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Assistência de Enfermagem nos Períodos Clínicos do Parto. Profª Camila Alves O parto... • É considerado normal quando transcorre sem complicações, a gestação está a termo, o feto é único, sua apresentação é de cérvice e todo processo completa-se em 24 horas (normalmente). Sinais Insinuação ou encaixe (aclaramento): - Movimento do fundo do útero para baixo; - Cerca de 2 a 4cm; - Movimentação do útero para frente; - Permite: amplitude para ventilação materna, aumenta pressão na região pélvica e dores lombares. Sinais • Insinuação ou encaixe (aclaramento): Sinais • Retorno do aumento da frequência urinária: - Compressão do feto (útero sob a bexiga). Sinais • Eliminação do tampão mucoso: - Faz a oclusão e proteção da cérvice durante a gestação. - “clara de ovo” - Pode vir acompanhado de raias de sangue (não sangramento!). Sinais Eliminação do tampão mucoso: não é trabalho de parto! Sinais Contrações de Braxton-Hicks mais perceptíveis - Podem caracterizar falso trabalho de parto... Sinais • Ruptura espontânea de membranas: - Saída de líquido claro pela vagina; - Podem ser gotinhas e pode ser um fluxo maior; - O TP geralmente inicia 24h depois; Sinais Ruptura espontânea de membranas: - Continua a produção de líquido amniótico (não existe parto seco!) - Orientar paciente sobre líquido: avermelhado, esverdeado ou marrom! - Deve-se procurar um serviço de saúde quando houver perda de líquido. Sinais • Modificações cervicais - Apagamento e dilatação de colo - Cérvice pode estar mais macia - Ligeiramente dilatada (mais próximo o trabalho de parto) Sinais Sinais • “Surto” de energia - Agitação materna - Necessidade de realizar diversas atividades: limpar a casa, caminhadas, organizar coisas... O início do trabalho de parto.... • Combinação de fatores • Alterações hormonais (aumento de: estrógenos, prostaglandinas, ocitocina) • Distensão uterina • Aumento do tamanho fetal... O início do trabalho de parto.... • Variáveis que interferem no processo do parto... - Trajeto - Motor - Posição - Objeto O início do trabalho de parto.... • Trajeto (onde vai “passar” o bebê) - Pelve - Tecidos moles - Cérvice uterina - Vagina O início do trabalho de parto.... • Força ou motor - Útero O início do trabalho de parto.... • Força ou motor - Útero - Contrações! - Dinâmica uterina O início do trabalho de parto.... • A posição da mulher durante o TP - Mudança de posição deve ser estimulada - Posições confortáveis - Posição vertical favorece! O início do trabalho de parto.... • A posição da mulher durante o TP O início do trabalho de parto.... A posição da mulher durante o TP – Gravidade! O início do trabalho de parto.... • Passageiro ou objeto - Ossos da cebeça fetal se ajustam - “Moldagem” - Posição do feto O início do trabalho de parto.... Passageiro ou objeto Mecanismos de parto.... Insinuação ou encaixe Descida Flexão Rotação Interna Extensão Rotação Externa Expulsão Mecanismos de parto.... • https://www.youtube.com/watch?v=8HUwpItiT70 O parto... PERÍODOS CLÍNICOS DO PARTO 1 - Dilatação e Apagamento do Colo 2 – Expulsão do feto 3 – Dequitação ou expulsão da placenta 4 - Puerpério Imediato 1 - DILATAÇÃO e APAGAMENTO CARACTERÍSTICAS ❖ É a primeira fase clínica do parto. ❖ Compreende o período desde o início da abertura do colo uterino até sua completa dilatação (10 cm) e apagamento (encurtamento). ❖ É caracterizado por contrações uterinas regulares, de intensidade crescente e frequência aumentada. 1 - DILATAÇÃO e APAGAMENTO CARACTERÍSTICAS ❖ As contrações iniciam normalmente com intervalos de 10 minutos que vão diminuindo progressivamente. ❖ A contração uterina tem duração entre 15 e 20 segundos, variando entre o início e o final do período. 