programa de educação efetivo. A seguir, apresenta-se uma breve descrição de comportamentos direcionados a pacientes e profissionais de saúde, que pode facilitar essa avaliação:
 • Comer saudavelmente: fazer escolhas alimentares saudáveis, considerando o tamanho das porções e os melhores horários para consumi-las. Algumas das habilidades a serem empregadas para o desenvolvimento desse comportamento incluem: leitura de rótulos, planejamento, prepara e fracionamento de refeições, controle das porções e contagem dos carboidratos dos alimentos.
• Praticar atividade física: a atividade regular é importante para o condicionamento físico geral, controle de peso e da glicose no sangue. Também pode melhorar o índice de massa corporal, controlar os lipídios, a pressão arterial e redução do estresse. Educadores em diabetes podem ajudar a lidar com possíveis barreiras, como limitações físicas, ambientais, psicológicas e de tempo. O desenvolvimento de um plano de atividades equilibradas e apropriadas ao plano alimentar e de medicação é importante
 • Vigiar as taxas: o automonitoramento diário de glicose no sangue fornece às pessoas com diabetes informações que permitem avaliar como está sua alimentação, a prática da atividade física, o uso, os horários e as doses dos medicamentos. Importante também verificar regularmente a pressão arterial, a cetona na urina e o peso, além de reconhecer os demais controles regulares solicitados pelo médico em sua rotina de visitas. Os pacientes devem ser orientados sobre escolha de equipamentos, diário glicêmico e frequência dos testes, valores-alvo, interpretação e utilização dos resultados.
 • Tomar os medicamentos: o diabetes é uma doença progressiva. Dependendo do tipo de diabetes, a equipe de saúde deverá ser capaz de avaliar sobre os medicamentos utilizados e ajudar na compreensão de como estes atuam em seu organismo. O mesmo com relação à aplicação, ao transporte e ao manuseio da insulina. Uma terapia medicamentosa eficaz, em combinação com escolhas de estilo de vida saudáveis, pode diminuir os níveis de glicose no sangue, reduzir o risco de complicações do diabetes e produzir outros benefícios clínicos 
• Adaptar-se saudavelmente: o estado de saúde e a qualidade de vida são afetados por fatores psicológicos e sociais podendo influenciar a motivação de uma pessoa a manter seu diabetes sob controle. Uma parte importante do trabalho do educador em diabetes é identificar a motivação do indivíduo para mudança de comportamento, ajudando-o a estabelecer metas clínicas e comportamentais alcançáveis, com orientações sobre os múltiplos obstáculos.
•Resolver problemas: a pessoa com diabetes deve desenvolver habilidades para a resolução de problemas relacionados com hiperglicemia e hipoglicemia. Os educadores em diabetes devem orientar as pessoas com diabetes a lidar com as barreiras físicas, emocionais, cognitivas e financeiras, estimulando-as a desenvolver estratégias para esse enfrentamento.
• Reduzir riscos: comportamentos efetivos de redução de riscos devem ser estimulados. Uma parte importante do autocuidado é a busca regular de um leque de serviços de prevenção. Educadores em diabetes podem ajudar os pacientes a adquirirem conhecimentos sobre padrões de atendimento, objetivos terapêuticos e serviços de cuidados preventivos para diminuir os riscos. As habilidades a serem desenvolvidas incluem: parar de fumar, inspecionar os pés regularmente, monitorar a pressão arterial, automonitoramento da glicose no sangue e manutenção de registros de cuidados pessoais . (RETIREI DA DIRETRIZES 2015/1006, COMO COLOCAR??) 
http://www.diabetes.org.br/sbdonline/images/docs/DIRETRIZES-SBD-2015-2016.pdf
http://files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2010/v8n6/a1603.pdf
http://www.fcmsantacasasp.edu.br/images/Arquivos_medicos/2007/52_3/vlm52n3_4.pdf
ALIMENTACAO – obesidade 
TABAGISMO: 
Em relação às doenças cardiovasculares, o tabagismo se encontra entre os mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento da doença arteriosclerótica. A mortalidade proporcional dos fumantes é cerca de 1,36 a 2,76 vezes maior que a de não fumantes, na dependência da faixa etária avaliada.(RABELO,2001).