1 - DILATAÇÃO e APAGAMENTO CARACTERÍSTICAS ❖ Nesta fase de dilatação é eliminado o tampão mucoso que fechava a cervice uterina (se não foi eliminado antes). ❖ Seu aspecto é de secreção espessa, clara, com raias de sangue. ❖ Esta fase do parto normalmente chamamos de Trabalho de Parto (se tiver contrações regulares e dilatação de colo). 1 - DILATAÇÃO e APAGAMENTO DURAÇÃO ❖ A duração deste período varia conforme o número de partos anteriores. ❖ Nas primíparas (primeiro parto) dura em média de 18 horas. ❖ Nas secundíparas (segundo parto) dura em média de 12 horas. ❖ Nas multíparas (vários partos) dura em média de 8 horas. 1 - DILATAÇÃO e APAGAMENTO 1 - DILATAÇÃO e APAGAMENTO Cuidados de enfermagem na admissão obstétrica ❖ Receber a paciente; ❖ Incentivar a micção; ❖ Solicitar exames e carteirinha de pré-natal; ❖ Verificação de sinais vitais. ❖ Ausculta de bcf. ❖ Observar perdas vaginais. ❖ Realizar avaliação de dinâmica uterina. ❖ Realizar perguntas de rotina conforme instituição (npo, paridade, hábitos, etc..) 1 - DILATAÇÃO e APAGAMENTO Cuidados de enfermagem na admissão obstétrica ❖ Se houver trabalho de parto verdadeiro: ❖ Encaminhar a paciente para higiene corporal; ❖ Guardar adequadamente seus pertences, identificando-os; ❖ Pesar e medir a altura; ❖ Encaminhar ao leito; 1 - DILATAÇÃO e APAGAMENTO Cuidados de enfermagem na admissão obstétrica ❖ Orientar, controlar higiene perineal; ❖ Dar assistência necessária visando conforto, tranquilidade e confiança. ❖ Manter o NPO se prescrito pelo médico. *** Lembrando: enema, tricotomia e NPO não é mais recomendado pelo MS. 1 - DILATAÇÃO e APAGAMENTO Cuidados de enfermagem na na sala de pré-parto ❖ Manter repouso em decúbito lateral esquerdo (DLE); ❖ Prestar assistência visando conforto, tranquilidade e confiança. ❖ Orientar respiração normal durante as contrações; ❖ Relaxar e descansar entre as contrações; ❖ Usar forro perineal para controle de perdas vaginais. ❖ Nos casos de bolsa rota, deverá ser estéril; ❖ Controle de sinais vitais de 2/2 horas ou conforme prescrição; ❖ Higiene perineal a cada micção, evacuação ou toque; 1 - DILATAÇÃO e APAGAMENTO Cuidados de enfermagem na na sala de pré-parto ❖ Instalação de acesso venoso com agulha de grosso calibre; ❖ Controle rigoroso de gotejo de solução venosa com qualquer medicamento. ❖ Proteção da cama com grades nas pacientes agitadas ou em uso de sedativos ou analgésicos; ❖ Obedecer rigorosamente as prescrições médicas e de enfermagem; ❖ Separar material para realização de sondagem; 1 - DILATAÇÃO e APAGAMENTO Cuidados de enfermagem na na sala de pré-parto ❖ Além do apoio emocional deve ser proporcionado bem- estar à paciente através de medidas como: - promoção de um ambiente tranquilo, massagens, banhos frequentes, troca de roupa e mudanças de posição. ❖ Isto ajudará a relaxar e repousar com mais conforto. O repouso entre as contrações ajuda a conservar energia. ❖ A redução da tensão pode aumentar a eficácia das contrações. DESPREENDIMENTO OU EXPULSÃO DO FETO ❖ A) CONCEITO: É o segundo período do parto, caracterizado pelo nascimento propriamente dito, é também chamado de período expulsivo. DESPREENDIMENTO OU EXPULSÃO DO FETO ❖ B) DURAÇÃO e CARACTERÍSTICAS: Dura em média de 15 a 20 minutos. ❖ É o tempo que o feto levará para, atravessar o canal de parto (formado pala abertura completa do colo uterino e o canal vaginal). DESPREENDIMENTO OU EXPULSÃO DO FETO ❖ B) DURAÇÃO e CARACTERÍSTICAS: ❖ Neste período existem, além das contrações uterinas, contrações abdominais involuntárias, que aumentam, a força de expulsão empurrandoo feto para fora do corpo materno. DESPREENDIMENTO OU EXPULSÃO DO FETO DESPREENDIMENTO OU EXPULSÃO DO FETO C) CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA SALA DE PARTO: ❖ A paciente deverá ser transportada à sala de parto no início deste período. ❖ Dar