A fumaça do cigarro consiste de substâncias químicas voláteis (92%) e material particulado (8%) resultantes da combustão do tabaco. A nicotina, uma amina terciária volátil, é o componente ativo mais importante do tabaco (BALBANI e MANTOVANI, 2005).
A nicotina contida é a droga psicoativa que mais causa dependência (ROSEMBERG, 2004). Eleva o ritmo cardíaco e a pressão arterial. O hábito de fumar é responsável por mais mortes do que todas as outras drogas psicoativas
juntas (INCA, 2008).
Quanto maior o número de cigarros consumidos e a duração do hábito de fumar maior será o risco ao qual o indivíduo estará sendo exposto. Além do período de tabagismo, o início precoce, durante a infância e adolescência, também está relacionado a um aumento na morbidade e mortalidade.(RABELO,2001).
	O tabagismo atua na gênese das lesões ateroscleróticas por vários mecanismos entre eles: produtos do fumo que causam disfunção endotelial reversível, e esse efeito são provocados em parte pelo aumento de radicais livres no sangue. A viscosidade do sangue em fumantes é aumentada, o que favorece a formação de trombos murais. Além de que substancias liberadas pela combustão do fumo ativam o fator XII da coagulação sanguínea, o que pode estimular a proliferação de células na parede vascular, aumento do colesterol plasmático, aumento de produtos de glicosilação resultantes da reação de açucares e grupos aminos produzidos pelas ações de substancias contidas no fumo sobre moléculas da matriz extracelular e aumento da oxidação de LDL.
O tabagismo representa um fator de risco importante nos estágios iniciais do desenvolvimento da doença aterosclerótica em adolescentes e adultos jovens. A concentração sérica de tiocianato no sangue, marcador para o tabagismo, está fortemente associada à prevalência de lesões ateroscleróticas avançadas, principalmente na aorta abdominal de jovens necropsiados. Os efeitos do fumo podem ser vistos em adolescentes de até 15 anos (RABELO, 2001).
	Sendo o fumo um dos mais relevantes fatores de risco da aterosclerose, é interessante conhecer os resultados do seu abandono. Estudos relataram que pessoas que deixaram de fumar tiverem uma redução de 50% do risco em comparação aos que não pararam independente do período em que elas fumaram.
O tabagismo passivo também é considerado importante fator de risco para a doença arterial coronariana pela American Heart Association, tanto para adultos como para crianças. O risco conferido pela exposição passiva ao fumo foi demonstrado em diversos estudos. Através de uma revisão de literatura, foi demonstrado que indivíduos não fumantes expostos à convivência diária com fumantes exibem um risco aumentado de eventos cardíacos fatais e não fatais. Foi observado que crianças, filhas de pais fumantes, cursavam com níveis elevados de 2,3 difosfoglicerato, uma enzima que aumenta a dissociação oxigênio-hemoglobina, numa tentativa de compensar a deprivação crônica de oxigênio (RABELO, 2001).
Além de atuar de forma direta, o tabagismo pode potencializar os efeitos de outros fatores de risco, como a dislipidemia, a hipertensão e o diabetes. Apesar de mais difícil de ser alcançada, a interrupção do hábito de fumar reduz o risco de eventos cardiovasculares. O abandono do tabagismo traz benefícios à saúde independentemente do tempo de uso e idade (RABELO, 2001).
O tratamento do fumante está entre as intervenções médicas que apresentam as melhores relações custo-benefício. A abordagem do fumante para a cessação de fumar tem como eixo central a intervenção psicoterápica cognitivo-comportamental, e em casos específicos, a utilização de apoio medicamentoso. (NUNES, 2011).
Os métodos de tratamento preconizados como primeira linha são a terapia de reposição de nicotina, a utilização de bupropiona e a terapia cognitivo-comportamental em grupo ou individual. (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 1996; BRASIL, 2001; MARQUES et al., 2001).
O uso de medicamentos é um recurso adicional no tratamento do tabagismo quando a abordagem comportamental é insuficiente, pela presença de comorbidades psiquiátricas ou quando o grau de dependência à nicotina é elevado. Os fármacos com evidências de eficácia são classificados em nicotínicos e não nicotínicos. A terapia tabagismo: prevenção, abordagem e tratamento 186 de reposição de nicotina (TRN), a bupropiona e a vareniclina são consideradas de primeira linha, enquanto que a nortriptilina e a clonidina são os fármacos de segunda linha no tratamento. (REICHERT et al., 2008)

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