atenção especial aos equipamentos de aspiração e oxigenioterapia, que deverão estar montados e funcionantes. C) CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA SALA DE PARTO: ❖ Atenção aos sinais vitais com ênfase à TA. ❖ Auxiliar a paciente nos esforços expulsivos, orientando e, tranquilizando-a. C) CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA SALA DE PARTO: 3 - DEQUITAÇÃO ❖ A) CONCEITO: E o período que inicia com o nascimento e termina com a completa saída da placenta e das membranas. ❖ Após a saída da criança o útero tem um período de repouso e volta a ter contrações para provocar o deslocamento e saída da placenta. 3 - DEQUITAÇÃO ❖ A) CONCEITO: Período que inicia com o nascimento e termina com a completa saída da placenta e das membranas. ❖ Após a saída da criança o útero tem um período de repouso e volta a ter contrações para provocar o deslocamento e saída da placenta. ❖ B) DURAÇÃO: cerca de 30 minutos. (pode levar mais tempo) C) CUIDADOS DE ENFERMAGEM ❖ Observar perdas sanguíneas. ❖ Controlar sinais vitais ênfase na TA (pode haver hipotensão). ❖ Conferir acesso venoso. ❖ Observar integridade placentária. ❖ Pesar e anotar o peso da placenta (se rotina). ❖ Coletar sangue da placenta ou do cordão se a paciente for Rh – (técnico). ❖ Administração de ocitocina (se prescrito). 3 - DEQUITAÇÃO 3 - DEQUITAÇÃO D) CUIDADOS FINAIS NA SALA DE PARTO. ❖ Avaliar contratilidade uterina. ❖ Observar perdas vaginais. ❖ Aferição dos sinais vitais ainda na sala de parto. ❖ Transportar a paciente para a sala de recuperação. 4 - PUERPÉRIO IMEDIATO ❖ A) CONCEITO: É o período que inicia após a saída da placenta e termina 24 horas após o parto; é o período mais crítico por possibilidade de hemorragia e choque hipovolêmico. B) CUIDADOS DE ENFERMAGEM ❖ O decúbito dorsal facilita o controle da contratilidade uterina. ❖ Neste período útero deve apresentar-se contraído intensamente, formando o globo de segurança de Pinard, para obstruir os vasos uterinos que se encontram abertos devido ao descolamento da placenta. ❖ A contração uterina deve ser frequentemente testada através de palpação e medição. B) CUIDADOS DE ENFERMAGEM ❖ Globo de segurança de Pinard B) CUIDADOS DE ENFERMAGEM ❖ Massagens no fundo uterino auxiliam a saída de coágulos e estimulam a contratilidade. ❖ Verificar frequentemente o forro perineal para avaliar a perda sanguínea. ❖ Verificar sinais vitais a cada 15 minutos. ❖ Estimular o aleitamento materno como forma' de estimular a contração uterina, estimular a produção de colostro. estimular a interação mãe e filho. ❖ Promover higiene e conforto. ❖ Promover hidratação via oral ou EV no caso de cesariana. B) CUIDADOS DE ENFERMAGEM ❖ Verificar o curativo da ferida operatória das cesarianas conferindo sua eficácia. ❖ Administrar medicações prescritas. ❖ Estimular a movimentação e verificar o retorno da sensibilidade aos membros inferiores nas cesarianas com bloqueio peridural. ❖ Após a liberação (realizada por médico ou enfermeiro), encaminhar a paciente para a internação obstétrica, instalando o RN junto à mãe o mais rápido possível. B) CUIDADOS DE ENFERMAGEM ❖ Puérpera será encaminhada para o alojamento quando... - Houver boa involução uterina; - Útero abaixo da cicatriz umbilical; - Formação do globo de segurança de pinard; - FO ou episiorrafia sem complicação (edema, etc..); - Sinais vitais estáveis.... ATENDIMENTO AO RECÉM NASCIDO NA SALA DE PARTO 1 – ASPIRAÇÃO ❖ Logo após o nascimento deverão ser limpos a boca e o nariz para permitir a instalação da respiração. ❖ Em alguns poucos casos será necessária aspiração com sonda. ❖ A respiração inicial, em bebês sadios, se instalará em cerca de um minuto, de forma irregular. 2 - PREVENÇÃO DA HIPOTERMIA A baixa da temperatura do RN instala-se rapidamente se não forem tomados cuidados importantes, O RN perde calor por: ❖ a) evaporação: bebê molhado pelo líquido amniótico; ❖ b) condução: calor corporal passa para os lençóis e campos frios; ❖ c) conversão: calor corporal irradia para o ambiente. 2 - PREVENÇÃO DA HIPOTERMIA ❖ A hipotermia anula a ação do surfactante pulmonar. ❖ Esta substância, existente no pulmão dos RN a termo, permite que os alvéolos pulmonares abram e se encham de ar. ❖ Se isto não ocorre o RN não consegue oxigenar seu sangue e entra em hipóxia. APGAR: é feita avaliação de Apgar no 1 ° e 5° minutos de vida. LIGADURA DO CORDÃO UMBILICAL. ❖ Após o corte do cordão umbilical, ele deve ser ligado para conter a saída de sangue pela veia 'e artérias umbilicais. ❖ O clampeamento deve ser feito após parar a pulsação. CREDEIZAÇÃO ❖ Este método é usado para prevenção da conjuntivite gonocócica que pode causar cegueira. ❖ Esta conjuntivite é adquirida na passagem por canal de parto infectado. ❖ Consiste em instilar uma gota de solução de nitrato de prata a 1% em cada olho. ❖ Não deve ser pingado sobre o globo ocular e sim sobre a pálpebra inferior. IDENTIFICAÇÃO DO RN ❖ Não deve ser permitida a retirada de um RN da sala de parto sem estar identificado, para impedir a troca de recém-nascidos. ❖ Usam-se pulseiras, contendo nome da mãe, sexo da criança, nº do leito ou nº do registro do hospital. IDENTIFICAÇÃO DO RN CONTATO COM A MÃE ❖ O RN deverá ser colocado sobre a mãe, e estimulado a sugar o seio materno. Deve-se dar tempo para o contato entre mãe e filho. Práticas Assistenciais em Sala de Parto • Recomendação do Ministério da Saúde: ❖Clampeamento tardio de cordão umbilical. ❖Contato pele a pele imediato e contínuo entre a mãe e recém- nascido. ❖Início precoce do aleitamento materno exclusivo. Clampeamento tardio de cordão umbilical Benefícios RN: - Fornece volume adequado de sangue e de reservas de ferro ao nascimento; - Aumenta a hemoglobina com 10 semanas de idade. - Melhora as reservas de ferro até os seis meses de idade. Benefícios Mãe: - Diminuição do terceiro período do parto e do risco de retenção placentária; - Diminuição do risco de hemorragias no puerpério imediato. Contato pele a pele • Após o nascimento colocar o RN diretamente no colo da mãe (abdome, tórax). • Auxilia na regulação térmica do RN. • Cobrir as costas do RN. • Manter o bebe nesta posição durante a primeira hora de vida. Contato pele a pele Início do Aleitamento Materno • Após o parto adiar pelo menos durante a primeira hora de vida qualquer procedimento rotineiro de atenção ao RN. • Permitir a interação entre mãe e bebê!! • Oferecer apoio à mãe e auxiliar durante a primeira mamada. • Evitar o uso de fórmulas e de leite diferente do materno. Benefícios do aleitamento materno • Para o Mãe: ❖ Estimula liberação de ocitocina, que provoca contração uterina, ❖Efeito protetor nos transtornos do estado de ânimo materno, ❖Diminui o risco de câncer de ovário, câncer de mama, ❖Perda mais rápida de peso após a gravidez. Início do Aleitamento Materno Referências ORSHAN, S.A. Enfermagem na saúde das mulheres, das mães e dos recém nascidos: o cuidado ao longo da vida. Porto Alegre: Artmed, 2010. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Área Técnica de Saúde da Mulher. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher. Brasília: Ministério da Saúde, 2001. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Mulher. Área Técnica de Saúdeda Mulher. Pré-natal e puerpério: atenção qualificada e humanizada. Brasília: Ministério da Saúde, 2005. RICCI, Susan Scott. Enfermagem materno-neonatal e saúde da mulher. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. “Para mudar o mundo antes é preciso mudar a forma de nascer” Michel Odent Obrigada!
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